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  • Foto do escritorPaulo Vinicius

As poderosas garotas do Furin High School

Nesta matéria, queria apresentar a vocês um dos animes que mais me surpreenderam no ano de 2020: Major 2nd. Um anime de beisebol em que na sua segunda temporada nos apresenta a história de um time formado majoritariamente por mulheres e tendo o protagonista como capitão.



Além de fã de literatura de gênero, gosto demais de animes. Fui criado na época do começo da explosão da animação japonesa no Brasil em que juntávamos a galera para assistir Cavaleiros do Zodíaco às 18:00 na extinta rede Manchete. Admito não ser exatamente um fã de animes de esporte, embora eu tenha boas recordações de Captain Tsubasa (Super Campeões). Acho a maioria deste tipo de animação muito clichê, com aquela ideia do personagem que começa sem saber sobre o esporte e se torna o ás do time. Mesmo assim eu ainda assisto porque acho divertido e interessante. Posso destacar trabalhos incríveis como Slam Dunk e Haikyuu como sendo dois animes que todos deveriam assistir. Mas, esta matéria é para falar com vocês sobre um que colocou os clichês de cabeça para baixo: Major 2nd.


Antes de continuar a falar sobre ele, queria fazer uma proposta a vocês. Esqueçam a primeira temporada da série. Ela é totalmente dispensável. A segunda temporada é independente e até chama informações da primeira, o que faz com que seja possível pular a temporada. Achei a primeira temporada até divertidinha, mas ela é bem passável. E o protagonista é irritante demais aqui. Na segunda temporada ele já amadureceu mais e se torna mais ativo.


A história de Major 2nd tem como protagonista Daigo Shigeno, filho de Goro Shigeno (protagonista da primeira série Major). Goro é um grande jogador de beisebol e provou ao mundo sua capacidade. Hoje ele explora outros lugares onde pode testar suas habilidades. Goro teve dois filhos: Daigo e Izumi. Izumi herdou todas as habilidades do pai: é uma jogadora de beisebol genial, com habilidades incríveis. Se tornou o ás do time nos lugares onde esteve. Já Daigo não herdou nada do pai além da paixão pelo esporte. Ele não tem o tamanho adequado e seus ombros não possuem o mesmo poder de fogo que o de Goro. Ele sofre com o peso de ser filho de um astro do beisebol. No ensino fundamental ele se inclina a jogar pelo Mifune Dolphins, mas a sua falta de talento acaba tirando-o do time. Daigo se deprime e não quer mais saber do esporte. Isso até ele conhecer Hikaru Sato, filho de Toshiya Sato, companheiro e rival de seu pai. Hikaru é um jogador extremamente talentoso, mas não só não conhece o esporte como o acha desinteressante. Apenas ao lado de Daigo é que Hikaru consegue brilhar de verdade. Daigo e Hikaru vão dar suporte um ao outro e passam a jogar nos Dolphins. No final da primeira temporada, um acontecimento acaba colocando Daigo e Hikaru em caminhos diferentes.


Chegamos à segunda temporada onde Daigo entra para o time de sua irmã, o Furin High, que já se formou e deixou um legado de vitórias para trás. Mas, o outrora sensacional time se vê às voltas de um enorme problema quando três dos seus jogadores mais experientes são pegos furtando uma loja. O escândalo é tamanho que o técnico do time, que levara o Furin a vitórias incríveis se vê obrigado a pedir demissão. O novo técnico contratado pela escola promete mundos e fundos, mas dá um bolo e nunca aparece. O time agora conta apenas com Daigo, que é alçado à função de capitão pelo ex-treinador, as jogadoras Mutsuku Sakura, Tao Sagara, Yayoi Sawa, Seira Kandori e o último jogador que restou do experiente time, Hiromu Tanba. Ou seja, basicamente um time formado por mulheres principalmente depois da entrada da meio-brasileira Anita Kabashima e da doce Chisato Fuji. Daigo acumula as funções de capitão e treinador do time.



Mas por que a história é tão interessante? Porque ela foge completamente dos clichês. É uma temporada inteiramente focada nos personagens como um todo. A ponto de o Daigo ficar e segundo plano em alguns dos episódios. O papel do protagonista é mais o de ligar estas diferentes personalidades e transformar em potencialidade para o time. Outro ponto de destaque é que o Furin High não é um time invencível, como vemos em outros animes de esportes. Eles perdem para caramba. São um excelente time que consegue algumas vitórias bastante improváveis, mas ainda estão em formação. Fora que as personalidades do time entram em rota de colisão o tempo inteiro. E alguns dos problemas são mais pessoais e típicos de pessoas em crescimento, precisando fazer escolhas para a vida. Para algumas destas situações, Daigo não tem uma resposta. São coisas que vão além do campo de soft ball (o tipo de baseball que eles jogam). Aliás, para evitar a confusão da galera, no soft ball, os times mistos são permitidos. Tem algumas regras ligeiramente diferentes em relação ao beisebol mais linha dura.


Um dos pontos focais da série é o fato de o Furin ser um time formado por meninas, em sua quase totalidade. Se eu acrescentar o Akira Nishina (que eu falo daqui a pouco) são três meninos para seis meninas. Então na maior parte dos jogos, os times adversários tiram sarro do time e jogam soltando piadas de gênero ou diminuindo as personagens. Isso, é claro, até o momento em que elas mostram do que são capazes. O treinamento feito pelo Daigo com elas é rígido e cansativo, seguindo a filosofia da escola. Quando ele consegue colocar todos na linha, o time se torna incrível. Essa temática da superação dos preconceitos está presente do começo ao fim. Temos uma situação até de assédio com uma das meninas que o capitão precisa resolver. Outro ponto que sempre vem à reflexão de todos é quanto à fisiologia delas. Apesar de elas serem esforçadas, existe um ponto onde elas não conseguem superar: a diferença entre um corpo masculino e um feminino. Na série elas se questionam sempre o quanto elas são capazes de jogar em pé de igualdade com um time masculino bem treinado. Esforço é capaz de superar a fisiologia? Tem um jogo em especial onde isso é colocado à prova e é um episódio cruel de assistir. Essa é uma pergunta que elas se fazem durante toda a temporada e até o momento não foram capazes de responder nem para um lado, nem para o outro.


Queria trazer também o quanto a personagem da Kandori é legal. Inicialmente ela é chamada mais para compor o time, mas Daigo percebe bastante potencial na personagem. Aqui temos uma demonstração de o quanto a série é inclusiva. Em nenhum momento, o autor cria algum enredo para fazer a personagem emagrecer. Nada disso! O que eles propõem é que ela seja capaz de aguentar mais tempo dentro do campo. O corpo mais forte dela serve para impedir o avanço dos adversários pelas bases. Além de ela ser a matadora de canhotos. O que é isso? Assistam para descobrir. Mas, assim, eu fiquei espantado em como eles tratam o tema como uma delicadeza e uma mensagem incrível de superação. Tipo, não importa para o time se ela é gorda ou não. Importa qual é o papel dela dentro do time como um todo.


O personagem do Daigo é o grande mediador das relações e aquele responsável pelo treinamento do time. Na temporada anterior, ele tinha muitos problemas de auto-estima. Mas, ao se tornar o capitão e aquele que não é tão bom assim no beisebol, Daigo se vê na obrigação de mudar sua mentalidade caso ele queira que o time continue existindo. Para isso, ele precisa ser a rocha, o exemplo do time. Aquele que chega primeiro e sai por último. Aquele que é capaz de estudar o time adversário e desenvolver estratégias boas para o time. Também precisa entender aquelas que jogam no seu próprio time. Sejam suas capacidades atléticas ou agir como alguém que é companheiro delas. Como a Yayoi diz em um episódio: "Daigo é o Buda do nosso time." E é isso mesmo. Não só isso: como capitão, Daigo precisa ser um jogador balanceado. Superar suas limitações para ajudar o time quando for necessário. Para isso, ele precisa treinar todos os fundamentos do jogo. É claro que o personagem vai ter suas dúvidas, suas frustrações. Nesse anime, ninguém é perfeito.



Só que essa segunda temporada nos apresenta não um, mas dois protagonistas. Daigo ainda é o principal, mas a Mutsuko ganha muito tempo de tela nesta segunda temporada. Ela que era apenas a personagem que era caidinha pelo protagonista na primeira, se transforma completamente. Okay, ela continua apaixonada pelo Daigo, mas ela é a personagem que ocupa a principal função do Furin High: primeira arremessadora. A gente acompanha o quanto a personagem amadurece, a partir das dificuldades que são impostas a todos. Ela quer apoiar o Daigo da melhor maneira possível, e entende que precisa tomar as rédeas de seus problemas de confiança. Seus arremessos são uma das grandes armas do Furin High e isso é fruto de seu intenso treinamento. Dentro do campo, a pressão sobre o primeiro arremessador é enorme. É dele que vem as principais jogadas, parar o time adversário e impedir sua pontuação. Para isso, ela precisa ter jogadas precisas e variadas. E entender o ritmo do jogo como um todo, observando cada um dos seus companheiros. Mesmo cansada, ela precisa dar o melhor de si, afinal todos estão juntos com ela. O mais legal é que ela não é aquela companheira que apenas fica submissa ao seu amado; quando é preciso, ela assume a liderança.


Mas, como o time é formado também por conflitos, vamos comentar alguns. Começando pelo que acontece logo no primeiro episódio. Akira Nishina é um jogador que era uma estrela no ensino fundamental conhecido pelo seu arremesso foguete. Quando se forma, seu treinador o faz se transferir para o Furin High alegando que ele também estaria indo para lá continuar a treinar ele e seus dois companheiros. Os três conseguem uma bolsa de estudos, mas ao chegar lá o treinador nunca foi para a escola e eles acabam abandonados. A opção deles seria ir para o time de soft ball ou apostar no senior baseball. No primeiro caso, eles seriam estrelas já que estariam vindo com todo a pompa de seu antigo time enquanto que no segundo caso eles teriam que ralar para conquistar uma posição em time mais velho e experiente. Akira e seus dois amigos acabam desafiando o time de Daigo após tirarem sarro com as meninas. De um lado os astros que conquistaram uma bolsa de estudos e do outro Mutsuko, Tao e Yayoi. Foi uma devastação... para eles. Os três foram humilhados e enquanto os outros dois deixam tudo para lá e partem para o senior, Akira acaba mexido por quanto as garotas amavam o beisebol. Esse é o primeiro episódio, meus caros e minhas caras. No spoilers.


Outro conflito se dá com a entrada de Anita Kabashima que é uma jogadora que detesta jogar em times com homens capitães. Ela sofreu com diversos problemas em seu time anterior por causa disso. Como alguém que está na recepção, ela se mostra melhor do que o Daigo na função. Mas, existe todo um direcionamento em como alguém é colocado em uma função. Existe também a disciplina do time; o capitão faz o que faz pelo bem do time. Alguém que não é capaz de aceitar instruções não serve para o time. E Anita não respeita a figura do capitão inicialmente. Ao longo dos episódios, esse conflito vai se acirrar cada vez mais. Alguma coisa terá que ceder: Daigo ou Anita.




Sei que vocês estão preocupados com a qualidade da animação. Não se preocupem. Ela é muito fluida e os episódios possuem uma qualidade acima da média. Quando se pede algo mais dinâmico, a animação não decepciona. O estúdio responsável é o Oriental Light and Magic (OLM) e tem experiência com animes esportivos como o Inazuma Eleven. A abertura aí em cima é um ótimo termômetro para o anime. A trilha sonora não é maravilhosa, mas cumpre bem o seu papel. O final da segunda temporada deixa a gente com o coração na mão. Ainda não temos uma previsão para a terceira temporada, mas animes de esporte costumam fazer bastante barulho no Japão e Major é uma franquia super tradicional. Mesmo que o autor tenha ido por um caminho bem diferente. Esse é aquele tipo de material que eu recomendo demais as pessoas assistirem.




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