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Sam Bowden é um homem honesto que vive junto de sua família em um lugar incrível ao qual ele acaba de adquirir. Mas, Max Cady, um homem de seu passado o qual foi acusado de abusar de uma menina durante os tempos de Bowden no exército, volta para assombrar sua vida. E ele deseja nada além de se vingar de Bowden; e fará isso ameaçando sua família.


Sinopse:


Violento e visceral, Cabo do Medo foi publicado pela primeira vez nos anos 1950 e deixou leitores atormentados com sua narrativa brutal. Agora, é com muito orgulho que a DarkSide® Books recebe John D. MacDonald e sua obra-prima em nossa casa dos horrores. Até onde você iria para salvar aqueles que mais ama? Por catorze anos, o condenado Max Cady nutriu um ódio por Sam Bowden, um advogado de sucesso que ostenta uma família margarina e que, ao atuar como seu defensor público, pouco fez para evitar que ele fosse parar atrás das grades. Agora um homem livre, Max retorna à sociedade com sangue nos olhos e enlouquecido por uma sede de vingança pelo tempo e família que perdeu. E decide fazer com que toda a família de Sam pague por seu erro. Ícone do suspense, Cabo do Medo foi inspiração para não apenas uma, mas duas adaptações hollywoodianas de peso. A primeira estreou em 1962, com Gregory Peck e Robert Mitchum no elenco. Já a segunda é o remake de 1991, indicado em duas categorias no Oscar e dirigido pelo mestre Martin Scorsese, com Robert DeNiro no papel do ex-presidiário e Nick Nolte como o advogado. Talvez você se lembre da trilha sonora de perfurar os tímpanos ou dos closes de gelar o sangue. Mas o que fascina tanto em Cabo do Medo para justificar suas adaptações? Só lendo o livro e mergulhando na frieza de suas palavras para descobrir. Mas a Caveira dá uma dica: a trama é um thriller do começo ao fim, feita para ser lida em uma noite chuvosa, difícil de largar e mais ainda de esquecer. John D. MacDonald apresenta um angustiante jogo de gato e rato em que as camadas psicológicas da história se entrelaçam com a trama de vingança. Impulsionando seus personagens até o limite, o autor guia o leitor por uma jornada cheia de sentimentos conturbados de hipocrisia, insanidade e fúria. Princípios são traídos e somos confrontados com o questionamento sobre o limite entre o que a lei é capaz de fazer e aquilo que é correto. Martin Scorsese e Robert De Niro são 100% DarkSide, e essa parceria ainda vai trazer muita histórias para os leitores da Caveira. Cabo do Medo chega em uma edição casca grossa, tatuada e em capa dura, no padrão de qualidade quase psicopata da DarkSide® Books. Um livro que aguenta o tranco de uma viagem até os portões do Inferno... ou um passeio de barco.






No ano de 1991 estreava nos cinemas o filme Cabo do Medo, com um Robert de Niro em plena fama encarnando um canalha violento que colocava toda uma família à mercê do instinto mais primitivo de sobrevivência. Max Cady foi um personagem marcante na carreira de um monstro sagrado do cinema. Mas, poucos sabem que o filme teve origem em um curioso livro da década de 1950 chamado The Executioners escrito por John D. MacDonald, um autor de histórias policiais. A estrela de De Niro acabou por sublimar o livro como aconteceu em tantos outros casos. Mas, para os fãs de suspense ou para os aspirantes a escritores a obra de MacDonald traz boas lições narrativas sobre como escrever narrativas baseadas no puro medo.


O protagonista é aquele protótipo de americano padrão bem sucedido. Sam Bowden tem um bom trabalho como advogado, uma linda e fogosa mulher e dois filhos, sendo um menino e uma menina em sua adolescência. Ele acabou de comprar uma casa bacana em um lugar afastado onde pode curtir uma boa propriedade próxima ao mar. Seus hobbies envolvem sair com sua família para a praia levando seu iate na boa vida. Mas, seus dias de tranquilidade podem estar chegando ao fim. Quando estava no exército, Bowden teve como companheiro Max Cady, um homem selvagem e incontrolável. Durante o serviço militar, Cady acaba por violentar sexualmente uma jovem de quatorze, fato esse que foi denunciado por Bowden. Esta atitude causou vários anos de prisão para Cady e um sentimento voraz de vingança. No começo desta história, Cady acaba de deixar a penitenciária e descobre onde Bowden está morando. Logo em seu primeiro encontro, Cady jura a Bowden devolver em dobro aquilo que Bowden lhe causou. Mas, Cady fará seu algoz sofrer, destruindo sua família. Inicia-se um jogo de gato e rato entre os dois e Cady provará ser um inimigo feroz.


Essa é uma boa história de suspense tendo uma narrativa em terceira pessoa centrada na figura de Bowden. MacDonald tem uma escrita bastante compacta, indo direto ao ponto e sem rodeios. Dá para entender o motivo pelo qual o livro conseguiu ser facilmente adaptado para as telas de cinema, embora o filme consiga entregar melhor as características de Bowden e Cady. O estilo de texto é claramente narrativo, com uma boa quantidade de diálogos. O leitor consegue entender o texto numa boa sem necessidade de muitos flashbacks ou algo do gênero. Fica claro desde o começo da narrativa que a história é sobre Cady executando sua vingança contra Bowden que precisa defender sua família contra ele custe o que custar. Gosto de uma narrativa simplista e direta como essa; sinto falta disso hoje em que os autores parecem imaginar que é preciso inserir a todo custo alguma virada narrativa mirabolante saído de alguma novela mexicana rocambolesca. MacDonald é eficiente naquilo que entrega ao leitor.


Fiquei surpreso de ver a tridimensionalidade dos personagens na pena de MacDonald. Estamos falando de um livro de 1950 em que era mais comum uma visão maniqueísta das coisas. Você tinha o mocinho e o bandido. Ponto. Mas, tal não é o caso aqui. Mesmo Bowden sendo um homem justo e virtuoso, as circunstâncias o levam ao limite e ele se vê obrigado a tomar medidas pouco honestas para se livrar de seu rival. Desde subornar policiais, até contratar uns leões de chácara para dar uma sova no camarada. O filho mais novo de Bowden acaba desenvolvendo uns instintos de violência bem preocupantes, desejando matar de maneiras pouco legais o indivíduo. Ou até o detetive que tem uns conhecimentos pouco discretos sobre como lidar com a situação. Os personagens da narrativa são bastante humanos e falhos. Claro que Cady é a representação mais pura da vilania, mas os demais personagens não são perfeitos. Isso produz uma empatia maior da parte do leitor. Por exemplo, em vários momentos Bowden faz atitudes reprováveis e ele se arrepende disso mais tarde. Esse sentimento é compartilhado por nós que ficamos chateados no começo quando ele decide tomar uma rota não muito agradável, mas sentimos que isso foi o papel de um marido que desejava proteger aqueles que ama.


Este é um excelente exemplo de narrativa de suspense que te deixa tenso o tempo todo. Isso se dá por dois motivos: o sentimento de medo e a ausência do antagonista. Hoje temos o hábito de pensar que o medo precisa ser gerado a partir do susto. Do momento flash. Do ato de virar uma esquina e uma criatura assustadora ir atrás do personagem em um milésimo de segundo. Somos pegos no contrapé e sentimos medo. Só que essa é a forma mais fácil de causar esse sentimento. O medo pode ser gerado a partir de toda uma construção narrativa. A história vai colocando Bowden pouco a pouco contra a parede. Ter um inimigo próximo causa uma tensão em que o oponente pode estar espreitando e atacar a qualquer momento. Em Sobre a Escrita, Stephen King fala das histórias que ativam o nosso instinto mais primitivo de sobrevivência. Aquela em que o corpo passa a agir de forma independente para proteger sua prole contra o inimigo mais poderoso. E o ser humano passa a agir sem se importar com os métodos empregados. Isso porque o sentimento de medo já tomou conta de nosso cérebro e paramos de pensar nas normas sociais.


E aí vem o segundo elemento que são as longas ausências de Cady. Durante boa parte da trama, o antagonista é apenas aquele sujeito que está à espreita, o caçador armando sua emboscada. Nós não precisamos visualizar Cady para sabermos que ele pode causar algo muito ruim aos personagens. Basta ele estar sentado em cima de um capô de carro fumando um cigarro ou no bar acenando com um copo de whisky enquanto o protagonista consegue quase ler sua mente em que ele traça maneiras deturpadas de matar e torturar os seus familiares. Saber trabalhar as ausências também confere um aspecto aterrorizante à trama. Em O Iluminado, King transforma o Hotel Overlook em uma massa de miasma maligno e sem ficar enfiando momentos assustadores toda hora. Basta fornecer um relato sobre as coisas que aconteceram, insinuar situações, usar de simbolismos para mostrar o quanto os personagens estão com medo. Mesmo no final, no momento climático da trama, Cady está cercado por uma aura de ausência. Sabemos que ele fará algo, mas não de onde a tentativa sairá ou como ele irá atacar. E isso provoca uma sensação de impotência que aumenta o medo exponencialmente.


Outro tema muito bom que aparece na trama é o da justiça. Bowden é um homem correto, que age dentro das restrições impostas pela lei. Em sua visão, é a lei que separa os homens dos animais ou dos seres mais primitivos. Uma visão bastante hobbesiana da coisa; se o protagonista me tivesse sacado um "estado de natureza" eu não teria estranhado. Mas, as linhas de justiça começam a se tornar turvas com a existência de Cady. Em um primeiro momento Bowden insiste em usar as ferramentas da polícia e da justiça para buscar assustar seu inimigo. Denunciando-o, fazendo a polícia ser mais rigorosa. Só que isso vai se tornando mais e mais excessivo à medida em que o personagem se dá conta de que não consegue fazer nada contra ele. Aos poucos ele vai caindo em uma espiral de dúvida onde a selvageria vai se tornando a resposta ideal para lidar com um homem violento como Cady. MacDonald busca explorar essa dicotomia entre o selvagem e o civilizado ao buscar tentar o protagonista a se tornar alguém como Cady, que não vê escrúpulos em empregar a violência para alcançar seus objetivos. É como se estivéssemos vendo uma linda escultura de vidro começando a rachar com uma pressão vinda de fora para dentro. Resta saber se a escultura consegue se manter inteira, mesmo que com alguns rachados.


História muito boa embora ache que em alguns momentos temos algumas situações desnecessárias. A própria discussão sobre justiça força a barra para que Bowden perceba o quanto a justiça é inútil contra Cady. Faltou naturalidade a alguns momentos. Mesmo assim, a narrativa supera bastante as expectativas que tinha sobre a história com MacDonald entregando uma boa história de suspense à moda antiga. Infelizmente preciso dizer que o filme é bem melhor do que o livro. E o aspecto comparativo é impossível de não ser feito até porque sou fã do De Niro. Não consigo não imaginar Cady com as feições do ator, embora não seja essa a descrição que MacDonald empregue. Nesse sentido a obra perde alguns níveis e fiz de tudo para dissociar livro de filme, mas fui mal sucedido no processo. Gente... é Robert De Niro brilhando. Não tem como.











Ficha Técnica:


Nome: Cabo do Medo

Autor: John D. MacDonald

Editora: DarkSide Books

Tradutor: Leandro Durazzo

Número de Páginas: 224

Ano de Publicação: 2019


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Edmund é um rapaz nascido em circunstâncias estranhas e que foi adotado pelo barão Fitz-Owen em sua casa. Uma disputa pela mão de lady Emma fará o ciúme despertar naquela casa e segredos há muito escondidos serão revelados e os fantasmas do armário sairão para assombrar os incautos.


Sinopse:


O romance O velho barão inglês, escrito por Clara Reeve (1729-1807), tem seu reconhecimento pelo fato de ser uma grande influência para a ficção gótica. É inspirado em O castelo de Otranto, de Horace Walpole (obra também publicada pela Escotilha), fato que a própria autora revelou, em seu prefácio audacioso, ao emitir opiniões contundentes sobre a obra. Por outro lado, ela procurou, de maneira magistral, buscar soluções e refinamentos estilísticos para que O velho barão inglês fosse moldado com estimável valor literário. Reeve claramente atingiu o objetivo, presenteando-nos com uma obra que nos conduz a uma atmosfera fantástica e sombria, repleta de revelações surpreendentes e com passagens arrebatadoras.






O que um simples ato de ciúmes é capaz de desencadear? Ao terminar a leitura de O Velho Barão Inglês, romance pré-vitoriano de Clara Reeve, é o que me passou pela cabeça. Toda a confusão que acontece no livro se dá porque um personagem tolo decide ter ciúmes do protagonista, que até então nem era interessado na garota e nem poderia se casar com ela dadas as estipulações sociais da época, e isso faz com que todo um segredo que estava escondido por anos de esquecimento ressurgirem. O ciúme tira a nossa racionalidade, faz com que vejamos monstros onde eles não existem. Nos tornamos irracionais e esquecemos das regras de decoro. Nessa narrativa que bebe muito de O Castelo de Otranto (romance clássico de fantasmas escrito por Horace Walpole), Clara Reeve brinca com as convenções sociais e nos traz uma narrativa sobre indivíduos honrados e tolos desonestos.


A narrativa começa com sir Philip Harclay que acabava de voltar de uma campanha no Oriente Médio onde havia passado por inúmeros desafios e agora deseja uma vida tranquila. Só que a perda de um querido amigo o faz visitar as terras de lorde Fitz-Owen onde acaba por conhecer o jovem Edmund, um rapaz que foi adotado pelo velho barão por conta de sua honradez e inteligência. Depois da visita a narrativa passa a tocha para Edmund e aí vamos conhecer um pouco mais da vida desse jovem rapaz. Apesar de ser muito talentoso, existe um teto social ao qual ele não pode quebrar. Por mais virtuoso que seja, Edmund é um camponês cujos pais são pessoas simples que vivem nas terras do barão. A amizade de Edmund desperta a ira de membros da família de lorde Fitz-Owen que fazem o possível para destruir a reputação dele. Quando algo grave acontece, Edmund é enviado para uma ala abandonada do castelo onde dizem que espíritos malignos assombram o lugar. É lá que o garoto irá descobrir um segredo terrível envolvendo o antigo dono do castelo e poderá mudar sua vida para sempre.


Clara Reeve escreveu O Velho Barão Inglês em 1778. Menciono isso porque ao lermos a obra vamos observar várias características típicas de romances vitorianos ou até góticos (embora ache um exagero afirmar isso como comento a seguir). Uma escrita bastante pesada que se vale de descrições extensas sobre o ambiente e o humor dos personagens. Aqueles adjetivos exagerados para qualificar virtudes ou defeitos daqueles que estão envolvidos na trama. Uma frequente exortação da fé católica para justificar certas ações. Personagens que são exageradamente emotivos. Tudo entra na cartilha de obras posteriores. Porém, Clara Reeve é uma das precursoras desse gênero de histórias. Aconselho os leitores a irem com calma na leitura porque podemos nos perder do rumo tomado pela narrativa com frequência. Detalhes acabam se perdendo em um fluxo de pensamento constante com mudanças de direção que acontecem subitamente na história. A escrita da Clara Reeves é em terceira pessoa onisciente com o leitor observando a tudo do alto. Não há divisão por capítulos, sendo uma escrita corrente até o final.


O livro se pinta como sendo uma história de fantasmas, mas assim como no romance de Walpole, há bem pouco disso. O tema do sobrenatural é abordado como uma forma de os personagens pagarem por seus pecados, sendo perseguidos por aqueles a quem cometeram o mal. Ou seja, o espírito é um elemento de enredo que serve como um deus ex machina e o autor precisa começar a contar a verdade sobre algum mistério ou segredo. Quando não há como conseguir pistas materiais, o fantasma surge e, através de uma linguagem críptica, procura auxiliar o protagonista ou seus aliados na direção certa. Não há o terror propriamente dito, mas a vergonha e o medo de estar próximos a alguém que já passou por esse plano. Também não veremos os fantasmas agindo fisicamente ou diretamente com o mundo material. Me parece que é em O Castelo de Otranto e nesses romances pré-góticos que se estabelece o alcance dos espíritos daqueles que já se foram. Também se torna uma convenção de que ao se resolver a injustiça, estes passam para o outro mundo. Nesse sentido, o romance de Clara Reeve é muito bom para estudarmos o que viria a se tornar convencional em histórias de fantasmas. E considero também O Velho Barão Inglês até mais acessível, no sentido de compreensão, do que O Castelo de Otranto.


Esta história é aquele grande novelão dramático que a gente pode esperar de alguns romances vitorianos. Temos um elenco de personagens que habitam uma grande casa que até então parecia equilibrada e tranquila quando um evento marca a mudança de ares. Edmund é uma espécie de ser estranho dentro da casa já que é um camponês e alguém que deveria fazer parte do corpo de empregados da casa, mas por causa do carinho sentido pelo barão se tornou quase um agregado. Os momentos iniciais da narrativa servem para que o leitor se acostume com aquele ambiente específico. É mostrado os personagens, algo que é feito usando sir Harclay como nossos olhos. A narrativa não é sobre Harclay, com ele servindo de estopim para a história. Depois de temos uma visão geral sobre o ambiente, passamos para Edmund, que é o verdadeiro protagonista. Aos poucos, Reeve vai inserindo sua cota de mistérios acerca das origens do protagonista. O segundo ato vem com as tentativas de descreditar a imagem do protagonista até o momento da tragédia.


O tom do terceiro ato me fez pensar em O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, com uma busca por "vingança" do protagonista. Claro que a vingança aqui é menos física, e mais no aspecto do status e do reconhecimento. Há uma inversão de ações nesta parte. Se o protagonista era passivo até então, tentando se defender daqueles que queriam lhe fazer mal, a partir daqui ele passa a ser ativo, tendo o conhecimento de parte dos mistérios e almejando justiça enquanto corre atrás dos detalhes da verdadeira história. Assim como em romances de mistério, sempre falta algum elemento do segredo que escapa, algo crucial e que fará a diferença mais adiante. A mudança de status do protagonista provoca uma reviravolta na história que segue até o seu momento climático. Reeve segue bem essa cartilha, mas a narrativa nunca chegou a me empolgar tanto. Há um ritmo bem retilíneo no seu andamento e mesmo quando o mistério começa a ser revelado, algumas incongruências incomodam o leitor. Outro ponto é que nunca senti que o protagonista realmente corria perigo ao longo da história. Havia sempre uma margem de segurança em suas ações.


A única personagem feminina mais ativa da história, lady Emma, é bem irrelevante no todo. Ela é o "objeto cobiçado" pelo protagonista e pelo líder dos seus agressores. Tem a mãe do protagonista, mas ela aparece em pouquíssimos momentos. Apesar do sucesso de Reeve como autora, não posso dizer o mesmo sobre a inclusão de quaisquer personagens femininos na trama. O que é possível afirmar como positivo é que a personagem tem algum grau de liberdade para escolher aquele com quem irá se casar. Isso até certo ponto. Nunca desrespeitando as normais sociais.


O Velho Barão Inglês é um daqueles romances que servem como fonte de estudo sobre a sociedade de sua época. Poder ter acesso a um romance do século XVIII e que teve, tematicamente, bastante influência sobre o que viria depois é um privilégio. Vale aos autores também buscarem as origens de certas convenções sobre histórias de fantasmas. É bom conhecer para saber como é possível subverter. Os personagens são minimamente interessantes e todo o ar de novela dramática faz com que o leitor fique preso na história até o seu desfecho. Os personagens não são necessariamente empáticos, mas mal ou bem queremos saber os seus destinos. Ressalto a importância de uma leitura atenciosa dados os detalhes que são postos em cada parágrafo, mesmo com eles parecendo longos ou empolados demais. É um bom livro, que é fruto de sua época e precursor de muita coisa boa que viria no próximo século.











Ficha Técnica:


Nome: O Velho Barão Inglês

Autor: Clara Reeve

Editora: Escotilha

Tradutora: Luisa Geisler

Número de Páginas: 160

Ano de Publicação: 2021


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A Fabulosa Família Telemachus ficou famosa pelos seus números de psiquismo até terem sido desmascarados e humilhados em rede nacional. Décadas mais tarde, os membros da família tentam juntar os cacos do que os faziam fabulosos um dia.


Sinopse:


Em meados dos anos 1960, em plena Guerra Fria, Teddy Telemachus, um sedutor trapaceiro nas cartas e nos truques de mágica, resolve participar de um estudo secreto do governo federal sobre habilidades paranormais. Lá ele conhece Maureen McKinnon, uma paranormal legítima, dotada de misteriosos poderes psíquicos, por quem se apaixona. Eles se casam, têm três filhos, todos com dotes excepcionais: Irene é um detector de mentiras humano, Frankie possui o dom da telecinese, e Buddy é capaz de prever – ou melhor, recordar – o futuro.


Em pouco tempo, os cinco começam a sair em turnês para exibir seus poderes, ficando conhecidos nacionalmente como A Fabulosa Família Telemachus. Até que um dia sua fama se quebra ao serem desmascarados num influente programa de TV exibido em todo o país. A partir daí, tem início a tragédia na vida de uma família que se esfrangalha em dívidas financeiras e instabilidade emocional.





Poderes psíquicos são um tema que hoje é menos explorado nos livros de ficção científica. Mesmo quando são, os autores preferem adotar uma postura meio vintage, brincando com características de outros períodos para contar sua história. É meio que isso o que Gregory faz nesse ótimo romance que explora uma família desajustada cujos problemas só fazem crescer ao longo da história. Nessa história temos Guerra Fria, problemas com mafiosos, trambiqueiros e até romance de bate-papo da internet. Queria aproveitar esse parágrafo inicial para estimular as pessoas a darem uma oportunidade a essa obra. Mesmo sendo uma ficção científica, ele tem bem pouco disso, podendo ser lido para quem curte ficção em geral. A história é tão bacana que é possível até imaginar uma série feita com ele e daria bons momentos. Não há nada de bizarro acontecendo e nem efeitos especiais impressionantes. Dá para passar por uma narrativa simples e divertida. A Rocco fez uma ótima escolha trazendo esse romance.


A Fabulosa Família Telemachus é formada por várias pessoas que possuem alguns dons especiais. O chefe da família, Teddy, é a exceção à regra: é um belo de um trambiqueiro, usando de suas habilidades com as mãos para enganar as pessoas. Maureen (a vó Mo) é a maior paranormal do mundo, com habilidades que só são superadas por sua imaginação; Frankie pode mover pequenos objetos com sua imaginação; Buddy tem incríveis habilidades divinatórias e Irene é um detector de mentiras humano. Mas, um dia, quando eles se apresentaram em um programa de TV de apelo nacional, eles foram desmascarados por Archibald. Isso levou à família à ruína, que só piorou após a morte de Maureen. Décadas mais tarde, eles estão enfiados em dívidas até o pescoço e o envolvimento de alguns deles com uma famosa família de mafiosos irá colocar a vida de todos em risco. Só que Buddy está se preparando para um grande evento que irá acontecer no futuro ao qual ele só consegue dizer que mudará tudo.


"Um recém-chegado ao negócio da trapaça talvez achasse que os cientistas fossem os mais difíceis de enganar, mas a verdade era o contrário. Cada letra após um nome acrescentava uma dose de confiança mal aplicada. PhDs acreditavam que o conhecimento em um campo - digamos, neurociência - os deixava genericamente mais inteligentes em todos os demais. Acreditar ser difícil de enganar era a qualidade compartilhada por todos os otários."

Gregory consegue nos entregar uma narrativa bem divertida. A história se desenrola entre os meses de junho e outubro quando acontece o evento previsto por Buddy. Ao longo desses meses acompanhamos Teddy, Matty, Irene, Buddy e Frankie enquanto eles vivem suas vidas. Ao mesmo tempo vamos conhecendo aos poucos a história da família Telemachus. Os relatos alternam entre presente e passado, sem uma linearidade certa nos flashbacks, apenas entregando o que o leitor precisa saber naquele momento. Lá no final conseguimos ter uma ideia do todo quando somos capazes de preencher as lacunas deixadas propositalmente pelo autor. A narrativa é contada a partir do Ponto de Vista de cada um dos cinco personagens, em um discurso em terceira pessoa livre. Cada capítulo acompanhamos a cena junto do personagem da vez. O ponto fraco nessa mecânica é que Gregory não dá uma diferenciação entre os POVs, sendo que todos parecem iguais. Somente o de Buddy tem um tom diferente dos outros. Na parte final, os capítulos englobam todos os POVs, fazendo uma alternância rápida entre eles, de forma a dar uma atmosfera de tensão. Para mim, Gregory escreveu esse livro pensando em vendê-lo como um roteiro de série. Ele tem todas as características de escrita de um.



A sensação de que a história se passa em outra época está presente no livro todo. Enquanto os flashbacks se passam na década de 60, o presente do livro é na década de 90. Inicialmente tive a impressão de que seria uma história envolvendo espionagem durante a Guerra Fria, mas essa temática acaba se perdendo bastante frente à trajetória da própria família. O autor passa de forma bem superficial nisso, citando os projetos exóticos surgidos durante a fase mais tensa do conflito entre EUA e URSS. A situação toda e o envolvimento de Teddy e Maureen com o agente Smalls tem uma importância para a família, mas não vejo como ela fatora no cômputo geral. Queria que Gregory tivesse dado mais atenção ao trabalho que os dois desenvolveram, principalmente no período anterior à morte de Maureen com o projeto Star Gate. Nem mesmo a paranoia do período foi explorada. Foi uma boa oportunidade perdida. Tem uns trechos de flashback que são bastante irrelevantes.


"Tudo era uma questão de momento moral. Quando a propriedade de inocentes se transformava nos ativos corruptos de criminosos - assim que entrava no cofre? Talvez fosse o milagre da transubstanciação, só que ao contrário. Uma anticomunhão."

A parte mais interessante mesmo são as histórias dos personagens. Teddy é um belo de um malandro e trambiqueiro. Daquele sujeito às antigas, que gosta de usar um chapéu fedora e sempre se veste bem em todas as oportunidades. É aquele sujeito que sempre está em uma mesa de poker apostando tudo e limpando a mesa. Vemos o mundo pela ótica de alguém que busca a melhor maneira de dar o seu próximo golpe. Ao mesmo tempo, é o chefe da família Telemachus. Tendo se apaixonado perdidamente por Maureen, ao perdê-la, é como se perdesse o contato com o mundo e a confiança em si mesmo. Na época da história, vemos como ele busca se reerguer, se alimentando de suas paixões e de uma bela mulher chamada Graciella. Mesmo diante de situações difíceis, Teddy consegue manter a calma e a tranquilidade. Mas, ele precisa lidar com uma família disfuncional e sua promessa feita a Maureen antes de sua morte de impedir o governo de transformar seus filhos em armas para o Tio Sam. Uma das características mais legais de Teddy é sua enorme confiança e ego o que o faz sair das situações mais complicadas que podemos imaginar.


O mesmo não pode ser dito de Frankie. Ele deseja ser o seu pai: ter a mesma aura de infalibilidade que o torna um ser completamente à parte dos demais. Mas, tudo o que consegue são trapalhadas e fracassos consecutivos. Frankie está sempre em busca de encontrar aquele esquema para ganhar muito dinheiro. A personalidade dele fica transparente quando o autor nos mostra o personagem tentando vender caixas de um produto maluco à base de goji berry em um esquema de pirâmide. E sua credibilidade é tão grande que ninguém aceita suas ofertas, salvo a irmã de um mafioso. Casado com Loretta, e com as filhas Cassie, Polly e Mary Alice, Frankie está quebrado. Mais do que tudo, deve milhares de dólares para a família Pusateri, mafiosos locais que trabalham como agiotas. Ele está afundado em dívidas e não sabe a quem recorrer até que vê nas habilidades recém-descobertas de Matty uma possível saída para todos os seus problemas. Só que a cada nova curva feita, Frankie demonstra cada vez a sua habilidade em colocar sua família em problemas cada vez mais sérios.


O problemático Buddy tem um dom e uma maldição: a habilidade de se mover entre presente e passado e saber exatamente o que acontece ao seu redor. Só que sua habilidade tem uma data-limite em setembro quando algo terrível vai acontecer. Ele tenta seguir à risca as definições de sua visão do passado: falar as mesmas coisas, fazer as mesmas coisas, preparar algumas construções para a época em que a tragédia acontecer. O grau de planejamento de Buddy é insano e no começo achamos que ele é apenas um personagem incapaz de se relacionar com as pessoas, talvez um autista em potencial. Lá pelo final da trama, quando as peças passam a se encaixar, vemos o grau de como Buddy mexeu e planejou as situações. Daquelas coisas de fazer a cabeça explodir. A única ação egoísta do personagem é o encontro com o seu verdadeiro amor, que ele faz todo o possível para fazer acontecer. Aquela que por um momento foi capaz de aquecer seu coração. Quando o encontro fatídico acontece, ficamos surpresos por como ele se desdobra. Gosto dos capítulos dele porque, de um ponto de vista narrativo, são os mais interessantes e são os que mais devem ter dado trabalho ao autor.


"Irene costumava dizer que a única coisa com a qual o pai se preocupava era o número. Mas isso não significava que ele não se importasse com a família. A família era o número e o número era a família."

O mais novo dos Telemachus nessa história é Matty. Ele não conheceu a fama da família, conhecendo-a apenas por relatos esporádicos e tímidos de alguns membros da família. Um adolescente em formação, tem uma paixão platônica por sua prima Mary Alice, a quem ele dirige todos os seus hormônios em desenvolvimento. Durante uma de suas espiadelas à Malice (como Mary Alice gosta de ser chamada), ele descobre ter poderes paranormais também. Ele é capaz de deixar o seu corpo como uma sombra e ir a lugares distantes. Mas, sua habilidade só pode ser acionada a partir de fortes emoções... com Malice. Sonhador, desejando saber mais sobre os Telemachus, ele acaba sendo envolvido nos esquemas de Frankie. Matty é um bom menino e tudo o que ele deseja é poder ajudar sua mãe, que não consegue arrumar um emprego e deixar sua família mais tranquila. As aventuras de Matty vão colocá-lo na mira de Destin Smalls, que quer voltar ao jogo de espionagem. Ameaçado de ter seu programa cortado pelo governo, Smalls descobre que Teddy pode estar acobertando que seus netos possuem também habilidades paranormais. E Matty pode ser a estrela do jogo, comparável à sua avó Maureen.




Deixei Irene por último porque os capítulos dela me fizeram lembrar da antiga série Desperate Housewives. Mulheres que se dedicaram à sua família e deixaram um pouco de lado a si mesmas, mas acabam sendo arrastadas para um mundo estranho que revela estranhos prazeres a elas. Irene sempre foi a mais responsável de sua família, e sua habilidade como detector de mentiras a faz ter enormes problemas de confiança. Todos mentem em algum momento e isso a magoa. Ela não consegue ter algum envolvimento amoroso. Um dia, um pacote com um computador com conexão para a internet chega em sua casa. Ela logo fica viciada em bate-papo online porque essa era a única forma de ela não poder saber se alguém estava ou não mentindo para ela. Seu poder só funciona em quem ela está vendo. Nessas aventuras por um novo caminho, ela conhece Joshua Lee, um sino-americano que mora em Phoenix e com o qual ela desenvolve um tórrido romance. Indo contra seus instintos, ela passa a se encontrar com ele. Mas, será que ela vai conseguir superar seus problemas de confiança?


"Fazer mágica de verdade. Essas coisas deixam as pessoas mais infelizes do que se não tivessem mágica nenhuma, porque isso não faz nenhum bem a elas. Mas se você sabe fazer um truque de mágica, você é pago. Você quer pago?"

O livro é bem divertido e foi uma ótima leitura para a passagem do ano de 2024 para 2025. Me deu aquele entretenimento descompromissado ao mesmo tempo em que passei a curtir essa família tão disfuncional. O que mais vai surpreender a todos são os momentos finais porque vocês não estarão preparados. E mesmo algumas revelações que acontecem depois. Recomendo bastante esse livro que acabou não recebendo o devido carinho e atenção da editora e de muitos leitores. Não foi à toa que ele ganhou tantas premiações no ano em que foi publicado nos EUA. Podem ir sem medo.












Ficha Técnica:


Nome: Spoonbenders - A Fabulosa Família Telemachus

Autor: Daryl Gregory

Editora: Fábrica 231

Tradutor: Edmundo Barreiros

Número de Páginas: 476

Ano de Publicação: 2019


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Conversa aberta. Uma mensagem lida. Pular para o conteúdo Como usar o Gmail com leitores de tela 2 de 18 Fwd: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br Caixa de entrada Ficções Humanas Anexossex., 14 de out. 13:41 (há 5 dias) para mim Traduzir mensagem Desativar para: inglês ---------- Forwarded message --------- De: Pedro Serrão Date: sex, 14 de out de 2022 13:03 Subject: Re: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br To: Ficções Humanas Olá Paulo Tudo bem? Segue em anexo o código do anúncio para colocar no portal. API Link para seguir a campanha: https://api.clevernt.com/0113f75c-4bd9-11ed-a592-cabfa2a5a2de/ Para implementar a publicidade basta seguir os seguintes passos: 1. copie o código que envio em anexo 2. edite o seu footer 3. procure por 4. cole o código antes do último no final da sua page source. 4. Guarde e verifique a publicidade a funcionar :) Se o website for feito em wordpress, estas são as etapas alternativas: 1. Open dashboard 2. Appearence 3. Editor 4. Theme Footer (footer.php) 5. Search for 6. Paste code before 7. save Pode-me avisar assim que estiver online para eu ver se funciona correctamente? Obrigado! Pedro Serrão escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:42: Combinado! Forte abraço! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:41: Tranquilo. Fico no aguardo aqui até porque tenho que repassar para a designer do site poder inserir o que você pediu. Mas, a gente bateu ideias aqui e concordamos. Em qui, 13 de out de 2022 13:38, Pedro Serrão escreveu: Tudo bem! Vou agora pedir o código e aprovação nas marcas. Assim que tiver envio para você com os passos a seguir, ok? Obrigado! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:36: Boa tarde, Pedro Vimos os dois modelos que você mandou e o do cubo parece ser bem legal. Não é tão invasivo e chega até a ter um visual bacana. Acho que a gente pode trabalhar com ele. O que você acha? Em qui, 13 de out de 2022 13:18, Pedro Serrão escreveu: Opa Paulo Obrigado pela rápida resposta! Eu tenho um Interstitial que penso que é o que está falando (por favor desligue o adblock para conseguir ver): https://demopublish.com/interstitial/ https://demopublish.com/mobilepreview/m_interstitial.html Também temos outros formatos disponíveis em: https://overads.com/#adformats Com qual dos formatos pensaria ser possível avançar? Posso pagar o mesmo que ofereci anteriormente seja qual for o formato No aguardo, Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:15: Boa tarde, Pedro Gostei bastante da proposta e estava consultando a designer do site para ver a viabilidade do anúncio e como ele se encaixa dentro do público alvo. Para não ficar algo estranho dentro do design, o que você acha de o anúncio ser uma janela pop up logo que o visitante abrir o site? O servidor onde o site fica oferece uma espécie de tela de boas vindas. A gente pode testar para ver se fica bom. Atenciosamente Paulo Vinicius Em qui, 13 de out de 2022 12:39, Pedro Serrão escreveu: Olá Paulo Tudo bem? Obrigado pela resposta! O meu nome é Pedro Serrão e trabalho na Overads. Trabalhamos com diversas marcas de apostas desportivas por todo o mundo. Neste momento estamos a anunciar no Brasil a Betano e a bet365. O nosso principal formato aparece sempre no topo da página, mas pode ser fechado de imediato pelo usuário. Este é o formato que pretendo colocar nos seus websites (por favor desligue o adblock para conseguir visualizar o anúncio) : https://demopublish.com/pushdown/ Também pode ver aqui uma campanha de um parceiro meu a decorrer. É o anúncio que aparece no topo (desligue o adblock por favor): https://d.arede.info/ CAP 2/20 - o anúncio só é visível 2 vezes por dia/por IP Nesta campanha de teste posso pagar 130$ USD por 100 000 impressões. 1 impressão = 1 vez que o anúncio é visível ao usuário (no entanto, se o adblock estiver activo o usuário não conseguirá ver o anúncio e nesse caso não conta como impressão) Também terá acesso a uma API link para poder seguir as impressões em tempo real. Tráfego da Facebook APP não incluído. O pagamento é feito antecipadamente. Apenas necessito de ver o anúncio a funcionar para pedir o pagamento ao departamento financeiro. Vamos tentar? Obrigado! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 16:28: Boa tarde Tudo bem. Me envie, por favor, qual seria a sua proposta em relação a condições, como o site poderia te ajudar e quais seriam os valores pagos. Vou conversar com os demais membros do site a respeito e te dou uma resposta com esses detalhes em mãos e conversamos melhor. Atenciosamente Paulo Vinicius (editor do Ficções Humanas) Em qui, 13 de out de 2022 11:50, Pedro Serrão escreveu: Bom dia Tudo bem? O meu nome é Pedro Serrão, trabalho na Overads e estou interessado em anunciar no vosso site. Pago as campanhas em adiantado. Podemos falar um pouco? Aqui ou no zap? 00351 91 684 10 16 Obrigado! -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! 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