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Resenha: "Os Portais da Casa dos Mortos" (O Livro Malazano dos Caídos vol. 2) de Steven Erikson

Atualizado: 22 de mai. de 2019

Nas Sete Cidades há rumores de que um exército do Apocalipse ameaça tomar todo o continente. Violinista e Kalam estão em busca de um portal capaz de ligar os continentes e que os consiga enviar o mais próximo possível da imperatriz em um plano ousado de matá-la. E uma corrente de cães inicia uma tortuosa marcha rumo à destruição. 

AVISO: Contém spoilers do primeiro volume.

Sinopse:


Já se passaram dez anos desde que Laseen tomou o trono com um ardil traiçoeiro, mas, à medida que o Ano de Dryjhna se aproxima, o Império Malazano se vê à beira da anarquia, enfraquecido pelos acontecimentos na cidade de Darujhistan. Muitas das regiões controladas pelo punho de ferro da imperatriz ameaçam acender a fagulha da revolução.

No meio do vasto domínio das Sete Cidades fica o Deserto Sagrado Raraku, onde estão os resquícios de incontáveis civilizações extintas há muito tempo. Nesse lugar repleto de segredos e magia, a Vidente Sha’ik e os seguidores do Apocalipse preparam um levante contra o poderoso império, conforme previsto nas antigas profecias.

Enquanto as forças convergem contra Laseen, ela reúne um exército de assassinos, feiticeiros e espiões para combater a rebelião e ampliar seu império cruel. Em meio a uma fúria e um poder jamais vistos, o mundo está prestes a mergulhar em uma guerra sangrenta, capaz de mudar os destinos de homens e civilizações, criando lendas que atravessarão os séculos.




No ano passado eu fui surpreendido por uma leitura magnífica que me fez brilhar os olhos quanto ao gênero de fantasia. Fui apresentado a Jardins da Lua, o primeiro volume da série Malazan. Ali o autor me conduzia através de um mundo onde uma grande história se desenrolava e éramos parte dela. Uma narrativa adulta que desafiava a forma como eu tinha lido livros de fantasia até então. Na época lembro de ter terminado o livro e ficado super empolgado só para ouvir os veteranos leitores da série me dizerem: "se prepare porque o volume 2 é ainda melhor". Jardins da Lua foi a minha melhor leitura de 2017. Os Portais da Casa dos Mortos é uma das minhas melhores leituras da vida. 

ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS DO PRIMEIRO VOLUME. LEIA A RESENHA POR SUA CONTA E RISCO. 

Para quem se incomodou um pouco com a forma de escrita do Erikson, apenas aceite-a: essa é a forma dele. Até digo que ele pega mais leve neste segundo volume do que no primeiro, apresentando uma história mais linear e direta. Sua escrita continua a ser convergente, ou seja, ele joga uma série de informações para você, e aos poucos vai montando o quebra-cabeças. Partes que parecem sem propósito e detalhes que parecem insignificantes compõem um todo harmônico. Quando você se dá conta, blam, o choque da realização vem até você. Ele emprega uma narrativa em terceira pessoa centrada em alguns núcleos de personagem que podem ou não ser intercambiáveis: Kalam, Violinista, Crokus e Apsalar; Mappo e Icarium; Felisin, Baudin e Heboric; Duiker. Acreditem: todas as narrativas se interligam seja de uma forma direta ou indireta. A escrita convergente acaba pegando pedaços de informação deixadas por cada um dos personagens. 

"Quando ela não estava à vista, era sinal de problemas a caminho. Quando ela não estava à vista, você vigiava sua retaguarda. Além disso, se o Patrono dos Assassinos escolhesse possuí-la mais uma vez, o primeiro aviso que receberíamos seria a lâmina de uma faca no meio da garganta."
Mappo e Icarium

Aliás, cabe aqui a curiosidade: Os Portais da Casa dos Mortos pode ser lido como um volume 1. Numa boa. Ele não necessita de Jardins da Lua diretamente para funcionar como história. Sua história é encerrada em si mesma. Se o leitor não curtir a série, pode ficar só com este segundo volume que começa e termina a narrativa. Apesar de que eu duvido que você vá deixar de ler a série. Quem leu Jardins da Lua, vai sentir aquele comichão de reler o primeiro volume por causa de algumas revelações e detalhes remetidos a ele. Ou seja: ele retoma sim a história de Jardins da Lua, mas apenas para referenciar determinadas situações e descobertas (que podem ser interpretadas apenas com o conhecimento do volume 2, mas que se você tiver lido o volume 1 vai ter uma profundidade maior). 

Os personagens são muito, mas muito bem desenvolvidos pelo autor. Quem reclamou de falta de empatia (que eu sinceramente não senti) no primeiro volume, aqui vai se apegar demais a eles. A trajetória destes personagens é extremamente emocional: você vai vibrar, se enfurecer, sofrer e chorar com eles. Algumas cenas como o penúltimo capítulo da terceira parte, a Marcha Seca e o cerco a Aren vão ficar gravados na sua memória. Personagens crescem, se desenvolvem e morrem. George R.R. Martin vai parecer uma freira de saia rodada depois de você acompanhar a marcha da Corrente de Cães. É cruel, é violento e é triste. Aqueles que sobreviverem (se é que sobrevive alguém) vão estar marcados para sempre. Só uma coisa: Erikson não é fã de usar páginas para desenvolver relações afetivas dos personagens. Um personagem gostou de uma personagem? Beleza, rolou a coisinha lá e bola para frente. Talvez isso incomode a alguns leitores que realmente entendam que a escrita dele é seca e pouco empática. É um estilo, gente. Ele vai se focar na narrativa maior, no todo. Os pequenos detalhes não interessam muito a ele. 

"O historiador especulava, encarando o rebanho. Os animais haviam se igualado a eles, passo a passo naquela jornada de destruição de suas almas. Mês após mês de sofrimento. Esta é uma maldição que todos compartilhamos: a vontade de viver. Seus destinos haviam sido decididos, embora felizmente os animais não soubessem nada a respeito."

Impossível não começar esta resenha sem falar da Corrente de Cães. Que via dolorosa é aquela. A cada instante que passamos ao lado de Duiker e Coltaine sofremos junto com eles. A gente sabe lá no nosso íntimo que aquela jornada vai redundar em uma catástrofe. Mas, no fundo de nossos corações, desejamos que ela acabe bem e que todos consigam algum milagre. Mas, milagres não existem no mundo de Erikson. A violência e a crueza de tudo o que vai acontecendo se empilha minuto a minuto. Cada combate do Sétimo dói nas profundezas de nossa alma. Cada refugiado que perde suas esperanças leva as nossas junto. O autor coloca mais um elo na corrente de cães ao nos atrelar a ela. Todos os combates que envolvem o exército de Coltaine são brutais, envolvendo espada, sangue e magia. Estamos diante do nascimento de uma lenda... mesmo que esta lenda seja construída ao redor de um massacre. 

Duiker representa o espírito do que está acontecendo. E é duro perceber que ele está ali não como um soldado, mas na função de historiador imperial. Desde o começo ele está ali para observar e não para agir. Diante de tamanha atrocidade, Duiker só deseja sair dali, se retirar, não observar tudo aquilo. Os deuses lhe deram uma missão cruel demais. E estamos juntos de Duiker testemunhando tudo aquilo. Coltaine entende desde o princípio a importância de Duiker em toda aquela marcha. A importância de não deixar as memórias de todos aqueles envolvidos na corrente de cães não serem levadas pelas areias do tempo. O personagem está ali para registrar e espalhar a história de tudo aquilo que se sucedeu nos meses que levaram àquela marcha de seu início até o final. Não importa se os envolvidos tenham sido bem sucedidos, mal sucedidos ou tenham desistido. Coltaine fez questão de que a história não fosse contada de forma errada. Como a gente testemunha o que poderia acontecer caso isto se desse no final. Tivemos um rápido vislumbre disso e nos revoltamos. Por isso a atitude de Duiker naquele instante derradeiro faz total sentido. 

Dá para fazermos diversas associações aos acontecimentos que se sucedem nas Sete Cidades. Podemos entender como a fuga do Egito feita por Moisés; podemos colocar a antítese entre terroristas e aliados; podemos colocar a disputa pela Terra Santa. Como Erikson é um arqueólogo, ele permite que façamos estas associações com base em sua formação. Quando vemos mais tarde porque as coisas se sucederam do jeito que foram e os motivos de Laseen, a gente consegue associar ainda melhor os acontecimentos. Compreensível? Sim. Perdoável? Jamais. 

"- Acha que iríamos lutar para salvar um pedaço de tecido num mastro? - Ele gesticulou na direção do corpo ao redor do qual seus amigos estavam ajoelhados. - Nordo foi atingido por duas flechas. Repelimos um pelotão de semkeses para ele poder morrer no seu próprio tempo. Aqueles bastardos tribais sequestram inimigos feridos e os mantém vivos para torturá-los. Nordo não ia sofrer isso, não."

Para aqueles que não gostam de histórias muito violentas, corram. Algumas cenas que acontecem na narrativa são cruéis. Algumas então são de embrulhar o estômago. O autor não poupa nada, nem ninguém de passar por situações difíceis. A própria Felisin (que já vou falar dela) passa por poucas e boas em Copo de Crânio. Sim, temos algumas situações de violência sexual (não explícita), mas que afetam o emocional e destroem o espírito. As dores pelas quais todos os personagens passam são as mais variadas: físicas, psicológicas, emocionais. Por isso, eu disse que ninguém sai ileso ao final da história. 

Outra personagem que cresce muito na narrativa é Felisin. Não é spoiler porque acontece nas primeiras páginas, mas ela é cedida pela Casa Paran para tentar resgatar o prestígio da família e comprar o cargo de conselheira para sua irmã Tavore. Logo no começo Felisin se torna escrava das minas de otataral. A estadia no lugar molda ela de uma criança mimada em uma mulher amarga. Uma jovem moça com o coração de uma idosa que passou por incontáveis sofrimentos em uma idade tão tenra. A relação que ela tem com Beneth dói... a gente vai percebendo o quanto ela se recolhe a uma fachada de crueldade para abafar a dor em seu coração. O pior é quando ela percebe que o motivo de ela estar fazendo aquilo dói nos alvos de sua "compaixão". Em dado momento até nos perguntamos: ela está fazendo aquilo para ajudar Baudin e Heboric ou para evitar que ela mesma enlouqueça? 

A jornada do estranho grupo depois vai levá-los ao limite dos seus seres. Parte por parte, Felisin vai perdendo a si mesma ao longo da jornada. Quando acontece aquilo, Felisin já havia deixado de ser Felisin. De certa forma, a personagem já havia morrido. O que vai entristecendo Heboric é perceber o esfacelamento de um espírito. Ele vai acompanhando a violência contra o espírito da personagem e se sentindo inútil por nada poder fazer para ampará-la. Chega a ser uma ironia cruel Heboric passar pelos testes de fé só para conseguir o que deseja tarde demais para fazer alguma diferença. Ao final resta saber se a jornada pela qual Felisin passa em Portais da Casa dos Mortais é uma jornada de redenção ou uma de vingança. A gente fica sem saber ao certo por conta da dualidade que a personagem demonstra ao longo da narrativa. 

Não tem também como não falar da dupla Icarium e Mappo. Que relação bela a dos dois. Creio até que exista uma relação amorosa entre os dois, não sei de amizade e companheirismo ou de algo mais. Algumas das cenas entre eles são tão doces diante de toda a crueldade apresentada na narrativa que criam até um paradoxo. A gente sente a angústia de Icarium que não sabe sobre si e deseja descobrir a verdade e a de Mappo que deseja a todo o custo que ele não obtenha a verdade; Quando nós descobrirmos a "verdadeira" verdade é de chorar. Se esta verdade vai trazer algum desenvolvimento final, cabe a vocês, leitores, descobrirem na narrativa. 

"Aquela separação tinha trazido emoções bem fortes,como Violinista percebeu tarde demais. O dever que um dia ligara Kalam e ele a uma única causa, que era tanto amizade quanto qualquer outra coisa, parecia ter se quebrado."

Poderia falar também de Crokus, Apsalar, Violinista e Kalam, mas sinto estar me alongando demais nesta resenha. Vejam que faltou muita coisa a comentar e não toquei nem na ponta do iceberg. São muitas histórias, muitas emoções... Sinto não ter a capacidade de esperar uma tradução do terceiro volume para o português, ou seja, logo vocês verão mais de Malazan. De minha parte, a edição da Arqueiro está acima de qualquer crítica. Excelente tradução, edição muito elegante e capa impactante. A editora fez o dever de casa muito bem e nos entregou uma edição digna. Recomendo a todos a série e certamente, assim como em 2017, este livro vai estar entre os melhores do ano, se não for o melhor. 


Ficha Técnica:

Nome: Os Portais da Casa dos Mortos Autor: Steven Erikson Série: O Livro Malazano dos Caídos vol. 2 Editora: Arqueiro Gênero: Fantasia Tradutora: Carol Chiovatto Número de Páginas: 816 ​Ano de Publicação: 2018


Outros Volumes:

Memories of Ice (vol. 3)

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