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Foto do escritorPaulo Vinicius

Resenha: "Rusty Brown" de Chris Ware

Escrito por um artista de peso que tem o comando de suas potencialidades na arte e na narrativa, Rusty Brown é uma viagem artística e filosófica pela vida de um menino chamado Rusty Brown e seus percalços. Sem falar em todo um elenco de outros personagens que tem suas vidas interligadas intrinsecamente em uma teia narrativa intrigante e inteligente.


Sinopse:


Nos livros de Chris Ware a vida se apresenta como um objeto fragmentado. É sempre através da perspectiva dos personagens, reféns da própria consciência, que as narrativas se desenrolam.


Rusty Brown radicaliza este mecanismo. Nele, acompanhamos quatro histórias interligadas. Na primeira, que se passa num único dia em uma escola de Omaha, Nebraska, nos anos 1970, Ware nos apresenta ao jovem e solitário Rusty e aos irmãos Alice e Chalky White. O livro dá então um salto para o passado, e o pai de Rusty, o infeliz Woody Brown, é quem passa a ocupar o centro da trama. Ware nos conduz à adolescência de Woody, que precisa lidar com uma conturbada história de amor e o início de sua carreira de escritor de ficção científica. No terceiro eixo do livro, encontramos a história do valentão Jordan Lint, o terror de Rusty, desde seu nascimento até sua morte. Por fim, os holofotes são apontados para Joanne Cole, uma professora negra numa escola predominantemente branca.


Com seu traço meticuloso e absolutamente original, Ware faz uma reflexão poderosa sobre empatia, trauma, preconceito e o impacto cósmico das nossas ações cotidianas na vida dos outros.






A arte como narrativa


Essa vai ser uma longa resenha e eu peço desculpas aos leitores. Mas, preciso comentar sobre os diversos pontos que fazem dessa narrativa tão espetacular. E por que Chris Ware já ganhou 22 Prêmios Eisner chegando a ser homenageado em Angouleme. É fantástico poder parar e apreciar cada detalhe, cada ferramenta que Ware usou para construir sua história. E como se trata de uma série de capítulos publicados ao longo de vários anos, o leitor pode acompanhar a transformação dos visuais, novas ferramentas que ele vai testando ou alguma nuance que ele introduz em seus quadros. Tecnicamente falando, é uma HQ perfeita. Não tenho nenhuma crítica e até posso reclamar um pouquinho do design de personagens, mas diante da galáxia de coisas que ele introduz na HQ, minhas rabugices acabam se tornando pequenas picuinhas e deixo-as para lá para poder apreciar a grandiosidade do que nos é apresentado.


Como disse, quero apresentar várias situações e detalhes, por isso arte e narrativa vão ser praticamente do tamanho de uma das minhas resenhas (ou seja... se preparem para mais de uma dúzia de parágrafos). Sinto que se eu não fizer isso, não estarei fazendo justiça ao material apresentado. Traduzindo: comprem esse negócio logo, e não enrolem. Leiam para terem certeza ou até perceber algum detalhe que não ficou claro durante a leitura.


Os quadros do Chris Ware são um dos pilares daquilo que ele constrói sua narrativas. Sejam esses quadros pequenos, médios ou grandes. Na primeira história, temos duas narrativas acontecendo em paralelo com uma divisão por faixas bem clara. Uma que ocupa dois terços da página e a outra que ocupa a parte inferior, quase como se fosse um rodapé. Sua estrutura em quadros vai parecer estranha a princípio e até geometricamente corretinha, mas aos poucos o leitor vai se dando conta de como essa "estrutura geométrica" vai mudando de acordo com o que ele deseja apresentar. Raramente vamos ver quadros que ocupem a moldura inteira, sendo na maior parte das vezes 6 na narrativa "principal" e 8 a 10 pequenos quadros na narrativa do rodapé. Em alguns momentos, Ware vai mexer nessa estrutura seja mudando a angulação da câmera (já falo mais a seguir) ou inserindo alguma quebra temporal com algum recordatório.


A angulação de câmera é bastante importante para o funcionamento dessa "estrutura geométrica" de Ware. Isso acontece a partir do momento em que nos damos conta que os quadros funcionam bem como uma sequência. Em livros de estrutura de quadrinhos costumamos aprender que quadros representam uma sequência de acontecimentos, mas na maioria das histórias há um espaço de tempo entre o que acontece entre um quadro e outro que pode ser de vários segundos, minutos ou horas. Em Rusty Brown, essa sequência é de pouquíssimos segundos porque esses quadros parecem sequências animadas. Ware repete os quadros com as mudanças ocorridas a cada segundo. É como se brincássemos de desenhos de animação em um caderno, representando um bonequinho palito e passando as folhas de caderno para acompanhar a animação. A sensação é justamente essa. Só que Ware também apela para o direcionamento do olhar do leitor. É importante para ele passar a sensação correta para o leitor sobre aonde ou como ele deve olhar. Um exemplo disso é logo no começo quando ele introduz a divisão entre as duas linhas narrativas, a com Rusty e a com Chalky. Temos uma série de quadros no formato de bolinhas descendo verticalmente até chegar embaixo e nos fornecer a orientação em faixa. Outros momentos envolvem enxergar a escola de um plano de cima, outro de close, outro na lateral, outro nos fundos. A angulação aliada ao ponto de vista referencial nos ajuda a compreender até os sentimentos dos personagens. Seja o Rusty em sua mesa olhando para baixo e desenhando, com um cenário de neve no fundo e o leitor enxergando à distância através da janela, ou Alison aparecendo pequenininha nos corredores da escola buscando sua sala de aula ou o professor Brown de frente para o quadro com os alunos, com olhar hostil, olhando para sua direção.


O design de personagens pode parecer meio minimalista, mas peço aos leitores que se concentrem nos detalhes. É impressionante como, usando este visual particular, Ware consegue dar individualidade para cada um dos personagens da história. Dos principais aos coadjuvantes e até aqueles que apenas fazem figuração no fundo do quadro. Todos são distintos entre si. A ponto de conseguirmos identificar os personagens com extrema facilidade e não digo só os membros do elenco principal. Seja a garotinha esperta que senta ao lado da Alison, ou à menina feia da sala do Rusty ou aos colegas professores da sala de descanso. Os cenários de fundo também são bem preenchidos e estamos falando de um autor que altera o ponto de vista referencial a todo o momento, então não temos uma cena igual duas vezes. Sempre vai ter alguma coisa diferente no cenário, seja um pássaro voando, a câmera angulando uns 45º para a esquerda, um móvel que mudou de lugar, papéis que estão jogados no chão. Podem ser detalhes grandes ou pequenos. Por exemplo, tem uma sequência em que Alison se prepara para entrar no carro da avó junto com o pequeno Chalky e ela está de frente para a porta. Temos vários quadrinhos miudinhos com a mesma cena, mas sempre tem a personagem fazendo alguma coisa diferente, seja inclinando o corpo para o lado, vendo Chalky seguindo para o carro ou olhando para cima e observando uma espécie de prateleira no alto. Informações novas são inseridas o tempo todo por menor ou mais insignificante que seja a cena.


Gosto de pensar que Ware deve ter tido um baita trabalho com as interconexões entre os personagens. Isso porque como todos eles ocupam um mesmo ambiente e ele troca de ponto de vista vez ou outra, eles precisam se encontrar ou estar em uma cena. Durante a hora do almoço, estamos vendo a turma do Chalky comendo em um canto do refeitório, mas a turma da Alison está bem ali por perto, então alguns personagens que fazem parte do núcleo de personagens dela aparecem em cenas do Chalky. O mesmo vale para outros personagens. Se torna necessário mapear adequadamente como uma cena A ou B precisa incluir personagens de outros núcleos. E lembrar também de como eles estão naquele momento, com que personagens estão interagindo. Parece algo simples, mas exige que a arte esteja a serviço da narrativa e vice-versa.


Queria destacar também as brincadeiras feitas por Ware usando algum recurso básico da estrutura dos quadrinhos. Duas em particular me chamaram bastante a atenção. Uma delas são os recordatórios, buscando mostrar as origens de um personagem ou ilustrando com mais detalhes algum elemento de enredo. Em um dado momento da história, Ware quis montar um flashback da vida do Chalky do momento em que ele nasceu até a atualidade. E ele monta uma sequência de quase duas dúzias de quadrinhos pequenos com inserções rápidas e bem humoradas da vida dele. Quando ele nasceu, quando a irmã bateu nele pela primeira vez, quando a irmã o abraçou pela primeira vez, quando ele conheceu o primeiro amigo, quando ele conheceu os quadrinhos. Extremamente divertido e engraçado. Outro momento é mais para o final desse trecho antes de passarmos para um longo flashback quando Ware usa a sequência de ação para ação e de momento para momento para montar uma cena de duas páginas mostrando o professor Brown refletindo sobre sua vida. É uma sequência em que ele sai pela porta da frente da escola, se dirige para seu carro, olha para o alto, e a câmera sobe e nos oferece uma visão vista de cima com a neve caindo. É uma sequência que mescla aquele estilo que parece uma animação que mencionei acima (com os quadrinhos apresentando closes de uma perna andando, o carro estacionando, um pássaro cantando em vários quadros iguais e com modificações sutis) alinhados com quadros maiores que nos fornecem uma visão mais panorâmica oferecendo ao leitor um sentimento seja de solidão ou de distanciamento.


Em alguns momentos dessa série de histórias, Chris Ware usa de um expediente que potencializa a sua narrativa: o emprego de sequências sem diálogos. Isso se mescla com a narrativa de alguns personagens cuja temática é enfrentar a solidão ou a incapacidade de se encaixar em algum grupo social. Ao apresentar esses momentos sem diálogo, Ware destaca a reflexão dos personagens. O professor Brown e a própria Alison tem vários momentos em que eles estão apenas observando o ambiente, ponderando sobre suas escolhas ou suas possíveis próximas alternativas. Nesses momentos, Ware adota quadros maiores em que as cenas parecem amplas e simbolizam esse ar perdido dos personagens. Na aventura que se passa dentro da história de ficção científica lida pelo professor Brown, o protagonista frequentemente se encontra frente a frente com a enorme expansão de Marte. Cenários desérticos cujo horizonte parece monótono e infinito. Esses momentos de inflexão servem para que os personagens consigam se desenvolver, imaginar o que podem alcançar caso sejam capazes de mudar, de seguir em frente. Claro que, no caso do professor Brown, isso é um processo mais longo, ou seja, veremos mais desses momentos em que ele apenas observa a sua realidade.


As cores também são usadas como elemento de enredo. Usando como exemplo a narrativa que se passa no espaço, temos uma prevalência de duas cores: o marrom e o azul. Um marrom que é mais terroso e denota a superfície rochosa do planeta vermelho. Ao mesmo tempo é um ambiente construído em uma palheta mais clara, puxando para o amarelo e o vermelho (cores quentes). Mais para a metade final da história, quando acontecem algumas mudanças na vida do astronauta, a palheta de cores muda para um azul escuro e preto com pouca iluminação ambiente. As cores mostram o humor da história: seja um momento de esperança e expectativa ao chegar a um novo ambiente no começo da história ou o clima sombrio, deturpado e solitário do final da narrativa. Ware é muito inteligente ao pontuar essas alterações de rumo da história simplesmente mudando o quanto de iluminação ou que cores são empregadas. É mais uma vez a arte atendendo Às necessidades da narrativa.



A narrativa como arte


Hora de falarmos sobre as diversas temáticas que estão presentes nesta HQ. E é bastante coisa. Vou tentar falar um pouco sobre cada história, mas queria me concentrar mais nas três primeiras porque acho que já daria informação o suficiente. Logo de cara temos o drama de duas famílias precisando conviver com um cenário novo ou uma situação de ruptura. O professor Brown passa por um momento terrível em sua vida onde ele está reavaliando a sua trajetória. Vemos que existem problemas em casa com toda a questão da rotina. As brigas entre marido e mulher começam a se tornar mais frequentes e o cotidiano se torna enfadonho. O professor percebe o quanto tudo é insignificante e parece estar se encaminhando para uma depressão. Seus alunos não o respeitam como professor, muito por conta de sua índole pacata e condescendente. Ele busca se apoiar em alguém, mas não tem amigos na escola, sendo seus companheiros apenas colegas de trabalho. Tem uma cena muito boa que traduz o sentimento do personagem que é quando ele entra no carro após um dia de aula e se imagina fugindo daquele lugar e vivendo uma situação bem bizarra. A chegada de Chalky e Alison parece que vai mudar alguma coisa para eles.


O nosso protagonista é um garoto nerd que sofre bullying de seus colegas na escola. É a famosa situação em que o personagem não encontra ninguém para ajudá-lo e precisa dar o dinheiro do lanche para não ser espancado. Já vimos a cena milhões de vezes. Só que Rusty é um garoto bastante imaginativo e logo no começo ele fica obcecado por possuir super-poderes. É curioso pensar nisso porque a fantasia e a imaginação são válvulas de escape para as nossas vidas. Seja porque queremos alguma emoção diferente ou apenas fugir de uma realidade complicada. Rusty se esconde em seus desenhos porque tem dificuldade de se relacionar com outras pessoa. Tudo o que ele deseja é ser deixado em paz, mas o mundo cobra os seus dividendos. Ao mesmo tempo ele é um garoto entrando na puberdade, então o observamos fantasiar com uma garota super poderosa (se encaixa no seu hobby de heróis) e linda o bastante para lhe agradar. E que lhe dê a atenção que o resto do mundo não lhe confere. Essa sua predileção vai colocá-lo em algumas situações bem complicadas.


Já Alison é uma garota que está em busca de seu espaço no mundo. Ela é a responsável por Chalky e tem muitas coisas em suas costas, mesmo sendo ainda uma adolescente. Chegar em um novo lugar pode ser bastante desafiador e ela está pronta (ou mais ou menos) para tentar enfrentar essas novas dificuldades. Na sua cabeça, sua avó ainda não a vê como uma garota crescida e ela se encontra naquela faixa etária intermediária em que um adolescente não é mais tão criança e nem adulto. Encarar a realidade de uma escola com novas pessoas pode ser positivo para ela. Criar uma nova persona, começar tudo do zero pode ser o começo de uma série de novas situações que podem fazê-la se esquecer do passado. Deixá-lo para trás e iniciar uma nova existência. São todos momentos de nossas vidas.


Ainda na Alison, ela tenta se enturmar e aí é que mora o perigo, tanto para ela como para Chalky. O universo da escola e suas interações pode parecer assustador e as primeiras impressões podem esconder realidades subterrâneas. Alison vai lidar com dois momentos que parecem retratos de uma nova existência. Ela conhece a garota inteligente da sala, aquela a quem os meninos desprezam por não ter os padrões de beleza que eles desejam ou por não dar brechas para ser azarada; já as meninas a acham chata por se concentrar nos estudos. Para essa menina, a presença de Alison pode ser a chance de finalmente fazer uma amizade. Mas, o excesso de zelo e cuidado se confunde com obsessão, além de uma dose de perfeccionismo quando estão fazendo um trabalho juntas. Daí, Alison acaba indo parar no grupo das garotas fúteis e fofoqueiras. E nossa personagem não sabe o que fazer a respeito, sendo que ela tem impressões ruins dos dois lados da história. Quantas vezes em nossas idades de formação já não passamos por situações assim, em que temos dificuldade de entender em que grupos devemos nos encaixar na escola. Ou até se devemos nos encaixar e nos adaptarmos mesmo que isso tire nossa autenticidade ou nos deixarmos ser naturais.


Já Chalky acaba se metendo em uma tremenda roubada logo quando chega na escola por se sentar no lugar que pertencia ao Rusty. Ao abrir a carteira onde são guardados os livros, Chalky encontra uma boneca da Supermoça, algo que pertencia a Rusty, mas ele tem vergonha de compartilhar esse hobby com seus amigos por ser mal interpretado. E de fato ele é... Mas, isso são momentos mais à frente. O menino percebe que Rusty fica desolado ao saber que não vai conseguir resgatar sua boneca da carteira onde ele a escondeu e esse é um plot que dura boa parte da primeira parte do quadrinho, com algumas situações realmente bizarras acontecendo nesses encontros e desencontros. Vale destacar que Chalky se encontra na mesma encruzilhada que sua irmã Alison, mas uma decisão acaba sendo feita por ele quando ele tenta ser correto.


O trecho que trabalha o personagem do professor Brown é bem triste e melancólico. Ele nos apresenta um personagem que teve uma infância bastante complicada em que ele sofria bullying na escola por ser um garoto com outras escolhas de diversão. O que dá para perceber é que em nenhum momento vemos pais participativos na criação dele e ele ganhava tudo o que pedia, uma forma de tentar assegurar sua felicidade. Mas, sua falha em não ser capaz de formar amizades e estabelecer relações fez com que ele crescesse como um garoto inseguro. Seu pai estava ali para censurar seus hobbies ou estabelecer uma paz fácil para si. Apesar de ser uma história que tem como pano de fundo as décadas de 1950 e 1960, essa é uma trajetória totalmente possível nos dias de hoje com a diferença apenas da existência da tecnologia como algo natural na vida de crianças e adolescentes. Família e escola precisam preparar os jovens para a vida e não apenas uma ou outra. É curioso porque essa história meio que dialoga com a próxima. Se aqui temos um homem que se torna um adulto frustrado com pais ausentes por inércia, na narrativa de Jordan temos uma família desestruturada onde o filho não é capaz de perceber um modelo de caráter para si.


Toda a relação do professor com a mulher de sua vida é uma demonstração da completa falta de experiência de uma pessoa. Ele não estava preparado para a vida e, embora ele tivesse inteligência e o conhecimento necessário para galgar profissões, lhe faltava a sabedoria e a experiência necessárias para saber como usar. A arte desse trecho é bastante claustrofóbica com quadros bem pequenos mostrando ligeiras mudanças de humor dele. Tem um trecho maravilhoso com um quadro preto de tamanho médio no meio e uma espécie de caixa de texto geral contando a melancolia do coração do personagem e o quanto sua rotina havia se transformando em um continuum de frustrações e alegrias efêmeras. Ao redor desse quadro médio temos vários pequenos quadrinhos que preenchem a página mostrando esses momentos em uma passagem de tempo acelerada. Apesar de a história do Jordan ser marcada por violências físicas e simbólicas, esse trecho da narrativa do professor Brown é de doer o coração. O leitor se dá conta de não haver qualquer saída para ele. Por melhor que ele tentasse, o personagem não tinha estrutura emocional para sair daquela armadilha onde tinha encerrado a si mesmo.



Há muito ainda a ser dito sobre essa HQ magistral, mas queria deixar duas histórias sem comentar para que os leitores possam curtir e descobrir a riqueza da arte e dos personagens de Ware. Nos trechos que restaram temos comentários sobre famílias desestruturadas, a importância do apoio para pessoas que parecem estar pedindo ajuda desesperadamente, o papel do professor na vida de um jovem, a luta social como parte do cotidiano. São tantos e tantos temas que poderíamos ficar dias discutindo em cima de uma forma de pensar o quadrinho audaciosa e diferente do que estamos acostumados. Lá no primeiro parágrafo comentei sobre quantidade de premiações conquistadas por Chris Ware e é justamente por tudo isso que abordei aqui e mais um pouco. Alguém que pegou tudo aquilo que se sabia sobre a estrutura de composição de quadrinhos e virou e desvirou do avesso para construir algo diferente e fornecer aos artistas novos desafios a partir daquilo que criou. Rusty Brown não é apenas para quem deseja aprender a fazer quadrinhos, mas para os fãs de arte em geral. E de ótimas histórias também.




Ficha Técnica:


Nome: Rusty Brown

Autor: Chris Ware

Editora: Companhia das Letras

Gênero: Ficção

Tradutor: Caetano Galindo

Número de Páginas: 356

Ano de Publicação: 2021


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*Material enviado em parceria com a Companhia das Letras











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