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  • Foto do escritorPaulo Vinicius

A Bela e a Fera

Um clássico da Disney de 1991 onde uma mulher que se destaca por sua capacidade intelectual e espírito livre se envolve com um príncipe que sofreu uma terrível maldição. Um filme onde julgar algo pela capa pode ser enganoso.



É espantoso como alguns filmes tomam outros significados com o passar do tempo. Isso aconteceu comigo ao assistir A Bela e a Fera recentemente. Antes uma história de amor com retoques de magia, agora uma narrativa de um espírito livre criticado por seus iguais. Essa é a prova de que determinadas histórias podem sim ser revistas em períodos distantes de tempo, considerando sempre o contexto no qual elas foram produzidas. Ao mesmo tempo que alguns desenhos da Disney, embora taxados como "formadores de princesas", possuem um conteúdo progressista escondido em suas entrelinhas. Basta a nossa leitura de mundo estar afiada e perceber tais mensagens.


A Bela e a Fera é uma animação da Walt Disney Studios exibida nos cinemas em 1991 e não é a única adaptação da famosa história escrita por Jeanne-Marie Leprince de Beaumont, uma autora francesa que viveu no século XVIII. Essa adaptação acabou mais famosa pelo bom trabalho de produção que envolveu roteiro, direção de arte e trilha sonora. O roteiro foi adaptado por Linda Woolverton (de O Rei Leão), com a direção de Gary Trousdale (de O Corcunda de Notre Damme e Atlantis) e Kirk Wise (O Corcunda de Notre Damme e Atlantis). A trilha sonora, um elemento fundamental desse longa, foi produzida por Alan Menken (de A Pequena Sereia). Parando para pensar nos dias de hoje, é impressionante o quanto os custos de produção eram baixos. O orçamento do longa metragem foi de 25 milhões, um valor irrisório comparado aos custos milionários de produções da Pixar. Só para usar um exemplo de um filme menos badalado como Luca (que estreou direto no Disney +), a produção custou pelo menos dez vezes mais. Claro que precisamos levar em consideração o desenvolvimento tecnológico, o marketing necessário hoje e o pós-produção. A Bela e a Fera rendeu um lucro de mais de 150% aos cofres da Disney e até hoje é uma das animações mais queridas ao lado de outros como Branca de Neve e os Sete Anões e Alice no País das Maravilhas. Pertenceu a uma outra época do estúdio e estava ali no limite das mudanças propostas pelas animações que viriam a seguir como O Rei Leão, Aladdin, Pocahontas e Mulan.


A animação é toda feita a mão através de um processo que envolve várias etapas de produção. Já disse em outras ocasiões o quanto gosto desse estilo mais aquarelado e com movimentos extremamente fluidos. Isso fornece uma certa naturalidade de movimentos ao mesmo tempo em que permite à direção de arte brincar com gestos e mesuras mais exageradas. Isso se reflete, por exemplo, na clássica cena da dança entre Bela e a Fera. Os movimentos descritos pelos personagens são graciosos como em uma valsa real. Observando de perto a cena, a gente pode constatar o movimento dos pés, o giro dos corpos e até mesmo os movimentos faciais dos personagens. Sem contar com o jogo de câmeras que alterna entre as melhores angulações para dar o tom de romance à cena. Outra característica dessa animação que é abandonada algum tempo depois pela Disney é a sobreposição de dois planos de cena: o do personagem e o do cenário. Se observado com atenção vamos notar que a impressão que fica é como se o cenário estivesse parado e o personagem é que se movimentasse por esse cenário. Em animações como O Rei Leão, os cenários são mais dinâmicos com vários elementos de cena se movimentando simultaneamente.



A narrativa é bem simples e direta ao ponto. Temos o casal, cada um com seu background particular, o antagonista e o obstáculo a ser superado. Além disso, a estrutura narrativa segue o padrão de três atos com a introdução apresentando Bela e como ela é uma pessoa diferente na aldeia em que vive, o desenvolvimento quando ela acaba trocando de lugar com seu pai e se tornando prisioneira da Fera e a conclusão quando há o momento climático da invasão dos aldeões ao castelo da Fera. Um dos pontos altos do longa é como ele é simples de ser compreendido por todas as idades. Sua história não exige conhecimento de mundo ou emprega algum jargão particular. Até por ser um dos longas da Disney baseados em histórias vitorianas ou pré-vitorianas, elas tem essa atemporalidade. Mesmo assim, Linda Woolverton consegue inserir algumas pautas bastante progressistas no meio da animação, embora tenha algumas reservas quanto às características psicológicas da Fera.


Na história a Fera era um príncipe que vivia em um lindo castelo. Com uma vida privilegiada, ele se tornou uma pessoa desagradável e que enxergava o mundo por sua aparência. Um dia, uma senhora velha e encarquilhada pede para passar a noite no castelo, pois chovia muito e ela poderia ficar doente. O príncipe se recusou a recebê-la por ela ser feia e velha. A velha revelou ser uma linda feiticeira que o amaldiçoou fazendo com que ele se transformasse em uma horrível fera junto de todas as pessoas do palácio que se transformam em objetos mágicos. Ele só poderá voltar a se tornar um ser humano se descobrir um verdadeiro amor que retribua seus sentimentos. Bela é uma camponesa que gosta de leitura e vive junto de seu pai inventor. Por ser uma linda mulher, ela é assediada pelo nobre Gaston que deseja a todo custo se casar com ela. Um dia seu pai acaba entrando acidentalmente no castelo da Fera enquanto se perdia na floresta. Ele acaba se tornando prisioneiro e Bela troca de lugar com ele.


Vamos começar pela temática óbvia que é o de julgar pelas aparências. A narrativa expõe isso de maneira bastante didática a partir de dois personagens: a Fera e Gaston. A Fera é alguém que foi criado em um ambiente de luxo e com privilégios. Então ele entendia que apenas aqueles que viviam nesse meio eram dignos de sua atenção. Seu mundo se reduzia a isso. Quando ele acabou levando esse julgamento a alguém que ele entendia como não sendo digno de seu respeito, acabou ele mesmo se tornando uma pessoa horrível por si mesma. Tudo o que a feiticeira fez foi externar o lado feio de seu coração. Ser uma fera combinava com seu comportamento irascível e impaciente. E isso era um reflexo também de como ele enxergava o outro: a Fera não parava para entender como aqueles ao seu redor se importavam com ele, ou o que eles gostariam de fazer. Apenas os seus desejos importavam. Por esse motivo é que ele havia se tornado um homem solitário e sem reais possibilidades de quebrar sua maldição. Somente quando ele tentou entender a Bela, por enxergar nela uma pessoa compreensiva e de sentimentos nobres, é que seu temperamento passou a ser mais controlado.


Minhas reservas com a Fera e sua relação com a Bela se concentram nos primeiros momentos de seu convívio com ela. Nesse momento ele é uma criatura desprezível e violenta. Seu comportamento beira o abusivo. Sabemos que isso vai mudar lá pelo meio do filme quando o personagem se conscientiza de seus erros, mas é impossível no início não desejarmos o personagem ao lado de uma protagonista tão gentil. Nesse momento em particular é possível comparar a Fera com Gaston. Aliás, o antagonista é o estereótipo do vilão. Mas, não apenas isso, como ele representa o macho alfa abusador. Acredita ser o homem sensacional e com seus títulos e músculos é capaz de resolver qualquer coisa. Aqueles que o contrariam devem ser pisoteados como pequenos animais. As mulheres que ele deseja, ele as tem, não importa de que maneira. Em um certo momento da animação, Gaston chega a assediar fisicamente Bela colocando seu corpo quase por cima dela quando esta estava apoiada em uma porta. Essa cena em particular chegou a ser discutido há poucos anos atrás como o símbolo do assédio sexual. Abordar esse tema em uma animação como essa foi algo corajoso, não apenas na violência da Fera mas na postura de Gaston. A gente pode argumentar que a forma poderia ter sido outra, mas em todo caso é algo a se amadurecer melhor.


Por outro lado, gosto de como a Bela é uma mulher independente e sabedora de si. Desde o começo do filme a vemos diferente daqueles ao seu redor. Ela se destaca na vila por ser um espírito livre e que não segue as normas locais. Bela não pensa como alguém cujo casamento é o evento definidor de sua vida. Enxerga nos livros uma maneira de abrir sua mente e deseja ela mesma poder escolher o seu destino. Toda a primeira meia hora de filme nos apresenta a uma personagem bem diferente e ativa. Pensar que toda uma geração de jovens que tiveram contato com essa animação podem ter visto um filme com uma temática empoderadora décadas antes da expressão se tornar comum entre sociólogos e militantes. Claro, tem alguns freios óbvios, reflexos de uma época com outros padrões culturais, mas me agradou a maneira como a personagem era demonstrada. Se pensarmos no cenário medieval em que a história se passa, a mulher europeia era um adereço para o homem mostrar seu status. Não só isso como a ela restava apenas o papel de cuidadora do lar, e ela era treinada desde pequena a bordar, a cozinhar (com exceção das mulheres nobres que precisavam desenvolver outras habilidades).


A Bela e a Fera é um longa metragem de 1991 e que merece ser revisitado. Não gostei da versão mais recente e isso é fruto de um excesso de complexidades no roteiro. Essa animação em particular possui vários níveis de compreensão e mesmo assim consegue manter uma visão bem direta sobre o que pretende entregar ao espectador. É um lindo filme que parece bastante com um musical dada a quantidade de trilhas cantadas presentes nele. Provavelmente uma característica da forma como Linda Woolverton percebe as animações. A animação tem alguns momentos clássicos como o jantar com a Bela e a dança entre os dois personagens. Vale a pena revisitarmos a animação com um olhar mais aberto.



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