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Depois dos acontecimentos de Os Melhores do Mundo, Damian Wayne liberta o demônio Nezha que inicia um plano de vingança contra o Homem-Morcego. E ele contará com a ajuda de seu filho para isso.


Sinopse:


Continuando os eventos de Batman/Superman: O Melhor do Mundo e Guerra das Sombras, pai e filho lutarão em uma das histórias mais arrebatadoras já contadas! No coração da Ilha de Lázaro, o legado demoníaco da linhagem da família al Ghul foi finalmente libertado, e o Demônio Nezha está em busca de sangue. Com Damian nas garras de Nezha e Bruce assombrado pelo retorno de um velho amigo, o Cavaleiro das Trevas e o Menino-Prodígio se enfrentam na batalha do século! O lendário escritor Mark Waid comanda este épico na vida do Cruzado Encapuzado!






Para entender essa HQ, é necessário ter lido as cinco primeiras edições de Batman/Superman - Os Melhores do Mundo. É uma continuação direta de lá. No final desse arco os dois heróis trancam o demônio Nezha na ilha de Lázaro. Alguns anos mais tarde, nos deparamos com Damian que vive um momento emocional ruim. A morte de Alfred durante a luta contra o Bane, fez com que ele se recriminasse pelo ocorrido. Bruce não foi capaz de consolá-lo e o jovem parte em uma viagem de penitência. Ao chegar na ilha de Lázaro, ele participa de um torneio onde acaba libertando Nezha que o possui imediatamente. Nezha liberta todos os sentimentos reprimidos do garoto que o incendeiam e o colocam contra seu pai. A partir daí, o demônio coloca seus planos em ação junto com a Mãe Alma, a mãe de Ra's al-Ghul. Todos os seres com poderes mágicos começam a ser capturados e tem seus poderes retirados para alimentarem um artefato mágico poderoso e dar a Nezha poderes inacreditáveis. Caberá ao Homem-Morcego deter seus planos.


Antes de mais nada, quero explicar porque o número 5 da série (o final) não está aí. Ele precisa ser lido após o one-shot Planeta de Lázaro que irei comentar em outra postagem. Então o epílogo dessa série irei comentar junto com o one-shot.


Mark Waid conseguiu criar o seu próprio puxadinho na DC. O trabalho que ele tem feito ao lado do Dan Mora em Os Melhores do Mundo tem sido fabuloso e a editora percebeu que o autor tem produzido ouro. Então, a DC fez o certo e deixou Waid fazer o que quisesse. Batman vs Robin surge como um spin off do que ele vem fazendo. E está na cara que Waid entende muito bem a mecânica de ser super-herói. Seus roteiros são leves e fáceis de entender, apesar de possuírem múltiplas camadas. Waid é um daqueles autores que bebem da Era de Prata na sua forma de escrita. Ele se adequa bem aos parâmetros atuais, mas possui vários pés nesse formato mais clássico. Por mais que Batman vs Robin seja uma HQ que é derivada de outra coisa, é possível lê-la sozinha. Por incrível que pareça. Claro que quem leu Os Melhores do Mundo e conhece o que aconteceu na fase do Tom King no Batman ou acompanha o Damian em sua HQ vai ser recompensado com easter eggs e informações extras. Mas, a obrigatoriedade acaba aí. É extra. Não é essencial. É possível se divertir se focando apenas na minissérie. O roteiro tem algumas conveniências básicas, mas não é nada que afronte a minha inteligência. Apesar de eu achar Os Melhores do Mundo com um roteiro mais inspirado. Só percebi aquela pegada do Waid de Os Melhores do Mundo nas edições 3 e 4. As duas primeiras são bem desinteressantes, mas talvez seja porque o autor acabou precisando explicar demais as coisas.


A arte do Mahmud Asrar é interessante e combina com o clima obscuro e mágico dessa minissérie. Não chega a ser uma arte que me encante os olhos, mas gosto da sua composição de quadros. Asrar entrega detalhes bem bacanas, principalmente quando ele se vê precisando desenhar interiores. Estes são bem detalhados, onde o artista integra os personagens à cena. Há um emprego forte de sombras e silhuetas nas duas primeiras edições de forma a dar esse ar sombrio e melancólico ao quadrinho. Tem uma cena legal onde Asrar desenha a mansão Wayne à noite e embaixo ele desenha a mesma coisa, mas com trovões estourando atrás dela. Dá um ar agourento ao que vai acontecer. É uma cena clássica de terror que funciona até hoje. Cria antecipação no leitor. Nas duas últimas edições o elemento mágico está mais presente então as cenas precisam ser mais insanas. Acho que é aí que o artista se perde um pouco. Sem falar em que temos Scott Godlewski precisando complementar. Não sei se foram os prazos apertados ou se Godlewski pegou apenas algumas páginas por fazer. Fato é que dá uma certa diferenciação entre as duas artes, mesmo com Godlewski tentando emular razoavelmente a arte de Asrar. A quadrinização é bem padrão, com o uso de quatro a sete quadros por páginas. Temos algumas splash pages espalhadas, mas Asrar não costuma empregá-las com frequência.


No fundo esta série é sobre o Bruce e o Damian. Os acontecimentos do final de Cidade do Bane foram traumáticas para ambos. Alfred era uma figura importante na Bat-família e servia como o contraponto humano nesse mundo estranho de capa e bugigangas. A maneira como a tragédia aconteceu ressoa diferente para pai e filho. Bane quebra o pescoço de Alfred na frente de Damian enquanto Bruce estava longe lidando com outra situação. Para Damian, a sensação foi a de impotência diante de um inimigo poderoso demais e ele nada pôde fazer para impedir. Para Bruce, a sensação foi a de ter chegado tarde demais para salvar a vida daquele que funcionou como um segundo pai para ele. No meio dessa tristeza toda, Bruce, que é um cara que não sabe lidar bem com seus sentimentos, não oferece o carinho e o conforto que seu filho precisava naquele momento. Ambos viveram uma perda e precisavam ter passado por aquilo juntos. Mas, não foi isso o que aconteceu. As feridas se abriram mais e o abismo entre ambos só cresceu.


Waid foi bastante inteligente nessa série. Ele criou o personagem Nezha que na revista de Os Melhores do Mundo era um demônio muito poderoso que possuía uma terrível habilidade de possuir a mente e o corpo das pessoas. Nessa revista, Waid usa uma abordagem quase oriental para contar como Batman e Superman fizeram para deter um inimigo dessa proporção. Nezha é mostrado como um ser mágico, nada mais do que isso. É dado um contexto de que heróis no passado tentaram destruí-lo, mas só conseguiram aprisioná-lo. Em Batman vs Robin, Waid agrega mais à mitologia do personagem associando aos poços de Lázaro. Gostei da ideia, não achei forçada nem nada. Oferece mais camadas ao inimigo e consegue conectá-lo ao universo do Morcego. Alguns detalhes dependem de um pouco de conhecimento prévio para entender a gravidade da coisa, mas nada espetacular. Gostei também do fato de que a minissérie vai ter uma consequência maior para a DC, só não sei se vai ser mais limitado ao que o Waid está criando ou se vai se espalhar mais.


Durante a série Bruce revê bastante sua relação com todos os Robins. Damian é o filho rebelde dele. Tem uma personalidade bem complicada de lidar, mais até do que o Jason Todd. O que acho interessante é que Damian é rebelde no sentido de não aceitar determinadas situações sem questionamento enquanto Todd era apenas insensato mesmo. Mesmo estando possuído por Nezha, o que Damian pontua para o Bruce não deixa de ter lá alguns níveis de verdade. O próprio assume isso. Não sei como isso vai afetar futuramente o personagem, mas é válido pensar que o Morcego, quando começou sua cruzada contra o crime, não se imaginou tendo tantas pessoas as quais cuidar. Sempre pensou em si mesmo como um lobo solitário. Ter um filho como o Damian, que precisa muito ser guiado por ter tido uma criação difícil ao lado da Liga dos Assassinos, impõe novos desafios a ele. E novas reflexões onde ele precisa começar a pensar em si mesmo como um pai e um modelo. Vemos também o quanto ele reluta em seguir em frente após a perda do Alfred. É algo ao qual ele não se perdoou e é algo que fez com que o Damian estivesse nessa situação.


Já o Damian se vê precisando lutar contra seu pai. Me questiono o quanto Nezha teve dificuldades para despertar o lado sombrio do garoto. Porque os sentimentos negativos já estavam ali, quase transbordando para fora dele. A rejeição, a impotência e a culpa criaram raízes em seu coração e o levaram a tomar atitudes imprudentes. No fundo, Damian ama seu pai, mas ele está com raiva de si mesmo e de seu pai por não ter lhe estendido a mão quando precisou. É uma briga simples de pai e filho que leva a duras palavras sendo ditas que machucam um ao outro. Tanto é que quando Porcoso buscou mostrar ao garoto que era possível resistir à possessão e colocou em questão o que aquilo tudo significava para ele, foi o que ele precisava para finalmente chegar às suas próprias conclusões. Outro detalhe é como o Mahmud Asrar desenhou bem a luta dos dois, mostrando detalhe a detalhe quase um balé de golpes e contragolpes. Cena bem feita e bem coreografada, mostrando como o artista entende bem as cenas de ação.


Batman vs Robin é uma boa minissérie, fechada em si. Se o leitor não se interessar em ler Planeta de Lázaro, leia a quinta edição que é totalmente possível. Você pode ignorar o evento (não vai estar perdendo lá muita coisa...) e ver qual foi o impacto emocional para pai e filho. Gostei de como Waid encerrou a série em si mesma, e que deu a possibilidade de que aquele leitor mais conhecedor do universo DC ter algum prêmio por saber mais sobre a mitologia do personagem. Ou seja, é uma HQ que vai agradar aos que estão chegando agora com algo divertido, ou aos mais experientes, com uma mitologia mais profunda e densa. A arte cumpre bem o seu papel e nos entrega alguns bons momentos, apesar de ter aquele estigma de possuir outro artista para precisar fechar a edição. No fim de tudo, curti e recomendo.












Ficha Técnica:


Nome: Batman vs Robin ns. 1 - 4

Autor: Mark Waid

Artistas; Mahmud Asrar e Scott Godlewski

Editora: Panini Comics

Tradutor: Diogo Prado

Número de Páginas: 48 cada

Ano de Publicação: 2023


Link de compra:

N. 1

N. 2

N. 3

N. 4








De volta a Genabackis, uma nova ameaça invade as cidades do continente: o Pannion Domin. Sua expansão tem sido mortal, usando um exército formado por canibais e o uso de mortos-vivos demoníacos. Isso irá obrigar a uma tênue aliança entre Dujek, Caladan Brood, Anomander Rake, o rei Kallor. No meio de tudo isso, uma estranha garota chamada Silverfox pode desequilibrar a balança para qualquer lado.


Sinopse:


O continente devastado de Genabackis deu origem a um terrível novo império: o Pannion Domin. Como uma onda de sangue corrompido, ela se espalha por todo o continente, devorando tudo. Em seu caminho se põe uma aliança instável: o exército de Umbraço e os Queimadores de Pontes de Whiskeyjack junto de seus antigos inimigos - mas forças do Senhor da Guerra Caladan Brood, Anomander Rake e seus magos Tiste Andii e o povo Rhivi das planícies.


Mas mortos-vivos antigos também estão se reunindo: os T'lan Imass ressurgiram. Porque parece que alguma coisa tanto sombria como maligna ameaça este mundo. Rumores chegam de que o Deus Aleijado agora se libertou e está disposto a realizar uma terrível vingança.







Depois de dois anos longe de Malazan, ainda nutrindo uma esperança de que alguma editora bondosa adotasse a série, desisti finalmente e peguei minhas edições americanas para ler. Os acontecimentos do segundo volume, Portões da Casa dos Mortos são citados sutilmente nesse volume e terão impacto mais na parte final, então para uma introdução ao terceiro livro prefiro ficar mais no primeiro. Estamos de volta a Genabackis, depois dos acontecimentos na cidade de Darujhistan. Me lembrei em dez minutos de o quanto Erikson é um dos melhores autores de fantasia da atualidade, com tramas maduras e que não brincam com o leitor. Ele não facilita a sua vida, ele não pega na sua mão. Quer acompanhar a história? Leia com atenção, entenda as lacunas, junte as informações. Nada é mastigado. E mesmo assim, a história é aterrorizante. A gente vibra, chora, sofre, passa todas as emoções junto dos personagens.


Proteger a cidade de Darujhistan das ambições da imperatriz Laseen provocou uma série de mudanças drásticas no status quo do mundo. Laseen tentou usar a fúria do Jaghut Raest para liquidar com seus opositores e acabou por criar novos inimigos. Nessa nova realidade, surge um novo império chamado Pannion Domin, uma pequena teocracia que subitamente começa a expandir seu território usando de métodos extremamente violentos. Figuras importantes como Dujek, Caladan Brood e o rei Kallor decidem se unir, deixando suas diferenças de lado por ora para lidar com um adversário do qual se tem pouca informação. No meio disso tudo surge Silverfox, que era um bebê em Jardins da Lua e agora é uma garota de dez anos. Seu crescimento acelerado se deve à sua habilidade de sugar a energia vital da Mhybe, aquela que lhe deu a luz e representa os povos Rhivi. Silverfox contém as almas das feiticeiras Tattersail e Nightchill (ambas mortas durante o confronto contra Bellurdan) e mais uma alma não identificada. Silverfox está no comando dos imortais T'lan Imass, o que a torna formidável logo de partida. Além disso tudo, Ganoes Paran conseguiu fazer o impossível no primeiro volume: depois de ter sido absorvido pela espada de Anomander Rake, ele conseguiu escapar de um artefato que suga as almas e libertou junto com ele dois Cães da Sombra. Agora ele possui o poder de controlar o Baralho dos Dragões. O que isso significa? E que demônios estão perambulando próximos a Capustan, futuro destino dos olhares do Pannion Domin?


Fazer uma resenha de um livro do Erikson é um trabalho bem complicado. Em cada volume de Malazan muita coisa acontece e a gente sempre acaba se lembrando de algum detalhe que esqueceu de mencionar. Essa é uma das qualidades de sua escrita: nunca estamos parados completamente. As suas narrativas são como imensas peças de xadrez onde novos acontecimentos se sucedem a cada nova jogada. Por mais que existam vários núcleos de personagens, eles estão sempre fazendo alguma coisa. E cada cena interfere no âmbito maior dos acontecimentos. É terrível pensar que essa é uma leitura que exige bastante atenção do leitor caso contrário você irá se perder. Isso é um fato. Se você está esperando uma leitura tranquila, esse não é o livro para você. Erikson é famoso por não pegar na mão do leitor. A narrativa não é mastigada, o autor sequer se preocupa em te situar na história. Quem o diga quem leu Jardins da Lua e se viu completamente perdido na introdução do livro. Vemos muitas séries por aí onde o autor vai explicando didaticamente o que está acontecendo, gastando vários capítulos para isso. Não é o caso aqui. Não se trata de uma leitura estupidamente difícil, mas ela exige de nós empenho, capacidade de relacionar acontecimentos, perceber as sutilezas. E isso é recompensador. Quando dá aquele estalo do "a-há", o leitor se sente agraciado com o fato de o autor tê-lo tratado como adulto. Respeito o didatismo de alguns autores, e é isso o que os fazem ser populares, mas não quero ser tratado como um moleque. Quero tramas que sejam adultas, que me entreguem detalhes e minúcias e me permitam juntar dois mais dois. É isso o que tem aqui.


Erikson é um escritor das antigas, mais focado na narrativa do que necessariamente em personagens. O leitor que está há muito tempo afastado da série pode ter uma dificuldade inicial em se situar na história, mas nada que alguns minutos de pesquisa não resolvam. E vão na fé; Erikson vai te colocar nos trilhos. Por ser um autor mais clássico, ele não emprega aquele estilo de Pontos de Vista (POVs) que se tornou tão famoso nos últimos vinte anos. Ele prefere alternar entre personagens durante os capítulos e não criar um capítulo apenas para um POV. São como personagens em um filme onde as cenas se alternam, os acontecimentos se empilham um após o outro e depois retornam para continuarmos a história. É eficiente e mantém a atenção do leitor. Alguns núcleos são mais comuns nos dois primeiros "livros" (não vou passar dessas duas partes para não dar spoilers porque o negócio fica estreito a partir do livro três) como os da Mhybe, Ganoes Paran, Toc o Jovem, Gruntle e a galera dos Queimadores de Pontes (Picker, Blend, Violinista e Quick Ben). Aliás, recomendo prestar atenção na introdução de Memories of Ice porque contém acontecimentos importantes. É o delineamento dos momentos finais do confronto entre T'lan Imass e Jaghuts antes do ritual que transformam os T'lan em seres imortais. Tem alguns detalhes neste capítulo que serão importantes mais tarde. Erikson adora brincar com a nossa falta de atenção às introduções; é a terceira vez que faz isso.


Nota do editor: Não lembro mais os nomes traduzidos dos personagens. Então alguns que eu for lembrando, edito na postagem. Quem se lembrar de outros nomes, me deem um toque que eu corrijo. Infelizmente me livrei das edições brasileiras porque me chateei com o abandono da editora e adquiri edições americanas.


A Mhybe (que é um título e não um nome) é uma mulher bastante sofrida nesta história. O nascimento de Silverfox foi um milagre absoluto: imaginem uma criança que nasce dentro de um Labirinto, uma dimensão mágica que alimenta os poderes dos feiticeiros daquele campo, e tem uma gravidez acelerada com a inserção de espíritos de outros seres muito poderosos. A jovem Silverfox percebe o perigo que está vivendo e acelera o seu crescimento mais ainda e usa as habilidades do Labirinto Telann para se alimentar da força vital de sua mãe. Esta dá a ela anos de sua vida em troca desse crescimento. A Mhybe é uma mãe e seus instintos maternos lhe dizem para proteger sua filha. Mas, esta lhe violenta, matando-a pouco a pouco. Sua força vital sendo sugada e sua dor se tornando tão forte que ela implora aos deuses para que a liberte disso. Ela se sente violada por servir apenas de instrumento para que seres poderosos joguem o seu jogo. Até mesmo o suicídio lhe é negado quando poderes superiores interveem em sua vontade. Ela não sabe o que sente por Silverfox, mas procura ajudá-la da melhor forma possível que é não resistir. É curioso como Erikson gosta de inserir esses personagens mártires que se tornam marcantes; no volume passado foi um homem realizando uma travessia pelo deserto junto de homens e mulheres camponeses e miseráveis, e agora uma mulher que precisa lidar com a dor da morte em vida.


Por outro lado Silverfox tem suas próprias preocupações em mente. A personagem é fruto de três almas poderosas, mas quem é que manda no corpo? Esse vai ser um motivo de debate, principalmente porque temos duas feiticeiras dotadas de muito poder na pele de Tattersail e Nighjtchill. Tattersail é uma mulher de honra, fez parte dos Queimadores de Pontes e tem toda a confiança de Whiskeyjack. Uma pessoa centrada e que sabe usar seus poderes com o cuidado e a atenção necessária. Só que temos Nightchill no bolo e toda a situação que levou à morte de seu marido Bellurdan a fez perder o rumo completamente. Sem falar que ela já era uma feiticeira volátil, que emprega poderes das trevas com uma força vista apenas em poucos indivíduos. Para manter Tattersail como a dominante, Whiskeyjack acaba usando o relacionamento dela com Paran para mantê-la emersa. Só que isso é mais fácil falar do que fazer já que o relacionamento dos dois está balançado por essa nova encarnação de Tattersail. O rei Kallor, um ser condenado à imortalidade por seres ancestrais (está lá na introdução), percebe o perigo de Silverfox e sabe muito bem quem se esconde em seu interior. Kallor deseja matar a criança a qualquer custo e quando o Grande Rei coloca algo em sua cabeça, ele vai fazer o impossível para que isso aconteça.


Só que existe um outro detalhe na existência de Silverfox. A primeira Reunião, o evento que fez da raça ancestral T'lan em T'lan Imass, aconteceu há milhares de anos atrás. Desde então os Imass são temidos como uma força imbatível de combate devido à sua imortalidade e aos seus poderes místicos saídos do Labirinto Telann. Foram usados até mesmo pelo rei de Malaz como uma força militar que o ajudou a conquistar as Sete Cidades. Só que Laseen não aprendeu como lidar com os Imass e estes se tornaram meio que livres. Os Imass se tornaram imortais para destruírem todos os Jaghuts existentes na face do mundo. Raest era o último Jaghut e foi eliminado na defesa de Darujhistan. Sem a existência da motivação que os faz serem imortais, o que resta aos Imass? Onos T'oolan, um Imass que teve contato com Toc o Jovem durante a defesa da cidade daru, revela essa tristeza em seu coração. Suas órbitas vazias e sua ausência de sentimentos ilustram o quanto essa antiga e poderosa raça perdeu, deixou para trás em troca de uma vingança. É aí que Silverfox consegue comunicar a todos os Imass restantes no mundo que é chegada a hora da Segunda Reunião. Todos os Imass se dirigem a um mesmo local, quando a guerra contra o Pannion Domin vai justamente ser iniciada. Essa é a dúvida de Kallor: a quem Silverfox está servindo? Trazendo uma força imortal para junto dela, ela é uma aliada ou uma inimiga? Sempre lembrando que no interior de Silverfox, duas forças antagônicas lutam pelo controle do corpo. Tattersail é uma aliada, mas Nightchill é uma incógnita.


No pano de fundo disso tudo, temos as manipulações de um ser ancestral conhecido apenas como o Deus Aleijado que está buscando retornar ao panteão dos deuses. Ele é meio que responsável pelos acontecimentos em Darujhistan terem saído do prumo, pela morte de Oponn, os deuses gêmeos da sorte e do azar e pelo que aconteceu na travessia do deserto. Suas sutis manipulações levaram à revelação de que antigos heróis hoje são os detentores do Domínio das Sombras. Agora ele começa a mover suas peças para colocá-lo de volta no Baralho dos Dragões onde seu Labirinto, ou melhor sua Prisão, vai ganhar poderes imensuráveis. Ele só não contou que Ganoes Paran se tornaria o novo controlador do Baralho. Um indivíduo ainda não alinhado, capaz de se mover pelos Labirintos com facilidade. A própria existência de Paran e o feito de ter escapado de Dragnipur, a lendária espada de Anomander Rake é uma segunda incógnita. Não se sabe ao certo qual a extensão das habilidades de Paran; nem ele mesmo entende. Isso é o prelúdio de um conflito maior que envolve deuses e poderes acima da compreensão de meros humanos. Mas, por incrível que pareça, o conflito contra o Pannion Domin parece ter os dedos gordurosos do Deus Aleijado. É claro que ele não vai dizer que é o culpado, mas um sorriso de canto é tudo o que precisamos saber.


E por falar na guerra que se aproxima, imaginem uma aliança entre Dujek Umbraço e Caladan Brood? Um homem que comanda exércitos poderosos e outro que detém um martelo capaz de fazer toda a terra tremer. Parece impossível? Joga no caldeirão Anomander Rake, que há pouco tempo atrás era um adversário dos Queimadores de Pontes. Pois é, inimigos poderosos pedem alianças improváveis. Só que dois fatores complicam as coisas. Primeiro que estamos falando de seres poderosos próximos uns dos outros. Eles conseguirão manter uma cabeça equilibrada? Qualquer problema pode desencadear situações incontroláveis como é toda a questão entre Silverfox e Kallor, que é aliado de Caladan Brood. Anomander Rake tem sua própria visão de mundo, sendo um imortal Tiste Andii e detentor de poderes comparáveis aos de um deus. Dujek e Whiskeyjack precisarão de toda a sua capacidade de diplomacia para manter estes egos juntos. De outro lado temos o Pannion Domin dos quais se sabe pouco. O Sábio Pannion era um homem velho e seu reino era encarado como uma relíquia de tempos ancestrais. De repente eles começam uma campanha de conquista usando um terrível exército chamado de Tenescowri. Quando chegam às cidades, estabelecem um domínio estrito sobre a vida e o cotidiano das pessoas onde a crueldade antropófaga dos Tenescowri é permitida. Una-se ao Pannion Domin ou seja devorado... literalmente.


Posso falar ainda de Toc o Jovem que foi salvo por Kruppe do Domínio das Sombras e enviado para um lugar estranho em Genebackis onde conheceu o Imass Onos T'oolan, agora se chamando de Tool. Tentando descobrir onde se encontravam, Toc e Tool acabam adentrando nos domínios da Senhora Inveja, uma das mulheres que viajaram ao lado de Anomander Rake. Toc descobre que o local onde se encontram é uma torre Jaghut destruída e a Senhora Inveja vive junto de três aliados poderosos, os guerreiros Segulan conhecidos como Thurule, Senu e Mok. Três espadachins mortais e que fazem todas as suas vontades. A Senhora Inveja acaba tendo um estranho interesse pela dupla Toc e Tool e decide segui-los em direção a Capustan. Seus interesses são meio distorcidos e Toc apenas a vê como uma estranha ameaça ao mesmo tempo em que é uma mulher sedutora. Durante o caminho, Toc descobre agora possuir a habilidade de enxergar através dos olhos de certos indivíduos. Isso dá a ela algum nível de precognição. Aonde essa jornada irá levá-lo?


Paran foi destacado por Whiskeyjack para se tornar o novo líder dos Queimadores de Pontes. E o nobre cavaleiro vai descobrir rapidamente o quanto o fardo de um capitão pode ser pesado. Precisando lidar com situações extremas, fazer escolhas que nem sempre são consideradas virtuosas. Para Paran ele não se considera um líder adequado para os remanescentes do desastre em Pale. Só que para indivíduos como Picker, Violinista, Mallet e outros, Paran pode ser a escolha perfeita. No cerco a Capustan que se aproxima, os valores de Paran serão testados e sua conexão com Silverfox pode ser uma vantagem ou a sua própria ruína. Afinal, Silverfox é um emaranhado de almas combinadas e nem todas elas tem os melhores objetivos em mente. Whiskeyjack é um homem muito pragmático, mas ele enxerga em Paran alguém capaz de fazer a diferença. Para ele, pessoas honradas como Paran e Tattersail são elementos valiosos.


A guerra em Capustan não será para os fracos. Aqueles que foram embarcar na aventura de Memories of Ice, se preparem para imagens fortes. Erikson não alivia a mão nem um pouco. Já falei dos Tenescowri, uma tropa de Pannions formada por pessoas que passaram a fazer parte do exército obrigatoriamente. Elas são colocadas em uma situação onde a comida lhes é negada e eles são incentivados a devorar os seus inimigos. É uma infantaria alucinada que enxerga morte e violência por toda a parte cujo objetivo principal é se alimentar a todo custo. Temos também as Mulheres da Semente Morta, que na doutrina posta pelo Sábio Pannion, fazem sexo com cadáveres recém-mortos para conseguirem dar a sorte de obterem uma semente que as faça dar a luz aos Filhos da Semente Morta, postos como capitães dos Tenescowri. Isso porque não vou nem mencionar outras bizarrices que eles fazem no campo de batalha que envolvem escalpelamentos, violências sexuais (tratadas de uma maneira muito sutil e respeitosa pelo autor) entre outros.


Daria para discutir horas e mais horas sobre os temas postos nesse terceiro volume que envolvem, por exemplo, a reclamação dos Barghast a terras de seus ancestrais (qualquer semelhança com indígenas brasileiros ou americanos não é mera coincidência), fanatismo religioso, fé religiosa, deuses caídos, relacionamentos entre mães e filhas. Nossa... esse livro é um poço sem fim de possibilidades em quase mil páginas de pura fantasia. Se eu pudesse colocava 6 estrelas para esse livro. E ele nem é dos melhores da série de dez volumes. Se você tem a possibilidade de ler em inglês, vá atrás dos volumes desta série. As edições econômicas são baratinhas, o inglês não é muito rebuscado e a edição dá para o gasto e você consegue levar para todos os lugares. O autor é um monstro e eu lamento que a editora que o publicou não soube dar o tratamento correto a ele. Da minha parte, agora pretendo seguir em frente e ler os próximos volumes o quanto antes.











Ficha Técnica:


Nome: Memories of Ice

Autor: Steven Erikson

Série: O Livro Malazano dos Caídos vol. 3

Editora: Forge

Número de Páginas: 925

Ano de Publicação: 2006


Link de compra:

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Outros volumes:

Jardins da Lua (vol. 1)

Os Portais da Casa dos Mortos (vol. 2)














Gabriel é um homem que busca recuperar a glória dos investimentos de sua família em um país africano. Ele não se importa em usar as pessoas para alcançar os seus objetivos, mesmo que essas pessoas sejam os seus filhos. Essa é a biografia da glória inútil de um homem miserável e de como ele destruiu a sua família.


Sinopse:


Gabriel quer comprar de volta a fazenda Malaterre, a propriedade que seus ancestrais construíram no coração da floresta equatorial africana há mais de um século. O objetivo é partir, assentar e reconstruir o que tornou a família Lesaffre tão prestigiosa. Em seguida, pretende entregar a terra a seus filhos.


Desde criança, Gabriel apresenta muitas "qualidades": é fugidio, mentiroso, beberrão. Nunca demonstrou, no entanto, capacidade para administrar uma propriedade rural. Mesmo assim, Gabriel partiu para o tudo ou nada: tirou os dois filhos mais velhos da mãe e os levou para a África equatorial.


Para os dois jovens adolescentes, tudo foi uma grande novidade. Descobriram a África e uma vida festiva e frívola. Eles também precisaram conviver com os problemas do pai, como a incessante falta de dinheiro, a má administração da fazenda e a insuperável propensão para a bebida.


Pode o sonho africano se dissipar nos vapores do álcool?





Essa é uma daquelas histórias que doem no coração a cada página que viramos. Porque ela é real e o autor não esconde isso desde o começo. Essa é a história dele e de seus irmãos e de seu pai abusivo que destruiu sua família em prol de resgatar a herança de família: uma imensa propriedade no continente africano onde ele explorava madeiras em plena floresta equatorial. Esta é uma daquelas histórias que não foram feitas para agradar aos leitores e nem nada do gênero. É um desabafo do autor sobre tudo aquilo que ele passou na vida e como isso impactou sua relação com aqueles mais próximos dele. Como toda a experiência que ele viveu traçou as linhas do seu caráter e como impactou a maneira como ele se relaciona hoje com a sua própria família. É uma história que me tocou profundamente por causa da experiência que eu também vivi (e de certa forma ainda vivo) por causa dos mesmos motivos.


Em Malaaterre conhecemos a história de Gabriel, um homem carismático, porém inescrupuloso capaz de qualquer coisa para resgatar os negócios de sua família. Desde pequeno, vemos o quanto Gabriel não gosta de seguir as regras impostas pela sociedade. Ele segue a sua própria visão de mundo e é muito bom no que faz. Um negociador insaciável, acabou por formar uma família com Claudia e seus filhos Simon, Martin e Mathilde. Viciado em álcool e fumo, não conseguia parar em um lugar só e com o tempo ele se separa de Claudia. Através de subornos e mentiras, Gabriel consegue a guarda de dois de seus três filhos, Simon e Mathilde enquanto que o pequeno Martin permanece com sua esposa, destruída por causa de todo o processo judicial. Não bastando separar os filhos de sua mãe, Gabriel os leva para a fazenda Malaterre em plena floresta equatorial africana, criando um abismo entre eles. Lá os filhos irão viver uma outra realidade, onde terão um pai ausente, ocupado com os seus negócios, enquanto precisam crescer neste lugar estranho. O resultado de tudo isso iremos acompanhar nas páginas dessa HQ, uma existência instável marcada por dúvidas, descobertas e ausências que farão parte da vida de todos os envolvidos nessa história de vida.


Este é um trabalho bem pessoal para Gomont e vemos sua arte passear pelas páginas do quadrinho. Não sei se essa foi uma impressão minha com base na história, mas a arte parece até meio raivosa de vez em quando. A gente sente o peso da construção das páginas, a imponência da floresta, a fúria de um pai envolvido em outros assuntos. Gomont usa uma arte bastante carregada nas hachuras, o que faz de sua palheta escura ainda mais escura. O verde é empregado à exaustão nas páginas e vez ou outra temos cores mais claras seja quando eles seguem para a praia ou quando se encontram na cidade. Não é necessariamente uma arte que me agrada, mas gosto de como ele monta a composição das páginas. Mais para o final do quadrinho, vemos várias páginas sem falas, só destacando momentos específicos da história. O que é possível concluir é que os momentos finais desse quadrinho são aqueles nos quais o autor tem problemas sentimentais maiores. É quando a ficha cai depois de vários anos e ele percebe o que perdeu. Isso é refletido nas páginas mais escuras ou nas situações mais íntimas.


Gomont usa alguns efeitos artísticos que são bem legais. Por exemplo, alguns quadros usam e abusam da sequencialidade. Seja com quadros que se repetem e mostram diálogos importantes ou cenas que são ou impactantes ou vexatórias. Dou dois exemplos. Um deles mostra Simon dirigindo o carro do pai sem permissão e ali vemos um efeito De Luca onde o carro aparece sequencialmente no mesmo quadro. A ideia ali era mostrar o quanto o personagem não sabia dirigir o carro e vacilava na direção. O outro momento é quando Gabriel e seus dois filhos estão em um bar e Gabriel está falando uma série de impropérios contra os negros que trabalham no lugar. Vemos quadros repetidos de cima a baixo na página mostrando a cena se desenrolando sequencialmente. Apenas a posição dos personagens muda, denotando que há uma simultaneidade temporal entre o que está sendo narrado e o que está sendo desenhado. Vale destacar também a maneira como Gomont mostra o que os personagens estão pensando. Ele destaca um balão de pensamento com alguma figura, demonstrando simbolicamente o que o personagem estaria imaginando ali. Tem um ótimo momento mais para o final da HQ onde Simon está indignado com o pai e gostaria de falar algumas verdades cruas em sua frente. Vemos vários quadros sequenciais com Simon de frente para o pai e a arte destaca em outra cor a silhueta do personagem com o que ele realmente queria dizer naquele momento. Só que Simon permanece calado, apenas olhando para o pai enquanto o que ele estava pensando se desenrola em sua imaginação.


Gabriel é um personagem extremamente desagradável e isso é deixado bem claro desde o começo. O que achei honesto da parte do autor, foi que ele apresentou o personagem não como alguém maquiavélico ou nada do gênero, mas como humano. No fundo ele se importava com os filhos e os amava ao seu jeito esquisito. Alguns acontecimentos que se sucedem na trama mostram isso, como quando Simon se envolveu em uma situação ruim na escola ou Martin que não queria voltar para a casa depois de uma visita aos irmãos. São coisas que tocaram fundo no coração de Gabriel e ele tentou mudar sua abordagem com os seus filhos. É que o personagem tinha a sua herança como algo mais prioritário do que sua relação familiar. Não à toa nenhum dos filhos consegue odiar o pai de todo. Quando Gabriel adoece, a família vai estar por perto. É compreensível que o leitor não compreenda até certo ponto como é possível gostar de uma pessoa tão ruim como Gabriel. Mas, pensemos em dois pontos. Primeiro, Gabriel oferece conforto e segurança aos filhos, e tenta, do seu jeito, agradá-los com passeios e presentes. Essa é uma maneira comum em pessoas manipuladoras como ele de manter o afeto de seus filhos. Segundo é que essa é uma história contada por um dos filhos, que é o próprio Gomont. Ou seja, é uma narrativa em primeira pessoa com um narrador não confiável já que ele estava envolvido com a história. Vemos a raiva e a frustração do menino diante de tudo o que aconteceu. E isso passa para as páginas.


Quando disse que passo por uma situação semelhante, me refiro ao apartamento que me foi deixado por minha avó. É um imóvel disputado com sangue e lágrimas desde que me entendo por gente. E a minha avó tinha várias das características de Gabriel: carismática, manipuladora e cruel até certo ponto. Sua prioridade estava em manter o apartamento para si e repassar aos seus herdeiros. A qualquer custo. Qualquer pessoa que tentasse tomá-lo ou negociá-lo era um inimigo em potencial. Para ela, era um absurdo não desejar possuir um imóvel como aquele. É um comportamento obsessivo que, para quem é desapegado e só quer ser feliz, chega a ser agressivo. E não importa os meios como o objeto ou terreno foi adquirido e mantido. Importa que ele é parte de alguma espécie estranha de status ao qual todos que estão próximos se tornam vítimas. Por isso que disse no parágrafo anterior que Gabriel não era uma pessoa ruim necessariamente. Ele apenas não tinha os filhos como prioridade. Seu legado é que era.

A maneira como os filhos acabam ficando abandonados e sem terem uma figura paterna é triste. O leitor percebe que todo aquele movimento de agradar os filhos e ser o "pai ideal" era apenas uma jogada para conseguir a guarda e levar seus filhos para a fazenda Malaterre. A primeira coisa que Gabriel faz ao chegar ao local é deixar o cuidado dos meninos com terceiros. Como Gabriel já havia conseguido conquistar os dois, eles não viam o retorno para casa como algo viável. Fora que Mathilde ficou apaixonada pela liberdade oferecida pela floresta equatorial em comparação ao estilo bucólico do lugar em que eles viviam em Paris. O novo lugar oferecia novas possibilidades, descobertas e aventuras. Claro que eles entenderam rapidamente que a liberdade que eles tinham vinha a um custo complicado que era o de não terem nenhum tipo de referência no qual viver. Precisaram aprender desde cedo a se virarem sozinhos e como eles eram um menino e uma menina em crescimento, direcionaram sua revolta adolescente ao contexto deles. Eles precisaram se tornar adultos rápido demais, o que prejudicou suas relações com outras pessoas. Erros e acertos precisaram ser descobertos na marra, sem uma bússola ética por perto.


Malaterre é uma leitura bem incômoda de uma relação familiar tóxica. Gostei de como o autor usou o espaço para tirar alguns demônios de si e contar a sua verdade, a sua história. Provavelmente é uma história que vai se parecer com outras. No final da leitura, o leitor não vai se sentir melhor ou pior, mas terá vivido aquela experiência junto dessa família. E acho que isso é mais do que suficiente. A arte é interessante, principalmente por causa dos recursos visuais que ele emprega para complementar suas ideias, mas não é algo que encheu meus olhos. A narrativa é mais interessante aqui. Considero uma leitura válida para todos, mas embarquem nela no momento certo porque pode ser bem pesada dependendo de nosso estado emocional.




Ficha Técnica:


Nome: Malaterre

Autor: PIerre-Henry Gomont

Editora: Nemo

Gênero: Biografia

Tradutora: Renata Silveira

Número de Páginas: 192

Ano de Publicação: 2023


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Conversa aberta. Uma mensagem lida. Pular para o conteúdo Como usar o Gmail com leitores de tela 2 de 18 Fwd: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br Caixa de entrada Ficções Humanas Anexossex., 14 de out. 13:41 (há 5 dias) para mim Traduzir mensagem Desativar para: inglês ---------- Forwarded message --------- De: Pedro Serrão Date: sex, 14 de out de 2022 13:03 Subject: Re: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br To: Ficções Humanas Olá Paulo Tudo bem? Segue em anexo o código do anúncio para colocar no portal. API Link para seguir a campanha: https://api.clevernt.com/0113f75c-4bd9-11ed-a592-cabfa2a5a2de/ Para implementar a publicidade basta seguir os seguintes passos: 1. copie o código que envio em anexo 2. edite o seu footer 3. procure por 4. cole o código antes do último no final da sua page source. 4. Guarde e verifique a publicidade a funcionar :) Se o website for feito em wordpress, estas são as etapas alternativas: 1. Open dashboard 2. Appearence 3. Editor 4. Theme Footer (footer.php) 5. Search for 6. Paste code before 7. save Pode-me avisar assim que estiver online para eu ver se funciona correctamente? Obrigado! Pedro Serrão escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:42: Combinado! Forte abraço! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:41: Tranquilo. Fico no aguardo aqui até porque tenho que repassar para a designer do site poder inserir o que você pediu. Mas, a gente bateu ideias aqui e concordamos. Em qui, 13 de out de 2022 13:38, Pedro Serrão escreveu: Tudo bem! Vou agora pedir o código e aprovação nas marcas. Assim que tiver envio para você com os passos a seguir, ok? Obrigado! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:36: Boa tarde, Pedro Vimos os dois modelos que você mandou e o do cubo parece ser bem legal. Não é tão invasivo e chega até a ter um visual bacana. Acho que a gente pode trabalhar com ele. O que você acha? Em qui, 13 de out de 2022 13:18, Pedro Serrão escreveu: Opa Paulo Obrigado pela rápida resposta! Eu tenho um Interstitial que penso que é o que está falando (por favor desligue o adblock para conseguir ver): https://demopublish.com/interstitial/ https://demopublish.com/mobilepreview/m_interstitial.html Também temos outros formatos disponíveis em: https://overads.com/#adformats Com qual dos formatos pensaria ser possível avançar? Posso pagar o mesmo que ofereci anteriormente seja qual for o formato No aguardo, Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:15: Boa tarde, Pedro Gostei bastante da proposta e estava consultando a designer do site para ver a viabilidade do anúncio e como ele se encaixa dentro do público alvo. Para não ficar algo estranho dentro do design, o que você acha de o anúncio ser uma janela pop up logo que o visitante abrir o site? O servidor onde o site fica oferece uma espécie de tela de boas vindas. A gente pode testar para ver se fica bom. Atenciosamente Paulo Vinicius Em qui, 13 de out de 2022 12:39, Pedro Serrão escreveu: Olá Paulo Tudo bem? Obrigado pela resposta! O meu nome é Pedro Serrão e trabalho na Overads. Trabalhamos com diversas marcas de apostas desportivas por todo o mundo. Neste momento estamos a anunciar no Brasil a Betano e a bet365. O nosso principal formato aparece sempre no topo da página, mas pode ser fechado de imediato pelo usuário. Este é o formato que pretendo colocar nos seus websites (por favor desligue o adblock para conseguir visualizar o anúncio) : https://demopublish.com/pushdown/ Também pode ver aqui uma campanha de um parceiro meu a decorrer. 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Vou conversar com os demais membros do site a respeito e te dou uma resposta com esses detalhes em mãos e conversamos melhor. Atenciosamente Paulo Vinicius (editor do Ficções Humanas) Em qui, 13 de out de 2022 11:50, Pedro Serrão escreveu: Bom dia Tudo bem? O meu nome é Pedro Serrão, trabalho na Overads e estou interessado em anunciar no vosso site. Pago as campanhas em adiantado. Podemos falar um pouco? Aqui ou no zap? 00351 91 684 10 16 Obrigado! -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! 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