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  • Foto do escritorPaulo Vinicius

Resenha: "Por Deus ou pelo Acaso" de Becky Cloonan

Em uma coletânea com três histórias curtas, Becky Cloonan nos mostra seu talento para criar narrativas poderosas e sombrias. Vemos um caçador realizando sua última tarefa, um jovem cruzando um pântano sombrio e uma mulher que ama tanto que é capaz de fazer o impossível para salvar seu amor.


Sinopse:


A coletânea da premiada trilogia medieval que consagrou Becky Cloonan como uma das principais artistas dos quadrinhos contemporâneos. licenciado pela Image Comics, este encadernado reúne as histórias Lobos, O Pântano e Deméter, que foram originalmente publicadas avulsas, de maneira independente, e que têm em comum o cenário fantástico, típico do subgênero espada e feitiçaria. A visão única da artista nos apresenta uma faceta romântica de contos sobre lobisomens, fantasmas e outras criaturas mitológicas, sem perder de vista o horror que eles possibilitam. Nessas histórias mágicas, hipnóticas e misteriosas, o real se funde ao sobrenatural em um caminho pavimentado por guerra, melancolia, verdades distorcidas, tragédias e antigas maldições. Na época de seus lançamentos, entre 2011 e 2013, o sucesso de público e crítica das três histórias foi estrondoso, sendo que O Pântano inclusive ganhou o Prêmio Eisner de melhor edição única em 2013. A edição da editora Pipoca & Nanquim vem no capricho que a autora merece, em formato americano, com capa dura e 132 páginas em papel couché de alta gramatura, que trazem os contos colorizados por Lee Loughridge (Hellblazer, Escalpo, Deadly Class), o que proporciona uma atmosfera ainda mais pungente para a deslumbrante arte, uma galeria de arte exclusiva e texto de biografia.





Essa é uma coletânea de três histórias da Becky Cloonan em seu início de carreira. Apesar de serem narrativas diferentes elas formam uma espécie de tríptico medieval onde a autora vai explorar temas como solidão, amor e perda. No geral a edição é bem legal, possui papel couché e a tradução do Alexandre Callari está excelente, permitindo ao leitor imergir nos contos sem medo. Não é a HQ que me fez ficar apaixonado pela autora, mas apresenta outra faceta da Becky, mais voltado para essa exploração de um romantismo quase imaculado e ultrassensível. Claro que a autora vai colocar um aspecto sombrio e até um pouco cruel nas narrativas; aqui não tem final feliz, mas tem uma exploração do quanto a solidão pode ser um sentimento palpável ou o quanto o amor nos coloca a realizar atos impensáveis. Ao final do quadrinho temos uma galeria de esboços e pin-ups da autora bastante extenso. Essa é uma HQ que você consegue terminar numa boa em uma tarde de sábado , sem compromissos e sem te deixar mal. Vale pelo clima medieval, pelo estilo diferenciado em relação a outros materiais no mercado. Vou falar um pouco a seguir sobre os contos de maneira específica, mas fica aqui o meu convite para que vocês deem uma oportunidade para o quadrinho.


Lee Loughridge colorizou posteriormente a HQ, mas fica claro desde o começo que o traço da Becky está bem pesado neste quadrinho. Há uma presença forte da escuridão, do nanquim mais grosso, de uma atmosfera mais fechada, mesmo quando a história se passa em um cenário amplo. Confesso que a arte dela não me convenceu muito aqui e ela vai estilizando bastante ao longo dos três contos. Deméter, o terceiro conto, é o que achei melhor acabado em relação aos outros dois. A primeira história me fez pensar imediatamente na arte do John Buscema, não me perguntem o motivo exato. Mas das três é a que mais bebe dessa origem de capa e espada, apesar de a história não ter nada dos temas que tornam o gênero famoso. Algumas escolhas de cena feitas pela Becky ao longo das três histórias me pareceram estranhas e fora de lugar como o encontro entre o jovem menino e o fantasma do castelo na segunda história. A sequencialidade desse momento não batia com os balões de diálogo que ela mesma colocava nos quadros. Por outro lado, gostei da quadrinização, ora abusando da verticalidade, ora inserindo efeitos como o de uma splash page com pequenos quadros focando em recortes de momento com o quadro maior abaixo. A autora tem uma boa noção de como usar os quadros corretamente e isso ajuda a compensar outros problemas artísticos e/ou narrativos.


Começando por Lobos, essa é uma releitura do mito do lobisomem. A narrativa parece ser bastante derivada do estilo narrativo dos contos de fadas. Digo isso em um sentido de como a Becky compõe a história, quais os impactos que ela quer causar em quais momentos. Ela começa de trás para frente, contando o final para depois levar o leitor a entender como ela chegou até ali. O estereótipo do caçador é bem comum nessas histórias e ele é apresentado como o guerreiro da floresta, conhecedor dos poderes sombrios que a habitam. Cabe a ele trazer o equilíbrio de volta entre o mundo selvagem e o mundo dos homens. Só que a autora dá uma virada narrativa ao inverter quem vai ser afetado pela maldição do lobisomem. Ela procura dar o impacto emocional que isso tem para o caçador através de uma palheta mais carregada. O objetivo é traduzir o sentimento de tristeza e melancolia de um caçador que sabia mais ou menos o que estava caçando, mas não queria aceitar aquilo. Das três narrativas, essa é a que concordei com o tamanho adequado para a narrativa. Ela precisa ser curta porque se a autora esticasse mais iria criar uma barriga desnecessário para o desfecho geral.


A segunda história me soou mais confusa das três. É a que ganhou o Prêmio Eisner e vou tentar ler novamente em outro momento. Ela tem um ar de eterealidade que faz dela uma história com mais do que aparenta ter em um primeiro momento. Na história, Sir Owain pede a seu escudeiro que leve uma carta até um castelo dentro de um pântano amaldiçoado. O rapaz fica triste porque gostaria de ver Owain guerrear no dia seguinte e ele sabia que sua jornada poderia levar bastante tempo. Ao atravessar o pântano, o rapaz se depara com seus medos mais sombrios e chega até um castelo onde nada parece ser normal. E uma revelação terrível vai balançar seu coração. Essa é uma história de amor e perda. O quanto a guerra foi capaz de levar dessas pessoas e um amor impossível que nunca foi concretizado. É a história típica da criança que é abandonada em um cesto e acaba sendo criado por outras pessoas. Um tropo bastante utilizado nas narrativas de contos de fadas. Becky dá uma exacerbada nos sentimentos por trás da motivação dos personagens e cria uma paisagem bastante solitária que bate fundo no coração do leitor. Me incomodou um pouco os saltos narrativos que ela dá e as conclusões nem sempre óbvias para a gente. Será tarde demais para determinadas coisas ou é possível reaver o tempo perdido?


A última narrativa é Demeter que achei a mais sofisticada das três. Nela temos uma jovem que ama demais e faria qualquer coisa para manter aquele que faz seu coração bater mais forte perto de si. Uma história muito ligada às expedições dos antigos guerreiros que deixavam para trás suas noivas e esposas, que nunca sabiam se estes retornariam de suas expedições. Becky fornece um ar de bastante mistério no começo da narrativa quando Colin gostaria de ouvir como eles se conheceram. Percebemos logo de cara uma certa dissonância entre as lembranças dos dois personagens. Anna esconde um segredo terrível e nos damos conta de que existe uma relação entre um certo navio naufragado e ela. A narrativa começa de um jeito bastante doce e amoroso e vai tomando contornos mais e mais dramáticos à medida em que avança. A própria coloração do Lee Loughridge vai se tornando mais escura quando chega no final. Lembrando que Demeter é a deusa da fertilidade e tem uma conexão intrínseca com Hades, o deus dos mortos na mitologia grega. Essa contradição entre vida/morte, amor/perda vai sendo assimilada pelas palavras de Anna que se torna desesperada com o tempo que vai se esgotando. Existe uma inevitabilidade no final da história e o leitor quer tentar dar um jeito para que as coisas se resolvam entre eles. Mas, a morte não pode ser enganada, por mais que tentemos adiar o destino final.


Por Deus ou pelo Acaso é uma coletânea decente de histórias. Nada que tenha me impressionado muito e não considero que é a melhor maneira de se conhecer o trabalho da Becky Cloonan. Aqui ela ainda está experimentando e vendo onde sua arte e seu roteiro se encaixam melhor. Ela tateia nas histórias, mudando elementos de histórias clássicas aqui e ali e buscando dar sua própria personalidade a elas. Algumas das releituras apresentam elementos diferentes e interessantes, mas no geral pouca coisa realmente resta quando fazemos uma análise mais profunda. Vale a pena para conhecer outro lado dela, fora que a colorização do Lee Loughridge sempre é bastante competente. As histórias são curtinhas e quase um terço do quadrinho é de esboços e sketches o que pode desagradar alguns leitores que queriam mais. Como disse no começo, vale para quem quer conhecer a evolução da autora e ler alguma narrativa medieval bacana.











Ficha Técnica:


Nome: Por Deus ou pelo Acaso

Autora: Becky Cloonan

Colorista: Lee Loughridge

Editora: Pipoca e Nanquim

Tradutor: Alexandre Callari

Número de Páginas: 132

Ano de Publicação: 2020


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Conversa aberta. Uma mensagem lida. Pular para o conteúdo Como usar o Gmail com leitores de tela 2 de 18 Fwd: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br Caixa de entrada Ficções Humanas Anexossex., 14 de out. 13:41 (há 5 dias) para mim Traduzir mensagem Desativar para: inglês ---------- Forwarded message --------- De: Pedro Serrão Date: sex, 14 de out de 2022 13:03 Subject: Re: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br To: Ficções Humanas Olá Paulo Tudo bem? Segue em anexo o código do anúncio para colocar no portal. API Link para seguir a campanha: https://api.clevernt.com/0113f75c-4bd9-11ed-a592-cabfa2a5a2de/ Para implementar a publicidade basta seguir os seguintes passos: 1. copie o código que envio em anexo 2. edite o seu footer 3. procure por 4. cole o código antes do último no final da sua page source. 4. Guarde e verifique a publicidade a funcionar :) Se o website for feito em wordpress, estas são as etapas alternativas: 1. Open dashboard 2. Appearence 3. Editor 4. 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Em qui, 13 de out de 2022 13:18, Pedro Serrão escreveu: Opa Paulo Obrigado pela rápida resposta! Eu tenho um Interstitial que penso que é o que está falando (por favor desligue o adblock para conseguir ver): https://demopublish.com/interstitial/ https://demopublish.com/mobilepreview/m_interstitial.html Também temos outros formatos disponíveis em: https://overads.com/#adformats Com qual dos formatos pensaria ser possível avançar? Posso pagar o mesmo que ofereci anteriormente seja qual for o formato No aguardo, Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:15: Boa tarde, Pedro Gostei bastante da proposta e estava consultando a designer do site para ver a viabilidade do anúncio e como ele se encaixa dentro do público alvo. Para não ficar algo estranho dentro do design, o que você acha de o anúncio ser uma janela pop up logo que o visitante abrir o site? O servidor onde o site fica oferece uma espécie de tela de boas vindas. A gente pode testar para ver se fica bom. 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