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  • Foto do escritorAmanda Barreiro

Desafio #LeiaMulheres: "O Poder", de Naomi Alderman

Uma narrativa poderosa coloca a dinâmica social em cheque ao reposicionar a mulher como dominante.


Fonte: Pinterest

Sinopse:


O que você faria se tivesse o poder em suas mãos?

“Jogos vorazes encontra O conto da aia.” (COSMOPOLITAN)

Em um futuro próximo, as mulheres desenvolvem um estranho poder: elas se tornam capazes de eletrocutar outras pessoas, infligindo dores terríveis... até a morte. De repente, os homens se dão conta de que não estão mais no controle do mundo.

“Um olhar fascinante no que o mundo poderia ter se tornado se o sexismo dos últimos milênios tivesse tomado rumos diferentes. Engenhoso... merece ser lido por todas as mulheres (e, claro, por todos os homens).” (THE TIMES)

“O poder é uma leitura explosiva.” (FINANCIAL TIMES)

“Um romance envolvente, que nos obriga a encarar uma distopia que já existe... e que está entre nós há séculos.” (MICHAEL SCHAUB, NPR)


Alerta de gatilho: violência explícita e estupro.




Crise e ruptura


"Elas entenderam a força que tinham, todas ao mesmo tempo."


Naomi Alderman tem sido reconhecida como uma das autoras mais promissoras e talentosas da ficção especulativa pelo mundo. O Poder, um romance inspirado nas narrativas de Margaret Atwood - e apoiado pela própria - foi eleito um dos melhores livros de 2017, recebendo menções, inclusive, do ex-presidente Barack Obama. Com tanto gabarito, O Poder nos pareceu uma escolha óbvia para representar um lançamento de 2018 (no Brasil).


Prosseguindo, então, com o nosso desafio #LeiaMulheres, precisamos relacionar a nossa proposta e o conteúdo trazido por nós à situação atual da mulher no cenário mundial. A verdade, por mais dolorosa, é que apesar de tantos avanços científicos e dos inúmeros movimentos lutando pela equidade de gêneros, tratamentos igualitários, políticas de conscientização a respeito da violência contra mulheres e dos males do machismo para toda a sociedade, apesar de tudo isso, estamos retrocedendo enquanto humanidade. O discurso anti-feminismo e a disseminação do ódio por mulheres tem se proliferado em diversas camadas sociais, de ricos a pobres de todas as faixas etárias. Estamos levando a culpa por coisas inimagináveis, e o pior é que já vimos tudo isso acontecer em todos esses séculos de luta.


Ok, mas por que eu estou falando sobre isso? Além da reflexão, o ponto é que estamos chegando em um momento perigoso, onde tensões se acumulam e levam a mais violência, mais ódio e, consequentemente, aos caos. O Poder entra nesse exato momento.


O fim do patriarcado


Fonte: Elizaveta Lavrik/Shutterstock. Retirado do site The Atlantic.

"Você pode voltar atrás na ordem que deu ao relâmpago?"


O Poder tem uma escrita bem peculiar. Esse é o primeiro elemento na construção de uma narrativa preocupando-se em conectar todos os detalhes e esforçando-se para alcançar uma atmosfera factível. Naomi Alderman foi mentoreada por Margaret Atwood, uma das maiores autoras de ficção especulativa da atualidade, e carrega fortes influências de O Conto da Aia.


Alderman aposta em seu talento para trazer os elementos da própria escrita para dentro da história, transformando a estrutura narrativa em um dos elementos-chave para a compreensão do plano geral. Funciona assim: iniciamos a leitura com uma espécie de contagem regressiva que não entendemos onde vai chegar, até porque, bloco após bloco dessa regressão, especialmente nos primeiros, não sentimos que essa coisa - seja lá o que for - está chegando. Falta quanto tempo para quê? Observamos as transformações da sociedade, das mulheres e dos homens e das relações, mas não conseguimos visualizar a linha de chegada. O mistério vai se desvelando conforme vamos entendendo, naturalmente, a gravidade da situação.


Outra questão importantíssima nessa escrita peculiar da Alderman é a troca de cartas que ocorre logo no começo do livro e, posteriormente, ao final, além das inúmeras ilustrações e comentários. Tudo é construído como um livro de relatos supostamente reais, históricos, que abriga quatro pontos de vista sobre a situação, acompanhando as personagens Allie, Roxy, Tunde e Margot.


"Por baixo de cada história, existe outra história. Existe uma mão dentro da mão. Existe um soco dentro de cada soco."


No entanto, e aí talvez seja uma questão de gosto estilístico, a forma escolhida por Alderman para a narração é um tanto incômoda, travada, cheia de quebras, repetições e pontos finais. A sensação deixada para o leitor é a de um trabalho pobre em coesão textual, forçando o leitor a interromper o ritmo narrativo a todo momento. Os capítulos são curtíssimos e as frases menores ainda. No fim das contas, o que me impressionou mesmo foi a utilização da metalinguagem e da sábia construção de referências e utilização da estrutura narrativa como ponto de vantagem para a própria história. Na escrita em si acredito que a autora ainda poderia evoluir muito.


Agora, falando brevemente das personagens, somos apresentados a quatro protagonistas completamente diversos entre si e igualmente importantes para o cenário geral, cada um em sua esfera de atuação.


Todos são muito bem desenvolvidos, com destaque para Tunde, o único homem observado de perto. É pela perspectiva dele, inclusive, que acontecem algumas das cenas mais violentas e chocantes de O Poder. Tunde é um jornalista comprometido a mostrar ao mundo inteiro o que realmente está acontecendo, o que estão fazendo com as mulheres e o que as mulheres estão fazendo com os homens. É uma perspectiva mais brutal porque, na condição de homem, Tunde é rapidamente transformado em antagonista. A autora fez um trabalho excelente em trabalhar com a visão masculina sobre o assunto.


Além de Tunde, temos também Margot, uma política bastante interessada na utilização do Poder em sua campanha, Roxy, uma jovem famosa por sua família de mafiosos, e Allie, que serve como ponto central e difusor de toda a ideologia que a história carrega. Allie interliga tudo e, em lado oposto a Tunde, é através dela que vem a nossa compreensão do que está acontecendo. As personagens são carismáticas, especialmente Roxy e Tunde, e os pontos de vista vão se intercalando até construir a narrativa completa, tentando cobrir todas as questões abordadas.


"A única onda que muda tudo é o tsunami. Você tem que demolir as casas e arrasar a cidade se quiser ter certeza de que ninguém vai te esquecer."


Então chegamos na parte principal: a história. Retomando a introdução, por que falar sobre os anos de abuso sofridos pelas mulheres e que continuam a sofrer diariamente? Por que falar sobre feminismo e sobre a nossa luta? Bom, O Poder é, essencialmente, um livro feminista. Ocorre uma inversão de papéis sociais no mínimo polêmica, talvez até mesmo problemática, dependendo do ângulo pelo qual analisamos a obra. É importante salientar, portanto, que os abusos a que somos submetidas podem ter consequências catastróficas e, talvez, irreversíveis para todos, homens e mulheres.


Em O Poder, o patriarcado quebra diante da habilidade elétrica recém descoberta nas mulheres, que gradativamente, por meio de inúmeras rebeliões, tomam o poder na base da lei do mais forte. O movimento ganha força a partir do momento em que uma seita, uma releitura bíblica ressignificando toda a Criação e colocando Maria como figura central (a mãe, não o filho), assume as rédeas da situação como principal conselheira, assim como a Igreja sempre fez. A partir daí é ladeira abaixo e a história se torna muito ágil e violenta, cheia de cenas explícitas e, devo dizer, bem chocantes. Como seria, afinal, se as mulheres instaurassem o matriarcado?


É perceptível o porquê de O Poder ter sido considerado um dos melhores livros de 2017, afinal, ele toca em questões que ninguém quer sequer pensar, muito menos debater, e expõe mazelas sociais profundas causadas por séculos de machismo, feridas essas que doem justamente pela inversão de sujeitos dominantes. Alderman soube utilizar todos esses recursos e entregou um trabalho que merece, e muito, ser lido com calma e com uma boa reflexão crítica.



Ficha técnica:


Nome: O Poder

Autora: Naomi Alderman

Editora: Planeta

Gênero: Ficção especulativa

Tradutor: Rogério Galindo

Número de Páginas: 368

Ano de lançamento (no Brasil): 2018











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Conversa aberta. Uma mensagem lida. Pular para o conteúdo Como usar o Gmail com leitores de tela 2 de 18 Fwd: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br Caixa de entrada Ficções Humanas Anexossex., 14 de out. 13:41 (há 5 dias) para mim Traduzir mensagem Desativar para: inglês ---------- Forwarded message --------- De: Pedro Serrão Date: sex, 14 de out de 2022 13:03 Subject: Re: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br To: Ficções Humanas Olá Paulo Tudo bem? Segue em anexo o código do anúncio para colocar no portal. API Link para seguir a campanha: https://api.clevernt.com/0113f75c-4bd9-11ed-a592-cabfa2a5a2de/ Para implementar a publicidade basta seguir os seguintes passos: 1. copie o código que envio em anexo 2. edite o seu footer 3. procure por 4. cole o código antes do último no final da sua page source. 4. Guarde e verifique a publicidade a funcionar :) Se o website for feito em wordpress, estas são as etapas alternativas: 1. Open dashboard 2. Appearence 3. Editor 4. Theme Footer (footer.php) 5. Search for 6. Paste code before 7. save Pode-me avisar assim que estiver online para eu ver se funciona correctamente? Obrigado! Pedro Serrão escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:42: Combinado! Forte abraço! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:41: Tranquilo. Fico no aguardo aqui até porque tenho que repassar para a designer do site poder inserir o que você pediu. Mas, a gente bateu ideias aqui e concordamos. Em qui, 13 de out de 2022 13:38, Pedro Serrão escreveu: Tudo bem! Vou agora pedir o código e aprovação nas marcas. Assim que tiver envio para você com os passos a seguir, ok? Obrigado! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:36: Boa tarde, Pedro Vimos os dois modelos que você mandou e o do cubo parece ser bem legal. Não é tão invasivo e chega até a ter um visual bacana. Acho que a gente pode trabalhar com ele. O que você acha? Em qui, 13 de out de 2022 13:18, Pedro Serrão escreveu: Opa Paulo Obrigado pela rápida resposta! Eu tenho um Interstitial que penso que é o que está falando (por favor desligue o adblock para conseguir ver): https://demopublish.com/interstitial/ https://demopublish.com/mobilepreview/m_interstitial.html Também temos outros formatos disponíveis em: https://overads.com/#adformats Com qual dos formatos pensaria ser possível avançar? Posso pagar o mesmo que ofereci anteriormente seja qual for o formato No aguardo, Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:15: Boa tarde, Pedro Gostei bastante da proposta e estava consultando a designer do site para ver a viabilidade do anúncio e como ele se encaixa dentro do público alvo. Para não ficar algo estranho dentro do design, o que você acha de o anúncio ser uma janela pop up logo que o visitante abrir o site? O servidor onde o site fica oferece uma espécie de tela de boas vindas. A gente pode testar para ver se fica bom. 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