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Um mês repleto de histórias de terror. Clássicos como o de Clark Ashton Smith ou Eles Vivem, que representa aquele horror cósmico que ficou famoso com John Carpenter. E temos a gigante do Catarse, a Wish, com sua coletânea de contos de fadas eslavos.


"Quando a escuridão nos ama" de Elizabeth Engstrom


Ficha Técnica:


Nome: Quando a escuridão nos ama

Autora: Elizabeth Engstrom

Editora: Tai Editora

Gênero: Terror

Tradutora: Verena Cavalcante e Jana Bianchi

Número de Páginas: 250

Prazo da campanha: 17/10

Data de entrega: dezembro de 2024



Sinopse: Quando a Escuridão nos Ama não é apenas um livro – é um convite para se perder em dois mundos de terror tão distintos quanto devastadores. A primeira novela, que dá nome ao livro, nos apresenta Sally Ann, uma jovem que vive um pesadelo tão cruel quanto a própria realidade. Após se perder em um sistema de cavernas, grávida e isolada, Sally descobre que o verdadeiro horror não está em criaturas bestiais, mas no que a escuridão esconde dentro de nós. O que acontece com a mente e o corpo quando não há mais saída? Quando a única companhia são seus próprios pensamentos, distorcidos e ampliados pelo silêncio?


Já em A Beleza é..., Engstrom nos arrasta para uma tragédia psicológica ainda mais perturbadora. Martha, uma mulher nascida sem nariz e com deficiência intelectual, vive à margem de uma sociedade que a considera um monstro. Mas, à medida que sua história se desenrola, a pergunta que surge é: quem, de fato, é o verdadeiro monstro? O que nos separa do grotesco? Essa novela toca no horror do abandono, da rejeição e da incapacidade de amar e ser amado. Não espere respostas fáceis – este é o tipo de história que vai te fazer questionar sua própria humanidade.


Recompensas:

Principais Formas de Apoio:


1 - Livro + Marcador + Cupom: R$42,00


  • livro impresso

  • marcador de páginas

  • cupom de 25% para compras na loja da Tai

  • frete calculado ao final da compra


2 - Coleção Inferno: R$89,00


  • livro Quando a escuridão nos ama impresso

  • livro O Ninho do Terror impresso

  • marcador de páginas

  • cupom de 25% para compras na loja da Tai

  • frete calculado ao final da compra


3 - Ecobag + livro + marcador + postal + cupom: R$80,00


  • livro impresso

  • marcador de páginas

  • cartão postal

  • ecobag

  • cupom de 25% para compras na loja da Tai

  • frete calculado ao final da compra


4 - Livro + camiseta + cupom: R$97,00


  • livro impresso

  • marcador de páginas

  • camiseta horror

  • cupom de 25% para compras na loja da Tai

  • frete calculado ao final da compra


5 - Livro + ecobag + camiseta + postal + cupom: R$130,00


  • livro impresso

  • marcador de páginas

  • camiseta horror

  • cartão postal

  • ecobag

  • cupom de 25% para compras na loja da Tai

  • frete calculado ao final da compra


"Os Melhores Contos de Fadas Eslavos" por Editora Wish


Ficha Técnica:


Nome: Os Melhores Contos de Fadas Eslavos

Organizado pela Editora Wish

Editora: Wish

Gênero: Contos de Fadas

Tradutores: Paulo Noriega e Luiz Henrique Batista

Número de Páginas: aproximadamente 340 (pode aumentar com as metas estendidas)

Prazo da campanha: 07/10

Data de entrega: dezembro de 2024



Sinopse: Em reinos onde a neve dança ao vento, deuses e criaturas inusitadas se alimentam da fé dos humanos e as florestas sussurram segredos antigos, encontram-se histórias encantadas com a magia do leste europeu.


Em Os Melhores Contos de Fadas Eslavos, você vai conhecer narrativas ricas em simbolismo e tradição oral, parte essencial do patrimônio cultural da Europa Oriental. Originários de países como Rússia, Ucrânia e Polônia, convidamos os leitores a conhecer o legado do leste europeu em mais de 20 contos selecionados. São histórias que ecoam os ritmos da vida rural, as estações do ano, e as lutas e esperanças das pessoas comuns. Imersos em mitos obscuros e lendas selvagens, os contos populares eslavos desenham um universo de bruxaria e feitiçaria, uma terra repleta de superstições.


Descubra a história da valente Vasilissa em seu encontro com a bruxa Baba Yaga, o Pássaro de Fogo, Marya Morevna, Koschei, o Imortal, a Norka e outros personagens do folclore.


Principais Formas de Apoio:


1 - Kit promocional da campanha: R$82,00


  • livro impresso Os Melhores Contos de Fadas Eslavos

  • Marcador de Páginas "Marya Morevna" ilustrado por Mari Morgan

  • Postal "Vasilissa" ilustrado por Janaina Medeiros

  • Íma "Catedral de São Basílio" ilustrado por Débora Mini

  • Nome nos agradecimentos

  • Frete calculado ao final da compra


2 - Contos de Fadas Eslavos + Ecobag + Cartela: R$118,00


  • livro impresso Os Melhores Contos de Fadas Eslavos

  • Marcador de Páginas "Marya Morevna" ilustrado por Mari Morgan

  • Ecobag "Aprendiz de Baba Yaga" em algodão reciclado

  • Postal "Vasilissa" ilustrado por Janaina Medeiros

  • Íma "Catedral de São Basílio" ilustrado por Débora Mini

  • Nome nos agradecimentos

  • Frete calculado ao final da compra


"Eles Vivem" de Ray Nelson


Ficha Técnica:


Nome: Eles Vivem

Autor: Ray Nelson

Editora: Diário Macabro

Gênero: Ficção Científica

Número de Páginas: 200

Prazo da campanha: 01/10

Data de entrega: dezembro de 2024










Sinopse: Eles vivem: contos de ficção científica reúne cinco histórias do autor cujos temas variam entre a invasão alienígena, o desbravamento de outros planetas e até mesmo questionamentos políticos em uma distopia que foi indicada ao Prêmio Hugo de fantasia e ficção científica.


Principais Formas de Apoio:


1 - Apoie: R$82,00


  • livro impresso

  • marcador de páginas metalizado

  • frete grátis


2 - Obedeça: R$92,00


  • livro impresso

  • poster tamanho A3

  • marcador de páginas metalizado

  • frete grátis


3 - Compre: R$152,00


  • livro impresso

  • poster tamanho A3

  • ecobag em acabamento premium com ziper e impressão em duas cores

  • marcador de páginas metalizado

  • frete grátis


"Os Habitantes do Abismo" de Clark Ashton Smith


Ficha Técnica:


Nome: Os Habitantes do Abismo

Autor: Clark Ashton Smith

Editora: Clock Tower

Gênero: Terror

Tradutor: José Geraldo Gouveia

Número de Páginas: 200

Prazo da campanha: 04/10

Data de entrega: janeiro de 2025



Sinopse: Desde os anos 1800, acreditava-se que Marte possuía uma série de canais artificiais que potencialmente abrigavam vida.


Baseado nessa percepção, foram escritos os livros “Uma Princesa de Marte” de Edgar Rice Burroughs e “A Guerra dos Mundos” de H.G. Wells, onde temos uma ideia firme do que os astrônomos imaginavam sobre Marte ser habitada ou pudesse ter tido vida por lá.


Um planeta que estava aos poucos morrendo, e é nesse cenário que ocorrem esses romances e é o contexto onde estão os contos de horror cósmico de Ashton-Smith, onde ele nos apresenta um planeta decadente habitados pelos marcianos (Aihai), uma subespécie dos antigos Yohris, que por sua vez descendiam de uma civilização que não restou vestígio algum. Sua interação com os terráqueos e os enigmas em seus subterrâneos fazem parte da trama.


Se houve ou ainda alguma forma de vida no enigmático planeta vermelho, são mistérios que ainda a ciência não tem resposta.


Talvez os Aihai não existam mais, porém é possível que as sombras de Yoh-Vombis ainda nos esperem, talvez o oceano do abismo ainda abrigue seu habitante horrível, talvez Vulthoom ainda esteja à espera para migrar até o planeta Terra.


Principais Formas de Apoio:


Básica: R$69,00


  • livro impresso

  • marcador de páginas

  • nome nos agradecimentos

  • todas as metas estendidas

  • frete calculado ao final da compra






A nave Gilgamesh está levando alguns dos últimos sobreviventes de um planeta Terra deixado em ruínas por uma humanidade que destruiu o planeta. Eles estão seguindo para um planeta em uma galáxia distante, mas parece que o planeta para onde eles desejam ir não é tão desabitado assim.


Sinopse:


Quem herdará esta nova Terra? Os últimos sobreviventes da raça humana abandonaram uma Terra em ruínas, desesperados para encontrar um novo lar entre as estrelas. Seguindo os passos de seus antepassados, eles descobrem o maior tesouro da era passada: um planeta terraformado e preparado para a vida humana. Entretanto, nem tudo é perfeito no novo Éden. Há muito tempo inexplorado, o planeta seguiu um curso inesperado e não mais aguarda pelos humanos em paz silenciosa. Novos habitantes o dominaram, estruturando uma nova sociedade e transformando o último refúgio da humanidade em seu próprio lar. Agora, duas civilizações estão em rota de colisão, ambas testando os limites do que farão para sobreviver, e um conflito parece iminente e inevitável. Com os seus destinos interligados pendendo por um fio, resta a derradeira pergunta: Quem são os reais herdeiros dessa nova Terra?






A Morro Branco traz para o público brasileiro pela primeira vez um dos grandes nomes na atualidade da literatura de ficção científica. Adrian Tchaikovsky vem demonstrado ao longo dos últimos tempos o quanto pode ser prolífico e versátil. Para aqueles que adoram Brandon Sanderson, Tchaikovsky representa o mesmo para a ficção científica. Com uma escrita simples que pode ir de uma simples narrativa de fantasia (e ele tem algumas bem interessantes) até a ficção científica mais pesada, o autor chega com um de seus trabalhos mais conhecidos e que lhe rendeu vários prêmios. Herdeiros do Tempo vem para nos mostrar o quanto somos pequenos no universo e o quanto outras espécies poderiam ter alcançado evoluções muito diferentes da nossa, sendo tão ou mais eficientes que nós.


A humanidade singrou as estrelas e sua alta tecnologia agora busca outros planetas no cosmos. O Império tentou terraformar planetas até agora sem o sucesso desejado. Mas, a dra. Kern parece ter logrado mais êxito. Com um intelecto fora do normal e tecnologia que ultrapassa o senso comum, ela chega a um planeta em outra galáxia e inicia seu experimento primeiro com seus macacos de pesquisa. Ela pretende enviá-los para a superfície do planeta junto com nanomáquinas que irão forçar os processos evolutivos necessários para que eles possam atender às necessidades da humanidade. Só que uma facção extremista ataca a espação espacial em que Kern ocupa, alegando que a Terra foi tomada por eles que desejam o fim dessas explorações espaciais que vão contra os ditames religiosos. O resultado é trágico e os macacos nunca chegam ao planeta... outras espécies de animais é que chegam. As aranhas. Muitas gerações se passam e uma nave-arca chamada Gilgamesh se aproxima da estação espacial da dra. Kern. Dentro da nave estão os últimos remanescentes da humanidade, que deixam para trás uma Terra destruída após anos de uma civilização que regrediu e vive de aproveitar os resquícios deixados por seus antepassados. Ao chegarem na galáxia são recebidos por uma IA que emula a personalidade da dra. Kern. E ela não deseja que seu experimento seja interrompido. Para todos os efeitos ela acredita obsessivamente que seus macacos continuam no planeta. O planeta de Kern é a última esperança para essa humanidade deteriorada que está em uma nave em pedaços. O conflito é certo e o planeta parece não estar mais tão desabitado assim. Só não por macacos, mas por outras criaturas menores e tão perigosas quanto.


Se posso dizer sobre alguma literatura de ficção científica pura que li esse ano, esta é ela. Herdeiros do Tempo é tudo o que os fãs pedem e mais ainda. Tchaikovsky vai abordar evolução, imortalidade, religião, tecnologia. O livro parece muito maior do que ele é de verdade e ao final, vamos querer mais. A narrativa é escrita a partir de dois pontos de vista e é em terceira pessoa. Holsten Mason é um historiador que está presente na nave Gilgamesh. Ele representa o núcleo humano e é por ele que veremos como a humanidade tem se segurado para sobreviver à iminente destruição. O outro lado para mim é o mais legal de acompanhar. Somos levados à civilização de aranhas que evoluem a uma velocidade vertiginosa graças às nanomáquinas de Kern que estimulam porções de seu cérebro. Ao longo do livro humanos e aranhas vão ser deixados separados na maior parte do tempo. A ideia era realmente realizar o choque só no final da história. No núcleo das aranhas, acompanhamos como elas vão desenvolvendo conhecimentos e valores e a direção que sua cultura vai levar. É algo bastante alienígena de fato porque seus padrões de análise e de percepção de mundo são muito, mas muito diferentes da humanidade. E o diferente não significa melhor ou pior. Por exemplo, elas não se comunicam de forma verbal, mas através de gestos e dos fios de sua teia. Sua comunicação é perfeita dentro do mundo delas, mas ao nos vermos verbalizar nossa comunicação, elas acham bizarro e pouco eficiente. Já os humanos não conseguem entendê-las com uma comunicação entendida como primitiva. Isso é só um exemplo de o quanto Tchaikosvky pensou no momento em que criou seus indivíduos e sua história.


Nossa protagonista aranha é uma Portia. Mas, é preciso ter cuidado. O nome Portia é dado a um ser dentro desse coletivo de aranhas. Vamos acompanhar várias Portias ao longo de suas gerações. Ora ela será uma guerreira, ora uma artesã, ora uma sacerdotisa, ora uma mecânica. As funções sociais da Portia vão se alterando de acordo com o contexto daquele capítulo específico. Para que não percamos o fio da meada da personagem, Tchaikovsky fez algo criativo e que serviu como uma boa justificativa para manter a coerência: as aranhas herdam as memórias de suas ancestrais de forma cumulativa. Os conhecimentos não são aprendidos como acontece com os humanos, mas são acessados desde o nascimento. Isso compensa o menor tempo de vida delas, e acelera a evolução. Portia é diferente porque foi a primeira aranha que teve seu organismo acessado pelas nanomáquinas. As demais aranhas especializadas são suas descendentes. Todas as Portias que vieram depois herdaram as lembranças das que já se passaram. Isso fornece uma alternância na protagonista que dá um frescor aos capítulos. Isso porque nem sempre a Portia está na linha de frente. Ou isso ajuda a produzir subtramas bastante interessantes e que não tem necessariamente a ver com a evolução tecnológica do coletivo. Em um momento, Portia é uma sumo sacerdotisa de uma religião que venera Kern (que até então elas não sabiam o nome, apenas entendiam como a Voz). E essa Portia, em específico, vai precisar lutar para acabar com o domínio desse culto sobre as mentes das aranhas que haviam se atrofiado devido a uma resposta sobrenatural a tudo.


Beatriz funciona como a contraparte de Portia na maioria das vezes. Se Portia é uma sumo sacerdotisa, Beatriz é uma intelectual com pensamentos hereges; se Portia é uma guerreira, Beatriz é uma nobre; se Beatriz é uma engenheira, Portia é uma astronauta. Dentro desse mundo efêmero, Tchaikovsky vai criar uma série de situações que vão exigir de Portia alguma mudança que possa levar seus companheiros adiante. Os obstáculos à evolução são vários e cabe à protagonista descobrir uma maneira de sair desse labirinto de possibilidades. Em um dado momento as aranhas estão em guerra contra as formigas. Só que as aranhas estão em um número muito menor que as formigas, que usam táticas devastadoras para destruir seus exércitos. Portia é uma guerreira orgulhosa e Beatriz é uma espécie de bióloga mal vista entre seus pares. Vai estar nos ombros de Beatriz a resposta para a vitória das aranhas que terão no domínio das formigas a próxima etapa de sua evolução (muito em como o homem acabou domando os cavalos como um meio de transporte). Óbvio que vai chegar uma hora em que será preciso aprender a entender como ampliar ou controlar as funções das nanomáquinas. Essa é uma etapa fundamental para as aranhas.


Os capítulos alternam entre aranhas e humanos e aí entrando na seara da humanidade precisamos falar do tempo. Isso porque ele é bastante esticado nesse livro. As coisas acontecem em décadas ou séculos de existências. Os humanos estão fazendo uma viagem intergaláctica com tecnologia reaproveitada de um passado ao qual eles não tem tanto contato. Ou seja, eles conhecem a tecnologia de seus pares, mas não tão bem assim. Isso vai redundar em diversos problemas a eles. Sem contar que as distâncias são muito grandes e a maior parte da tripulação vive em animação suspensa. Apenas uma quantidade pequena de humanos é acordada vez ou outra para cuidar da rota feita pela nave ou ajustar algum problema que surgiu eventualmente. Holsten é uma parte essencial da tripulação e ele acaba acordado por pouco tempo antes de ser colocado novamente em animação suspensa. Isso dá a ele uma longevidade necessária para a Gilgamesh só que tira dele o senso de tempo. Holsten desenvolve uma relação muito próxima com a engenheira Lain, mas ele não consegue aproveitar o tempo com ela. Holsten recebe a alcunha de o humano mais velho de todos os tempos com milênios de idade, mas pouco desse tempo foi vivido de verdade. Percebemos uma sensação de deslocamento temporal que faz do personagem uma pessoa desesperançada com os rumos de sua própria vida. Ele não consegue ver aqueles que desenvolve relações por muito tempo e isso machuca seu coração.


Quando os humanos encontram Kern, se deparam com alguém descontrolada e instável. Eles sequer sabem se se trata de uma humana ou de uma máquina. Kern parece dividir sua consciência com uma IA (depois eles descobrem a real natureza dessa dualidade) e ela não parece saber o que aconteceu com o seu experimento. Ela apenas mantém um semblante de normalidade diante de uma situação que já ultrapassou os limites de sua compreensão, já que seu verdadeiro corpo também está em animação suspensa. Kern dá um ultimato aos humanos: ou abandonam o seu planeta e seguem para coordenadas de outra galáxia onde podem ser melhor recebidos ou serão destruídos. O poder de Kern acaba afastando os humanos que se veem em uma missão ingrata em outra galáxia com todos os seus suprimentos já quase no final. No meio de toda essa confusão surge o autoritarismo do capitão Guyen que decide tomar as coisas em suas próprias mãos. Holsten passa a se preocupar com o destino da humanidade já que Guyen pode vir a botar tudo a perder em uma vã tentativa de tirar alguém com acesso a uma tecnologia superior demais à sua.


Alguns momentos da história são dramáticos. Tem uma situação onde Tchaikovsky aborda a desigualdade social de uma forma bastante metafórica. Temos a tripulação principal onde cada indivíduo possui uma especialização e outra parte da tripulação que será usada como colonos no novo planeta a ser habitado pelos humanos. Guyen deseja transforma uma lua de gelo próxima ao planeta de Kern para não perder a proximidade com esse planeta que é o mais próximo da Terra em clima e atmosfera. Só que essa lua de gelo é um ambiente terrível que precisa ser habitado dentro de contêineres com pouco espaço útil de habitação. Os colonos são os que são enviados para lá e precisam sobreviver enquanto forem necessários. A tripulação principal entrou em animação suspensa, aguardando para habitar o planeta de Kern. Isso suscita uma revolta civil dentro da nave com os colonos reclamando de serem usados apenas como força de trabalho e sendo obrigados a viverem em um ambiente inóspito onde todas as suas gerações terão que viver ali. Para Guyen, pouco importa o desejo deles. O que importa é derrotar Kern. Para os demais da tripulação principal, eles se encontram em uma situação cômoda onde não terão que arcar com o ônus de uma vida miserável.


Herdeiros do Tempo é um livrasso com um nível de discussões que poderíamos ficar a noite toda conversando. Esses parágrafos que eu trouxe alguns momentos da trama nem podem ser considerados spoilers porque representam apenas uma pequena fração do que o livro traz para o leitor. O detalhe é que, caso o leitor não tenha gostado do cenário, pode ficar só nesse primeiro volume. A história se encerra bem ao final e deixa algumas pontas soltas que serão abordadas nos próximos volumes. Mas, não vão deixar a história incompleta caso a gente não volte mais a esse lugar. É totalmente compreensível porque a obra é multipremiada e fico feliz que tenhamos podido ler uma obra contemporânea como essa. Fica a minha cobrança à editora para terminar de trazer a série para nós e até que possa trazer mais coisas do autor para o Brasil.












Ficha Técnica:


Nome: Herdeiros do Tempo

Autor: Adrian Tchaikovsky

Série: Herdeiros do Tempo vol. 1

Editora: Morro Branco

Tradutor: Fábio Fernandes

Número de Páginas: 520

Ano de Publicação: 2022


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Um caso estranho de uma senhora cujo marido morto é visto agindo normalmente em casa por Bloch e Jenkins se torna ainda pior quando um taxidermista de corpos humanos surge. Dylan Dog vai rever uma velha inimiga que está disposta a tudo para conseguir sua vingança.


Sinopse:


Dois clientes muito especiais se apresentam à porta do Investigador do Pesadelo: são o inspetor Bloch e o leal Jenkins, que pretendem recorrer a Dylan para esclarecer o misterioso ressurgimento de um homem recém-falecido em Wickedford. Nesse ínterim, em Londres, o inspetor Carpenter está às voltas com o caso dos manequins: mortos que, privados das vísceras, voltam a caminhar entre os vivos. Por trás disso tudo, uma velha conhecida: Nora Cuthbert.





Estou muito surpreso com a versatilidade da Paola Barbato. Por mais que às vezes ela não acerte necessariamente com a narrativa, o leitor sempre é presenteado com uma história acima da média. Seja uma investigação a la Agatha Christie, uma narrativa de ação, um terror psicológico. Essa história é bizarra e se trata nada mais, nada menos do que o terror splatter. Daqueles com corpos e vísceras espalhados por toda parte, mas cujo tom é de um humor negro tenebroso. Me fez pensar em filmes malucos como Todo Mundo em Pânico, mas com um tom mais sério. E a narrativa é de alto nível, me proporcionando uma experiência de leitura deliciosa. Devorava as páginas e mergulhava nos quadros de Brindisi que entregou um trabalho incrível (grande novidade para um artista de mão cheia como Brindisi). Depois de duas edições que não curti tanto, essa aqui é uma agradável surpresa pelo estilo de história que Barbato entrega. Para mim, a autora é uma das grandes bússolas dessa nova fase do Dylan.


A Morta não Esquece traz de volta personagens da primeira história dessa nova fase (em Dylan Dog Nova Série vol. 1). Nora Cuthbert, a mulher que não pode morrer está de volta e quer fazer Dylan sofrer por ter frustrado seus planos. Tudo começa com Bloch e Jenkins contratando Dylan para investigar sua vizinha Edwina. O marido dela morreu há algum tempo e a pobre mulher tentava voltar à sua vida normal. Um dia, quando Jenkins cuidava do jardim ao lado ele enxerga Merle, o marido de Edwina, dentro da casa. Como pode um homem morto aparecer vivo na casa de sua esposa? Enquanto isso, o inspetor Carpenter e Rania estão investigando a morte dos Cuthroats, um grupo criminoso irlandês cujos membros da família tem aparecido como cadáveres que sofreram taxidermia. Alguma família inimiga pode estar atacando os Cuthroats para assumir seus negócios. Mal sabe Carpenter de que uma velha inimiga de Dylan está de volta e disposta a qualquer coisa para destruir Dylan: Nora Cuthroat.


Essa edição repete a mesma equipe do primeiro volume. Isso foi inteligente porque dessa forma, Brindisi repete o mesmo design de personagens daquela edição e mantém uma certa homogeneidade. A arte dele é repleta de detalhes com preocupações com o cenário, com o posicionamento dos personagens. Essa edição exigiu um pouco mais dele porque as cenas que tinham mais gore eram bem bizarras com Nora aprontando todas como uma cirurgiã louca e corpos pregados por toda a parte. Gostei também de como Brindisi acompanha bem o roteiro que começa bem calmo e sossegado com uma nova ida a Wickedford e suas casinhas que parecem saídas de um filme sobre o subúrbio americano e chega a uma comédia splatter com corpos e órgãos pendurados e dois personagens que parecem zumbis. Faço ideia de como foi fazer o design do corpo de Gus, cortado toda hora pela raiva da Nora. Outro ponto que sempre me chama a atenção em sua arte é em como os designs de corpos dele são diferentes entre si. Não existem repetições ou modelos iguais de personagem.

Essa é uma edição que ressalta um dos pontos que mais me agradaram nessa fase nova das histórias do Dylan: um senso de continuidade, de consequência. Sei que a característica principal das histórias da Sergio Bonelli é a possibilidade de pegar qualquer edição e ler numa boa. Sem a necessidade de ler nada anteriormente. Mas, dispensar completamente a continuidade não é algo bom porque isso faz com que diversas possibilidades sejam perdidas. Aqui, embora existam personagens que apareceram anteriormente, é possível curtir numa boa sem a necessidade de pegar a edição anterior. Porém, quem leu e viu quando os personagens surgiram ganha uma camasa extra de compreensão da história. Dessa forma, a narrativa recompensa aquele que já era familiarizado e quem está chegando agora. Atende a ambos os lados. Dá para ver nas edições dessa nova série que há uma progressão, um desenvolvimento de personagem, alguma coisa sendo assada no fundo.


Essa é uma história de vendetta. Nora está obcecada com Dylan por ter transformado-a em algum tipo de zumbi. Ter tentado enganar a morte lhe rendeu a real possibilidade de não morrer, mas isso não atendeu às ambições dela. Ao contrário, isso mexeu com a sanidade dela, tornando-a desapegada de senso moral e de respeito aos padrões de vida em sociedade. Nora caça todos os membros de sua família apenas pelo prazer de matá-los com suas próprias mãos. Mas, não basta só isso: é preciso humilhá-los, transformá-los em paródias de si mesmos. Por isso, a ideia da taxidermia. Infelizmente a perseguição de Nora vai colocar os aliados de Dylan em apuros. Barbato não fica tímida de bagunçar a vida do personagem quando acha que deve. Basta lembrar da nona edição em que ela bagunça completamente a cabeça do protagonista. Agora, ela faz questão de fazer o personagem sentir medo real, ao colocar pessoas como Bloch, Groucho e Connie (a nova namorada de Dylan) na mira de Nora. E vocês imaginem uma personagem imortal com tendências a usar uma motosserra ou um bisturi para brincar com o corpo de pessoas incautas.

Barbato brinca com o tom da narrativa. Existe todo um humor negro permeando cada ponto dessa história. Mas, ela começa como uma investigação maluca proposta por Jenkins e Bloch. Dylan imagina que os dois estão mais para stalkers do que para pessoas com um caso de verdade. O começo da história nos coloca novamente em Wickedford onde Barbato procura construir um cenário pacato para o absurdo insólito proposto pelos dois ex-investigadores. Dylan leva a coisa toda na brincadeira, uma forma de seu velho amigo manter sua sanidade. Mas, o caso vai ganhando contornos cada vez mais estranhos e toma uma curva bizarra quando acontece algo diretamente a Dylan. É então que Nora brota na história como um furacão. A partir daí vemos que o tom da narrativa de Barbato passa do humor para o terror. E mesmo assim ela ainda torna Nora em uma sádica bizarra. Sem mencionar a especialista em taxidermia que surge mais para a frente e que tem uma quedinha por um certo personagem. Barbato mantém um tom tenso na história, mas com um certo grau de estranheza "engraçada" no meio de tudo. E ela faz isso com equilíbrio, sem exagerar demais para um lado ou para o outro.


Uma bela edição de Dylan que me divertiu horrores. Sim, vai parecer estranho eu dizer isso ainda mais em uma história que recorre a maluquices como esquartejamentos, humanos pendurados como em um açougue, cenas de corpos em taxidermia e biscoitinhos com zero açúcar. A ligação entre Dylan e Bloch também é bem explorada e deixa o personagem desesperado em um determinado momento. Mas, como Dylan fará para parar uma mulher que não pode ser morta? Somente lendo essa edição vocês irão descobrir.












Ficha Técnica:


Nome: Dylan Dog Nova Série vol. 12 - A Morta não Esquece

Autora: Paola Barbato

Artista: Bruno Brindisi

Editora: Mythos

Tradutor: Julio Schneider

Número de Páginas: 100

Ano de Publicação: 2020


Outros Volumes:

Vol. 1 Vol. 6 Vol. 11

Vol. 4 Vol. 9

Vol. 5 Vol. 10


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