Resenha: "A Garrafa de Santo Antão ou O Vinho do Diabo" de Anônimo
- Paulo Vinicius
- 10 de abr.
- 3 min de leitura
O monge Herman tenta ser um homem pio em seu claustro. Mas sua paixão por Marcellina quase põe tudo a perder. É então que ele se torna responsável pelo claustro e de uma relíquia mágica que possui um estranho vinho vermelho. O padre avisa que a única recomendação que ele faz é não abrir a rolha do vinho. Só que o conde Rosenberg está obcecado com a tal relíquia que diz ser poderosa.

A Garrafa de Santo Antão é uma narrativa que vai brincar com o sentimento de tentação e de luxúria. É preciso lembrar que nos encontramos em uma sociedade bastante pudica e pouco liberal com seus instintos carnais. Pensar em um homem perseguindo uma mulher atrás de seu corpo para satisfazer seus desejos sexuais é um daqueles pecados quase inexpiáveis dentro desse contexto. E a narrativa do terror serve para externar esses medos e brincar com a imaginação do leitor. E esse texto leva isso a um outro patamar ao usar o sagrado como escada para se chegar ao terror máximo: um homem da batina que não se importa em pecar. A história é bastante ousada para o período em que foi concebida e a justificativa do líquido que libera os instintos primitivos quase me faz pensar na fórmula científica usada pelo dr. Jekyll. Quando ele toma esse líquido, ele perde seus pudores. No caso do Hyde, o que aflora nele é um sentimento violento e bárbaro; no caso do monge Herman o que libera é o despudor e a capacidade de enganar os seus iguais. Ambas são características não permitidas pela sociedade, portanto os personagens são tratados como aberrações ou anormais. O curioso é que em ambos os casos, os personagens ficam apenas temporariamente nesse estado e quando saem dele, se veem arrependidos e apelam para os seus sentimentos religiosos mais profundos.
A narrativa se passa na Saxônia onde nos deparamos com o monge Herman, alguém que dá o melhor de si para atuar em sua diocese. Durante o seu período anterior à assunção do claustro por ele, Herman passou por um momento bem constrangedor. Ele é alguém muito devotado a Santa Marcellina, uma piedosa santa que com suas bençãos ilumina o coração dos homens. Só que a santa se parece muito com uma jovem dama que frequenta o claustro e também tem o nome de Marcellina. Em um momento de fraqueza em seus sentimentos religiosos, Herman dá um beijo nos lábios de Marcellina que fica assustada com o ato do monge. Após esse fato, Herman tenta se redimir pelo que fez e passa a administrar o convento. Uma das recomendações que lhe foram dadas é para que tomasse cuidado com um líquido que é uma espécie de artefato do local. Um vinho que possui a benção de Santo Antão, mas que parece esconder um mistério grande nele. Não se pode abrir esse frasco por nada neste mundo, caso contrário coisas malignas podem acontecer. É então que Herman recebe a visita do conde Rosenberg que exige poder pôr as mãos no tal frasco. À força, Rosenberg toma o líquido das mãos de Herman, abre o frasco e bebe do estranho líquido avermelhado em seu interior. O que acontecerá agora?
Além do tema da redenção e do pecado, temos a presença do duplo aqui. Mas, não um duplo de outra pessoa, mas um homem capaz de se tornar outro por um curto espaço de tempo. É a justificativa que a narrativa usa para dizer que não é Herman quem está cometendo os pecados, mas outro indivíduo que se apossou de seu corpo. É uma forma de manter a sacralidade do manto religioso, embora o leitor saiba claramente que é o próprio Herman quem está no comando das coisas. A narrativa vai e vem nessa situação em que o monge se coloca, que fica cada vez mais problemática. Pouco a pouco, Herman vai cometendo todos os pecados possíveis e caindo cada vez mais na tentação do espírito maligno que está ao seu redor. Quando estamos nos encaminhando para o final, a expiação dos pecados é praticamente impossível porque Herman percebe o que fez e o que resta de piedade em seu coração age para tentar atrapalhar os planos daquele que o tentou. É uma boa história com alguns momentos bem diferentes do que estamos acostumados a ver em narrativas góticas.

Ficha Técnica:
Nome: A Garrafa de Santo Antão ou O Vinho do Diabo
Autor: Anônimo
Compõe a Coleção Raridades do Conto Gótico vol. 5
Editora: Sebo Clepsidra
Tradutor: Carlos Primati
Número de Páginas: 48
Ano de Publicação: 2021
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