Gustavo e Thales tentam sobreviver juntos a um apocalipse zumbi. Entre vários acontecimentos terríveis, Gustavo tenta dizer a Thales que está apaixonado por ele. Mas, ele sente medo da reação do seu companheiro.
Sinopse:
Gustavo sempre foi apaixonado por seu vizinho Thales, mas duas coisas o impedem de falar sobre o assunto. Primeiro: ele não tem ideia se o sentimento é correspondido. Segundo: tem um apocalipse zumbi acontecendo na cidade. Agora, os dois viajam juntos pelo fim do mundo, tentando escapar dos mortos-vivos enquanto Gustavo toma coragem para confessar seus sentimentos antes que algo mais aconteça. Afinal, fugir de zumbi é difícil, mas você já tentou se declarar para o crush?
Essa é uma novella muito leve e divertida sobre um apocalipse zumbi. Diante de uma pandemia que nos deixa um pouco melancólicos quanto ao que vem pela frente, histórias leves são um prato cheio para levantar nosso astral. Apesar do tema ser um apocalipse zumbi, a autora conseguiu manter um bom equilíbrio entre a tensão narrativa e o relacionamento entre os protagonistas. Só tenho a elogiar a boa vontade de criar algo nesse estilo. A história em si é bem leve e apresenta um protagonista LGBT bem relacionável. É importante criar um personagem que não seja exagerado apenas porque ele é gay. Gustavo consegue ter aquele jeito meio dramático, mas de uma forma suave.
Na narrativa encontramos Gustavo e Thales em fuga de zumbis espalhados por toda a parte. Eles precisam encontrar um lugar seguro a todo custo e para isso eles precisam ficar em movimento. Enquanto estão nessa corrida contra tudo que os cerca, Gustavo analisa seus sentimentos por Thales, seu companheiro e alguém muito preparado para lidar com zumbis. E o clichê do vizinho ao lado. Enquanto se decide sobre como falar sobre seus sentimentos para Thales, ambos veem suas vidas correndo risco constantemente. E em seu despreparo físico, Gustavo vai precisar aprender a sobreviver em um mundo muito mais perigoso do que era antes. E onde cada momento de sua vida pode ser o último.
Toda a construção da relação entre os dois personagens é bem feita e até o final da novella curtimos os dois personagens. Passamos a torcer por eles. Claro, é aquele clichê de que o protagonista está super enganado sobre o outro personagem. A autora deixa pistas disso durante a história. E Gustavo parece ter uma paralisia de análise sobre o que deveria fazer. Por essa razão, o personagem precisa de um empurrão para poder arriscar o seu status quo e partir para o tudo ou nada. Somente assim vai conseguir chegar a um novo estado de coisas. Thales representa o porto seguro: a pessoa forte e capaz que leva o personagem consigo. Gostei de como a autora dá um comportamento neutro ao personagem. Não vou falar mais nada ou posso estragar as surpresas preparadas pela autora.
A narrativa é contada em primeira pessoa por Gustavo. Como se pudéssemos ouvir seus pensamentos ou ele estivesse escrevendo um diário. O estilo é bastante informal, com o personagem usando gírias e referências pop a todo o momento. Nesse sentido, a história ganha bastante velocidade já que os diálogos e situações fluem muito bem. Minha única ressalva é que a autora poderia ter despistado um pouco mais os leitores. O final acaba ficando bem claro antes da metade da narrativa o que pode desencorajar alguns leitores. A mim não me incomodou e eu até passei a curtir mais para saber como iria terminar.
Ficha Técnica:
Nome: Nada é tão romântico quanto o fim do mundo
Autora: J. Venegas Alvares
Editora: Dame Blanche
Número de Páginas: 48
Ano de Publicação: 2020
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*Material enviado em parceria com a editora Dame Blanche
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