Diego Araujo

Resenha: "Sekiro Side Story: Hanbei the Undying nº 2 a 6" de Shin Yamamoto

A jornada de Hanbei The Undying está só no começo. Esta resenha avalia os capítulos 2 a 6, quando o samurai imortal recebe um pedido da aldeia que o acolheu, para investigar os desaparecimentos de quem sobe a montanha da região.

A trilha alternada entre morte e imortalidade prossegue no período Sengoku. Com o protagonista desta adaptação em mangá apresentado, Hanbei ganha objetivo na trama, um perigo relacionado aos meios obscuros de conquistar a imortalidade. Vila em perigo, conspiração a ser descoberta, metodologia sinistra para fins macabros em busca de favorecer o clã. Muito já aconteceu antes de Sekiro traçar sua jornada. Os capítulos de 2 a 6 trata deste objetivo de Hanbei The Undying, publicado ao longo de 2019 por Shin Yamamoto e traduzido em inglês por Alexander Keller Nelson através da editora Yen Press.

"Se não posso morrer, não tenho escolha senão viver."*

Depois de ser reconhecido ao salvar a vila, os camponeses pedem ajuda a Hanbei para resolver outro problema grave. Pessoas da vila desapareceram depois de subir a montanha da região, esta habitada por macacos. Mesmo com poucas pessoas dispostas a encarar o perigo, eles ficam confiantes devido a ajuda de Hanbei: nada melhor do que um homem incapaz de morrer. A busca pelos desaparecidos culmina em descobertas relacionadas a questões já abordadas no game, complementando a ambientação ao contar a aventura do samurai imortal.

"Não há motivo para empunhar uma espada se não tiver a intenção de matar."

Esta resenha já aborda os capítulos dois ao seis, pois analisar cada volume teria risco de trazer spoilers bem como argumentos rasos ao deixar de avaliar o mangá no todo, sem falar que esta união já trata da abertura do conflito até o desfecho de pelo menos esta parte da jornada de Hanbei. Os primeiros volumes levantam algumas questões sobre a situação da aldeia e do clã Ashina, com tão poucas páginas em cada capítulo e a preocupação de entregar uma ação impactante nele. Quase não há nenhum espaço para o suspense; o protagonista formula uma hipótese sobre o responsável pelo problema já com as respostas, estas complementadas com quadros voltados na perspectiva dos adversários.

Apesar de rápido, o envolvimento do inimigo complementa o perigo já mostrado na obra original, aproveitando questões em aberto desta e amarra uma ponta a outra já desenvolvida a partir de Hanbei. Assim o mangá não conta apenas a história do samurai imortal, mas também acrescenta conceitos de todo o ambiente criado pelo game.

O protagonista do spin-off ainda possui a devida importância, longe de ser alguém levado pelo enredo só para fins de avançar a história. O “chamado à aventura” de Hanbei vem seguido de um breve questionamento, levantando o interesse pessoal do personagem quando ele reage conforme a personalidade e experiência vivida até o momento, tudo atrelado à imortalidade involuntária, a qual deve conviver e enfrentar futuras consequências por tê-la.

Sekiro Side Story: Hanbei The Undying está impressionando. A proposta humilde de desenvolver a história do personagem secundário sem muita importância surpreende ao acrescentar novos elementos que colaboram com a ambientação e demais personagens encontrados na jornada de Sekiro. Mantém o fan service das habilidades disponíveis no jogo, esses pequenos flertes ao fã enquanto se entusiasma com novas descobertas coerentes com o já estabelecido na obra original.