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Resenha: "Vinland Saga Deluxe vol. 1" de Makoto Yukimura

Thorfinn é um normando duro cuja vida tomou um rumo para a tragédia. Em uma jornada de vingança por seu pai que foi morto pelo chefe Askeladd de uma maneira covarde, ele faz parte da tripulação do homem ao qual ele jurou vingança.


Sinopse:


Quando criança, Thorfinn, filho do lendário guerreiro viking Thors, vive sem saber o passado do pai, que descobriu após anos no campo de batalha algo mais valioso do que matar seus iguais, viver sua vida de paz. Ao saber os tempos de guerra de seu pai, o garoto se revolta e vai à guerra com ele, mas acaba sendo tarde demais quando reconhece o valor dele. No passado, Thors se viu obrigado a lutar na guerra entre Dinamarca e Inglaterra junto aos Jomsvikings.






Vinland Saga é um mangá que já vinha me sendo indicado há algum tempo por colegas que curtem mangás. Como leitor, hoje não tenho paciência para histórias muito longas ou mangás shounen (os quais prefiro assistir quanto tem uma adaptação). Quando a Panini anunciou o lançamento da versão Deluxe do mangá que continha dois volumes em um, decidi dar uma chance e ver se curtia a escrita de Makoto Yukimura. Confesso que o primeiro volume ainda possui alguns clichês de shounen, mas a narrativa em si é bastante interessante e chama a atenção do leitor. Principalmente por ser uma história que foge dos temas normalmente explorados e nos apresentar um contexto histórico rico em intrigas, guerra e sangue.


A história começa com o bando de Askeladd decidindo se deve ou não auxiliar um grupo de soldados francos a invadir uma fortaleza. O intuito é saquear tudo e a ajuda dos francos poderia facilitar a exploração de Askeladd. Ele envia Thorfinn, um soturno membro de sua tripulação para mediar o contato com o nobre franco responsável pelo exército de conquista local. A partir daí ficamos conhecendo as habilidades e o forte desejo vingança de nosso protagonista, que deseja desafiar Askeladd em nome de seu pai, morto por ele de forma covarde. Neste volume conhecemos a origem do personagem e o que o levou a se misturar com a tripulação do homem que ele deseja matar. E se seus objetivos possuem algum futuro, dada a força e o carisma do líder normando.


Adorei a arte de Yukimura. É na arte que percebemos o quanto o autor fez uma profunda pesquisa sobre a Idade Média europeia conseguindo reproduzir os fortes, as casas, as vestimentas e o padrão dos navios vikings que eram tão típicos da época. Se não houvesse a estética típica do mangá japonês no design de personagens, poderíamos dizer que Vinland Saga seria um quadrinho europeu ou americano, dada a preocupação com o contexto no qual a história está inserida. Os personagens são diferentes dos modelos que aqueles que leem mangás estão acostumados. As expressões faciais são diferentes, o que nos convidar a ter novas sensações ao observar estes personagens em ação. Para não falar que o mangá foge bastante do padrão, o design de personagens de Yukimura me lembrou a estética empregada por Satoru Noda, autor de um mangá chamado Golden Kamuy. O formato do rosto é parecido, os gestos de mãos e posicionamento dos pés também.

Disse que esse volume tem alguns clichês típicos de um mangá shounen principalmente por conta de seu dinamismo. É um mangá extremamente veloz, daqueles que as cenas se passam em um piscar de olhos e, se o leitor não for cuidadoso e pisar um pouco no freio, não vai conseguir apreciar a arte de Yukimura. Ele usa bastante da linha cinética nos quadros e gosto quando os movimentos são fluidos e fazem sentido. As cenas de batalha, mesmo aquelas que possuem muitos elementos em movimento, são coerentes e nos fazem conseguir imaginá-las acontecendo em nossa cabeça. As passagens de quadros de ação para ação dão uma alta velocidade à narrativa com o meu destaque indo para o desafio entre Thorfinn e Askeladd como sendo um bom manual para como o autor pensa a construção de suas páginas e cenas. Com um estilo tão frenético, a chegada de um flashback no meio deste volume nos ajuda a respirar um pouco para conhecer o que realmente se passa aqui.


A narrativa se passa no século XI, o presente acontecendo na costa da França enquanto que os trechos da infância de Thorfinn se passam na sua terra natal na Islândia. Foi um bom acerto do autor escolher a Baixa Idade Média como momento onde se passam suas histórias até porque as migrações vikings se passam em dois momentos: entre os séculos V e VI, mais ou menos após a queda do Império Romano e entre os séculos IX e XI quando da formação do império de Carlos Magno. Yukimura consegue representar bem a vida dura e difícil dos habitantes dessa região. Vikings são caçadores por natureza por conta do clima hostil vivido por eles, com pouco espaço para a agricultura. Se tornar um saqueador ou um pescador eram as únicas saídas. Para piorar, todo o século XI passou por uma pequena Idade do Gelo quando as temperaturas ficaram muito baixas, além dos patamares históricos do período. Para a mentalidade medieval da época, o resfriamento do planeta era considerado um sinal do fim dos tempos. No mangá, podemos perceber isso na fala dos francos, alinhados à religião cristã que passava por transformações na época e um milenarismo apocalíptico tomava conta de tudo e todos. Outro ponto que bate com o contexto histórico é o da conquista de Harald que destruiu todos os seus opositores na Escandinávia e criou uma espécie de aliança de povos nunca antes vista.

A escravidão que se torna uma temática importante para a história de Thorfinn era comum no período. Não estamos falando da escravidão moderna, aquela que tomou conta após as Grandes Navegações que era quase um negócio. A escravidão aqui tinha outras origens. Poderia ser por endividamento quando uma pessoa acabava adquirindo uma dívida com um nobre que não conseguia pagar de volta e empenhava sua força de trabalho e liberdade como pagamento. Era uma espécie de escravidão por contrato e normalmente o escravizado não conseguia se libertar dela já que acabava por precisar sempre de mais dinheiro para sustentar sua família. Tornava-se um ciclo vicioso que podia até passar para outros membros da família que assumiam a dívida. Havia também a escravidão de guerra quando um povo se tornava escravo do outro após ser derrotado em batalha. Os escravos eram como espólios de guerra e a posse de sua liberdade ficava a cargo de quem os capturava. Um terceiro tipo era a escravidão como punição por um crime cometido. Poderia ser um assassinato onde aquele que cometeu o ato se tornava escravo como uma forma de compensar pela força de trabalho perdida. Como podemos ver, os três tipos de escravidão que apontei aqui eram irreversíveis. O legal desse primeiro volume é que podemos observar um pouco desses três modelos na figura de alguns agregados próximos ao jovem Thorfinn, Askeladd (no começo da trama) e Hordaland.


Mas, Askeladd surge com um conceito interessante que serve para entendermos melhor a mentalidade dos personagens neste primeiro volume. É o de que todos somos escravos de alguma coisa. E essa é uma frase que tem vários significados possíveis. Para uma garota como Hordaland, filha de uma casa nobre decaída que se tornou escravizada, a escravidão é uma condição da qual ela não estava preparada e os abusos e violências que fazem parte dela. Um escravo perde a sua capacidade de ir e vir. Mas o que difere a sua condição sem liberdade da de um homem como Gorm que é escravo de seu dinheiro? Isto é o que move a sua vida e ele não consegue pensar sua vida sem tê-lo. É o dinheiro que vai mover suas ações, ou seja, no fim de tudo ele não tem liberdade per se. Este o prende como se fossem grilhões. O mesmo pode ser dito de Thorfinn e seu desejo cego de vingança contra Askeladd. Ele se colocou grilhões e foi escravizado por sua sede de sangue. Sua vida tem como base a destruição de outra, mas é confinada por um código de conduta que o impede de seguir em frente. E Askeladd? Bem, isso é um assunto para outras edições, não acham?


A ideia da terra prometida, da utopia verde, do território mágico é o que move as pessoas da vila de Thors, o pai de Thorfinn. A possibilidade de sair de um frio intenso, de encontrar um lugar onde os sonhos podem se tornar reais. Viver na Escandinávia entre os vikings era ter uma vida difícil. Ao mesmo tempo em que sonhar com a Vinland era uma forma de motivar as pessoas a darem o seu melhor, era também uma maneira de pensar que existiria algo melhor do outro lado do oceano. Ter esperança pode ter um significado diferente dependendo daquele que tem esse sentimento. Para o escravo abrigado por Thors era uma maneira de escapar a uma dura vida de dor e sofrimento. Para Thors, é um lugar onde ele pode permanecer em paz ao lado de sua esposa e seus filhos. Ao mesmo tempo a esperança pode ser um sentimento cruel ao te colocar em uma jornada difícil para conquistar seu objetivo final. Nesse momento inicial, Thorfinn ainda não está pronto para embarcar em uma busca por uma terra prometida. Sua cabeça está nos campos de batalha assim como os outros membros de sua vila. Está na busca por uma glória pessoal, uma medalha. A saga de Vinland, dessa busca utópica, vai depender ainda do amadurecimento do protagonista, da percepção por uma busca de algo que faça sentido para ele.


Esse primeiro volume é bastante interessante por nos delinear as linhas e as relações entre os personagens. Yukimura foi muito inteligente ao começar a história pelo presente do personagem, mostrando toda a dureza do campo de batalha e onde o protagonista se situa na história. Após esse choque inicial, regado de muita ação, o autor dá alguns passos atrás e nos mostra como ele chegou até esse ponto, falando sobre sua origem e sua complicada relação com Askeladd. Mesmo com vários clichês de mangás shounen, sinto que o caminho não é exatamente esse e creio que teremos mudanças nos próximos volumes. A arte é muito boa, difere do que vemos no mercado. Houve uma intensa pesquisa da parte do autor para a construção dos cenários, das casas, dos navios, das bandeiras e das vestimentas dos personagens. Gostei que mesmo sendo um mangá que vai ter alguns aspectos de fantasia, ele não perde a mão e procura se manter em uma linha tênue entre os fatos reais e os fantásticos. Muito bom primeiro volume.












Ficha Técnica:


Nome: Vinland Saga Deluxe vol. 1

Autor: Makoto Yukimura

Editora: Panini

Tradutora: Lidia Ivasa

Número de Páginas: 464

Ano de Publicação: 2020


Outros Volumes:

Vol. 2


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