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  • Foto do escritorPaulo Vinicius

Resenha: "Dylan Dog Nova Série vol. 1" de Paola Barbato e Bruno Brindisi

Uma nova era começa para o old boy. A aposentadoria de seu eterno companheiro inspetor Bloch irá impactar a vida de Dylan que terá que rever algumas de suas certezas. Enquanto isso, Dylan terá de resolver o caso da mulher que teve a garganta cortada e não morreu. Será que a morte tirou férias?



Sinopse:


A sempre pedida, aguardada e desejada aposentaria do Inspetor Bloch finalmente saiu. O velho policial esvazia sua sala e deixa a Scotland Yard, mas não abandona Dylan Dog, cuja amizade, afeto e estima continuarão como sempre. Enquanto isso, o Investigador do Pesadelo assume o paradoxal caso de Nora, uma garota que foi assassinada mas não está morta.






Essa é a minha primeira experiência com o Investigador do Pesadelo. Havia tentado uma vez, mas a história não clicou comigo naquela época. Hoje consigo ler com mais tranquilidade os fumetti e compreender a forma diferente de construir narrativas dos quadrinhos italianos. E preciso dizer o quanto isso fez diferença na minha experiência. Consegui curtir mais a história, entendendo na narrativa quase um Além da Imaginação com um personagem bem complexo e cheio de referências. Confesso que esse não é o melhor volume para se iniciar porque, de certa forma, ele é um encerramento de uma era para o início de uma nova. É como as primeiras histórias do Alan Moore no Monstro do Pântano em que ele precisava fechar algumas pontas para iniciar sua própria história. Mesmo assim, qualquer HQ da Sergio Bonelli é um espetáculo à parte. Então essa resenha vai ser o início da minha jornada pelo mundo do Dylan.


Nesta história que dá início à fase sob a direção editorial de Roberto Recchione, o inspetor Bloch conquista sua tão sonhada aposentadoria. Com uma idade avançada, ele é dispensado de seu serviço e agora precisa lidar com uma nova realidade. Ele reencontra alguns velhos amigos e decide finalmente curtir o restante de sua vida. Para poder ser livre e viajar a outros lugares, ele aluga o seu quarto, mas as pessoas que convivem com ele são um pouco estranhas. Principalmente porque uma dessas pessoas guarda uma foice dentro do armário. Enquanto isso, Dylan recebe um caso inusitado. Uma mulher chamada Nora procura Dylan porque ela quer morrer. Segundo ela, uma lâmina rasgou sua garganta, mas ela não caiu morta. Só que Dylan descobre detalhes da família de Nora, os Cuthberts, que o deixam mais preocupado em descobrir quem matou Nora. Por toda a cidade de Londres, pessoas tem sofrido situações fatais e não caem mortas. Parece que a morte tirou férias e deixou a cidade em um estado caótico. O que terá acontecido?


Decididamente esta edição é uma espécie de passagem de tocha para uma nova fase. O clima de despedida se faz presente por toda a edição. Quando Dylan descobre sobre a aposentadoria de seu companheiro na polícia, ele fica desolado porque parece que ele nunca imaginava que isso pudesse acontecer. É como se uma tempestade de mudanças estivesse por acontecer. De certa forma isso chega a ser possível de ser interpretado até como uma metalinguagem porque a série vai passar por alterações. A vida do old boy, apesar de intensa, sempre foi marcada por constâncias. Mas, algo simples como a saída de um personagem provoca uma reflexão em Dylan. Mesmo quando ele precisa lidar com o caso de Nora e acaba não conseguindo resolver o problema do jeito que ele gostaria, Dylan percebe que ele mesmo precisa mudar e encontrar um novo caminho. Tem um trecho interessante em que Bloch pergunta a Dylan se ele nunca imaginou sair da cidade ou viajar pelo mundo e o personagem responde que isso não passou pela sua cabeça e que ele gosta da cidade. Ou seja, é um personagem acostumado com permanências e que tem dificuldade em lidar com o novo. Veremos a partir daqui como o personagem vai lidar com o seu universo sendo sacudido.



A arte de Bruno Brindisi é bem adequada a essa edição. Pelos padrões Bonelli, ela não chega a ser espetacular, mas entrega o conteúdo de forma bastante competente. Gosto de como Brindisi não usa os mesmos modelos de personagem sempre. Cada um, mesmo aqueles que estão apenas no fundo possuem individualidade. Até mesmo o molde físico não é nem um pouco semelhante. Além disso os personagens conseguem expressar bem suas emoções. Sabe quando o formato do rosto se altera quando o personagem está triste, feliz, amedrontado, chorando? Então é isso o que acontece aqui. Brindisi tem também um ótimo domínio de luz e sombras com as projeções de luz fornecendo perspectiva às cenas. O cenário fica mais encorpado com esse controle do branco e preto e revela mais detalhes do que parece à primeira vista. Tem uma cena do quarto do novo morador do quarto na casa de Bloch que mostra bem como esse domínio do P&B interfere com a nossa percepção. O quarto é repleto de objetos por toda a parte representando memórias de diversas pessoas e lugares. As sombras que batem no quarto fazem com que ele ganhe mais área e pareça maior do que é na verdade. Fora os detalhes dos objetos que foram meticulosamente desenhados.


Pensar na morte tirando férias é algo que já passou pela literatura. Quando ela não está presente, o que acontece com quem morre? Será que a nossa realidade aguentaria isso? José Saramago escreveu um romance chamado As Intermitências da Morte onde ele propõe algo semelhante, mas encerrado naquele pequeno universo do interior do realismo mágico. Deveríamos pensar na morte como uma força universal ou como um ser senciente? Porque no segundo caso, ela pode desejar tirar férias e ser mais empática em relação aos problemas de nosso mundo. Embora a morte seja eventual e inevitável a todos, não significa que ela está alijada de sentir simpatia pelos nossos sofrimentos. Paola Barbato nos apresenta um personagem que não pode ser enxergado por humanos comuns e que consegue se fazer passar como uma pessoa normal. Para entender mais sobre o inspetor Bloch, que lhe despertou curiosidade, ela faz uma amizade curiosa que faz com que ela precise interpretar vários papéis diferentes.


Tem duas coisas que eu não gostei muito nesta edição. Primeiro tem aquela ideia de que as coisas acontecem alheias à Dylan. Tem alguns momentos bizarros em que o personagem passa ao lado de alguma morte ocorrendo naquele momento, que me remete a filmes de comédia com desastres acontecendo ao redor do protagonista sem que ele note. Entendi que era para dar um ar descontraído para a história, mas não me agradou. O meu segundo problema, e não é bem um problema, mas uma constatação, é que realmente a narrativa só vai impactar a quem já conhece a mitologia do Dylan. As homenagens feitas, a maneira como Bloch se insere como essencial para o protagonista, tudo isso não consegue ser captado por quem está chegando agora. Mas, é aquilo, a gente já está ciente do fato quando pega esta edição, o editorial e a sinopse são bastante honestos nesse sentido. Espero que a partir da edição 2 ou 3 a gente consiga ter uma melhor visão sobre o que realmente está acontecendo. Mesmo assim, a história brilha e o leitor não consegue parar de ler.


Essa história é tão início de temporada que várias situações ficaram no ar. Com a saída de Bloch do departamento, Dylan perdeu todos os contatos que ele tinha que facilitavam sua vida como investigador. Fora que ele já não é muito querido pelo alto escalão. Ou seja, o personagem vai precisar encontrar outras formas de conseguir tais informações ou sua vida se tornará bem difícil. Outro problema é em relação a ele mesmo já que ele percebeu ser necessária uma mudança interna. Talvez seus métodos já não sejam tão eficientes como antes. Por último, algumas pontas soltas no caso Cuthroat continuam por aí. E são consequências das ações do próprio Dylan que fez algo que não deveria. Vamos ver como isso vai voltar para confrontá-lo.


No geral, essa primeira edição é muito boa e serve como encerramento de uma fase e o começo de outra. Ter uma roteirista mulher em uma revista tão prestigiada também é algo bem legal. A equipe responsável pela edição está de parabéns por trazer uma história de alto nível. Aqui tem de tudo para quem curte esse tipo de história: mistério, drama e um pouco de confusão. Pronto, estou fisgado pelo personagem e vamos ver o que o futuro reserva ao Dylan.









Ficha Técnica:


Nome: Dylan Dog Nova Série vol. 1 - A Despedida

Autora: Paola Barbato

Artista: Bruno Brindisi

Editora: Mythos

Tradutor: Julio Schneider

Número de Páginas: 114

Ano de Publicação: 2018


Outros Volumes:

Vol. 2 Vol. 8

Vol. 3

Vol. 4

Vol. 5

Vol. 6

Vol. 7


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