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Com 37 anos, Nora Seed é uma mulher de muitos talentos e poucas conquistas. Sem sucesso no amor e na vida profissional, ela vê sua existência como sendo um vazio sem sentido. Depois de uma péssima decisão, Nora vai parar em uma estranha biblioteca formada por várias possibilidades que sua vida poderia ter tido.


Sinopse:


Aos 35 anos, Nora Seed é uma mulher cheia de talentos e poucas conquistas. Arrependida das escolhas que fez no passado, ela vive se perguntando o que poderia ter acontecido caso tivesse vivido de maneira diferente. Após ser demitida e seu gato ser atropelado, Nora vê pouco sentido em sua existência e decide colocar um ponto final em tudo. Porém, quando se vê na Biblioteca da Meia-Noite, Nora ganha uma oportunidade única de viver todas as vidas que poderia ter vivido.


Neste lugar entre a vida e a morte, e graças à ajuda de uma velha amiga, Nora pode, finalmente, se mudar para a Austrália, reatar relacionamentos antigos – ou começar outros –, ser uma estrela do rock, uma glaciologista, uma nadadora olímpica... enfim, as opções são infinitas. Mas será que alguma dessas outras vidas é realmente melhor do que a que ela já tem?


Em A Biblioteca da Meia-Noite , Nora Seed se vê exatamente na situação pela qual todos gostaríamos de poder passar: voltar no tempo e desfazer algo de que nos arrependemos. Diante dessa possibilidade, Nora faz um mergulho interior viajando pelos livros da Biblioteca da Meia-Noite até entender o que é verdadeiramente importante na vida e o que faz, de fato, com que ela valha a pena ser vivida.





Alerta de gatilho: suicídio.




Essa resenha vai ser tomada por como fui afetado emocionalmente por esse livro. E vou acabar misturando análise do livro com algumas situações pessoais. Porque aconteceu de esse livro cair no meu colo em um momento em que precisava lê-lo. Não digo que estava passando pelos dilemas vividos pela protagonista, mas fazia algumas das perguntas dela. Não se preocupem, não tenho nenhum dos instintos destrutivos de Nora, mas é inevitável que em uma certa etapa da vida nos perguntemos o que poderíamos feito diferente. Uma decisão errada, um amigo que não ajudamos ou um amor nunca realizado. Esses múltiplos arrependimentos que vão corroendo nossa alma e minando a confiança. Ao lado de Nora, vivi essa trajetória, buscando entendê-la e a seus dilemas ao mesmo tempo em que tinha minhas próprias perguntas que o livro me ajudou a responder. Várias das conclusões eu já havia chegado no passado, mas sabe quando nosso coração não quer mais enxergar ou se recusa a isso? A Biblioteca da Meia-Noite pode não ter sido o melhor livro do ano, o mais bem escrito, o mais apurado tecnicamente, mas é o que me fez chorar copiosamente como um adolescente. Em um momento em que precisava ouvir algumas verdades sobre a vida.


"Os seres humanos são fundamentalmente criaturas limitadas e generalizadoras, vivendo no piloto automático que tornam retas as ruas curvas em sua mente, o que explica por que se perdem o tempo todo."

Acompanhamos a história de Nora Seed, uma mulher inteligente, formada em filosofia e com vários outros talentos, mas que trabalha em uma loja de música chamada Teoria das Cordas e mora em uma cidade sem futuro chamada Bedford. Nora é a típica "tia dos gatos"; inclusive ela tem um chamado Voltaire. Ela sofreu várias perdas em sua vida e isso a fez se tornar introspectiva e desesperançosa. Em sua cabeça, Nora sente que é desnecessária ao mundo. Quando uma sequência de situações ruins acontecem como a perda de seu emprego (mesmo que ruim e pagando mal) e a morte de seu gato a fazem entrar em uma espiral depressiva que a leva a tomar uma péssima decisão. Quando ela desperta, se encontra em uma enorme biblioteca feita de livros com lombadas e capas na cor esverdeada. Como bibliotecária, ela encontra a sra. Elm, que era responsável pela biblioteca de sua escola durante a sua adolescência. Uma pessoa que lhe deu carinho e afeto no momento em que ela esteve em um estágio muito frágil. Essa biblioteca é uma espécie de limbo entre a vida e a morte e é formada por livros contendo todas as possibilidades de vidas que Nora poderia ter vivido. A missão de Nora é simples: encontrar uma vida que a satisfaça para que ela possa vivê-la no lugar da sua original. Mesmo a contragosto dela mesma.


Quero deixar o meu alerta para a Bertrand Brasil que publicou esse livro e não colocou nenhum alerta de gatilho na quarta capa ou nas páginas seguintes. Esse é um livro que vai lidar com questões de suicídio. Inclusive tem uma descrição gráfica da personagem cometendo o ato propriamente dito. Em um livro que é voltado para um público adolescente e no início da fase adulta, não avisar é bem ruim.



"Fazer uma coisa diferente é, com frequência, o mesmo que fazer tudo de maneira diferente. Ações não podem ser desfeitas dentro de uma existência, não importa o quanto se tente..."

Matt Haig nos traz um livro que traz assuntos bastante profundos, mas com uma linguagem ágil, descolada e inovadora. Não diria que se trata de um Young Adult, mas de um New Adult, um subgênero comentado por alguns críticos que se situa em uma faixa etária um pouco acima do YA. Os capítulos são, em sua maior parte, bem curtinhos, o que fornece ganchos consistentes para o leitor que devora a leitura. Eu mesmo levei três dias para terminar a leitura e sinto que poderia ter terminado em menos tempo do que isso se tivesse realmente me dedicado. A personagem tem uma forma de se expressar que gira entre o cool e o culto, levando em consideração sua própria formação. Se trata de uma narrativa em terceira pessoa, onisciente, mas a partir do ponto de vista da Nora. É aquele estilo de discurso narrativo que funciona como uma câmera pousada no ombro da protagonista. Acompanhamos a personagem como um todo, desde suas ações, aos diálogos e até seus pensamentos. Não senti qualquer dificuldade na leitura e o autor emprega a filosofia em vários momentos, principalmente Henry David Thoreau, o filósofo favorito de Nora. Mesmo quando Haig se debruça sobre a filosofia thoreauiana, é bem fácil de compreender e se conecta com a vivência de Nora.


A grande questão do livro é do que nos arrependemos. Ou se vale a pena nos arrependermos. Nora é uma pessoa que desistiu de sua vida no começo da narrativa. Ela não vê sentido em permanecer entre as pessoas. E esse sentimento de vazio existencial a vai colocando em uma espiral de negatividade que a leva a cometer suicídio. A realidade dói a ela. Mesmo coisas simples como não poder mais levar os remédios ao senhor Bannerjee, uma pessoa que até então dependia dela, a fazem refletir sobre sua existência. O suicídio é uma fuga dessa dor que permanece com ela até então. Ao entrar em contato com outras possibilidades de sua vida, Nora vai se dando conta de o quanto ela é capaz de fazer. Quantas coisas independem de talento ou conhecimento e dependem apenas da coragem e da força de vontade em persistir. O que o leitor percebe é o quanto a personagem se limita usando a palavra NÃO. Volta e meia somos pegos com uma fala de Nora citando que ela não foi capaz disso, não fez aquilo, não encarou aquilo outro. Nesse primeiro momento, parece que seus olhos não conseguem enxergar o que ela pode fazer.


"A mente solitária na cidade movimentada anseia por conexão porque acredita que a conexão humano-humano é o sentido de tudo. Mas, em meio à natureza pura (ou o "tônico selvagem", como Thoreau o chamava), a solidão assumia um caráter diferente. Tornava-se, em si mesma, um tipo de conexão. Uma conexão entre si mesma e o mundo. E entre ela e ela mesma."

Só que os arrependimentos de Nora possuem um sentido ainda mais profundo. São as decisões que ela gostaria de ter feito como ser uma nadadora olímpica, ser uma glaciologista ou ter casado com Dan, o cara que ama ela de verdade embora Nora não seja tão ligada a ele. Haig é astucioso em sua narrativa ao não fornecer exatamente o que Nora deseja. Nada garante à protagonista que a vida dela será a mesma coisa com a exceção da escolha que ela queria ter feito. A vida é formada por múltiplas variáveis, com pessoas que podem não ser como Nora enxergou um dia. Por exemplo, embora Dan seja um cara aparentemente legal com o sonho de ser dono de um pub no interior da Inglaterra, rapidamente descobrimos o quanto o homem é um babaca completo. Nora só foi condescendente com os pequenos sinais abusivos que ela presenciou vez ou outra e decidiu olhar de lado. Sua vida que era para ser feliz é apenas o de uma esposa submissa, que não deseja ter filhos e descobre que o marido a traiu algumas vezes. Esse é só um exemplo das surpresas que a protagonista vai ter ao longo da história.



Nos arrependermos das coisas é normal em qualquer existência. Quanto mais velhos ficamos, mais as decisões vão pesando nos nossos ombros. Isso porque a casa vai ficando maior com mais tijolos sendo sobrepostos um após o outro. Em um determinado momento da vida, vamos nos questionar sobre as coisas e nos perdermos divagando sobre o que poderia ter sido. Me peguei nesse último ano nesse loop infinito de digressões e isso vinha me consumindo. Trazendo infelicidade em uma vida que, mesmo com todos os obstáculos e desafios, é muito afortunada. Há duas conclusões possíveis a partir do que lemos em A Biblioteca da Meia-Noite. A primeira delas é que somos formados pela soma das decisões que escolhemos. Se quisermos mudar alguma destas decisões, seremos outra pessoa. A vida é formada de altos e baixos, de momentos tristes e felizes. Não há perfeição nisso e está tudo bem. Tem uma frase que uso desde os dezesseis anos e parece que eu tinha me esquecido recentemente e diz: "O que é, é." As coisas são como são; não há um sentido universal nisso. A segunda coisa que Nora passa ao longo do livro é o de aprender a observar e valorizar as pequenas coisas. Somos seres tão autocentrados que, com frequência, esquecemos o impacto que temos em vidas que passa marginalmente ao nosso redor. Como professor já passei por situações assim. De vidas que toquei sem sequer me dar conta disso.


Os problemas de Nora também vem de suas relações familiares. A péssima relação que ela teve com um pai que era exigente demais e uma comunicação ruim com o seu irmão. A relação dela com o pai vem de uma vontade dele de fazer com que sua filha tivesse o que ele não teve. Só que nossos filhos não nasceram para dar continuidade às nossas vidas. Suas escolhas são, quase sempre, diferentes das nossas. O fato de eu gostar de livros, por exemplo, não significa que um futuro filho meu venha a gostar disso. Nada me garante isso. Sem mencionar que Nora se sente responsável pelo casamento ruim de seus pais quando isso independia dela. Nos colocamos pesos nos pés que nem sempre nos pertencem. Aliás... o mundo não gira ao nosso redor. Não somos protagonistas do universo. Muitas vezes o que pensamos ser nossa responsabilidade, não é. É preciso ter um olhar sensível, vindo de fora para se dar conta dessa verdade simples. É chocante quando Nora percebe o quanto ela estava sendo arrogante e achando que tudo era culpa dela. Derivando disso vem a postura dela de querer sonhar o que outras pessoas querem que ela sonhasse. Os sonhos de Nora eram sonhos de seu pai, de seu irmão, de sua melhor amiga, de seu namorado. Não eram os dela. Isso contribuiu para a insatisfação dela consigo mesma. Apesar de ela não verbalizar isso, seu coração sabia o tempo todo o que estava passando.


"Não precisamos fazer tudo a fim de ser tudo, porque já somos infinitos. Enquanto estamos vivos, carregamos em nós um futuro de possibilidades multifacetadas."

A visão sobre vida e liberdade transmitidas por Henry David Thoreau foi bem aproveitada pelo autor. Forneceu a base existencial para que a personagem pudesse encontrar o centro dela que estava pulverizado após uma vida tão ruim. Nora precisou repensar sua vida, enxergar suas relações a partir de uma nova lente. As vidas com as quais ela vai tendo contato nos ajudam a compreender como a personagem vai sendo lentamente desconstruída. Sua nova perspectiva sobre a existência é formada por novas peças que vão substituindo aquelas que acabaram perdendo a razão de estarem ali. Para mim, é um livro que me tocou fundo no coração e funcionou como se vários sacos de areia tivessem caído dos meus ombros. Não digo que me livrei de todos os meus problemas emocionais, mas certamente vários dilemas que eu tinha voltei a enxergar de outra maneira. Um livro incrível que vou avaliar com o coração e não com a cabeça.












Ficha Técnica:


Nome: A Biblioteca da Meia-Noite

Autor: Matt Haig

Editora: Bertrand Brasil

Tradutor: Adriana Fidalgo

Número de Páginas: 308

Ano de Publicação: 2021


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O casal Mary e Ned Boyne adquirem uma casa em Dorcestershire. Mas, eles fazem questão que sua casa tenha um fantasma caso contrário não haveria graça em adquiri-la. Mas, sua amiga Alida os avisa que o fantasma que existe nessa casa pode parecer imperceptível, mas somente depois será possível entender suas reais intenções.


Sinopse:


Eles só queriam a casa se fosse assombrada. Após o desaparecimento do marido, Mary Boyne entra numa sombria jornada para encontrá-lo.





Diferentemente de outras Relíquias Literárias da editora Wish, Depois é uma novella, portanto, um pouquinho maior do que um conto. Nele, vemos a habilidade de Edith Wharton de pensar uma histórias de fantasmas. A história nos traz o casal Ned e Mary Boyne que adquirem uma casa na região de Dorcestershire, na Ingletarra. Depois de muito tempo lutando pelo seu ganha-pão, Ned faz um ótimo negócio e consegue um pouco de tranquilidade para ele e a esposa. Assim como em outras casas inglesas, o casal faz questão de que sua casa tenha um tempero a mais. Que ela tenha algum tipo de fantasma, para dar ao espaço algum tipo de história apavorante para poder compartilhar com os amigos. Mas, o casal pode ter conseguido mais do que pediram. Sua companheira Alida, reponsável por encontrar a casa para eles, lhes dá um aviso de que o fantasma dessa casa é um tanto quanto peculiar. Eles só saberiam o que ele queria muito tempo depois. O casal segue para a casa e pensa estarem felizes até que um dia Ned desaparece sem deixar vestígios. Tudo o que Mary sabe é que ele se encontrou com um estranho homem antes do ocorrido.


Essa é uma história bem típica do século XIX. Se você já foi capaz de ler histórias de homens como E.T.A. Hoffman ou quem sabe Henry James. É uma escrita bem mais descritiva e contextual. O leitor acaba sendo levado até o local onde a história se realiza e a narradora procura nos deixar incomodados com alguma coisa. Não chega a ser um terror gore, mas é muito mais aquele temor de estar vendo alguma coisa que não deveria estar ali, ou um personagem fora do lugar. Por essa razão, é essencial para a autora nos fazer entender como é a rotina da vida daqueles que moram naquele lugar. O que fazem, quando realizam suas refeições, quem trabalha na casa. Ao estabelecer essas bases, o terror fantasmagórico está em bagunçar essa rotina, inserindo elementos extras ou atrapalhando a realização de alguma das atividades. A partir da disrupção, a autora vai tentar encontrar uma maneira de sanar o problema, só que este não pode ser alcançado já que o status quo já foi alterado.


Gosto de como Wharton fornece um papel de protagonismo para Mary. Ela não é exatamente uma mulher submissa e procura se envolver nos negócios do marido. Estamos falando do início do século XX quando a mulher ainda buscava estabelecer seu espaço na sociedade. Mary é inteligente e observadora e quando imaginamos que ela vai se contentar com alguma situação, ela passa a pensar fora da caixa. Quando seu marido desaparece, é Mary quem conduz diretamente as investigações e procura pensar em todos os detalhes sobre os últimos dias de seu marido. Ela analisa ponto a ponto e sai para interrogar os empregados da casa para poder criar uma linha do tempo sobre o que pode ter acontecido. Ela não se incomoda sequer em investigar entre os documentos de seu marido, algo completamente anormal na época em que o espaço da mulher na sociedade era bem reduzido. Mary não é nenhum exemplo de mulher tipicamente vitoriana que suspira pelos cantos e aguarda um casamento. Ela é pró-ativa, inteligente e ganha o protagonismo da trama rapidamente.



A ideia de fantasma nessa história é a daquele que busca vingança por conta de uma injustiça cometida. Mais do que isso, ele é uma presença, alguém que faz o ser vivo realizar alguma ação. Sua assombração está no fato de que ele está ali e a vítima vai ser o alvo de suas maldições. Wharton não revela exatamente o que acontece com a pessoa afetada pelo fantasma, deixando várias coisas para serem interpretados pela imaginação do leitor. É bem diferente do que estamos acostumados a ver nos dias de hoje com os temas da possessão ou até de afetar fisicamente aqueles que são assombrados. Penso que Wharton mais insinua a ação dos fantasmas do que mostra e talvez essa insinuação fosse bem terrível para as pessoas na época. Como temos acesso a um conteúdo mais audiovisual atualmente, perdemos um pouco dessa habilidade de imaginar cenas apresentadas em livros. Outro ponto importante é que a ideia do fantasma estava bem impregnado na cultura inglesa, com as mansões assombradas sendo bastante comuns. Isso vinha do fato de que algumas dessas grandes casas pertencerem a famílias que se estenderam por inúmeras gerações. Era normal imaginar que a morte trágica de algum familiar possa ter deixado uma marca no local. Essa marca poderia ser benéfica ou maléfica, mas os espíritos ainda não estavam descansando até que o que eles deixaram para trás fosse resolvido.


O meu incômodo com a narrativa é a facilidade com a qual Wharton se perde na história. Sua narrativa não segue uma linearidade e ela aborda assuntos e situações que não contribuem com o andamento dos fatos descritos por ela. Há uma repetição de falas inclusive com a personagem remoendo situações que ela já tinha resolvido antes. Esse excesso de aliterações me tirou com frequência da história. Ao invés de tornar a história mais interessante ao criar tensão para o leitor, o que acontece é que existe uma gordura desnecessária para o resultado final da história. Tem um momento frio na narrativa que se estende do último dia em que Ned está na casa até o interrogatório das empregadas da casa. A partir do momento em que a investigação toma mais corpo, a curiosidade acabou me tomando até as derradeiras explicações no final. Uma narrativa sem rumo se torna inócua se ela não mantém a atenção do leitor presa. É esse o cuidado que um autor deve ter ao criar um trecho que explore mais o clima e o humor da trama. Em uma história de fantasmas, é importante sim explorar o ambiente e em como essa criatura sobrenatural corrompe o que a cerca. Descrever as diferenças, apontar as ausências, destacar como os personagens se sentem diante de tudo isso. Só que é preciso equilibrar isso com levar a história em frente. É uma decisão bastante importante para o autor saber quando fazer uma coisa e quando mudar a perspectiva.


Depois é um bom exemplo de uma história com fantasmas empregando o clima narrativo de histórias vitorianas. Contudo, vale destacar a importância da inserção de uma protagonista feminista que sabe o que quer, que não é simplesmente decorativa para a história a qual ela participa. A virada narrativa no final é boa e destaca pequenos detalhes que são comentados aqui e ali na história. Só que isso vem como consequência de um tom meio lento da história em seu trecho central.











Ficha Técnica:


Nome: Depois

Autora: Edith Wharton

Editora: Wish

Tradutora: Carolina Caires Coelho

Número de Páginas: não informado (ebook)

Ano de Publicação: 2021


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Em uma terra que está em seu alvorecer, o conhecimento se tornou algo caro. As histórias giram em torno de feiticeiros que buscam mais poder, príncipes conhecimento e pessoas de si mesmas. Um clássico que finalmente chega ao Brasil.


Sinopse:


Contos de Dying Earth O livro, uma coletânea de contos, é o primeiro da Série Dying Earth e figura entre os 33 melhores livros de ficção pela Locus. Seu autor, John Holbrook “Jack” Vance (1916-2013), vencedor de 3 prêmios Hugo, 1 Nebula e muitos outros, inspirou inúmeros autores. Entre os nomes inspirados por Vance estão George R. R. Martin e, principalmente, Gary Gygax, o pai do RPG mais famoso de todos os tempos: Dungeons & Dragons. Em Contos de Dying Earth somos levados para um futuro distante, sob a constante ameaça do nosso sol extinguir-se e, após o estranho desaparecimento da lua, a humanidade vive em profundo niilismo esperando pelo apocalipse iminente. A Terra está morrendo. As grandes civilizações ao redor do globo não existem mais e, com isso, criaturas estranhas espreitam os ermos. Nesse cenário de decadência e desolação, magia e tecnologia se misturam e são usadas por pessoas que não as compreendem de verdade. A versão nacional de Dying Earth ainda conta com um acabamento em alta qualidade. Da impressão em papel pólen ao verniz localizado na capa com arte exclusiva do talentoso Bruno Prosaiko, essa edição é perfeita para fãs antigos e novos de um dos maiores mestres da fantasia.






Já tinha ouvido falar de Jack Vance, mas admito que meu contato com as obras do autor era nulo. Apenas algumas obras do autor se encontram em português na velha coleção Argonauta. A New Order traz para os leitores a série mais famosa do autor que serviu de inspiração para que Gary Gygax criasse a primeira versão do Dungeons & Dragons. Mas, se vocês acham que vão se deparar com uma obra meio ultrapassada, de outra época e com uma linguagem empolada... revejam seus conceitos. Fiquei muito surpreso com o que li e não deixa nada a desejar a nenhuma das obras mais recentes de fantasia. Tenho certeza que o leitor vai ser pego no contrapé porque a minha expectativa ao pegar o livro era uma obra tradicional de fantasia, bem ao estilo Senhor dos Anéis com heróis lutando contra criaturas malignas, princesas em perigo e coisas do gênero. Vance já quebra qualquer expectativa na primeira história com um feiticeiro absolutamente abominável chamado Mazirian. Vi várias resenhas destacando o ar rpgístico do livro, mas queria me concentrar no lado humano das histórias apresentadas por Vance.


Antes de compartilhar minhas impressões sobre o livro, queria dar um puxão de orelhas na New Order. "Contos de Dying Earth"? Sério? Por que não Contos de uma terra moribunda? Dying Earth não é um nome próprio; sequer é uma expressão largamente conhecida. Não havia motivo para uma tradução tão estranha como essa. Parece até Os Avengers... ou Os Quatro Fantastics. Entendo que deve ter ido uma série de discussões sobre como traduzir melhor o título, sem perder aquela coisa de chamar o leitor para comprar, mas às vezes o simples é melhor. Achei o livro muito bem traduzido, a edição está o fino do trato, com um bom papel, letras bem espaçadas. O tratamento editorial está de primeira. Pouquíssimos erros de revisão. Mas, o título eu vou implicar.


Bem, falando do livro, é bem complicado fazer uma sinopse da obra. Até porque são histórias curtas que se passam no mesmo mundo, mas com personagens bem diferentes. Há alguma conexão entre elas, mas tal é feita de maneira bem sutil. A edição da New Order corresponde ao primeiro livro da série chamado Mazirian, o Feiticeiro. Além do conto que dá título ao livro, temos outras cinco histórias. O que me parece é que a New Order se planejou para publicar a série em quatro volumes sendo o primeiro este que vou falar hoje, além de "Cudgel, the Cleaver", "Cudgel: The Skybreak Spatterlight", e "Rhialto, the Marvellous". Poderia-se até pegar os dois livros de Cudgel e colocar em um só, como acontece em algumas edições com o nome de The Cudgel Saga. Mas, bem, essas são as edições.


"T'sais assistia sem entender. Os três eram igualmente vis, com sangue gosmento, massa vermelha, imundície íntima. Liane parecia um pouco menos ignóbil, ele era mais ágil e mais elegante. E T'sais observou com pouco interesse."

Em um âmbito geral, a escrita do Vance é acima da média. Ele tem uma clareza na maneira como ele encadeia as orações e equilibra um mundo estranho com uma compreensão simples das coisas. Estamos em um mundo fantástico de feiticeiros, fadas e outros seres maravilhosos, mas o leitor não se sente perdido em nenhum momento. A física do mundo é explicada de uma maneira bem clara. Até a maneira como os feiticeiros fazem para usar seus poderes possui uma lógica interna. A narrativa é em terceira pessoa onisciente, bem ao estilo mais tradicional com o leitor entendendo tudo o que está acontecendo. Predomina o estilo descritivo com Vance frequentemente apresentando o ambiente e o que acontece ao seu redor para o leitor. Aqueles que jogam D&D vão perceber a semelhança de alguns feitiços tradicionais dos livros nas histórias como os Mísseis Mágicos, o Cone de Luz ou a Esfera de Fogo. Mas, as semelhanças param por aí. É um mundo em franca decadência com o sol perdendo seu brilho e a magia que rareou nos reinos. Deter conhecimento mágico é um privilégio de poucos que quase entram em guerra uns com os outros pela posse de pergaminhos mágicos. Fiquei surpreso com o rumo que algumas histórias tomavam porque não há previsibilidade alguma na escrita de Vance. Às vezes imaginamos que um personagem vai fazer X e ele toma o caminho inverso. Mesmo sendo narrativas curtas, as histórias tem um bom tamanho com exceção da de Guyal de Sfere que poderia ser um pouco menor.


A narrativa nem sempre segue personagens virtuosos. Estamos diante de um mundo perigoso onde aventureiros e feiticeiros disputam espaço. Monstros espreitam na floresta e nem sempre seguem uma lógica racional. Por exemplo, a primeira história tem como protagonista o feiticeiro Mazirian. Dono de poderes fantásticos, ele realiza experimentos em seus prisioneiros divertindo-se com seu sofrimento. Em seu belo jardim, ele busca aperfeiçoar suas artes e pensa em como destruir os seus rivais. Mas, ele começa a ficar obcecado por uma bela mulher que se esquiva de suas garras. Nos dias que se seguem, ele planeja capturar para si e aproveitar todos os sabores dessa fruta que, por ora, lhe é proibida. Mazirian é uma criatura mesquinha e desprezível e a narrativa é uma história de perseguição. A jovem consegue se esquivar de todas as maneiras possíveis do alcance do feiticeiro que fica mais e mais frustrado a cada momento. A perseguição deixa de ser algo prazeroso e se torna uma questão de orgulho, de Mazirian dominando alguém mais fraco.


No segundo conto conhecemos Turjan, um feiticeiro que compartilha com Mazirian o gosto pelos experimentos com seres vivos. Mas, seu maior experimento é também o seu maior fracasso. Isso porque lhe faltam os conhecimentos arcanos capazes de dar vida a um ser triste e defeituoso. Ele então passa a buscar o auxílio de alguém que tenha ainda os livros ancestrais, magias antigas de antes do mundo decair. Lhe é aconselhado procurar Pandelume, um sábio que diz possuir conhecimentos além dos possuídos pela maioria dos feiticeiros. Ao se deparar com o tal ser, Turjan terá acesso ao que deseja, mas primeiro precisa realizar uma tarefa para Pandelume. A narrativa brinca com esse espírito de aventura ao mesmo tempo em que começa a entrar no campo do que fazemos com o conhecimento que adquirimos (algo que ele retoma lá na narrativa de Guyal). É bastante curioso que diante do dilema vivido por Pandelume, Turjan busca uma saída doce e gentil. Algo que terá uma conexão com o primeiro conto.


"Mazirian arrancou uma rosa do arbusto, aturdido, e avançou em direção a ela, lutando contra o ímpeto das Botas Animadas. Ele havia completado quatro passos, quando a mulher cravou os joelhos nas costelas da montaria e afundou pelas árvores."

É no terceiro conto que chegamos ao ponto mais alto desse livro. T'sain é um experimento feito por Pandelume. Durante sua execução, ele cometeu um erro mortal e a mulher sai com um defeito: ela não consegue ver nenhuma beleza no mundo. Tudo que é belo, é horrível a seus olhos e precisa ser destruído a qualquer preço. Depois do contato que ela teve com Turjan, T'sain deseja ir ao mundo ver se consegue encontrar a beleza em algum lugar. Depois de quase ser morta por um grupo de bandoleiros, ela segue para a casa de Etarr, uma criatura horrenda que vive nos pântanos. É sensacional a narrativa desse conto porque Vance coloca alguém incapaz de ver beleza ao lado de uma criatura que foi amaldiçoada por uma bruxa. O autor vai discutir aquilo que se encontra no fundo de nossos corações. Nem sempre a beleza está em um belo jardim florido, mas pode ser encontrado em um pântano lamacento. A busca de T'sain é também uma busca por ela mesma e qual é o seu papel no mundo.



O quarto conto é uma história de humildade. Nos deparamos com Liane, o Andarilho conhecido por ser um aventureiro gracioso e corajoso. Em uma de suas andanças ele conhece a bela Lith, uma feiticeira a quem ele ficou encantado. Ele deseja a todo custo possuí-la e ela diz que apenas aqueles que a servem podem fazer dela o que bem quiserem. Basta realizarem um pequeno serviço. Ela pede a Liane que vá atrás de Chun, o Inevitável. Ninguém nunca conseguiu derrotar essa criatura e se ele conseguir um pedaço do mapa que está atrás do lar de Chun, ela fará o que ele quiser. Mesmo com todos os avisos daqueles que vivem perto do lar da criatura, Liane segue em seu trajeto. Aqui conseguimos ver o quanto Vance nos mostra personagens falhos em cujas histórias estes são colocados em seus devidos lugares por alguma circunstância específica. O leitor torce para o fracasso de Liane dado o seu temperamento fanfarrão e presunçoso. A graça é ver se isso vai ou não acontecer.


O penúltimo conto chama-se Ulan Dhor termina um sonho e vai lidar com o nosso conceito de realidade. Na narrativa o príncipe Kandive envia seu sobrinho Ulan Dhor em busca de uma tabuleta que se encontra em um lugar distante. Ao chegar até lá, Ulan descobre que a tabuleta foi dividida em duas partes e se encontra com dois grupos de indivíduos que se odeiam. Só que um não consegue enxergar o outro. De um lado está um grupo de sobreviventes da antiga cidade que moram em suas ruínas e temem os demônios chamados Gauns que só atacam à noite. Do outro estão os Cinzas que acreditam que os Gauns mataram todos os homens que existem na Terra exceto eles. A percepção de realidade que temos é testada porque logo Ulan Dhor percebe que alguma coisa está errada. E a necessidade das pessoas viverem em um conflito do qual elas sequer se lembram do motivo pelo qual fora iniciada. A maneira como Vance vai nos guiando através de uma série de mistérios que parecem não fazer sentido em um primeiro momento, mas que depois as peças vão se juntando e montando algo maior, é o que nos mantém presos na narrativa.


"O interior era como o do outro carro, um banco longo revestido, um globo montado sobre uma haste, diversos interruptores. O tecido do banco rangia devido à antiguidade, conforme Ulan Dhor o pressionava com a mão, e o ar acumulado tinha um cheiro de coisa guardada. Ele entrou, e Elai o seguiu."

Já a última narrativa é a que menos gostei porque senti que Vance acabou engordando-a demais. Guyal é um jovem com um incrível apetite por conhecimento. Ele deseja mais e mais até que se torna um estorvo para o reino. Ele sai em busca de um lugar distante que parece possuir livros e pergaminhos sobre períodos desconhecidos. Aqui neste último conto, Vance parece querer fazer uma construção de mundo ao mesmo tempo em que coloca o protagonista da história em uma busca desenfreada que o leva até um local onde parece haver dispositivos de alta tecnologia. Esse conto me fez pensar na série Shannara do Terry Brooks em que ele mescla fantasia com algumas pitadas de ficção científica muito localizadas. Quando li a sinopse de Dying Earth imaginei que se tratava de uma terra pós-apocalíptica e esse conto reforça essa ideia que eu tinha. Com esse conto finalizo esta matéria e deixo aqui para os leitores compartilharem um pouco de suas leituras, caso tenham lido o livro. Quero ler mais dessa série e torço para que a New Order traga mais para os brasileiros. Contudo, se não trouxer, já separei aqui na minha lista de desejos o ebook com o omnibus em inglês do Vance. Esse final me deixou muito curioso.











Ficha Técnica:


Nome: Contos de Dying Earth vol. 1

Autor: Jack Vance

Editora: New Order

Tradução: Gabriela Camargo

Número de Páginas: 230

Ano de Publicação: 2023


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Conversa aberta. Uma mensagem lida. Pular para o conteúdo Como usar o Gmail com leitores de tela 2 de 18 Fwd: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br Caixa de entrada Ficções Humanas Anexossex., 14 de out. 13:41 (há 5 dias) para mim Traduzir mensagem Desativar para: inglês ---------- Forwarded message --------- De: Pedro Serrão Date: sex, 14 de out de 2022 13:03 Subject: Re: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br To: Ficções Humanas Olá Paulo Tudo bem? Segue em anexo o código do anúncio para colocar no portal. API Link para seguir a campanha: https://api.clevernt.com/0113f75c-4bd9-11ed-a592-cabfa2a5a2de/ Para implementar a publicidade basta seguir os seguintes passos: 1. copie o código que envio em anexo 2. edite o seu footer 3. procure por 4. cole o código antes do último no final da sua page source. 4. Guarde e verifique a publicidade a funcionar :) Se o website for feito em wordpress, estas são as etapas alternativas: 1. Open dashboard 2. Appearence 3. Editor 4. Theme Footer (footer.php) 5. Search for 6. Paste code before 7. save Pode-me avisar assim que estiver online para eu ver se funciona correctamente? Obrigado! Pedro Serrão escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:42: Combinado! Forte abraço! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:41: Tranquilo. Fico no aguardo aqui até porque tenho que repassar para a designer do site poder inserir o que você pediu. Mas, a gente bateu ideias aqui e concordamos. Em qui, 13 de out de 2022 13:38, Pedro Serrão escreveu: Tudo bem! Vou agora pedir o código e aprovação nas marcas. Assim que tiver envio para você com os passos a seguir, ok? Obrigado! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:36: Boa tarde, Pedro Vimos os dois modelos que você mandou e o do cubo parece ser bem legal. Não é tão invasivo e chega até a ter um visual bacana. Acho que a gente pode trabalhar com ele. O que você acha? Em qui, 13 de out de 2022 13:18, Pedro Serrão escreveu: Opa Paulo Obrigado pela rápida resposta! Eu tenho um Interstitial que penso que é o que está falando (por favor desligue o adblock para conseguir ver): https://demopublish.com/interstitial/ https://demopublish.com/mobilepreview/m_interstitial.html Também temos outros formatos disponíveis em: https://overads.com/#adformats Com qual dos formatos pensaria ser possível avançar? Posso pagar o mesmo que ofereci anteriormente seja qual for o formato No aguardo, Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:15: Boa tarde, Pedro Gostei bastante da proposta e estava consultando a designer do site para ver a viabilidade do anúncio e como ele se encaixa dentro do público alvo. Para não ficar algo estranho dentro do design, o que você acha de o anúncio ser uma janela pop up logo que o visitante abrir o site? O servidor onde o site fica oferece uma espécie de tela de boas vindas. A gente pode testar para ver se fica bom. Atenciosamente Paulo Vinicius Em qui, 13 de out de 2022 12:39, Pedro Serrão escreveu: Olá Paulo Tudo bem? Obrigado pela resposta! O meu nome é Pedro Serrão e trabalho na Overads. Trabalhamos com diversas marcas de apostas desportivas por todo o mundo. Neste momento estamos a anunciar no Brasil a Betano e a bet365. O nosso principal formato aparece sempre no topo da página, mas pode ser fechado de imediato pelo usuário. Este é o formato que pretendo colocar nos seus websites (por favor desligue o adblock para conseguir visualizar o anúncio) : https://demopublish.com/pushdown/ Também pode ver aqui uma campanha de um parceiro meu a decorrer. É o anúncio que aparece no topo (desligue o adblock por favor): https://d.arede.info/ CAP 2/20 - o anúncio só é visível 2 vezes por dia/por IP Nesta campanha de teste posso pagar 130$ USD por 100 000 impressões. 1 impressão = 1 vez que o anúncio é visível ao usuário (no entanto, se o adblock estiver activo o usuário não conseguirá ver o anúncio e nesse caso não conta como impressão) Também terá acesso a uma API link para poder seguir as impressões em tempo real. Tráfego da Facebook APP não incluído. O pagamento é feito antecipadamente. Apenas necessito de ver o anúncio a funcionar para pedir o pagamento ao departamento financeiro. Vamos tentar? Obrigado! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 16:28: Boa tarde Tudo bem. Me envie, por favor, qual seria a sua proposta em relação a condições, como o site poderia te ajudar e quais seriam os valores pagos. Vou conversar com os demais membros do site a respeito e te dou uma resposta com esses detalhes em mãos e conversamos melhor. Atenciosamente Paulo Vinicius (editor do Ficções Humanas) Em qui, 13 de out de 2022 11:50, Pedro Serrão escreveu: Bom dia Tudo bem? O meu nome é Pedro Serrão, trabalho na Overads e estou interessado em anunciar no vosso site. Pago as campanhas em adiantado. Podemos falar um pouco? Aqui ou no zap? 00351 91 684 10 16 Obrigado! -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! 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