O autor de Another, Hiro Kiyohara, nos traz uma série de sketches de comédia com uma garota chamada Maoko que mora dentro de uma máquina de lavar em uma lavanderia automática. Ela conhece uma garota chamada Haru com quem desenvolve uma divertida amizade.
Sinopse:
Esta é a história de Maoko, a misteriosa garota que vive em uma lavanderia automática frequentada por Haru Tanaka, que se vê obrigada a lidar com ela, e sua relação com as estranhos figuras que lá encontra. São histórias com humor e emoção, e de uma absurda máquina de secar!
Humor é um negócio complicado de avaliar. Nem sempre aquilo que se diz ser engraçado, assim o é. E pior ainda quando se tratam de culturas diferentes onde outras coisas produzem a sensação de humor. Por exemplo, o que nos faz rir no Brasil não é o mesmo que nos EUA ou na Noruega. Os americanos tem mania de fazer piadas com peido. Para muitos de nós no Brasil isso seria algo completamente estúpido e sem graça. Ou os japoneses que acham um homem grande usando fraldas algo divertido. E para nós isso seria bobo apenas. Estou usando exemplos bem específicos, mas cabe deixar claro que é óbvio que o humor nestas culturas não é só isso. E Coin Laundry Lady totalmente não funcionou para mim como um mangá de comédia. Alguns sketches são engraçadinhos enquanto outros são bem sem graça mesmo. Mesmo assim, Kiyohara faz o possível para conseguir nos fazer rir com o cenário de uma garota que vive em uma lavanderia automática.
A história nada mais é que uma garota chamada Maoko que vive em uma lavanderia dentro de um centro comercial. Ela curte assustar as pessoas saindo de dentro de uma máquina de lavar. Um dia, ela conhece uma aluna universitária chamada Haru com quem Maoko desenvolve uma estranha amizade. Haru gosta de um garoto de óculos que frequenta a sua universidade e ela deseja stalkeá-lo a todo custo. Haru chega a roubar o seu óculos depois de segui-lo até a sua casa e instalar câmeras para ficar observando-o à noite. Outro personagem recorrente é o Príncipe, o filho do dono do centro comercial que tem uma quedinha pela Haru. Só tem um problema: a Haru não quer nem chegar perto dele. O Príncipe compartilha de uma característica bizarra de seu pai: ambos são masoquistas.
Já conhecia o trabalho de Kiyohara através de outros trabalhos como Tsumitsuki e Feridas. Portanto estou familiarizado com a arte dele. Não acho a arte dele espetacular de maneira alguma e o seu design de personagens é bastante genérico. O que ele buscou trabalhar em Coin Laundry Lady foi a capacidade de assustar e tem algumas cenas que até se comprometem a fazer isso. Só que fica estranho trabalhar terror em um mangá de comédia. Mesmo que o mangá se proponha a fazer piada com os clichês do gênero. Me parece que a Maoko pode ter sido inspirada na personagem Tomie, do Junji Ito, mas pode ser impressão minha. O design é bastante semelhante. As últimas histórias até tem uma arte um pouco melhor como a que se passa quando Haru não vai visitar a Maoko ou outra quando eles estão jogando um game de terror. A quadrinização dele é bem padrão e vez ou outra ele usa alguns quadros típicos de mangás como o personagem amuado, o momento do susto (quando é colocado um close no rosto do personagem) ou personagens chibis.
Falando sobre o roteiro em si, ele tende a se focar em pequenas situações do cotidiano. E a gente até vê uma certa progressão narrativa embora essa não seja a proposta. À medida em que vamos conhecendo os personagens, nos acostumamos com as características de cada um. É então que Kiyohara nos dá uma invertida e mostra um outro lado deles. Algumas piadas são bem de mau gosto como a da Maoko que se coloca como se tivesse se matado enforcada e na verdade era uma brincadeira. Ou outra situação onde o dono do centro comercial participa da barraquinha da Maoko e se coloca como alvo no tiro ao alvo. E as armas usadas pelos personagens são de verdade e não de brinquedo. Novamente achei alguns capítulos bem intragáveis enquanto outros eram engraçadinhos. Fica parecendo uma turma de amiguinhos felizes, mas todos os amiguinhos tem algum tipo de transtorno meio pirado. Já vi alguns bons animes de comédia que não recorrem a isso como Asobi Asobase onde as personagens femininas são completamente piradas. E a gente chora de rir.
Sinceramente Coin Laundry Lady não é um mangá que eu indicaria e o pior: parece que fiquei cismado realmente com o Hiro Kiyohara. Os roteiros não me agradam, a arte é qualquer coisa. Realmente Another foi algo fora da curva. No fim das contas, minha dica é procurem outra coisa melhor. Só isso.
Ficha Técnica:
Nome: Coin Laundry Lady
Autor: Hiro Kiyohara
Editora: JBC
Gênero: Humor
Tradutor: Edward Kondo
Número de Páginas: 184
Ano de Publicação: 2017
Link de compra:
コメント