Pessoas mortas começam a aparecer por toda a parte dentro de refrigeradores. Eles ficam ali simplesmente parados, olhando para aqueles que passam. Mas, isso desperta um imenso incômodo por toda a sociedade.
Sinopse:
Esta é uma história original da Tor.com sobre garotas morta-vivas que começam a ressurgir no mundo dos vivos, saídas de refrigeradores.
Nesse ano eu li várias histórias bem esquisitas. Essa se enquadra nesse gênero. Garotas morta-vivas saindo de refrigeradores. Okay, posso lidar com isso. Sunny Moraine nos coloca diante de uma narrativa bem escatológica em que se pretende lidar com culpas e erros. Que tal observar a morte bem de perto? O que acharíamos disso? Conhecidos e desconhecidos surgem por toda a parte, sem qualquer explicação ou motivação. A sociedade tenta lidar com essa situação da melhor forma possível, mas é inevitável um colapso e readaptação às novas condições de existência. Certamente que ao final de tudo, ninguém será mais o mesmo.
A autora criou uma narrativa repleta de simbolismos que beira ao realismo fantástico. Se você vai querer saber como estas mortas-vivas surgiram, esqueça. Sunny não te dá essa informação e nem sequer dá pistas sobre em nenhum momento da narrativa. Na verdade não temos nem mesmo um protagonista. Muito no estilo de Max Brooks em Guerra Mundial Z, Eyes I Dare Not Meet in Dreams é construído em um sistema de pequenas cenas em que a autora ou nos apresenta algum desenvolvimento novo ou alguma reflexão sobre como a sociedade humana está lidando com a nova condição. O conto fica também no limite de uma narrativa séria com momentos dramáticos e de pesar acontecendo e o humor negro puro e simples. Como a autora nos apresenta as situações de uma forma bem pragmática, nunca sabemos se ela está ou não sendo sarcástica ou se é pura construção dramática.
Sinceramente eu fiquei perdido pelo conto. Sei que tem um simbolismo por trás, mas não entendi aonde ela queria chegar. O que eu consegui depreender da leitura foi um sentido escatológico de crítica social a um mundo de aparências e materialismos, muitas vezes criticado pela autora. Tem um momento no conto em que restaurantes colocam bandejas nas mãos das pessoas mortas. Na hora em que eu li, passei batido pela situação, mas quando eu parei para pensar, me veio: "como é? garçonetes mortas que ficam paradas olhando para as pessoas?". O quanto o ser humano consegue ser tolo e perverso mesmo diante das situações mais adversas possíveis. Se existe um algo mais além disso que eu consegui interpretar, sinceramente eu não entendi. Por essa razão minha crítica acaba sendo balizada pelo fato de eu não ter entendido e curtido a história. A escrita da Sunny é bem corretinha e as frases são encaixadas adequadamente. Só não entendi qual era o sentido da história. Já reli duas vezes e continuo sem entender.
Ficha Técnica:
Nome: Eyes I Dare not Meet in Dreams
Autora: Sunny Moraine
Editora: Tor.com
Número de Páginas: 18
Ano de Publicação: 2017
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