Melhores Lançamentos Internacionais de Fevereiro de 2024

Enquanto o carnaval rola solto pelo Brasil, o mercado americano está aquecido com várias estréias de novos autores e outros que estão retornando como Dean Koontz e Katherine Arden. Confiram os destaques desse mês!

1 - "The Bad Weather Friend" de Dean Koontz

Ficha Técnica:

Nome: The Bad Weather Friend

Autor: Dean Koontz

Editora: Thomas & Mercer

Gênero: Terror

Número de Páginas: 374

Data de Lançamento: 01/02

Link de compra:

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Sinopse: A disposição solar de Benny Catspaw é testada quando ele é demitido, sua reputação, sua noiva e sua cadeira favorita. Ele não está paranoico. Alguém quer pegá-lo a qualquer custo. Ele não sabe quem é e nem o motivo. Então Benny recebe uma herança de seu tio que ele nunca viu: uma caixa gigante e uma mensagem em vídeo. Tudo ficará bem com o passar do tempo.

É bem estranho - mas também é uma benção, seu tio promete. Mais estranho ainda é o que está dentro da caixa. É um "amigo do mau tempo" de mais de dois metros chamado Spike cuja missão é ajudar pessoas que apenas não estão muito bem nesse mundo. Spike irá cuidar disso. Ele irá buscar os inimigos de Benny. Ele irá lidar com eles. Isto poderia ser satisfatório se Spike não tivesse uma presença tão ameaçadora com técnicas terríveis de intimidação.

Na companhia de Spike e uma jovem garçonete que é uma detetive particular em treinamento chamada Harper, Benny se envolve em uma perigosa aventura em alta velocidade, do tipo que nunca passaria pela cabeça de um cara decente como ele.

2 - "The Burning Land" (The Talmont Trilogy vol. 1) de David Hair

Ficha Técnica:

Nome: The Burning Land

Autor: David Hair

Série: The Talmont Trilogy vol. 1

Editora: Jo Fletcher Books

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 540

Data de Lançamento: 01/02

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Sinopse: Os Falcões são cavaleiros da Ordem Vestal, juramentados para usar seus poderes para proteger o Império de Talmont dos cruéis Vyr e a carnificina que eles libertaram sobre o mundo.

Quando os Falcões capturam um Vyr vivo, eles vão contra os protocolos da Ordem vestal e o interrogam. Eles ficam horrorizados ao descobrir, se o Vyr estiver falando a verdade, que o pior inimigo do Império pode não ser os Vyr... mas a própria Ordem Vestal.

Liderados pelo carismático Romara Challys, os Falcões se tornam renegados, sua busca pela verdade levando-os através de florestas em chamas, ruínas perdidas e os traços incríveis de uma raça em extinção, desesperados por encontrar respostas... antes de ser tarde demais.

Mas a Ordem Vestal não tem planos para permitir que Challys e seus cavaleiros tenham sucesso em sua missão. Com o maior cavaleiro da história e um exército de fanáticos em seu encalço, os Falcões devem evitar ser capturados e descobrir a verdade o quanto antes. Porque o tempo está acabando... para todos.

3 - "Medea" de Eilish Quin

Ficha Técnica:

Nome: Medea

Autora: Eilish Quin

Editora: Atria Books

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 303

Data de Lançamento: 13/02

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Sinopse: Entre as mulheres da mitologia grega, a bruxa Medea pode ser a mais odiada. Conhecida pelo ato brutal de matar seus próprios filhos para se vingar de seu marido traidor, Jasão, o líder dos Argonautas, Medea conquistou um espaço particularmente infame em nossas histórias.

Mas e se esta não for toda a história?

Filha de uma ninfa do mar e neta de um titã, Medea é um paradoxo. Ela uma vez foi apresentada como dotada da virtude da divindade que flui através de seu sangue e feita sem poderes pelo fato de ser uma mulher. Como uma criança, ela intuitivamente submerge nos caminhos da bruxaria e da magia, mas logo percebe que ela pode não ser capaz de enfrentar as profecias que colocam toda a sua família no obscurecimento.

Com Medea se tornando empoderada como uma mulher e uma bruxa, ela também encara a chegada do herói Jasão, profetizado pelos deuses não apenas como seu marido, mas também uma possível forma de fugir de sua existência isolada. Medea viaja por mares traiçoeiros com os Argonautas, lutando contra demônios que ela nunca ouviu falar, e se apaixona pelo homem que viria a ser a sua ruína.

4 - "The Tainted Cup" de Robert Jackson Bennett

Ficha Técnica:

Nome: The Tainted Cup

Autor: Robert Jackson Bennett

Editora: Del Rey

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 410

Data de Lançamento: 06/02

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Sinopse: Na grande mansão de Daretana, um alto oficial imperial jaz morto - assassinado, pelo que parece, quando uma árvore irrompe de seu corpo. Mesmo aqui na fronteira do Império, onde o contágio abunda e o sangue dos leviatãs trabalha com estranhas mudanças mágicas, é uma morte tão terrível quanto impossível.

Destacada para investigar está Ana Dolabra, uma detetive cuja reputação por brilhantismo só é confrontada pelas suas excentricidades. Um rumor diz que ela usa uma venda a todo o momento, e que ela pode resolver casos impossíveis sem sequer deixar as paredes de sua casa.

Ao seu lado está seu novo assistente, Dinios Kol, magicamente alterado de formas que fazem dele o assistente perfeito para o brilhantismo de Ana. Din fica escandalizado algumas vezes, perplexo e enfurecido com sua nova superior - mas com o caso se desdobrando e ele observando os saltos dados pela mente de Ana de uma dedução desconcertante após a outra, ele deve admitir que ela é, de fato, a maior detetive do Império.

Com os dois próximos de descobrir quem foi o responsável pelo assassinato e descobrindo um esquema que ameaça o próprio Império, Din percebe que ele mal conseguiu descobrir o quebra-cabeças que é Ana Dolabra - e se pergunta quanto tempo ele será capaz de manter seus próprios segredos seguros de seu intelecto perfurante.

5 - "Tales of the Celestial Kingdom" (Reino Celestial vol. 3) de Sue Lynn Tan

Ficha Técnica:

Nome: Tales of the Celestial Kingdom

Autora: Sue Lynn Tan

Série: Reino Celestial vol. 3

Editora: Harper Voyager

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 176

Data de Lançamento: 01/02

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Sinopse: Tales of the Celestial Kingdom é uma coletânea de nove histórias repletas de magia - duas previamente publicadas e sete originais, incluindo o epílogo da duologia - que se passa no encantador mundo criado por Sue Lynn Tan em sua estreia. Repleta de magia e mitologia, amizade e amor, estas histórias se passam no passado, no presente e no futuro dos dois romances, contados pelas perspectivas de diversos personagens, incluindo Chang'e, Shuxiao, Liwei e Wenzhi.

Com lindas ilustrações de Kelly Chong, estes contos fantásticos são o complemento perfeito para a série incrível de Sue Lynn Tan.

6 - "The Book of Love" de Kelly Link

Ficha Técnica:

Nome: The Book of Love

Autora: Kelly Link

Editora: Random House

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 640

Data de Lançamento: 13/02

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Sinopse: Seres sobrenaturais e caos descem até a pequena cidade costeira de Lovesend, Massachusetts, após o aparecimento inesperado de três adolescentes que tinham desaparecido.

Laura, Daniel e Mo desaparecem sem deixar vestígios há um ano atrás. Eles foram dados como mortos. O que eles estavam mesmo. Mas agora não estão. E fica a cargo deles descobrir o que aconteceu a eles.

Revividos pelo Sr. Anabin - o homem que eles conheciam como o professor de música do ensino médio - eles recebem uma oportunidade para voltar ao mundo mortal. Mas primeiro eles devem revolver o mistério de suas mortes e descobrir como usar a magia que eles possuem agora. E apenas dois deles podem permanecer.

O que eles não percebem é que o seu retorno ameaçou um equilíbrio delicado que era mantido por séculos.

7 - "The Warm Hands of Ghosts" de Katherine Arden

Ficha Técnica:

Nome: The Warm Hands of Ghosts

Autora: Katherine Arden

Editora: Del Rey

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 327

Data de Lançamento: 13/02

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Sinopse: Janeiro de 2018. Laura Iven foi uma enfermeira adorada até que ela foi ferida e dispensada do serviço médico, deixando para trás um irmão que ainda estava lutando em Flandres. Agora em casa em Halifax, no Canadá, Laura recebe a notícia da morte de Freddie em combate, junto com os seus objetos pessoais - mas alguma coisa não faz sentido. Determinada a descobrir a verdade, Laura volta para a Bélgica como uma voluntária em um hospital privado, onde ela logo ouve rumores sobre trincheiras assombradas e um estranho dono de um hotel cujo vinho dá aos soldados o dom do esquecimento. Poderia Freddie ter escapado do campo de batalha, apenas para cair vítima de algo - ou alguém?

Novembro de 1917. Freddie Iven desperta após uma explosão para se ver preso em uma casamata derrubada junto com um soldado inimigo ferido, um alemão chamado Hans Winter. Contra tudo, os dois formam uma aliança e são bem sucedidos em escapar do lugar. Incapaz de cogitar voltar para os campos de matança, especialmente em lados opostos, eles se refugiam com um homem misterioso que parece poder fazer o inferno das trincheiras desaparecer.

Enquanto a artilharia cai em Flandres e os fantasmas começam a se mover entre os vivos, os traumas mais profundos de Laura e Freddie são despertados. Agora eles devem decidir se seu mundo pode ser salvo - ou é melhor deixá-lo para trás.

8 - "The Bezzle - A Martin Hench Novel" de Cory Doctorow

Ficha Técnica:

Nome: The Bezzle - A Martin hench Novel

Autor: Cory Doctorow

Editora: Tor Books

Gênero: Ficção Científica

Número de Páginas: 228

Data de Lançamento: 20/02

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Sinopse: O ano é 2006. Martin Hench está no auge de sua carreira como um contador forense autônomo, um veterano da longa guerrilha entre pessoas que querem esconder dinheiro e pessoas que querem encontrá-lo. Ele passa seus momentos livres na Ilha de Catalina, onde bisões importados vagam pelas falésias e alimentos congelados requentados custam 25 dólares. Peraí... como é? Quando Marty atrapalha um esquema aparentemente inócuo durante suas férias na Ilha Catalina, ele não tem ideia que ele deu partida a uma cadeia de eventos que irão atravessar a próxima década de sua vida.

Martin fez seu erro mais perigoso: atravessou o playground dos ultrarricos e atrapalhou sua diversão. Para eles, dinheiro é uma ferramenta, um jogo, e uma maneira de fazer pontos, e eles encontraram o seu próximo alvo - o Departamento de Correções da Califórnia. Seguros de que seu conhecimento de que estão vivendo atrás de várias barreiras de companhia de fachada e investidores que nunca foram identificados, eles estão interessados não nas vidas que eles arruínam, mas apenas em quanto dinheiro podem desviar do governo e as centenas de milhares de prisioneiros que eles tem à sua mercê.

9 - "The Book of Ile-Rien - The Element of Fire and The Death of the Necromancer" de Martha Wells

Ficha Técnica:

Nome: The Book of Ile-Rien - The Element of Fire and The Death of the Necromancer

Autora: Martha Wells

Editora: Tor.com

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 752

Data de Lançamento: 27/02

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Sinopse: O Elemento do Fogo

O reino de Ile-Rien vive em perigo, ameaçado por perigos mágicos e intrigas terríveis, quando Kade, irmã bastarda do Rei Roland, aparece inesperadamente na corte. A filha ilegítima do antigo rei e da própria Rainha do Ar e das Trevas, os verdadeiros desejos de Kad são cobertos de mistérios.

Cabe a Thomas Boniface, capitão da Guarda da Rainha, manter o reino longe das ameaças. Mas poderá um homem ser forte o bastante para conter todas as magias dos fayre?

A Morte do Necromante

Nicholas Valiarde é um nobre apaixonado e amargurado e o maior ladrão de toda Ile-Rien. Nas ruas iluminadas a gás da cidade, Nicholas assume o disfarce de um mestre criminoso, roubando joias dos nobres ricos para financiar sua missão para uma vingança há muito desejada.

Mas a missão mortal de Nicholas está sendo interrompido por uma série de eventos estranhos, inexplicáveis e fatais. Uma magia sombria se opõe a ele e traços de um poder necromântico que não tinha sido usado há séculos abundam. Nicholas e seus companheiros se veem lutando contra um mal antigo.

E se eles perderem? A morte poderia ser preferível ao destino que os aguarda...

10- "Vangie's Ghosts" de Paul di Filippo

Ficha Técnica:

Nome: Vangie's Ghosts

Autor: Paul di Filippo

Editora: Blackstone Publishing

Gênero: Ficção Científica

Número de Páginas: 320

Data de Lançamento: 20/02

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Sinopse: Evangeline ou "Vangie", está sob o cruel domínio de pais de criação que não se importam com ela. Suspeitando-se que ela seja autista, a falta de afeto de Vangie é realmente o resultado de ser capaz de ver profundamente o multiverso. Ela é aturdida por inputs sensoriais de todo um conjunto de temporalidades alternativas. Logo, ela irá exibir um estranho poder, ativado apenas sob condições extremamente chocantes.

Vangie pode projetar sua consciência, a ela mesma e à sua alma, de uma linha temporal para outra, fugindo do perigo rumo à segurança. Este poder logo será explorado por um número de personagens sombrios, com a guarda de Vangie passando de um conjunto de adultos exploradores para outros.

Mas à medida em que Vangie fica mais velha e vive através de numerosos desafios e aventuras, ela se torna mais e mais segura de si e poderosa - talentos que irão eventualmente colocá-la frente a frente contra um rival semelhante a ela.

Resenha: "A Saga do Monstro do Pântano vol. 6" de Alan Moore, Stephen Bissette et al

Alan Moore encerra sua passagem pelo personagem em um arco de histórias onde o Monstro do Pântano tenta retornar para a Terra. Ele vai encontrar o Adam Strange, passar por um planeta biomecânico e até conhecer criaturas semelhantes a ele. Um belíssimo final para a passagem do Mago por este personagem que se tornou marcante em sua carreira.

Sinopse:

De 1983 a 1987, um jovem escritor britânico chamado Alan Moore revolucionou os quadrinhos dos estados unidos. Sua ousada abordagem na série do monstro do pântano, da dc comics, definiu novos padrões para a narrativa gráfica e desencadeou uma revolução na nona arte que repercute até os dias de hoje. partindo das premissas de horror gótico do título e construindo um marcante e intuitivo estilo narrativo e uma profundidade de caracterização sem precedentes, a visão de moore foi traduzida assombrosamente em belos desenhos de colaboradores como Stephen Bissette e John Totleben, Rick Veitch e Alfredo Alcala. o resultado é uma das mais duradouras obras-primas dos quadrinhos. este sexto e último volume da série reúne as edições 57 a 64 de Swamp Thing, e inclui as clássicas histórias Amor Alienígena e Toda Carne É Erva, bem como um texto introdutório de Stephen Bissette.

E com esse volume seis chegamos ao final da caminhada ao lado de Alan Moore contando a história de Alec Holland, o Monstro do Pântano, e sua amada Abigail Cable. Uma jornada que nos levou a vários lugares fantásticos e inusitados, nos fez refletir sobre diversos assuntos. Só tenho a elogiar esse trabalho magistral, e é inegável a marca que ele deixa em cada um de nós. Quando terminei o número 64 posso dizer que estava satisfeito e feliz de ter finalmente conhecido esse quadrinho. Essa é uma série perfeita, seja no seu conteúdo textual ou no artístico. Embora tenha achado o volume anterior melhor, este sexto tem aquele clima de despedida. A gente vai percebendo logo que começamos a ler a Odisseia vivida pelo Monstro que as histórias estão terminando. Por mim, leria as histórias do Moore sobre o Monstro eternamente, mas é visível o cansaço do Mago por conta da quantidade de projetos que ele participava naquele momento. Mesmo assim, ele entrega histórias incríveis até o final. Somente duas delas não tem roteiros dele, mas passaram por ele: Reunião, que foi escrita por Stephen Bissette e Comprimento de Onda, de Rick Veitch, que seria o sucessor de Moore na revista.

Dessa vez queria dar uma passada por cada uma das histórias para que possamos viver estes últimos momentos juntos. Não há spoilers aqui porque este sexto volume deve ser apreciado por todos. Vou mais compartilhar o que li e comentar a respeito. As duas primeiras histórias são Mistério no Espaço e Exilados e mostram o Monstro chegando a Rann, o planeta que se tornou o segundo lar de Adam Strange. O Monstro está tentando retornar para a Terra, após ter sido desconectado do planeta após o encerramento da confusão em Gotham no volume anterior. Ao chegar em Rann, ele se depara com um planeta bastante desértico, habitando por indivíduos focados na tecnologia. No primeiro volume, temos Adam Strange lutando contra o Monstro, em um repeteco dos encontros típicos entre super-heróis. O velho clichê da confusão que os transforma em inimigos no começo para depois se aliarem contra uma ameaça comum. Rann estava passando por uma situação de fome catastrófica e estava em negociações com Thanagar por uma tecnologia que os permitisse recuperar seu ecossistema. Thanagar queria a tecnologia do raio zeta. Quando o Monstro chega, ele muda a balança de negociações.

Moore nos mostra um personagem enfurecido na forma de Adam Strange. Alguém que tenta estar com sua amada o tempo inteiro, mas que por causa da instabilidade do raio zeta que leva e traz o terráqueo, ele nunca consegue estar o tempo todo com ela. São dois capítulos em que existe uma forte tensão sexual permeando as páginas. Essa tensão ou é apresentada de forma direta ou apenas insinuada. A maneira como Adam Strange é mostrado no primeiro capítulo é terrível. Ele é violento e temperamental, resultado de uma intensa vontade de estar com sua parceira, mas atrapalhado pelas circunstâncias. No prefácio, Bissette brinca com a ideia de coito interrompido. E é bem isso mesmo. A reação violenta de Strange à chegada do Monstro é completamente desproporcional. Durante suas reflexões, Strange sempre retoma algum tipo de descrição sexual explícita de sua amada. A virada narrativa no final com uma surpresa deixada ao final da história corrobora isso. A propósito: o xingamento da thanagariana sobre Strange ter sido atraído para Rann apenas para engravidar Alanna não é lá tanto um xingamento assim.

A arte das duas edições foi feita por Rick Veitch e com arte-final do Alfredo Alcala. Veitch combina bem com essa vertente de ficção científica que o Moore se volta nesses últimos volumes. A gente consegue ver a naturalidade como ele desenha ambientes estranhos. A própria palheta de cores empregada é bastante diferente do comum empregado nas mensais do Monstro do Pântano. Há uma enorme quantidade de quadros usando cores quentes como amarelo, vermelho e laranja. As sequências de ação são bem construídas inclusive aquelas que envolvem combates aéreos. Tem outras histórias com uma arte mais impressionante do que essas duas histórias, mas Veitch consegue entregar algo de relativa competência para o leitor. Gostaria que o Veitch tivesse abraçado mais a esquisitice (embora tenha outras histórias completamente doidas neste volume), mas fiquei satisfeito com o resultado. E o roteiro está muito bem contado.

A seguir temos a primeira história que não tem roteiro do Alan Moore, mas de Stephen Bissette. E ela vai trazer de volta dois personagens da fase do Len Wein: o Homem Remendado (Anton Arcane, tio da Abby) e Gregor, o pai dela. Essa é uma história cujo título mostra bem o que ela significa: Reunião. São pessoas do passado da Abby com as quais ela precisava resolver assuntos pendentes. Anton é alguém que causou muito sofrimento na vida dela e agora paga por seus pecados no inferno. Essa história não é tanto sobre Anton, mas com Abby precisando resolver seus sentimentos em relação a seu pai. Ela agora trabalha em uma casa de idosos e sente sua vida definhando. O sofrimento de ter perdido seu amor, sua cidade, seu trabalho em Elysium Lawns. As recordações de seu pai se mesclam com suas insatisfações. Somente quando ela conseguiu resolver essa parte de sua vida, seja a partir de um processo de aceitação, ou de abraçar seus problemas, ou apenas de relegá-los a segundo plano, é que ela vai conseguir seguir adiante. Bissette é muito inteligente com esse roteiro porque ele faz uma associação com a Criatura de Mary Shelley em Frankenstein. A relação da personagem feminina na trama de Shelley e como ela se relacionava com o seu pai e depois com a Criatura.

Repetimos a dupla artística nesta edição e confesso que gostei mais do Veitch aqui. Ele se soltou mais e explorou mais o lado bizarro e do terror. Preciso elogiar os trechos iniciais e finais dessa edição com as imagens incômodas do sofrimento de Anton no inferno. Isso sim é que é representar uma punição demoníaca. Incomoda só de olhar. O design de personagens está mais voltado para o disforme e o curvado/retorcido voltando àquela vibe mais de terror das histórias do Monstro. O que eu senti é que Veitch se inspirou nas edições da revista desenhadas pelo Bernie Wrightson. Boa parte dos quadros emprega jogos de luz e sombra (daí a importância fundamental de um arte-finalista como o Alcala) para representar sombras e silhuetas. O design do Homem Remendado é bem estranho, mas tão legal ao mesmo tempo. Ele vai ficando cada vez mais deformado à medida em que a história vai passando até o momento de clímax lá no final onde a deformidade chega a momentos bem gore, com membros caindo, um rosto se desfazendo.

Estou até agora tentando descobrir se gostei mais de Amor Alienígena ou da história que se segue a ela. Talvez a seguinte porque ela tem um estilo de contar histórias mais tradicional. Essa aqui é puro suco de lisergia do Alan Moore. Para quem achou a relação sexual ampliada pelo inhame maluco bizarra, essa edição como um todo supera e muito isso. Simplesmente temos o Monstro passando por um planeta cuja estrutura formativa é meio carne e meio metal. A consciência planetária se apaixona pelo Monstro, a quem a consciência considera um invasor. E a edição inteira é a consumação desse amor em átomos difusos e estranhos. O Monstro tenta resistir para não ficar preso neste lugar enquanto a consciência mergulha cada vez mais fundo nos segredos universais do amor entre seres incorpóreos. Sério.. isso é de uma piração maravilhosa. John Totleben retorna para essa edição com sua arte e compra toda a insanidade produzida pelo Mago em seus roteiros. Em vários momentos eu jurava que estava lendo algo desenhado pelo Philip Druillet de tão malucas que eram as composições. Lembra muito Lone Sloane até porque não há bem enquadramentos nas páginas. São composições de página inteira ou de splash page com os desenhos formando figuras únicas repletas de detalhes ou sequências de imagens interpoladas.

Saímos de uma história elogiadíssima para outra. Toda Carne é Erva é outro clássico com mais um roteiro insano de Moore onde o Monstro vai parar em um planeta formado por seres vegetais conscientes. Ao buscar se ancorar ao planeta, o Monstro acaba alterando drasticamente a vida destes seres que o veem como alguém que trouxe o apocalipse para o planeta. Moore é inteligente ao nos contar a história do ponto de vida destas criaturas. Acompanhamos suas vidas e seus dilemas até a chegada do Monstro. Por exemplo, o Lanterna Verde desse planeta acaba de perder uma pessoa muito importante em sua vida e tenta lidar com um forte sentimento de depressão. O sacerdote da religião local está com uma terrível crise de fé e pensa em tirar sua própria vida. Um casal está lidando com os prazeres e os delírios da descoberta do amor. O roteiro é muito inspirado e a gente se apega rapidamente a esses personagens. A chegada do Monstro é um momento de ruptura quando Moore pode dar uma conclusão à jornada desses personagens que ele acaba de criar. Aqui sim temos a melhor arte do Veitch, como pode ser vista no quadro acima. Inspirado, detalhista, maravilhoso. Não tenho nem muito o que dizer além do que já mencionei antes.

A próxima história é a segunda sem roteiro de Moore, e sim do Veitch. E já dá uma palhinha do que vai ser a sua trajetória quando ele assume o Monstro em Regênese. Essa é uma narrativa mais puxada para a ficção científica e insere o Monstro na narrativa do conflito entre Darkseid e o resto do universo. O Monstro vai parar dentro de uma caixa materna que é encontrada por Metron pilotando a sua Poltrona Mobius. Seguindo instruções da caixa materna, o Monstro oferece a Metron a possibilidade de eles adentrarem na Fonte e descobrirem os seus mistérios. Mas, o que se esconde lá e o que eles verão? Aqui não quero contar demais, mas de certa forma é uma narrativa que insere mais um elemento para que Darkseid possa pensar em como resolver a Equação Antivida. Parece algo tão óbvio, mas posto de uma forma tão delicada. A arte também é do Veitch e vemos ele seguindo os conceitos insanos de Amor Alienígena, mas dentro de uma formatação mais tradicional.

As duas últimas histórias lidam com o retorno do Monstro à Terra. E não vou mencionar mais do que isso. Tem várias cenas muito marcantes em ambas as edições, mas confesso que A Volta do Bom Gumbo me fez chorar. Narrativa muito marcante e aponta para alguns temas que serão explorados nas próximas décadas nas revistas do Monstro. Ele reflete sobre qual o papel dele neste mundo, já que ele retornou com seus poderes ampliados. Com o controle que ele tem sobre os vegetais, ele poderia resolver a fome no mundo. Mas, será que se ele fizesse isso, resolveria o problema? Como um elemental do verde, o Monstro passa a pensar em si mesmo como alguém isolado do mundo, existindo dentro de sua própria temporalidade. A humanidade precisa aprender e se desenvolver por si mesma, sem a interferência de um ser de tal magnitude. Sem mencionar em sua situação amorosa com Abigail. Tudo isso apresentado de uma maneira muito amorosa por Moore. Fiquei tocado pela delicadeza do roteiro. Vale destacar que a série tem um final fechado bonitinho, amarra todos os elementos de enredo, sem deixar nada para trás. Se o leitor nunca mais tocar em nada do Monstro, não sentirá falta alguma. Moore fez questão de aparar todas as arestas. Fico tentando pensar no que Veitch fez em Regênese porque só sacudindo tudo para continuar a revista. E, mais uma vez: que série fenomenal. Já é inesquecível em meu coração.

Ficha Técnica:

Nome: A Saga do Monstro do Pântano vol. 6

Autores: Alan Moore, Stephen Bissette e Rick Veitch

Artistas: Stephen Bissette, Rick Veitch, John Totleben e Tom Yeates

Arte-Finalistas: Alfredo Alcala e Tom Yeates

Colorista: Tatjana Wood

Editora: Panini

Tradutor: Edu Tanaka

Número de Páginas: 208

Ano de Publicação: 2018

Outros Volumes:

Vol. 1

Vol. 2

Vol. 3

Vol. 4

Vol. 5

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O Ficções Humanas em 2024

Hora de fazer aquela autoanálise tão necessária para nós. Quais os nossos planos, o que pretendemos e que mudanças fizemos? Vamos conversar um pouco.

Gosto sempre de começar todos os anos aqui neste espaço procurando entender e refletir sobre o que passou e buscar minhas motivações para mais um ano que se inicia. E este vai ser um ano importante para mim no lado pessoal porque ele vai determinar possíveis mudanças na minha rotina de vida. Talvez coloque minha própria capacidade de postar em risco porque as prioridades serão outras. Mas, isso são coisas a serem pensadas ao longo do ano. Antes de mais nada gostaria de agradecer a todos aqueles que nos acompanham todas as semanas. Só tenho gratidão a quem aposta no nosso trabalho, curte o que postamos e tem em nossas opiniões algum tipo de parâmetro até para suas escolhas de leitura. Algumas pessoas já me mandaram mensagens dando esse tipo de depoimento e só consigo sentir orgulho disso. Vocês são o motivo de eu ainda estar nessas internetis da vida. Do contrário já teria desistido e mantido minhas opiniões só para mim.

Como vocês puderam perceber, decidir assumir solo as funções do blog. Não sei se pretendo mais pegar colaboradores. E não tem nada a ver com quaisquer confusões ou chateações. Só tenho coisas maravilhosas a dizer sobre todos os colaboradores que tive. É só que eu sou um quarentão, virginiano, perfeccionista para caramba e rabugento como só. A cada ano que passa fico mais e mais rabugento. Todo bom virginiano acredita que o trabalho mais perfeito que alguém pode fazer é o seu. Qualquer coisa diferente do seu trabalho está errado. (risos) Brincadeiras à parte, gostaria de ter mais tempo e paciência para ter colaboradores e trabalhar com calma junto com eles. Mas, editar é algo trabalhoso. Exige que você leia um texto várias vezes e mesmo assim ainda podem sair problemas. Quem edita um texto não pode transformá-lo em sua própria voz; precisa respeitar o estilo e a forma de escrever de quem o fez. Caso contrário estaria desrespeitando o processo de autoria. Fazer isso de graça ao mesmo tempo em que precisa se preocupar com sua própria produção cansa bastante. Portanto, a menos que eu seja pago para editar, não farei mais isso no Ficções Humanas por agora. Fora que deixei uma ótima quantidade de textos e resenhas de minha autoria nos quais eu poderia ficar meses sem escrever nada e ainda assim teria conteúdo.

Outra mudança que estou adotando esse ano é que estou abandonando de vez a busca por parcerias com editoras. Não participei de nenhum processo de seleçãoe nem adianta me linkar para participar. Quem tem blogs de texto não tem mais espaço com editoras. Elas não querem mais esse tipo de parceiros. Como eu não estou disposto de me fantasiar de panda e dançar cancan, fazer trendzinha da moda, plugar livros no tiktok, fazer fotografias no alto dos montes Apeninos do lado da flor silvestre que só abre no solstício. ou criar arte contemporânea com livro de ficção, me considerem fora disso. Editora quer tiktoker, instagrammer, canal grande de youtube. Aqui posto resenhas em texto, à maneira tradicional. Não esperem que eu invente a roda nos próximos meses. O que farei é o que sempre faço todos os anos: estudo ainda mais escrita criativa, assisto cursos de autores, gosto de conversar sobre o processo de escrita com outros autores. Escuto muito o que bons autores tem a dizer. Nesse momento estou lendo o Wonderbook, livro famoso do Jeff Vandermeer sobre o assunto. Sempre paro, leio um capítulo, faço marcações, procuro reler para fixar e anoto muito. Definitivamente não sou resenhista de sinopse de livro. Vocês não vão me ver fazendo suflê de chuchu com capa de livro. Respeito quem faz, mas não é o que eu faço. Posso dizer com folga que meus dois únicos parceiros hoje são a Avec Editora, a Dame Blanche, a Plutão Livros e a Editora Draco. Fora parcerias eventuais que faço com autores como o Alexey Dodsworth, o Fábio Fernandes, a Ana Lúcia Merege, a Jana Bianchi entre tantos outros que não vou me lembrar de cabeça os nomes (e já peço desculpas a todos). Aqui é blog de texto raiz e isso é o que fez a galera nos procurar.

Sobre parcerias com autores estou sendo bastante meticuloso com tudo. Hoje mesmo já tive dois autores querendo me mandar livros para ler. Vou ser bem claro nessas linhas: não me comprometo mais com ninguém. Quer mandar seu livro? Maravilha. Só não espere que eu vá lê-lo hoje ou amanhã. Tenho vários compromissos a cumprir além de eu não querer comprometer mais a minha liberdade de leituras para cumprir prazos. Passei dessa fase há muito tempo. Até tenho lá meu kit mídia para quem quer pagar para eu ler, mas ando tão preguiçoso que nem divulgo mais isso. Estou quase pensando em colocar um link no site para quem quiser fazer isso. No passado, fiquei muito preso nessas leituras de parceria e não consegui ler nada que eu queria. Hoje estou com bastante material para ler dos parceiros de editora, fora um agente literário ou outro que também me procuram para divulgar material e acabo cedendo porque sempre me enviam algo legal. Mas, como disse lá no parágrafo anterior: sou quarentão, virginiano e rabugento.

O que vocês podem esperar do blog este ano? Bem, resolvi tirar vários livros que gosto da pilha e dar prioridade para eles. Então vou terminar de ler várias séries que estavam pendentes. Vocês pediram resenhas dos livros do Sanderson... tem pelo menos duas chegando. Uma que vou postar nas próximas semanas inclusive de um livro que muitos querem ver no Brasil e ainda não chegou. Tem Malazan (estou terminando de ler o volume 4 no momento em que escrevo). Vai ter uma série que prometi à minha antiga colaboradora, a queridíssima Amanda Barreiro (que vocês podem acompanhá-la lá no podcast Perdidos na Estante), que iria retomar a leitura (sim, Amanda... vou ler o volume 2 daquele autor que você gosta de novo porque você disse que eu não tinha lembrado de nada da história...). Enfim, vocês vão me ver sem amarras esse ano, criando hábitos de leitura mais presentes e, quem sabe, compartilhando novidades legais ao longo do ano.

Antes de ir embora, deixo só mais uma para vocês verem o quanto este trabalho do Ficções ganhou mais e mais espaço: mais uma vez vou ter matérias do site fazendo parte de um livro didático de uma grande editora. Agora volta e meia eu vendo direitos autorais do que produzo. Ou seja: esforço compensa, meus caros.