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Resenha: "Mil Placebos" de Matheus Borges

O que leva uma pessoa a cometer um crime? Um rapaz que sofre de uma forte depressão vê a pessoa que ama e um conhecido morrerem e entra em uma espiral de autodestruição que envolve deep web, assassinatos e remédios experimentais. O resultado disso é uma trama explosiva que reflete nossa realidade.


Sinopse:


E se o "homem do subsolo" de Dostoiévski tivesse acesso aos fóruns do 4chan? E se Poe, na hora de conceber suas novelas policiais, tivesse acesso aos futuros psicopatológicos que povoavam a mente de Ballard? E se nada disso fosse necessário, pois o capitalismo alienante e o submundo tecnológico estivessem levando, agora mesmo, jovens como o narrador deste livro a percorrerem o percurso trágico da solidão do espírito à desagregação mental, culminando em atos de violência impensável?


Questões como essas podem vir à mente do leitor que acompanha a trajetória do protagonista desse romance, um rapaz introspectivo e antissocial, mas de aguda percepção acerca das contradições da pós-modernidade, que cai na toca de coelho dos fóruns da internet. Quando a garota por quem é apaixonado tem um fim trágico e o administrador de seu fórum favorito desaparece misteriosamente, ele se deixa levar por impulsos investigativos que colocam em risco sua rotina e sua lucidez, para não dizer sua própria vida.


Em seu primeiro romance publicado, Matheus Borges demonstra seus poderes singulares de construção psicológica, evocação de detalhes e observação atenta da nossa realidade fraturada e saturada de informação. Humor pontual com tempero absurdo, comentário social e suspense noir-cibernético se somam a uma aura de paranoia pynchoniana, sem nunca perder de vista a emoção genuína que sustenta os personagens e faz o leitor antecipar cada pista e desenlace.





Vivemos em uma sociedade doente cujo mal estar civilizatório é ilustrado nas trocas diárias de mensagens em redes sociais tóxicas. O volume de informações aos quais temos acesso é enlouquecedor e não criamos mecanismos capazes de filtrar tudo o que nos chega a todo minuto. Matheus Borges nos traz uma história repleta de detalhes surrealistas e contemporâneos onde o protagonista pode ser qualquer pessoa que sofra de transtornos depressivos ou crises de ansiedade. Pessoas que orbitam nosso ambiente e que muitas vezes não os enxergamos, perdidos em um oceano de pessoas que transitam nos grandes centros urbanos diariamente. Com um pé no abstrato e vários na realidade, Matheus Borges nos traz uma narrativa melancólica e que em seus minutos finais gera muita inquietação da parte do leitor. Mas, uma inquietação boa, daquela que nos faz pensar em nosso meio e nos questionarmos sobre como lidar com esse tipo de situação, seja em relação a nós mesmos, seja em relação a pessoas conhecidas.


Somos apresentados a um rapaz introvertido que logo descobre possuir um transtorno depressivo forte, que necessita de acompanhamento médico e tratamento farmacológico. Diante de todas as suas dúvidas sobre si, o rapaz lentamente vai perdendo contato com a realidade e se encerrando em seu próprio mundo. Ele passa a frequentar fóruns de discussão e acaba conhecendo aquela que viria a ser o amor de sua vida, Jennifer, uma garota que mora em Jersey City. Depois de alguns anos se relacionando com ela, o protagonista descobre que ela cometeu suicídio, o que viria a complicar ainda mais o seu frágil estado emocional. A partir daí tentamos acompanhar a vida desse garoto, cujo contato com o mundo vai se tornando cada vez mais tênue e ele se volta para um mundo de meias verdades e conspirações onde se envolve com uma internet profunda em que matar um indivíduo é a ordem do dia. A pergunta que nos fazemos é: como ele chegou a esse ponto? E como ele poderá sair desse buraco profundo?


A escrita de Matheus Borges é bem interessante e demonstra um alto nível de pesquisa sobre o assunto. A depressão é tratada a contento aqui e o personagem navega em um mundo meio escorregadio onde nem sempre aquilo que é, é. A narração é feita em primeira pessoa, a partir da visão de mundo do protagonista. Fica aquele velho recado sobre livros com esse tipo de narração que é o de nunca confiar totalmente no que está escrito nas linhas. E em um livro como Mil Placebos isso fica ainda mais evidente. Em vários momentos da história o personagem está sob tratamento farmacológico, tendo sua visão da realidade prejudicada pelos efeitos químicos dos medicamentos em sua percepção. Alguns capítulos da trama se passam em um mundo de sonhos, onde as metáforas do que o personagem está vendo são bastante subjetivas e dependem de como o leitor apreendeu as mensagens escondidas nas linhas e parágrafos. Sem mencionar que estamos lidando com um protagonista cuja visão de mundo é bastante específica, e em vários momentos ele vacila, ele hesita diante dos problemas que lhes são apresentados. Essa forma subjetiva de contar a narrativa pretendo comentar mais abaixo quando falar sobre a trama em si, mas cabe sempre deixar claro ao leitor que a mágica na história não está naquilo que é dito, mas naquilo que está ausente ou que precisa ser interpretado.



Ainda falando sobre a escrita de Matheus Borges, ele emprega muito a função dos fluxos de pensamento. Como a psiquê do protagonista é bastante fraturada, a maneira como ele guia o seu raciocínio não segue os mesmos caminhos que nós. Para mim, como alguém que gosta da boa escrita, é interessante perceber quais caminhos o autor empregou para o seu personagem. Isso porque o protagonista recebe um enorme volume de informações devido ao seu contato com a deep web. A maneira como ele filtra essas informações e incorpora ao seu modo de pensar é bem curioso. Caminhos que normalmente faríamos a partir de associações comuns de ideias/palavras não são as mesmas que ele faz. Aí eu precisaria saber se é algo que o autor tem experiência ao ter estudado sobre depressão, ou se é algo que ele criou para um personagem ficcional. Ou um pouco das duas coisas. Em qualquer um dos casos, me agrada muito ver a habilidade com a qual o autor lidou com a ideia de fluxo de pensamento. Comparar o personagem ao protagonista de Memórias do Subsolo, de Dostoievski não é tão estranho aqui porque a maneira de pensar os caminhos seguidos pelo raciocínio do personagem são semelhantes.


Sobre a narrativa em si, ela segue duas partes claramente estruturadas. Na primeira, temos um profundo estudo sobre o próprio protagonista e a maneira como ele enxergava o mundo até um certo ponto. O autor trabalha sua relação com os pais, o seu tratamento médico e o isolamento progressivo no qual ele se coloca. Já uma segunda parte nos coloca em contato com um mundo sombrio da deep web, de um capitalismo opressor que exige uma adaptação a um status quo massacrante e toda uma indústria surgida em cima dos cuidados com a depressão. Isso sem falar na informação, seja ela a verdadeira, a manipulada ou aquela que o público deseja ver que se situa em um limbo entre a verdade e a mentira. Na minha visão há alguns momentos narrativos em que as discussões propostas pelo autor se descolam um pouco do que o narrador está vivendo. As discussões são pertinentes e bastante interessantes, só que para a narrativa em si elas tem pouco efeito. Elas acabavam me tirando da história embora eu entenda aonde o autor queria chegar. As reflexões sobre o capitalismo, a indústria farmacêutica e a informação são respostas a dúvidas colocadas pelo narrador. Mas, seria possível deixá-las mais implícitas ou até distribuídas de uma maneira que pudesse ser incorporada à trama, seja através de diálogos do narrador ou por um metatexto no formato de discussões do fórum. Poderiam até ser interlúdios explícitos entre capítulos. Gosto de um bom debate sociológico/psicológico, mas ele não pode me tirar do mundo ficcional criado pelo autor.


E aí com esse desvio narrativo, o desenvolvimento de personagens poderia ter sido maior. Isso porque o núcleo narrativo é focado quase inteiramente no protagonista. Isso não é ruim porque permitiu ao autor aprofundar os problemas e abstrações que ele vivia. Mas, talvez tivesse sido possível, ao reduzir a quantidade de discussões sociológicas/psicológicas, abordar outros personagens na trama. Por exemplo, quem é o UV Ray e quais são suas motivações. Ele me pareceu um personagem abstrato demais. Quase um fruto da imaginação do narrador. Outro ponto que poderia ter sido trabalhado melhor pelo autor é a visão ideal x a visão real de Jennifer, a pessoa da vida do protagonista. Algo que somente no final do livro o autor começa a mexer e bagunça nossa cabeça. Só que esse trabalho de deixar o leitor com várias pulgas atrás da orelha poderia ter sido inserido antes, em pequenas dosagens ao longo dos capítulos. Os quatro capítulos finais são muito interessantes e me deixaram bastante curioso, principalmente o final. Uma distribuição mais homeopática dos mistérios ajuda a criar esse sentimento de curiosidade no leitor.


Teria vários temas a tratar sobre essa história, mas quero deixar a exploração do livro ao leitor. Vou tratar apenas de dois que me chamaram mais a atenção. O primeiro deles é sobre o capitalismo e como ele se reflete em nossa visão de mundo. A todo momento vemos o personagem tentando buscar ajuda, mas sendo enredado cada vez mais em um mundo de mentiras e de escuridão. Seja o mundo do pai do protagonista que o deixa desamparado e sem emprego e o coloca em uma situação extrema. Ou um mundo onde a morte de uma jovem por um taxista é apenas mais uma banalidade ocorrida em um dia. Ou um fórum obscuro onde pessoas tratam dos mais diversos assuntos. O capitalismo tornou a nossa realidade em algo opressivo com todo o tipo de coisas se tornando mercadorias, mesmo aquelas que são as mais obscuras. A gente vê que o personagem não consegue encontrar uma luz e quando ele se volta para o amor é sempre algo fantasioso e inalcançável, seja a Jennifer ou a russa do Teenage Lust. Diante de um materialismo exacerbado, tudo perde o valor porque permite ao consumidor uma felicidade muito fugaz.


O outro tema que tem muita força nesse livro é a informação. Seja a informação precisa e útil até a manipulação da mesma. O tempo todo somos afogados em uma multitude de informações sobre os mais diversos temas. O livro brinca um pouco com isso ao nos oferecer informações sobre assuntos de todos os tipos. O protagonista sai em busca disso seja quando deseja saber mais sobre a mulher que amava ou quando temos o mistério do administrador do Bit Talk ou mais tarde quando ele deseja saber quem é a russa que ele tanto aprecia. Por outro lado, o autor discute a manipulação da informação. Como não conseguimos filtrar todo o tipo de informação, ela sempre pende para um lado. Se torna fácil a pessoas mal intencionadas manipular o que chega até nós. Quando Steve Simmers morre, existe toda uma vertente investigativa que deseja encontrar a verdade o mais rápido possível. Mas, uma verdade que seja palatável aos espectadores. Mesmo que seja algo fabricado. Os veículos midiáticos saem em busca de quem é essa pessoa envolvida nesse escândalo e o que se descobre sobre ele não condiz necessariamente com a verdade. Poucos são os fatos que são checados e a conclusão rápida a que se chega é muito suspeita. A maneira como vasculham a vida de Simmers é algo estarrecedor. Me fez lembrar imediatamente de uma HQ chamada Sabrina, escrita por Nick Drnaso. Na história, a jovem Sabrina morre, mas a história não é para descobrir quem a matou, mas o que é dito sobre ela após sua morte. A verdade e os boatos que buscam serem convertidos em verdade. No fim, a personagem Sabrina não aparece uma vez na narrativa, e conhecemos sua vida através de relatos de outras pessoas. O que é verdade? O que é mentira? Não temos certeza. Fica a critério do leitor.


Mil Placebos é um livro tenso e que vai discutir uma imensidão de assuntos. Borges tem uma escrita boa, precisa e que brinca com nosso olhar sobre o que está acontecendo na trama. Não é estranho comparar o que ele fez aqui à escrita de Dostoievski e suas voltas e reviravoltas, sempre nos pegando pelo pé e nos fazendo repensar aquilo que nos cerca. O emprego do fluxo de pensamento é bem feito, apesar de que alguns pontos narrativos ficaram um pouco lacunares, prejudicando um desenvolvimento aprofundado de outros personagens que fizessem parte do meio do narrador. É uma leitura bastante necessária nesse estranho mundo louco em que vivemos.












Ficha Técnica:


Nome: Mil Placebos

Autor: Matheus Borges

Editora: Uboro Lopes

Número de Páginas: 192

Ano de Publicação: 2022


Link de compra:


*Material recebido em parceria com o autor
















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Em qui, 13 de out de 2022 13:18, Pedro Serrão escreveu: Opa Paulo Obrigado pela rápida resposta! Eu tenho um Interstitial que penso que é o que está falando (por favor desligue o adblock para conseguir ver): https://demopublish.com/interstitial/ https://demopublish.com/mobilepreview/m_interstitial.html Também temos outros formatos disponíveis em: https://overads.com/#adformats Com qual dos formatos pensaria ser possível avançar? Posso pagar o mesmo que ofereci anteriormente seja qual for o formato No aguardo, Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:15: Boa tarde, Pedro Gostei bastante da proposta e estava consultando a designer do site para ver a viabilidade do anúncio e como ele se encaixa dentro do público alvo. Para não ficar algo estranho dentro do design, o que você acha de o anúncio ser uma janela pop up logo que o visitante abrir o site? O servidor onde o site fica oferece uma espécie de tela de boas vindas. A gente pode testar para ver se fica bom. 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