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  • Foto do escritorPaulo Vinicius

Resenha: "Surfista Prateado - Escuridão" de Donny Cates e Tradd Moore

Depois de ajudar seus companheiros e fugir de um vórtice dimensional, Norrin Radd acaba caindo em um estranho planeta na aurora dos tempos. Lá ele vai se deparar com um ser que é pura escuridão. Ele vai revisitar alguns de seus maiores pecados e no meio disso lutar para não se tornar aquele que ele mais teme: a própria morte.


Sinopse:


O caos reina em toda a galáxia após o assassinato de Thanos por sua filha adotiva Gamora. Durante a leitura do testamento do Titã Louco, a Ordem Negra — a milícia particular de Thanos — ataca os convidados e os abre um buraco negro no meio da cerimônia. Alguns dos maiores heróis do cosmo vão parar nesse abismo, entre eles o Surfista Prateado, que precisa sobreviver a essa jornada pela escuridão. (Silver Surfer: Black 1-5)






O Surfista Prateado é um personagem clássico criado pela dupla Stan Lee e Jack Kirby que proporcionaram algumas das histórias mais recordadas do personagem. Desde então poucos roteiristas conseguiram captar a verdadeira essência dele e o que o leva a ser essa criatura virtuosa que ele é. Tivemos algumas boas fases e momentos em que ele fez parte de equipes como o Quarteto Fantástico, os Defensores ou até os Guardiões da Galáxia. Mas, sempre me volto para as histórias do velho Stan quando quero me recordar dele. Donny Cates, um dos roteiristas mais elogiados dos últimos anos com histórias que incorporam aquele fator diversão, tenta trazer uma nova história do personagem, sendo influenciado pela visão clássica dele. Ao seu lado está um dos desenhistas mais diferenciados atualmente, Tradd Moore, que traz uma abordagem bem psicodélica para as páginas. Junte diversão e psicodelia a esse personagem, coloque no caldeirão e o resultado é um material bem exótico do catálogo da Casa das Ideias.


Depois de lidar com uma situação perigosa quando a Ordem Negra vai resgatar o corpo do então falecido Thanos, o Surfista e os Guardiões da Galáxia acabam sendo capturados por um vórtice que tem tudo para destruir a todos caso ele não seja capaz de lidar com o problema. Usando seus poderes cósmicos, Norrin Radd consegue atacar o ponto fraco do vórtice e libertar seus companheiros. Mas, como consequência disso, ele acaba usando a maior parte de seus poderes e ficando em um estado de suspensão enquanto é carregado pelo tempo e espaço. Quando desperta, ele se vê atraído por um imenso planeta que parece estar engolindo os outros com sua escuridão. Ele pega sua prancha e vai até lá descobrir o que está acontecendo. O cenário ao seu redor é desolador, com cinza e trevas por toda a parte além de estranhas criaturas as quais ele nunca havia visto antes. É então que ele chega a um titânico portão protegido por três guardiões. O surfista pede aos guardiões para poder falar com o líder do planeta para tentar ajudá-lo a retornar a seu tempo, mas ele é atacado logo em seguida. Sem entender o que está acontecendo, a única justificativa dada é que o surfista é brilhante demais. O que está acontecendo neste planeta?


É inegável como Donny Cates bebeu das histórias originais do personagem escritas por Stan Lee. A gente percebe algumas das motivações de redenção e culpa que tanto formam este ser virtuoso. O roteiro dele explora uma jornada de redenção e aceitação do mesmo enquanto procura dar sua própria cara à história, introduzindo alguns de seus conceitos que serão aproveitados em futuros quadrinhos roteirizados por ele. É importante destacar que a série não é uma cópia do que Stan fez, mas sim algo pensado por uma mente atual como a do Cates. Só isso já valida o trabalho do autor: ele se baseia no que havia antes, mas dá a sua identidade a ela. Geralmente ouço muitos críticos do Cates dizendo que ele se importa mais com o fator diversão e suas HQs não tem tanta reflexão assim. Não sei quanto a outros trabalhos do autor, mas não é o caso aqui. Existe sim uma história bem cheia de altos conceitos, mas a exploração do que faz o surfista funcionar é bastante interessante e há um arco claro de desenvolvimento pessoal dele. Ao final da série, Norrin é uma nova pessoa com uma nova visão sobre si e seu papel no universo. Apesar de fazer referências a outras histórias, como o que fez o surfista estar no início da história naquela situação, não há uma necessidade absoluta de ler outras coisas. Dá para ler numa boa sem se inteirar no universo Marvel, basta só conhecer o básico sobre o personagem. Apesar de que até isso Cates explora bem no começo apresentando ao leitor quem ele é, o que faz e por que ele é do jeito que é.


A arte do Tradd Moore é um escândalo. Sua maneira de pensar as páginas, os quadros e o seu preenchimento foge aos manuais de regras clássicas. Seus quadros não são retos ou geométricos, mas angulares, curvilíneos. Isso oferece uma outra visão a como os quadros e as sarjetas são usadas. Fornece ao artista mais liberdade para a montagem da página. Claro, não dá para ser tão livre o tempo inteiro, sendo que ele retoma o modelo tradicional quando as cenas não exigem isso, mas quando Moore dá aquela pirada, é de ficarmos pasmos com o que ele consegue fazer. Mesmo os ângulos de visão onde ele situa a câmera para o personagem são estranhos como um visual de baixo para cima em um efeito meio contra-plongée. É bizarro porque o personagem parece em uma escala estranha, mas ao mesmo tempo curiosa. Suas composições de cena também fogem ao parâmetro com o emprego de quadros curvos que oferecem uma psicodelia que combina perfeitamente com a história. A estranheza das criaturas do planeta onde Norrin vai parar ou a própria visão de um Ego, o Planeta Vivo, em sua infância. É trippy e faz com que a HQ pareça ter saído dos anos 70. A representação da escuridão buscando corromper o corpo metálico do surfista também é lindo. O leitor fica apreensivo porque é uma situação crescente à medida em que a história avança, mas Moore consegue entregar um modelo de personagem lindíssimo. A brincadeira entre luz e sombras se estende por todas as cinco edições.


As cenas de ação são muito bem construídas. E aí ajuda o fato de roteiro e arte estarem em completa sintonia. Logo na primeira edição temos uma batalha épica entre o surfista e os três guardiões. É legal que como o Moore foge das convenções, suas cenas ganham em originalidade e não seguem um padrão comum, podendo acontecer em um plano de horizonte maior. Não diria tridimensionalidade, porque pensar espaço é pensar tempo também, então todos os personagens se movimentam de maneira inesperada. Tem uma cena brutal do surfista passando por baixo de um dos guardiões e a prancha vindo em sentido oposto acertando o adversário. Com a progressão da história, as situações vão ficando cada vez mais abstratas até que os momentos de luta ultrapassam as meras convenções humanas. A gente se perde em toda uma riqueza de detalhes e coisas acontecendo nos quadros. Ao final o clímax parece mais uma batalha de abstrações com energias que se vinculam á própria criação. É o puro suco da ficção científica em sua plenitude. A escolha do Tradd Moore foi muito acertada aqui.


Só que não podemos esquecer do colorista, Dave Stewart. Sei que a arte do Tradd Moore é maravilhosa, mas as escolhas ousadas de cores também ajudam bastante a oferecer toda a potencialidade que a arte esboça. E é bastante curioso pensarmos em como uma HQ cujo título é Surfista Prateado - Escuridão é tão colorida e lisérgica como ela é. E eu não conseguiria pensá-la de outra maneira. Stewart consegue sair desde as cores pálidas do planeta na aurora dos tempos, passando pelas manipulações energéticas no espaço, à variedade de cores do planeta vivo e às lembranças de outros tempos de Norrin. Se os ângulos estranhos do Tradd Moore são impressionantes, a escolha e a certeza de uma palheta de cores tão variada são o sinal de um colorista de mão cheia. Imaginem se as cores empregadas fossem foscas ou só ficassem em uma palheta mais escura para combinar com o clima de tristeza e culpa do enredo?


Essa é uma aventura na qual o surfista vai pensar em todas as suas ações realizadas até hoje como arauto de um devorador de mundos como é Galactus. O quanto no começo de seu papel ao lado deste ser ele apenas observava com frieza o momento da destruição acontecendo. E ele nada fazia por aqueles que estavam nos planetas até porque ele não entendia o porquê de ele dever ajudar. Aos poucos sua mente foi se tornando menos gélida e seu coração foi se compadecendo com os gritos de trilhões de vidas destruídas. O surfista se sente culpado por não ter feito nada antes por aqueles que precisavam. Durante a aventura lhe é dada a escolha de alterar o passado e talvez evitar tantas mortes. Uma única ação em um momento de formação do universo poderia causar inúmeras repercussões. A questão ética é, se ele faz isso e muda para sempre a história do universo, isso vai realmente satisfazê-lo. Será que é o fim que importa e não a jornada? O Norrin de hoje é formado por um somatório de experiências passadas que o fizeram chegar até esse momento específico. O passado já acabou, não há como remediar. Uma ação tão vil não faria dele igual àquele que ele deseja destruir?


Cates nos traz também a questão do equilíbrio universal, algo que Stan Lee nos trouxe décadas atrás. É compreensível pensarmos em Galactus como um destruidor de mundos, um vilão com poderes absurdos. Mas, será que o universo seria realmente melhor sem ele? Tudo na existência é formado por dicotomias, bem x mal, luz x escuridão, vida x morte. Isso é parte da existência e negar algo pode colocar tudo em desequilíbrio, causando distorções na maneira como a existência se forma. Por várias histórias Galactus já foi pensado como uma espécie de regulador universal, destruindo quando existe a necessidade de fazê-lo. Nos números finais da série, Cates nos apresenta esse argumento colocando alguns níveis a mais na conversa. Ao mesmo tempo ele introduz o Rei da Escuridão, Knull. Este seria a representação da escuridão ancestral, quando o universo ainda se formava e a luz era negada a qualquer custo. Knull não é necessariamente maligno, mas uma essência da verdadeira escuridão que enxerga no brilho um inimigo natural. Ele não representa a morte, mas a submissão às trevas. Se almejamos a individualidade, as trevas operam a partir da coletividade, da negação do pensamento individual.


Surfista Prateado - Escuridão é uma ótima série que procura dar um novo objetivo a um personagem que não foi tão explorado assim há tantos anos. Cates traz consigo a diversão e o entretenimento de sua pegada clássica ao mesmo tempo em que bebe dos criadores do personagem. A escolha por Tradd Moore como artista foi muito acertada e faz com que a HQ ganhe individualidade, psicodelia e estranheza o que a faz se diferenciar na estante. Não considero um roteiro memorável, mas certamente é bastante divertido e apresenta um outro lado para o personagem. E ainda abre portas para outras possibilidades em futuras histórias.











Ficha Técnica:


Nome: Surfista Prateado - Escuridão

Autor: Donny Cates

Artista: Tradd Moore

Colorista: Dave Stewart

Editora: Panini Comics

Tradutor: Leo "Kitsune" Camargo

Número de Páginas: 120

Ano de Publicação: 2020


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