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Um belo mês de literatura de gênero com autoras negras como a Nalo Hopkinson e a Nnedi Okorafor brilhando com novos livros. E tem o P Djelì Clark que o público brasileiro aprendeu a curtir.




1 - "The Dead Cat Tail Assassins" de P. Djeli Clark



Ficha Técnica:


Nome: The Dead Cat Tail Assassins

Autor: P. Djelì Clark

Editora: Tor.com

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 224

Data de Lançamento: 06/08


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Sinopse: Os Dead Cat Tail Assassins não são gatos


Nem tem caudas.


Mas eles certamente estão mortos.


Eveen, a Evisceradora é habilidosa, discreta, profissional e aqui está pronta para suas necessidades mais urgentes na antiga cidade de Tal Abisi. Sua guilda é forte, suas lâminas são afiadas e suas regras são simples. Aqueles jurados à Matrona dos Assassinos - ressuscitados, mortais e com suas memórias varridas - tem apenas três votos inquebráveis.


Primeiro, o contrato deve ser justo. Isto está acima do que Eveen costuma receber.


Segundo, mesmo o mais poderoso assassino pode apenas matar o que foi contratado. Eveen é uma profissional. Ela nunca falhou.


O terceiro e mais simples: quando você aceita um trabalho, você deve fazê-lo. E se você fugir? Uma morte final seria misericordiosa. Quando o Festival do Rei Relógio deixa a cidade de cabeça para baixo, a mais recente missão de Eveen a coloca frente a frente com um passado que ela não deveria supostamente se lembrar e um voto que não pode esquecer.


2 - "Hum" de Helen Phillips


Ficha Técnica:


Nome: Hum

Autora: Helen Phillips

Editora: S&S/Marysue Rucci Books

Gênero: Ficção Científica

Número de Páginas: 267

Data de Lançamento: 06/08


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Sinopse: Em uma cidade afetada pelas mudanças climáticas e habitadas por robôs inteligentes chamados "hums", May perde o seu trabalho para uma inteligência artificial. Em uma aposta desesperada para resolver as dívidas de sua família e assegurar o seu futuro por alguns meses, ela se torna uma cobaia em um experimento que altera o seu rosto para que ela não possa ser reconhecida por câmeras de segurança.


Buscando algum alívio de suas recentes dificuldades e do vício de sua família em seus equipamentos, ela faz alarde em lugares que permitem a eles permanecer por três noites dentro do Jardim Botânico: um raro refúgio verde onde florestas, rios e animais florescem. Mas sua insistência que seu filho, filha e marido deixem os seus equipamentos em casa prova ser mais frágil do que ela previa, e a beleza natural do Jardim Botânico não é o bálsamo que ela esperava que fosse. Quando suas crianças são ameaçadas, May é forçada a colocar sua confiança em um hum de motivos incertos enquanto ela trabalha para restaurar a vida de sua família.


3 - "The Mercy of Gods" (The Captive's War vol. 1) de James S.A. Corey


Ficha Técnica:


Nome: The Mercy of Gods Autor: James S.A. Corey

Série: The Captive's War vol. 1

Editora: Orbit

Gênero: Ficção Científica

Número de Páginas: 423

Data de Lançamento: 06/08


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Sinopse: A forma como a humanidade chegou ao planeta chamado Anjiin está perdido nas névoas da história, mas aquela história está perto de terminar.


Os Carryx - parte império, parte colmeia - fizeram guerras de conquista por séculos, destruindo e escravizando espécies por toda a galáxia. Agora, eles estão enfrentando um inimigo grande e mortal. A chave para sua sobrevivência pode estar com os humanos de Anjiin.


Envolvido em intrigas acadêmicas e assuntos do coração, Dafyd Alkhor está satisfeito em ser apenas um assistente para um cientista brilhante e seu famoso time de pesquisas. Então as naves dos Carryx chegam, dizimando a população humano e pegando os melhores e mais brilhantes da sociedade de Anjiin para longe para servirem no mundo natal dos Carryx e Dafyd é pego junto com eles.


Eles são deixados no meio de uma disputa que eles mal entendem, colocados em uma competição contra outras espécies cativas com a extinção como preço do fracasso. Apenas Dafyd e um punhado de seus companheiros veem além da competição darwiniana em um jogo mais profundo que eles devem jogar para sobreviver; aprendendo a entender - e manipular - os próprios Carryx.


Com uma rebelião humana nobre, porém suicida de um lado e inimigos estranhos e mortais do outro, o time paga um preço terrível para se tornarem os servos de confiança de seus novos governantes.


Dafyd Alkhor é um homem simples arrastado em eventos que estão além do seu controle e mais vasto que sua imaginação. Ele se tornará o campeão da humanidade e seu traidor, o homem mais odiado na história e o guardião de seu povo.


É aqui que a história começa.


4 - "Loka" (The Alloy Era vol. 2) de S.B. Divya


Ficha Técnica:


Nome: Loka

Autora: S.B. Divya

Série: The Alloy Era

Editora: 47North

Gênero: Ficção Científica

Número de Páginas: 366

Data de Lançamento: 13/08


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Sinopse: Akshaya é a filha híbrida de uma mãe humana e uma liga, um pós-humano geneticamente alterado - e ela é o futuro da vida no planeta Meru. Mas não se a determinada Akshaya puder ajudar. Antes de escolher onde seu futuro se encontra - ela quer circunavegar a orbe mais notória do universo - o berço da humanidade: o planta Terra.


Os pais de Akshaya concordam de forma relutante com o seu desafio antropológico - uma sem ajuda de seus equipamentos de liga, transportes ou o apoio das próprias ligas que administram a humanidade e um itinerário cuidadosamente planejado que passa continente por continente ao longo de um terreno maravilhoso de coisas que ela nunca viu: céu azul, nascer do sol, montanhas cobertas de neve, e oceanos fabulosos.


Com a aventura se desdobrando, os viajantes descobrem o amor e novas amizades, mas eles também aprendem os riscos de um planeta que não é inteiramente acolhedor. Nesta viagem - perigosa e que irá mudar suas vidas - Akshaya irá descobrir o que a existência humana realmente significa.


5 - "Oath of Fire" de K. Arsenault Rivera


Ficha Técnica:


Nome: Oath of Fire

Autora: K. Arsenault Rivera

Editora: Forever

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 345

Data de Lançamento: 13/08


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Sinopse: Tudo o que Psyche sempre quis fazer era ajudar pessoas, seja em seu trabalho como uma terapeuta ou online como uma influencer. Então quando um convite misterioso chega do homem mais cativante que ela já viu, pedindo por sua ajuda, ela não pode recusar. Mas Psyche logo vê a si mesma em um mundo de Cortes, repleta de luxúria e traição, onde sua única opção de sobrevivência é fazer um juramento estranho a uma mulher mascarada misteriosa chamada Eros.


Agora Psyche tem que descobrir como realizar sua prte da barganha com Eros, enquanto tenta navegar tendo uma deusa com asas flamejantes aparecendo em seu pequeno apartamento no Brooklyn. Vistas fabulosas, uma mansão espaçosa e experiências decadentes estão todas disponíveis para Psyche - enquanto ela ajudar Eros, e enquanto ela nunca olhe por baixo da máscara de Eros.


Mas quanto tempo ela pode manter sua curiosidade quando Eros faz seu coração tremer?


6 - "Blackheart Man" de Nalo Hopkinson


Ficha Técnica:


Nome: Blackheart Man

Autora: Nalo Hopkinson

Editora: Saga Press

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 380

Data de Lançamento: 20/08


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Sinopse: Veycosi, em treinamento como um griot (um historiador e músico), espera partir para examinar o raro Livro Alamat da Luz e então assegurar um lugar para ele mesmo no Colóquio Chynchin de pesquisadores. Entretanto, eventos inesperados previnem isso de acontecer. Quinze galeões Ymisen chegam no porto para forçar um acordo de comércio em Chynchin. Veycosi tenta ajudar, esperando provar a si mesmo com uma manobra ousada, mas rapidamente percebendo que fez algo que não devia.


O ruim ficou pior quando começam a fustigar. Pickens (crianças) estão desaparecendo e um antigo exército invasor, há muito congelados em estátuas de piche por bruxas insulares estão voltando à vida - liderados pelo temível demônio conhecido como o Homem do Coração Negro. Veycosi tem problemas em sua vida pessoal poliamorosa, também. Quanto trabalho um pobre estudante poderia ter? Ou causar tudo ele mesmo quando a linha entre o mito e a história se une em uma história deliciosamente instigante contada por uma das maiores romancistas da atualidade.


7 - "A Darkness Return" (Dragonwar Saga vol. 1) de Raymond E. Feist


Ficha Técnica:


Nome: A Darkness Return

Autor: Raymond E. Feist

Série: Dragonwar Saga vol. 1

Editora: Harper Voyager

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 472

Data de Lançamento: 20/08


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Sinopse: Enquanto os mundos colidem...


Hatushaly, último herdeiro da dinastia Firemane; sua amada Hava e seu amigo dúbio Dante foram transportados pelo tempo e espaço de Garn, um mundo marcado pelas guerras, à relativa paz de Midkemia.


Lá, na Ilha do Feiticeiro, sob a tutela do grande mago Magnus e seu pai reencarnado Pug, Hatu irá explorar e expandir sua habilidades mágicas únicas; para que se Garn puder ser salva, eles sejam necessários.


Com os malignos Lordes do Orgulho derrotados, a Igreja do Deus Único ascendeu para trazer a morte e a destruição ao mundo natal de Hatu. O reino de Ilcomen caiu, e agora a Igreja está enviando forças para Marquensas, onde Daylon Dumarch declarou a si mesmo como rei, e o mestre espadachim Declan Smith se vê subitamente elevado ao status de príncipe e comandante de guerra.


Mas existem ameaças ainda maiores do que a Igreja do Deus Único esperando nas sombras, seres vindos do Vácuo, criaturas nascidas das Trevas...


8 - "She who knows; Firespitter" de Nnedi Okorafor


Ficha Técnica:


Nome: She who knows

Autora: Nnedi Okorafor

Editora: DAW

Gênero: Ficção Científica/Fantasia

Número de Páginas: 112

Data de Lançamento: 20/08


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Sinopse: Onde existe um chamado, frequentemente existe uma respostas.


Najeeba sabe.


Ela teve o Chamado. Mas pode uma garotinha de treze anos ter o Chamado? Apenas homens e garotos experimentam o chamado anuam para as Estradas de Sal. O que aconteceu a Najeeba nunca aconteceu na história de seu vilarejo. Mas, não é algo terrível, apenas estranho. Então quando ela parte junto com seu pai e seus irmãos para minerar sal na Lagoa Morta, não há festa nem protestos. Para Najeeba, é um sonho tornado real: viajar de camelo, céus abertos e uma chance de ver um lugar espetacular que ela somente ouviu falar. Contudo, deve haver alguma coisa na regra, porque a presença de Najeeba na estrada muda tudo e sua família nunca mais será a mesma.


Pequena, intimista e enganosamente quieta, este é o começo da Feiticeira de Kponyungo.


9 - "The Enchanted Lies of Celeste Artois" de Ryan Graudin


Ficha Técnica:


Nome: The Enchanted Lies of Celeste Artois

Autor: Ryan Graudin

Editora: Redhook

Gênero: Fantasia

Número de Páginas: 539

Data de Lançamento: 27/08


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Sinopse: Uma vez, Celeste Artois teve sonhos de se tornar uma artista. Mas quando a elite criativa de Paris ignorou estes planos, ela voltou seus talentos para a falsificação e a enganação. Ela e as Feiticeiras - suas duas companheiras ladras e melhores amigas - enxergam Paris como um palco perfeito para caçar pessoas ricas. Ainda assim mesmo que seu esconderijo no cemitério de Père Lachaise esteja transbordando com francos, Celeste nunca pode descansar. Sempre há mais a ser tomado. E o sangue que ela começou a cuspir em seus lenços significa que o seu tempo está acabando.


Mas tudo muda quando ela encontra Rafe, um lindo e misterioso estranho que a leva a um salão encantado - um lugar onde artistas podem fazer com que sua imaginação maravilhosa ganhe vida. Celeste é cativada por este estabelecimento e descobre a existência da Paris mágica, escondida nos bolsões e becos do mundo comum, se alguém souber onde olhar.


Rafe oferece a Celeste um negócio irresistível: o dom do tempo em troca de emprestar a ele e a seus benfeitores os seus talentos de falsificação. Mas uma pessoa deve ser cuidadosa ao fazer pactos com demônios e existe mais neste mundo escondido do que parece ao primeiro olhar. Sombras começaram a circular Paris. E logo, as Feiticeiras irão descobrir que a verdadeira magia é mais poderosa e mortal do que elas poderiam imaginar.





A nova Chevalier é uma investigadora do desconhecido a serviço da França. Suas aventuras envolvem perigos e a recuperação de artefatos perdidos. Mas, dessa vez, a coisa é pessoal. Alguns soldados franceses foram mortos no norte da África e parece ter relação com a mesa de Salomão. Um objeto que foi pesquisado a fundo por seu falecido pai que teria morrido junto da mãe dela em um incêndio acidental. Só que... parece que não foi tão acidental assim.


Sinopse:


O ano é 1927 e o assassinato de um soldado em um hospital militar em Marrocos dá início a uma corrida por um artefato valiosíssimo, desaparecido há mais de mil anos: A Mesa de Salomão, o Rei dos Reis, que concederia a seu possuidor a sabedoria de mil sábios. E quando a investigação realizada pelo Bureau aponta que a arma é a mesma utilizada no assassinato dos pais da atual La Dame Chevalier, a agente decide viajar para o norte da África em busca do artefato e de respostas. Acompanhada da jovem Justine Carbonneau, as duas seguem para o deserto em meio a uma guerra entre o império e os berberes, que lutam pela independência. Mas a Chevalier terá concorrência. Mercenários, liderados pela misteriosa organização Ostia Mithrae, também pretendem reivindicar o prêmio e estão dispostos a destruir qualquer um que se interpor em seu caminho.






O mundo de histórias criado por Cordenonsi nas aventuras do Chevalier é sempre repleto de aventuras. Se eu desejo uma narrativa com reviravoltas, com mistério e um pouco de ação, é aqui que recorro. Toda vez que pego um livro escrito por ele já sei que será algo que vai me divertir, descompromissadamente. Até tem em alguns momentos algum tema mais sério escondido na trama, mas esse não é o efeito. Em La Dame Chevalier e a Mesa Perdida de Salomão, o autor se desafia mais uma vez ao criar outro personagem que emprega o título de protetor da França e nos apresenta uma mulher. Mais uma vez o autor conseguiu criar algo legal e que pode ser lido por todas as idades. Gostaria que mais autores experimentassem o estilo de escrita do Cordenonsi, sem as amarras de criar uma grande história, ou uma narrativa crítico-reflexiva que aborde um tema atual. Às vezes é bom variar um pouco e ler porque é algo legal a se fazer. É o tipo de história que posso presentear qualquer pessoa que certamente será algo bacana.


No passado, a nova Chevalier passou por um drama pessoal. Sua família morreu em um terrível incêndio o qual ela pensava ser acidente até então. Tendo sido treinada pelo Chevalier anterior, ela é chamada para investigar um caso sensível no norte da África. O que parecia ser mais um dia na vida da personagem se revela algo mais quando ela descobre que existe um dossiê secreto sobre ela, com investigações sobre o que poderia ser o assassinato de seus pais por uma organização secreta que está atrás da mesa perdida de Salomão. Ou seja, ir até a África e investigar o caso não é mais só um caso de segurança nacional, mas algo pessoal e que pode revelar mais sobre o passado dela. Mas, a Dame Chevalier terá que lidar com a alta energia de sua ajudante Justine que irá colocar as duas em apuros a todo o momento. O deserto pode esconder inúmeros segredos...


Esse é mais um livro que se passa no universo criado pelo autor. Não há necessidade de se saber nada sobre o mundo que ele criou já que esta é uma narrativa independente. Todos os detalhes que você precisa saber, Cordenonsi te passa sempre que possível. Alguns podem me perguntar se existe algum easter egg de livros anteriores... olha, se tem é algo bastante sutil. Até vi uma coisa ou outra, mas não me remeteu diretamente. Apenas me passou uma sensação de familiaridade. A abordagem steampunk do autor é também bem leve, com umas traquitanas aqui ou ali como o escorpião drozde da protagonista. Essa é uma escrita bem segura, em uma narrativa em terceira pessoa, sem grandes firulas. Como disse, é um ótimo livro de entrada, não emprega nenhum tipo de jargão técnico ou algo que o valha. Essa preocupação que o Cordenonsi tem com quem vai pegar o seu material para ler é muito válida. É um livro pequeno, que o leitor vai conseguir devorar em pouco tempo. Sou da opinião que esse é daqueles materiais que não são necessariamente voltados para o tarado por livros, aqueles de nós que comem livros no almoço e se esbaldam em séries com mais de mil páginas. É um livro mais acessível a um público que não tem o hábito da leitura.


Neste material havia um grande desafio para Cordenonsi. Apresentar um personagem novo, com motivações diferentes do seu agente secreto anterior (que era um sujeito que partia para a ação) e inserir algum tipo de trama situada no passado que pudesse confrontar a personagem no presente causando algum tipo de transformação. A Dame Chevalier é um pouco diferente do Chevalier anterior, sendo alguém mais investigativa e que parte para a ação quando é chamada, mas não tem problemas em encontrar outras saídas. Ser a tutora de Justine a coloca também em uma outra série de situações complicadas porque sua parceira é mais elétrica do que ela. Frequentemente vão bater cabeça por causa de como elas abordam os problemas, mas é bem legal ver a relação das duas sendo esmiuçada para o leitor ao longo das páginas. Nisso, o autor foi muito feliz em me apresentar dois personagens que são empáticos e que gostamos de ver tomando conta da narrativa. O passado da personagem serve como um motivador adicional para despertar o espírito da aventura. Nos momentos em que a personagem poderia estar presa aos procedimentos mais burocráticos de sua agência, ela toma atitudes mais impulsivas com base em algo que é interno para ela.


A narrativa é bem linear com momentos de investigação e outros em que as personagens precisarão fazer uma perigosa jornada pelo deserto. Somos apresentados a inimigos e aliados que podem mudar de lado de acordo com o desenvolvimento da narrativa. Como a história é curtinha, não há tempo para desenvolver bem os personagens e o autor escolhe, acertadamente, se concentrar mais na Chevalier e em Justine. Além do caso ser complicado para ela, existe uma subtrama em que a protagonista precisa decidir o que fazer com Justine. Ela não gostaria que a mesma fosse arrastada sempre em missões perigosas sem poder fazer uma faculdade ou algo que fizesse jus às suas capacidades intelectuais (Justine é alguém que conhece bem o funcionamento de máquinas e drozdes neste mundo). Achei a trama bastante satisfatória e ela se encerra bem em si mesma, apesar de que eu não me incomodaria nem um pouco em ver mais histórias com esses personagens. Se esse era o objetivo do autor funcionou muito bem.


Ao final da leitura, teremos uma sensação de história finalizada e uma aventura vivida. Cordenonsi continua acertando a mão em suas histórias de aventura e traz aos leitores mais um pouco desse gênero que deveria ter mais espaço. O resultado final é um livro acessível, indicado para todas as idades e que possui os ingredientes certos para agradar a uma ampla gama de leitores. Se você não curte a leitura, pode vir; se você quer uma leitura descompromissada entre livros mais pesados, essa pode ser uma ótima saída. Convido todos a conhecer o mundo emocionante de La Dame Chevalier.











Ficha Técnica:


Nome: La Dame Chevalier e a Mesa Perdida de Salomão

Autor: A.Z. Cordenonsi

Editora: Avec

Número de Páginas: 128

Ano de Publicação: 2019


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*Material recebido em parceria com a Avec Editora
















Uma edição bastante interessante que tem como pontos marcantes o primeiro encontro da Mulher-Maravilha com o Superman (que os levará a uma batalha mortal contra Darkseid) e o surgimento de uma tradicional vilã de nossa heroína, a poderosa Circe.


Sinopse:


George Pérez e seus parceiros de crime retornam em mais um volume da coleção que reapresenta uma das fases mais elogiadas da Princesa Amazona! Nesse número, Diana enfrenta a atormentada Cisne Prateado e uma de suas mais cruéis adversárias… a bela e mortal Circe! E ainda: leia a história que reuniu dois gênios (Pérez e o adorado John Byrne) e duas lendas (a Mulher-Maravilha e o Superman). Imperdível! (Wonder Woman 15-19, Action Comics 600 I)






Essa é uma edição mais de meio de arco com algumas histórias interessantes como o encontro com o Superman e o ressurgimento da Circe no pós-crise. Talvez para alguns leitores seja uma edição mais mediana, embora o confronto dela e do Superman com o Darkseid possa ser um ponto alto aqui. George Perez é um roteirista consistente, embora por vezes pareça prolixo demais, apesar de ser uma marca da época. Nesta introdução à resenha queria destacar demais a arte do Perez que está em seu auge. Qualquer página que ele faça é detalhada, possui um dinamismo gigante e o Dick Giordano foi o parceiro ideal para arte-finalizar o traço dele. Se pensarmos na maneira como a personagem era tratada antes da Crise qualquer coisa que o Perez fizesse seria milhas à frente. Então, mesmo em uma edição mais tranquila como essa, temos boa arte, um roteiro construindo uma personagem repleta de camadas e pequenas sementes sendo plantadas. Sem falar que são histórias divertidas.


Vou falar um pouco sobre cada arco de histórias (são 3 aqui) e discutimos um pouco sobre os temas. Na primeira delas chamada Canto do Cisne, Perez introduz a Cisne Prateado, uma personagem que nesse momento é uma vilã menor da personagem. Apesar de Perez ter dado uns poderes interessantes a ela, faltou aquele empurrãozinho a mais para torná-la interessante no elenco de vilãs da Diana. Essa é uma história mais da Maxine e da Valerie. Maxine é uma pen pal da Valerie... Eita. A maioria de vocês não vai saber o que é uma pen pal porque isso era uma moda dos anos 80 e 90. Na época se procurava fazer amigos por correspondência, mesmo que estes morassem em outros Estados ou países. Era uma troca simples de cartas onde contávamos sobre nossas vidas e simplesmente conversávamos com outras pessoas. Sem conexões atreladas. Poderia acontecer um encontro um dia, mas quase nunca isso acontecia. Maxine encontrou em Valeria uma amiga capaz de entender os seus problemas e elas formaram uma amizade sincera. Mas, o tempo acabou criando obstáculos para as duas e subitamente Valerie sumiu. Quando Maxine finalmente consegue encontrar Valerie sete anos depois, esta parece ter se envolvido com um homem cruel e aproveitador que vai tentar matá-la. É quando Maxine descobre que Valerie é a Cisne Prateado.


Na trama, vemos uma mulher tendo uma relação tóxica com um homem que só deseja aproveitá-la de todas as formas possíveis. Tendo se submetido a experiências horríveis, Valerie se tornou uma bomba relógio que seu companheiro, Armbruch deseja empregar como uma arma biológica a serviço de quem pagar mais. É nítido o quanto a personagem não consegue enxergar o quanto o seu companheiro a utiliza das maneiras mais sujas possíveis. Perez consegue traduzir muito bem isso nas expressões faciais da personagem. Achei genial como o design da Cisne é praticamente angelical, com asas de penas e um uniforme todo branco. Há uma mescla do simbolismo de um anjo loiro com a figura do cisne branco. A pureza e a inocência sendo empregadas para ações malignas. A voz de Maxine parece não chegar aos ouvidos de sua amiga o que também a faz sofrer junto. Em diversos momentos Valerie começa a se dar conta do estrago que está fazendo e das pessoas que acabam envolvidas indiretamente, mas como uma mulher submissa ela apenas obedece ao que lhe é mandado.


Nesta primeira história começa um pano de fundo da Diana entrando em rota de colisão com os interesses da Mindy, sua agente publicitária. A entrada de um colaborador com objetivos escusos chamado Skeeter faz com que Mindy coloque Diana em alguns eventos que apenas exploram o lucro e um filantropismo barato. Quando a Cisne de Prata ataca o evento em que Diana está e faz o seu discurso de vilã B, Diana percebe que mesmo aquela fala distorcida tem a sua razão. Ela se dá conta de que está em um evento gigantesco com pessoas torrando dinheiro. Os motivos são totalmente torpes. Para piorar no final da segunda edição com o confronto final com a vilã, Mindy tem uma ideia "brilhante" de explorar uma possível relação entre Diana e o Superman. Eles chegam a combinar um encontro e Mindy procura subornar Clark Kent, o suposto homem que conhece o Superman, para colocar fotógrafos próximos para tirar fotos picantes do encontro. Óbvio que o Clark não vai aceitar, mas podemos ver aonde isso vai dar. Não satisfeita, Mindy cria uma falsa história com uma fofoca do beijo e outras coisitas mais entre os heróis.


E aí chegamos na segunda grande história desta edição que se chama Mundos Diferentes. Nesta edição Perez está em voo solo, sem o Dick Giordano, mas os roteiros são do John Byrne que era o roteirista do Homem de Aço na época. Na minha opinião, artisticamente falando, é a melhor história deste terceiro volume. Simplesmente porque Byrne deu um roteiro onde o Perez poderia fazer o que bem entendesse, tendo colocado os heróis em uma Olimpo em ruínas. Lá eles se encontram com Darkseid e um confronto entre eles se inicia. As cenas de ação são devastadoras com os personagens liberando todo o seu potencial. Byrne é bastante astuto ao saber que precisava não carregar as páginas com muitos diálogos. Bastava deixar Perez se deliciar com os quadros e as cenas. Sem mencionar a maneira como o artista explora a estranha física de um local regido por outras regras místicas. Então as coisas não funcionam exatamente como na Terra.


Byrne e Perez lidam de uma forma muito elegante com um possível romance entre eles. Queria me lembrar porque os dois não tinham desenvolvido um relacionamento nesse momento pré-novos 52. E deu para entender numa boa as razões. São mais de percepção do que vontade entre eles. Nesse momento da vida de ambos eles estão passando por trajetórias distintas o que os faz irem para lados opostos. O Superman enxerga Diana como uma deusa, um símbolo a ser adorado e idolatrado. Para ele, como ainda um jovem garoto do Kansas, Diana Prince é uma mulher inatingível. Por essa razão dá para entender porque ele acaba desenvolvendo uma afetividade pela Lana Lang e depois pela Lois Lane. São duas mulheres comuns com os pés no chão. Ambas não pertencem a esse mundo de lendas e mitos. Esse Clark Kent busca alguém para fazê-lo mais humano e menos deus. Já para Diana, que é uma enviada de Themyscira ao mundo dos homens, inspirar é o nome direto de seu objetivo. Ela deseja levar os valores de sua terra para o que ela chama de "mundo do patriarcado". Cada uma de suas ações envolve se tornar um símbolo para que outros possam reproduzir seus valores e refletirem sobre seus atos para serem pessoas melhores. Na visão dela, é inconcebível alguém com os poderes do Homem de Aço não almejar inspirar outras pessoas. Veremos que no futuro, o Superman vai adotar esse manto inspirador, mas isso depois de uma longa jornada.


O último arco de histórias tem como foco a reintrodução de Circe, uma velha adversária da Mulher-Maravilha. Perez aproveita esse arco de três edições para se aprofundar mais na mitologia dos deuses gregos e apresentar o papel dos locais de fé e sua relação com o poder dos deuses. Tem algumas informações meio confusas e desencontradas como a fala do Darkseid sobre os Novos Deuses e depois a correção feita pela Circe. Mas tudo ficou confuso demais. Enfim, vale pensar na Circe como alguém que sofreu algum tipo de incompreensão ou injustiça dos deuses do Olimpo, muito pela história contada a respeito de Hécate. Queria que o Perez tivesse trabalhado mais nessa linha para tornar as posições mais confusas entre mocinho e bandido. Sei que isso é uma coisa que vai se tornar mais comum nos anos 90, mas Circe daria uma excelente figura cinza. Até porque Diana sequer é responsável pela amargura da personagem e ela simplesmente representa esse ideal dos demais deuses que abusaram de Hécate.


A arte do Perez vai perambular bastante pela esfera do mitológico principalmente por os personagens estarem na Grécia. Uma mistura bem legal entre um tema meio cósmico com os mitos gregos. Achei que o Perez poderia ter sido mais lisérgico em alguns quadros, mas mesmo assim os quadros estão espetaculares. E mais uma vez o homem brinca quando se trata de colocar quinhentos personagens em cena. Tem dúzias e mais dúzias de criaturas meio humanas e meio animais na cena do quadro acima, que é só um pedaço de uma splash page. Só que alguns dos quadros estão repletos de diálogos, o que atrapalha a gente apreciar a arte. Gostei do design dos personagens e do cuidado que ele tem com o cenário, dando individualidade e precisão. Nos recordatórios lá pela última edição, Perez brinca um pouco com os quadros usando balões enevoados, sarjetas diferenciadas. Isso dá um toque bem legal ao que ele está apresentando.


A trama tem uma mescla de mistério com combates entre seres mitológicos. Temos uma ilha a uma curta distância de onde Diana se encontra onde diz-se viver uma bruxa. Logo descobrimos que ela está interessada na Mulher-Maravilha por conta de uma profecia feita há séculos atrás. Quando Diana vai ajudar seus companheiros após um estranho incêndio, ela é capturada por Circe que deseja matá-la a todo custo. Perez faz um pouco de mistério das edições iniciais, mas pouco a pouco a ameaça vai tomando um escopo bem maior do que o previsto inicialmente. É curioso porque imaginei que seria uma história até em escala menor, mais para apresentar a vilã. Mas, não. Meu único incômodo foi com um baita deus ex machina lá na última edição quando tudo parecia perdido e de repente... bam... Perez deixa alguns ganchos de continuidade que devem ser explorados depois. No geral, se trata de uma boa edição mesmo que ela tenha mais edições de construção narrativa do que ação ininterrupta. Vale a pena principalmente pela linda arte do Perez e pela criação de alguns clichês sobre a protagonista que se tornarão padrão para ela.










Ficha Técnica:


Nome: Lendas do Universo DC - Mulher-Maravilha vol. 3

Autores: George Perez, Len Wein e John Byrne

Artista: George Perez e John Byrne

Arte-Finalista: Dick Giordano, Bruce Patterson, Bob Smith, Frank McLaughlin

Coloristas: Carl Gafford e Tom Ziuko

Tradutores: Daniel Lopes e Paulo França

Número de Páginas: 164

Ano de Publicação: 2016


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