Acompanhamos a infância de Anna, a protagonista de O Castelo das Águias: suas dúvidas, suas lições, suas descobertas. Venham conhecer como era a sua vida na Floresta dos Teixos.
Sinopse:
Essa jornada mágica só ela pode trilhar
Anna sempre foi feliz entre os elfos da Floresta dos Teixos, mas, ao completar doze anos, começa a se dar conta de que é muito diferente de todos. Nem sua avó, uma caçadora experiente, e nem o xamã da tribo têm respostas para suas dúvidas.
Quando uma misteriosa coruja rouba sua bolsa de talismãs, a menina se aventura em uma jornada no coração da floresta, atravessando os territórios dos espíritos-guardiões da tribo. E é através das armadilhas e perigos da Trilha Secreta que tudo o que aprendeu até hoje será posto à prova.
Anna e a Trilha Secreta , escrito por Ana Lúcia Merege e ilustrado por Ericksama, é o primeiro livro a mostrar um outro lado do fantástico universo de Athelgard. Agora pelo olhar dos mais jovens, visite a magia e a imaginação que encantaram os leitores de O Castelo das Águias , A Ilha dos Ossos e O Tesouro dos Mares Gelados . Mas cuidado para não se perder. Siga o seu coração e nos diga o que há no final dessa trilha.
Anna e a Trilha Secreta é uma espécie de prequel escrito pela autora, mas voltado para o público infantil. Serve para nos apresentar a personagem de O Castelo das Águias e como ela se transformou posteriormente em uma mestra das sagas. Para aqueles que conhecem a escrita da autora pode ser uma experiência diferente por conta das limitações impostas pela literatura infantil. Ao mesmo tempo é um belo desafio para a autora que precisou se adaptar a uma situação diferenciada e conseguiu contar uma história que explora questões como o pertencimento, a sororidade e o crescimento.
No aspecto da escrita, Anna e a Trilha Secreta tem uma proposta bem simples e compreensível. Me lembrou a proposta dos contos de fadas em que o personagem precisa superar diversos obstáculos para alcançar o seu objetivo. Curiosamente a autora também adotou o processo de três obstáculos que é um número empregado em contos de fadas. A narrativa é feita em terceira pessoa a partir do ponto de vista da Anna. Os capítulos são bem curtinhos, tornando a leitura rápida e divertida. Esse é um daqueles livros que aqueles que já estão acostumados a ler livros vão devorar em uma ou duas sentadas. Mas, o maior valor dele é como porta de entrada para os mais jovens.
A minha reclamação em relação à escrita é mais uma preferência minha do que alguma crítica propriamente dita. Por eu conhecer a escrita da Ana Lúcia e amá-la, quando eu imergi na história do livro, acabei não reconhecendo a escrita que eu tanto gosto. Mas, essa é uma exigência da proposta que ela fez. Para poder escrever para um público mais jovem, a autora precisou preencher toda uma série de pré-requisitos. Está uma escrita incrível, voltada para um público mais jovem, só que acabou não sendo o que eu, Paulo Vinicius, esperava de um material que eu amo. Faz parte e é totalmente compreensível. Podemos dizer que é uma crítica e não é uma crítica ao mesmo tempo.
O trabalho que a autora fez com a personagem é incrível. Ela foi capaz de fornecer todas as motivações para ela que vamos ver sendo desenvolvidas mais tarde em Castelo das Águias. De fato serve como um prequel para a personagem. Aliás, o pessoal que acompanha Athelgard não precisa se preocupar porque a leitura não é obrigatória para entender um ou outro ponto da grande história que a autora tece em sua trilogia. Tanto que a história vai se focar mais nos testes que a personagem precisa cumprir do que em conhecer a vila onde ela morava. É um grande estudo de personagem e uma jornada de amadurecimento. Vamos ver a Anna saindo de um ponto A e chegando a um ponto B bem claramente.
Cada um dos testes vai reforçar alguma qualidade posterior da personagem. Eu adoro acompanhar esse tipo de jornada onde podemos visualizar de forma clara o crescimento de alguém. No caso aqui temos a Anna que é uma personagem humana em uma vila de elfos. Ela se sente deslocada à medida em que vai crescendo. Tenta fazer as mesmas coisas que os seus iguais e não consegue por não dispor de certas características necessárias para cumprir determinada tarefa. Com isso a sua auto-estima desce e ela tenta entender quem ela é e o que ela representa dentro daquele espaço. Essa é uma das motivações que vão levar aos testes que a personagem precisa cumprir. É neles também que Anna vai se descobrir uma contadora de histórias.
Não dá para exigirmos demais da ambientação até porque a proposta da autora foi se focar na personagem. Alguns podem reclamar que não conheceram tanto a Floresta dos Teixos ou gostariam de uma interação maior com os personagens da infância da personagem. Eu também fiquei com essa impressão, mas refletindo melhor cheguei à conclusão de que essa é uma história sobre o amadurecimento da Anna. Não sobre o que acontece na vila. Essa pode até ser uma proposta para outras histórias na infância da personagem. Eu particularmente gostei dos desafios propostos. Fogem até um pouco do lugar comum onde o personagem fica mais poderoso à medida que avança os obstáculos ou obtém uma espada misteriosa que derrota todos os inimigos. Aqui a proposta é muito mais da personagem se descobrir e se aceitar como pessoa. Anna sai com alguns pontinhos de sabedoria a mais no final da aventura.
Não tenho nem como recomendar ainda mais este livro aos jovens leitores. É uma excelente leitura que serve sim como livro inicial ou porta de entrada para pessoas que ainda não possuem o hábito de escrita. Pode até mesmo ser usado em uma contação de histórias em uma biblioteca ou em uma escola. Não tem livro melhor para eu comentar nesse Dia das Crianças.
Ficha Técnica:
Nome: Anna e a Trilha Secreta
Autora: Ana Lúcia Merege
Editora: Draco
Gênero: Fantasia
Número de Páginas: 84
Ano de Publicação: 2018
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