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  • Foto do escritorPaulo Vinicius

Resenha: "Um Pedaço de Madeira e Aço" de Chabouté

A história do cotidiano das pessoas tendo como protagonista um banco de praça. Toda a sensibilidade de Chabouté presente nesta linda história que vai fazer você apurar todos os seus sentidos.

Sinopse:


A história de um banco, um simples banco de praça pública, que vê pessoas passarem durante horas, dias, estações, anos… Muitas passam, algumas param, outras voltam e há aquelas que esperam… O banco é um refúgio, uma ilha, um abrigo, um palco… um balé de anônimos conduzidos por uma coreografia habilmente orquestrada, em que pequenas curiosidades, situações incríveis e encontros surpreendentes dão à luz uma história singular, por vezes cômica, por vezes trágica. O quadrinista Chabouté (Moby Dick), com sua arte inigualável e seu excepcional domínio do preto e branco, tece uma narrativa gráfica com a magia de Jacques Tati, a beleza de Chaplin e pitadas de Marcel Marceau e Buster Keaton… 340 páginas de um drama cujo herói é um banco.




Christopher Chabouté é um dos artistas sequenciais mais reverenciados nos últimos tempos. Seus desenhos são lindos e suas narrativas fogem completamente do padrão. É um artista que gosta de ousar, e em sua ousadia somos presenteados com belas obras de arte. Aqui ele quebra dois paradigmas: 

- usar um objeto inanimado como protagonista central de uma narrativa; - contar uma história em quadrinhos profunda e sensível sem um único balão de texto. 

Difícil, não? Acredito que se Moby Dick não tivesse feito tanto sucesso no ano passado graças ao empenho do Pipoca e Nanquim, esse título belíssimo não teria saído com tanto hype e procura. Até agora, quase doze horas depois de ter terminado a leitura da HQ, ainda estou tentando processar meus sentimentos a respeito de Um Pedaço de Madeira e Aço. A verdade é que o autor me alcançou de maneiras incríveis. Algumas histórias são de uma doçura que poucas vezes eu vi em um quadrinho. 

Vamos antes falar da edição: o Pipoca e Nanquim manteve parte do padrão de Moby Dick com a capa dura e as bordas arredondadas que dão um ar de bastante elegância ao quadrinho. O tamanho menor se deve ao fato de que a edição europeia é nesse formato. Mesmo assim, o tamanho colabora e muito com o aproveitamento total da arte do Chabouté. O papel usado é de alta gramatura e a gente consegue perceber isso somente pelo fato dos desenhos não passarem para o outro lado criando aquele reflexo incômodo que vemos em alguns tipos de pisa brite. A capa também é um show à parte: a ilustração é muito limpa, com o título da HQ tendo sido escrita à mão pelo letrista e o balãozinho preso no banco estar envernizado. Detalhe também para o fato de a capa ser em soft touch. Os meninos do Pipoca e Nanquim brincaram com o fato de o logotipo na lateral estar na mesma altura do Moby Dick fazendo um visual homogêneo. Galera, não é brincadeira isso. Está mesmo. Parabéns pelos pequenos detalhes que fazem dos quadrinhos da editora peças tão únicas. 

A arte do Chabouté é incrível. Ele tem um domínio completo do preto e branco nos quadros. Muitos autores preferem colorizar seus trabalhos e esquecem da beleza que existe na dança do preto e do branco. É como o yin/yang da tradição oriental. Eles são complementares e precisam trabalhar em conjunto para formar uma harmonia. E é isso o que o autor obtém nas páginas. Por isso que ler uma HQ dele é tão diferente do padrão. Ele consegue criar detalhes como neve, chuva, sombras, silêncio apenas com o uso adequado de ambos. Some isso a uma habilidade magistral de combinar ângulos e profundidade e chegamos à arte de um mestre. 

Percebam também os pequenos detalhes nas cenas. A inscrição que o jovem casal de namorados coloca no banco na primeira cena estará presente ao longo de toda a narrativa. Mesmo que o ângulo do qual a cena esteja sendo mostrada não o deixe tão visível, ele está ali. Os personagens são facilmente identificáveis. Apesar de o banco ser o protagonista, os demais personagens atuam como coadjuvantes e sempre conseguimos reconhecê-los. Mesmo quando alguma coisa acontece na vida deles e sua aparência muda de alguma forma, os traços faciais são constantes. Estamos falando de uma HQ sem um balão de diálogo... e eu não tive dificuldade alguma para reconhecer os personagens. 

O banco de praça atua como um grande observador no drama que é a vida. Várias histórias se passam ali: um skatista tentando fazer a manobra perfeita; um casal idoso que sempre compartilha um pedaço de bolo; um mendigo que usa o banco para descansar de mais um dia difícil; uma mulher que recebe uma boa notícia; uma senhora que pára para ler mais um capítulo de seu romance favorito. Essas histórias se intercalam ao longo de toda a narrativa. Acontecem diversos desenvolvimentos de forma natural porque a vida é dinâmica. Chabouté pegou um fragmento do tempo de vida dessas pessoas e transportou para o seu modo de enxergar a história. Usar o banco de praça foi uma forma de contar várias histórias. Aliás, até o banco de praça tem a sua própria narrativa. 

Aqui temos o magnum opus do que é uma narrativa audiovisual. O autor coloca tanta informação nos seus quadros que o texto se torna completamente desnecessário. Eu odiaria ver qualquer texto estragando algum desses belos quadros. Muitos autores precisam de páginas e páginas para poder compartilhar uma informação. Chabouté precisa de poucos quadros para isso. A gente sabe que o mendigo está se sentindo solitário em uma noite fria de inverno quando vemos quadros pretos e apenas a silhueta do mendigo se aproximando para deitar no banco. A informação está ali, bastando ao leitor apreender o que ele está vendo. Estamos tendo o nosso olhar educado a cada página passada. 

Não tenho palavras para descrever a minha sensação ao terminar a leitura de Um Pedaço de Madeira e Aço. Felicidade por ler algo tão belo? Tristeza por me despedir dos personagens? Encantamento por ter visto algo tão fora do padrão? A verdade é que Chabouté é inexorável. Você não vai ser o mesmo leitor após esta experiência. 


Ficha Técnica: 

Nome: Um Pedaço de Madeira e Aço Autor: Chabouté Editora: Pipoca & Nanquim Gênero: Romance (eu acho...)

Tradutor: Daniel Lopes Número de Páginas: 340 Ano de Publicação: 2018


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Conversa aberta. Uma mensagem lida. Pular para o conteúdo Como usar o Gmail com leitores de tela 2 de 18 Fwd: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br Caixa de entrada Ficções Humanas Anexossex., 14 de out. 13:41 (há 5 dias) para mim Traduzir mensagem Desativar para: inglês ---------- Forwarded message --------- De: Pedro Serrão Date: sex, 14 de out de 2022 13:03 Subject: Re: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br To: Ficções Humanas Olá Paulo Tudo bem? Segue em anexo o código do anúncio para colocar no portal. API Link para seguir a campanha: https://api.clevernt.com/0113f75c-4bd9-11ed-a592-cabfa2a5a2de/ Para implementar a publicidade basta seguir os seguintes passos: 1. copie o código que envio em anexo 2. edite o seu footer 3. procure por 4. cole o código antes do último no final da sua page source. 4. Guarde e verifique a publicidade a funcionar :) Se o website for feito em wordpress, estas são as etapas alternativas: 1. Open dashboard 2. Appearence 3. Editor 4. Theme Footer (footer.php) 5. Search for 6. Paste code before 7. save Pode-me avisar assim que estiver online para eu ver se funciona correctamente? Obrigado! Pedro Serrão escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:42: Combinado! Forte abraço! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:41: Tranquilo. Fico no aguardo aqui até porque tenho que repassar para a designer do site poder inserir o que você pediu. Mas, a gente bateu ideias aqui e concordamos. Em qui, 13 de out de 2022 13:38, Pedro Serrão escreveu: Tudo bem! Vou agora pedir o código e aprovação nas marcas. Assim que tiver envio para você com os passos a seguir, ok? Obrigado! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:36: Boa tarde, Pedro Vimos os dois modelos que você mandou e o do cubo parece ser bem legal. Não é tão invasivo e chega até a ter um visual bacana. Acho que a gente pode trabalhar com ele. O que você acha? Em qui, 13 de out de 2022 13:18, Pedro Serrão escreveu: Opa Paulo Obrigado pela rápida resposta! Eu tenho um Interstitial que penso que é o que está falando (por favor desligue o adblock para conseguir ver): https://demopublish.com/interstitial/ https://demopublish.com/mobilepreview/m_interstitial.html Também temos outros formatos disponíveis em: https://overads.com/#adformats Com qual dos formatos pensaria ser possível avançar? Posso pagar o mesmo que ofereci anteriormente seja qual for o formato No aguardo, Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:15: Boa tarde, Pedro Gostei bastante da proposta e estava consultando a designer do site para ver a viabilidade do anúncio e como ele se encaixa dentro do público alvo. Para não ficar algo estranho dentro do design, o que você acha de o anúncio ser uma janela pop up logo que o visitante abrir o site? O servidor onde o site fica oferece uma espécie de tela de boas vindas. A gente pode testar para ver se fica bom. 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