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Resenha: "O Deus das Avencas" de Daniel Galera

Em um livro contendo três novellas, Daniel Galera discute temas como maternidade, expectativa, abandono, solidão e esperança. Seja em um presente em que um casal passa os momentos finais de uma gestação, um futuro próximo onde um homem precisa lidar com sua solidão e quebrar seu casulo e em uma comunidade pós-apocalíptica que precisa lidar com um planeta que se revolta contra seus próprios habitantes.


Sinopse:


Daniel Galera expande as possibilidades da literatura nas três novelas reunidas neste livro. Em “O deus das avencas”, que abre este volume, um casal se fecha em casa à espera do nascimento do primeiro filho, e mergulha numa incerteza crescente, tanto pelo destino deles quanto pelos rumos do país. Em “Tóquio”, Galera abandona a narrativa mais realista ao retratar a vida de um homem solitário, obrigado a enfrentar o passado em um mundo que atravessou um desastre ambiental e tecnológico. E, por fim, em “Bugônia”, ele dá um passo além ao recriar a história de uma comunidade pós-apocalíptica em simbiose com a natureza, que, pressionada pelas ameaças externas de um planeta devastado, precisa se transformar de forma radical.


O deus das avencas é um livro especulativo e por vezes sombrio, mas extremamente humano.






Essa é a minha primeira experiência com uma obra do Daniel Galera e fiquei sinceramente surpreso com a habilidade narrativa dele. Muitos colegas já haviam mencionado alguns de seus trabalhos como Barba Ensopada de Sangue e Cordilheira, mas esse acabou me chamando a atenção por serem histórias curtas (o que me proporcionaria uma visão mais ampla da escrita do autor) e por ele ter se aventurado na ficção especulativa. O primeiro conto é o mais pé no chão e ao mesmo tempo é emocionante e vai ressoar com muitos que passaram por esses momentos estranhos que assolaram nosso país. Mas, mesmo em seus contos mais fora da caixinha como Bugônia que segue muito para o futuro, ele consegue tratar de temas que são totalmente atemporais como a nossa corporealidade, a solidão, o que nos torna humanos, como nos relacionamos com o planeta. A ficção especulativa é o melhor meio de fantasiar esses temas sem deixar as margens do real.


Não vou comentar muito a respeito de O Deus das Avencas (o conto que dá título ao livro) porque, bem, estamos em um site de fantasia e ficção científica e quero me concentrar mais nos aspectos especulativos do livro. Mas, vale a pena usar Tóquio para falar a respeito de como funciona a escrita do Galera. As narrativas seguem formas diferentes de estruturação, mas o seu núcleo é quase sempre o mesmo. A primeira e a terceira histórias são contadas em terceira pessoa, sendo que na primeira permanecemos mais com o casal em si e na terceira a narração se permite ser mais onisciente. A segunda história segue em primeira pessoa a partir de um personagem sem nome que acompanhamos pelo desenrolar dos fatos. Na primeira história a narrativa é mais descritiva, com cada parágrafo sendo contado por um dos dois protagonistas. Essa alternância é bem suave e não interfere na história. A segunda história segue uma estruturação mais normal, com momentos de narração e diálogos que se sucedem. Já na terceira o autor decidiu usar do subterfúgio dos capítulos de forma a separar as cenas. Para essa história em específico, isso ajudou na passagem do tempo que é mais dilatada.


"Não há um mundo a ser salvo. Mundo é o mais maleável dos conceitos. O mundo nada mais é do que o lugar do qual não podemos fugir. Você precisa identificar que lugar é esse e aprender a habitá-lo. Nesse tempo que nos coube viver, o nome desse lugar é 'código'. O resto são castelos de areia."

Galera tem uma escrita bem redondinha e o leitor não costuma se perder na história. Mesmo em Bugônia em que a narrativa é bem mais futurista e repleta de novos conceitos, o leitor consegue compreender tudo numa boa em poucas páginas. Um ótimo exemplo é Tóquio em que o autor faz toda a contextualização em cinco páginas com informações pertinentes e suficientes para entendermos o que está acontecendo no local em que o personagem vive. À medida em que a história progride, Galera entrega mais informações para servir de complementação ao que ele já havia entregue antes. Consigo entender Galera como um pintor se debruçando sobre seu quadro: ele dá suas pinceladas e vai preenchendo os espaços com figuras maiores ou menores dependendo de sua necessidade. Aonde lhe é pedido precisão, ele dá uma atenção maior; nos demais lugares, ele cria um horizonte de observação que não deixa o quadro desguarnecido. Contudo, a mágica aqui está em guiar o olhar do observador aonde ele deseja. Quanto à composição, Galera consegue variar do profano ao corriqueiro em poucas palavras. Sua maestria com as palavras impressiona e ele consegue passar seus sentimentos através delas.


Em Tóquio, somos levados a um futuro próximo onde o planeta alcançou uma temperatura insustentável e doenças e misérias assolaram a humanidade. As ruas se tornaram uma vastidão terrível em um território onde os alimentos crescem com extrema dificuldade e superbactérias passaram a destruir os incautos. Cada um dos novos humanos nessa sociedade futurista decadente precisa ter sua própria "fazenda", criando alimentos em um sistema de reaproveitamento máximo. Pouco antes dessa tragédia, a elite planetária avançou em uma pesquisa de transferência de mentes para outros veículos, sejam objetos ou bonecos de aparência humana. Nosso protagonista é filho de uma mulher implacável que conquistou o mundo com sua audácia e inteligência. Mas, era uma péssima mãe e abandonou seu filho na adolescência. Sem ter a maturidade necessária para tocar sua vida, ele se tornou um homem pela metade, atormentado pelo amor de uma mulher que nunca mais irá voltar e pela expectativa do amor de sua mãe, uma mulher fria e calculista que após sua morte passou sua consciência para uma esfera de contenção. Tudo o que nosso personagem deseja é matar sua mãe e se livrar de sua sombra de uma vez por todas.


Esse é um romance com muitas camadas. Se formos partir do lado do personagem, temos alguém que não conseguiu se tornar completamente independente. Com uma personalidade conformista e até meio blasé, ele luta para saber sobre si mesmo. Sua relação com sua mãe, a poderosa empresária, é marcada pelo abandono. Na hora em que ele mais precisou dela, ela não estava presente e isso acabou sendo marcado com ferro em brasa em seu corpo. Há uma clara situação mal resolvida ali. Para tentar saber como lidar com essa esfera que é o que restou de sua mãe, ele passa a frequentar um grupo de apoio a pessoas que passam pelas mesmas questões com ele: um pai cujo filho transferiu sua memória para um objeto, uma irmã que precisa lidar com a realidade de que o que restou de sua parente é um ser horripilante que nada tem de humano e uma filha cuja mãe é um boneco que parece ser humano, mas não tem nenhum dos traços que a definem, realizando ações bizarras a qualquer momento. Nesse grupo, todos parecem lidar com a perda em diferentes graus. Ao viver os dilemas de cada uma das pessoas, o protagonista relembra os momentos que passou com Cristal, sua ex-namorada e a última vez em que viu sua mãe ao lado de Cristal. É nesse momento que nos questionamos o quanto nossos filhos são importantes para nós. O distanciamento entre o protagonista e sua mãe provocou uma série de mensagens mal entregues entre ambas as partes. É curioso ver o lado da mãe posteriormente na história e refletirmos sobre qual versão é a verdadeira sobre um último momento marcante entre eles. Nesta cena, fiquei me questionando bastante quem estava falando a verdade, e como a narrativa é em primeira pessoa devemos sempre desconfiar do narrador.


"As torres de transmissão e os detritos de metal e plástico dos telefones e televisores mostram que essas tecnologias eram fadadas a ter breve duração ou apenas inúteis. Além disso o passado reforça a identidade, e a identidade é o veneno das comunidades. O pertencimento é uma ilusão e uma deformidade do medo. A Velha aboliu a lembrança e entronou a experiência. Ela diz que um humano não deve ser nada além do que vai se tornar no instante seguinte. A Velha proíbe livros, diários, anotações para qualquer propósito. Era assim no Organismo até Alfredo chegar e se estabelecer no Topo."

Uma segunda questão presente em Tóquio é sobre o que nos faz humanos. É a nossa memória? É um corpo físico? É a capacidade de andar sobre duas patas? Nenhum dos simulacros representando pessoas amadas, que na história são chamados de pupas, pode ser considerado humano. E ao mesmo tempo pode. Galera testou todas as possibilidades e as elevou até a última potência. A tal boneca que se parece com um ser humano inicialmente chega a despertar o interesse sexual do protagonista. Um simulacro humanóide que detém todas as características físicas de uma mulher que sua filha carrega dentro de um saco plástico e a posiciona nua em cima de uma cadeira. Mas, à medida em que o tempo vai passando e a artificialidade dela vai se tornando mais evidente o protagonista se questiona sobre o que ele viu de fato ali. A dança sem rumo foi um dos momentos mais bizarros do livro como um todo. Por outro lado, temos um filho chamado Otto que não acredita ser real e quer que seu pai o deixe partir. É preciso seguir em frente. Só que Otto é um personagem real para aquele que o ama. É humano para uma pessoa específica e não para os demais. É curioso pensar dessa forma.


Deixei para falar do último conto com mais calma porque ele é o mais diferente dos três. Como mencionei acima, ele é um conto escrito em subcapítulos, todos eles pequenos, representando cenas específicas e demarcando uma linha de tempo mais dilatada. Mas, não apenas isso: a escrita tende a ficar em um meio-termo entre a descrição e a narração e Galera usa uma estrutura semelhante a de José Saramago com um parágrafo corrente por todo o capítulo. Pode ser um pouco confuso a princípio para o leitor, mas afirmo categoricamente que depois de uns dois ou três capítulos vocês nem irão reparar nisso. A narrativa tem um tema que parece meio no fundo quando o autor conta a contextualização deste estranho mundo, mas aos poucos o problema vai tomando uma centralidade marcante até estourar no clímax. E esse é outro ponto que gostei não só aqui, mas nos outros contos também: a maneira como a jornada em três atos é bem demarcada e o leitor consegue traçá-las numa boa. Segue o "script" da estrutura, mas a subverte ao mesmo tempo.


Estamos diante de um mundo pós-apocalíptico do qual as informações são bem esparsas, mas descobrimos que boa parte dos alimentos desapareceu, o solo é bastante escasso e as cidades minguaram restando grupos de sobreviventes espalhados em comunidades ou elites vivendo em arranha-céus altamente protegidos. Seguimos Chama, uma menina que habita uma comunidade conhecida como o Organismo, onde todos funcionam em prol de seu desenvolvimento. Com uma vida difícil e enfrentando uma doença mortal chamada de a febre de sangue, o Organismo foi bastante reduzido a uma pequena quantidade de habitantes. Sua sobrevivência é garantida graças a uma colmeia de abelhas estranhas que parecem se alimentar dos mortos e produzem uma substância chamada necromel que protege os habitantes do Organismo da febre de sangue. A vida é simples e limitada àquela comunidade. Não é permitido sair dos limites impostos pelos mais velhos, caso contrário é como se o Organismo fosse perfurado e ferido. Apesar da vida harmoniosa dentro desse local, percebemos o quanto estamos diante de uma sociedade estática que apenas vive para sobreviver. Não há mudanças; a constância é a ordem do dia. E se sabemos alguma coisa sobre a humanidade é que ela é qualquer coisa menos estática. O leitor vai percebendo alguns furos nesta existência idílica pouco a pouco.


Quando um astronauta cai próximo ao Topo, o local onde o Organismo ocupa, a vida dessas pessoas é bagunçada para sempre. Por algum motivo inexplicável, as abelhas desaparecem deste lugar para ressurgirem em outro com um comportamento bem diferente. As pessoas que antes viviam em harmonia passam a ficar temerosas porque algo ao qual elas não conseguem explicar surge em suas vidas. Tudo o que elas desejam é retornar ao status quo, mas a chegada do astronauta causou uma mudança irreversível. O comportamento dos membros do Organismo se torna errático, com ações nunca antes feitas sendo consideradas e adotando uma postura violenta. Galera faz uma clara crítica à nossa sociedade e a um conservadorismo barato que não tem como realmente existir. E antes que vocês comentem de que se trata de um comunismo "primitivo" como alguns pensadores gostam de se referir a esse modo de vida, não, não é. É apenas uma existência onde o comércio e a negociação não tem razão de ser já que não existem "outros" para exercerem esse tipo de relação. Os membros dessa comunidade vivem em uma relação mutualista com as abelhas. Só que a natureza está sempre em transformação, por mais que sua realidade funcione em um prazo estendido. Os membros do Organismo nunca tentaram entender por que as abelhas se comportavam daquele jeito. Quando algo aconteceu e mudou essa dinâmica, seus membros ficarem tentando criar teorias alucinadas sobre o ocorrido. Surge até uma teoria pseudorreligiosa com um dos membros da comunidade adotando uma alcunha messiânica em cima disso. O resultado, claro, é explosivo.


O Deus das Avencas é uma excelente coletânea de novellas, contos de tamanho médio e que nos entregam temas que estão na nossa ordem do dia. Mesmo nas histórias que especulam mais acerca de um futuro próximo ou distante, Galera mantém os pés no chão e nos faz pensar em humanidade, esperanças, expectativas e nossa relação com as mudanças constantes ao nosso redor. Contextos que parecem distantes em uma reflexão tão atual que poderia ser o pensamento do dia. A escrita do autor é fabulosa e uma das melhores estruturas textuais que pude ler esse ano. Tenho algumas reclamações aqui ou ali, mas são pontos dos contos que me ficaram meio nebulosos, mas nada que atrapalhe a minha leitura ou tire o brilho do autor. Por isso a minha nota máxima e a minha recomendação mais do que obrigatória a este livro.










Ficha Técnica:


Nome: O Deus das Avencas

Autor: Daniel Galera

Editora: Companhia das Letras

Número de Páginas: 248

Ano de Publicação: 248


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