Você consegue ouvir o som da cidade? Se você consegue, você pode ter sido escolhido como um dos guardiões dela contra seus inimigos. Medite, ouça, cheire, sinta. Cada pedaço do ambiente ao seu redor está vivo.
Sinopse:
Nesta história curta escrita por N.K. Jemisin, autora de A Quinta Estação, a cidade de Nova York está prestes a sofrer algumas mudanças. Como quaisquer grandes metrópoles que vieram antes dela, quando uma cidade se torna grande o suficiente, velha o bastante, ela deve nascer; mas existem inimigos ancestrais que não toleram vida nova. Então Nova York irá viver ou morrer pelos esforços de uma coroa relutante... e o quanto ele conseguirá aprender a cantar bem a poderosa música da cidade.
Vivemos em um mundo extremamente dinâmico. Todos os dias somos assolados por imagens e sons a todo o momento. Mas, será que já paramos para escutar o verdadeiro som das cidades? Dizemos que São Paulo pulsa de energia vinte e quatro horas por dia, que Nova York é uma cidade que não para e que o que acontece em Vegas fica em Vegas. Através de uma narrativa carregada no aspecto sensorial, N.K. Jemisin nos conta a história de um personagem que se descobre ser uma espécie de guardião da cidade. Um homem estranho chamado Paulo (não sou eu, gente... juro rsrsrsrs) tem uma fala esquisita, carregada de ideias hippies que não atraem nosso protagonista. Mas, aos pouquinhos, ele vai cedendo e percebendo que aquilo que Paulo fala pode ter um tanto de verdade.
Dizer que a escrita da Jemisin é sensacional é chover no molhado. Aqui ela brinca com sensações ao longo dessas poucas páginas. A narrativa dela é tão sensorial que em alguns momentos eu realmente imaginei estar ouvindo coisas, ou que os grafites nos muros eram imagens em movimento. Ou até mesmo sentir o fedor dos becos. Acho que o segredo pelo qual esse conto é tão bom é o fato de o leitor ser levado através da narrativa do protagonista até a cidade dele. E isso porque a narrativa é em primeira pessoa e eu não sou lá muito fã disso. Mas, quando bem feita, uma escrita desse estilo pode ser sensacional.
O protagonista é um garoto de rua que sobrevive com sua habilidade e sua sensualidade. Percebemos aqui que estamos diante de um protagonista de moral duvidosa e que não se exime de usar a si mesmo e a seu corpo para poder sobreviver. Ao mesmo tempo, ele é um homem objetivo e ligado de certa forma à arte. Ele começa com muito ceticismo, mas aos poucos ele vai precisar abrir sua mente para aquilo que está diante dele. Esta transição é feita de uma forma bem suave e simples, apenas a partir da experiência empírica do personagem.
Mas, se pararmos para refletir um pouco, a cidade é o verdadeiro protagonista da história. Isso porque ela está em busca de alguém que possa defendê-la de seus inimigos. Estes são todos aqueles que desejam feri-la de alguma forma, seja destruindo seus arranha-céus ou poluindo o seu subsolo. Parece loucura, mas quantas vezes já não vimos programas de televisão explorando a vivacidade de uma metrópole? Entender que ela é viva não é nem algo tão fantasioso assim. E o detalhe maior é que a fantasia na história aparece de uma maneira tão sutil que mesmo quem não é fã do gênero vai gostar. Sinceramente, este é um dos melhores contos que eu li esse ano, de uma autora que é quase como vinho, vai se tornando cada vez melhor a cada nova história lançada.
Ficha Técnica:
Nome: The City Born Great Autora: N.K. Jemisin Editora: Tor.com Gênero: Fantasia Número de Páginas: 23 Ano de Lançamento: 2016
Avaliação:
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