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  • Foto do escritorPaulo Vinicius

Resenha: "Heavy Metal - Black & White"

Nesse mix de histórias encontramos histórias de Pat Mills, Steve Moore, Tony Lee e muitos outros. Histórias que vão desde um agente do sobrenatural combatendo criaturas demoníacas, Sláine em mais uma confusão armada por Ukko, um estranho mundo em uma realidade alternativa que vê uma oportunidade única e uma revolta de anjos caídos no inferno. Todas as histórias em preto e branco, valorizando a arte ainda mais.


Sinopse:


A Mythos Editora tem o prazer de anunciar o primeiro especial derivado da incrível Revista HM: a Heavy Metal Black & White! Uma incrível edição única, focada apenas em histórias fechadas e trabalhadas em arte P&B! Absalom: um velho carrancudo lidera uma equipe de investigação policial mística. Necrophim: intrigas satânicas nos reinos infernais. Passado Imperfeito – Altermundo: personalidades da Inglaterra elisabetana visitam uma realidade paralela. E mais: uma aventura recente de Sláine e Ukko remetendo ao seu clássico início em preto e branco!






Para aqueles que só leem quadrinhos americanos de super-heróis, passar para a leitura de uma HQ em PB pode ser um desafio. Isso porque existe a falsa impressão de que este seria um estado mais de rascunho e que não corresponderia à sua versão final. Mas, como eu disse, essa é uma falsa impressão. É através dos quadrinhos PB que conhecemos a verdadeira qualidade de um autor. Vemos seus traços, rabiscos e escolhas de montagem de cena e perspectiva. As cores podem esconder uma arte mediana. Quando apresentamos tudo de uma forma mais crua, um artista habilidoso pode se sobressair mais. E nessa edição especial da Heavy Metal vemos trabalhos fabulosos como o de Chris Weston ou o de Lee Carter que nos mostram pinceladas de extrema habilidade. As histórias vão variar do regular ao bom, mas certamente você sairá entretido ao final.


A primeira história é com o detetive Absalom, um homem já com mais idade e que possui uma enorme experiência na caçada a criaturas sobrenaturais. A narrativa se dá com uma investigação sobre uma monstruosidade que teria escapado de um local secreto onde famílias que fazem parte de uma espécie de cabala na Inglaterra teriam feito pactos para criarem seres híbridos entre demônios e humanos. Só que nem sempre essas experiências dão certo. A família Rathborne, uma das mais importantes do país, está envolvida até o pescoço nisso e as investigações de Absalom acabam revelando um lado deles que eles não gostariam que fossem divulgadas. Existe uma tensão entre as famílias e o bureau investigativo que é bem tênue e pode levar tudo a um caos sem tamanho. Vai caber a Absalom e sua ironia e mau humor tão característicos resolver o caso ao mesmo tempo em que mantém o equilíbrio das forças. Tudo isso enquanto precisa ensinar uma novata as regras do jogo.


O personagem de Absalom não foi capaz de me impressionar muito. As semelhanças que ele tem com o John Constantine são várias e o roteirista não foi capaz de dissociar uma figura da outra. A mim pareceu só uma cópia em um mundo menos regrado do que o da DC. Faltou um algo mais que o destacasse. A história é normal, serve mais para te apresentar o funcionamento do mundo, a questão das famílias, os operadores do bureau. Sabemos que o Absalom é um personagem que ou tem uma vida muito longa ou é uma espécie de imortal. A arte de Tiernen Trevallion também não me impressionou. As cenas de luta e de ação são bem confusas e mal coreografadas. Já o seu design de personagens demoníacos e meio tecnológicos pareceu criativo, mas nada que destacasse demais a atenção. Ou seja, é um pacote mais ou menos que pode entreter a quem curte esse estilo de história.


Fiquei sinceramente entre a história de Sláine e a dos Necrophins como a melhor da edição. Mas, vou colocar na conta do Sláine porque a arte do Chris Weston é do cacete. Que coisa linda que é isso. A gente consegue visualizar os traços feitos a bico de pena, com um detalhamento inacreditável por todo o cenário. Tem uma cena que mostra a estalagem onde o Sláine está ficando e o Weston conseguiu desenhar detalhadamente cada uma das pedras que a compõem. E elas não são iguais; seguem o padrão antigo de construção com algumas pedras maiores servindo de sustentação. Mesmo os personagens são bem desenhados com destaque para os músculos saltando no pescoço do Borgantyr. Meu deus... O Pat Mills poderia escrever sobre o Sláine dormindo que eu leria só para ver a arte do Weston.


Na narrativa, que é bem curtinha, temos Ukko confrontando alguém que o odeia. Errr.... só mais um dia na vida do anão mais encrenqueiro dos quadrinhos. Só que esse alguém é um deus da guerra de outra cultura. Alguém a mando de Baba Yaga e ele quer a cabeça de Ukko a todo custo. Sláine escuta os dois lados da história e entende que o Borgantyr tem razão. Que a cabeça de Ukko role nesse dia. E todos irão beber cerveja por toda a noite. Mas, algo não está certo com o deus guerreiro. O que ele veio fazer aqui, já que ele apenas esbarrou com Ukko na rua? E será que veremos finalmente a morte do maldito anão?


Na terceira história temos o retorno de Steve Moore. Já havia gostado das suas histórias com os Contos de Telguuth, e agora ele decide criar uma narrativa de história alternativa que se passa na Inglaterra. Dois cientistas estão fazendo pesquisas em que eles obtém informações de criaturas que eles chamam de anjos. Eles estão para criar uma máquina revolucionária capaz de atravessar mundos. Só que John Dee divulgou pelas ruas de Londres que ele é capaz de transmutar metais em ouro. E a Rainha Virgem quer esses conhecimentos para financiar uma armada para se defender da iminente invasão espanhola. Só tem um problema: John Dee mentiu. E tudo o que eles tem agora é uma máquina revolucionária capaz de atravessar para outro mundo. Só tem um problema: os anjos com quem ele conversava não eram bem anjos... E este Altermundo pode ser mais perigoso do que aparenta.


Das quatro histórias essa foi a que eu menos gostei. Apesar de ter umas tiradas irônicas e divertidas, não consegui me envolver com a narrativa em si. Não entendi direito o tal do Altermundo e só prestei atenção na Titania que era quem realmente chamava a atenção com seu pequeno biquini. Senti falta da profundidade das histórias de Telguuth e nem consegui me divertir com as tiradas. A ideia de lidar com tecnologia nesse outro mundo foi mal transposta e só temos dois momentos em que ela acontece. Fora que o mundo mais parece de fantasia do que tecnológico. Então faltou um pouco de coerência. A arte de Cam Smith apesar de bem definida, acabou presa em um roteiro que não sabia para onde ia. Gostei das pinceladas e até achei que a arte de Smith ficaria muito bem em uma história de capa e espada.


Vou pular para a quinta história porque falar dos Contos de Tharg (que tem só quatro páginas) seria dar spoiler. Então passo para a dos Necrophins que estampa a capa desta edição. Na narrativa vemos uma releitura da história de Lúcifer. Ele teria sido sim um anjo caído e ido para o inferno, mas vários serafins o acompanharam e formaram uma espécie de exército de anjos caídos. Ao chegar no mundo caído, Lúcifer precisou enfrentar outros seres poderosos como Jotunheim para estabelecer o seu domínio como a Estrela da Manhã. E se passaram séculos e mais séculos e Lúcifer agora aguarda pelo fim dos tempos quando ele finalmente irá retornar para a derradeira batalha entre o bem e o mal. Só que o anjo caído tem se tornado errático com o passar dos séculos e essa espera infernal tem bagunçado com sua mente. Uriel e Valion discutem o quanto Lúcifer ainda é capaz de liderar os necrofins contra as demais forças que assolam o inferno. Valion quer se rebelar contra a Estrela da Manhã, mas Uriel não quer saber disso. Como alguém leal a seu líder, ele irá até as últimas consequências por ele. Só que e se Lúcifer começasse a desconfiar do leal Uriel?


A história de Tony Lee é bastante intrigante e serviu como um ótimo aperitivo para outras histórias. A gente fica bem curioso sobre os jogos de poder que acontecem no inferno. Lee consegue criar toda uma mitologia que faz o leitor desejar virar a página para ver o que irá acontecer a seguir. Está na cara que eventualmente Uriel irá se voltar contra Lúcifer, mas o autor fica brincando com nossas expectativas e instigando quando será esse momento. Pode ser agora, na página seguinte... daqui a dez páginas. Em algum momento isso virá. A arte de Lee Carter é toda trabalhada no sombreado. Gosto de como o sombreado dá um aspecto sujo às cenas. Carter é muito bom em preencher os quadros com a presença ou a ausência de luz. Temos que compreender que estamos diante de um lugar infernal onde a luz não chega. Mas, mesmo assim, pequenos pontos de iluminação servem para tornar os interiores mais visíveis e preenchidos.


Temos uma boa revista com histórias fechadas e que tem uma proposta inteligente de valorizar o traço preto e branco ao mesmo tempo em que traz narrativas as mais variadas possíveis. Quase todas elas estão circundando o gênero do terror. A arte é sempre de mediana para boa o que faz das páginas um deleite para os olhos. Das quatro narrativas curti mais a do Sláine bem pela sua proposta simples e uma arte de encher os olhos. No mais, fico no aguardo de ler as histórias da segunda temporada da Heavy Metal.










Ficha Técnica:


Nome: Heavy Metal Black & White

Autores: Gordon Rennie, Pat Mills, Steve Moore, Alec Worley e Tony Lee

Artistas: Tiernen Trevallion, Chris Weston, Cam Smith, Tom Foster e Lee Carter

Editora: Mythos

Tradutores: Érico Assis e Antônio Tadeu

Número de Páginas: 100

Ano de Publicação: 2019


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