Quando January e seu ajudante Rik chegam na Cidade Luz, eles acidentalmente irão entrar em choque com uma busca por um crânio que esconde um segredo milenar. E somente com a habilidade de January é que ela e Rik conseguirão escapar do perigo.
Sinopse:
A destemida aviadora e espiã January Jones, uma mistura perfeita de Amelia Earhart e Mata Hari, está de volta. Criada pelos holandeses Martin Lodwijk e Eric Heuvel em fins da década de 1980, este clássico personagem é desenhado no melhor estilo Linha Clara, bastante popularizado por Hergé, o pai de Tintim.
Desta vez, nossa heroína e seu mecânico Rik estarão às voltas, na França, com o misterioso crânio do Sultão de Mkwawa, tomado pelos alemães como troféu durante a Primeira Guerra. Tempos depois, a estranha peça vira objeto de cobiça, quando se descobre que pode ser a chave para encontrar um grande tesouro perdido. Nesta aventura, January terá que sobreviver a uma perseguição nas Catacumbas de Paris entre outros desafios.
Em Corrida Contra a Morte, January Jones deixará os céus um pouco de lado para participar do Rali de Monte Carlo, uma famosa prova que existe desde 1911. Jones pilotará o Viragiro, um carro revolucionário que lhe trará muitas chances de alcançar a vitória. Enquanto tenta chegar ao fim do trajeto, ela luta contra espiões alemães, corredores desleais e encara muita neve.
Ah, como é bom voltar aos meus tempos de adolescência quando eu assistia a série do Tintin na minha pequena televisão em um canal que hoje mal e porcamente existe. Sintonizava no canal e assistia a uma gostosa e divertida aventura com armadilhas, bandidos, tesouros e muita ação. Foi assim que eu me senti lendo January Jones. Em uma enorme aventura enfrentando bandidos em busca de pistas para um grande tesouro. E se você ainda não foi convencido a adquirir este material incrível deixa eu te convencer nos parágrafos a seguir.
A narrativa de Lodewijk é bem direta e objetiva. A gente tem uma dupla de personagens: uma aventureira intrépida que se mete em todo tipo de encrencas e seu fiel ajudante que sempre acaba dando um jeito de esbarrar nos inimigos. Os diálogos são muito soltos e leves e a história segue nesse clima tranquilo por boa parte da narrativa. Os momentos de ação se alternam com as partes de exploração. Nesse sentido o roteiro consegue ser bem sucedido ao explorar o lado aventureiro da personagem ao mesmo tempo em que a situa em um cenário pré-Segunda Guerra Mundial. Alguns leitores podem ficar um pouco preocupados por esse ser o segundo volume lançado pela Avec, mas ele pode ser lido de forma independente numa boa. Todas as informações que você precisa saber sobre a personagem são facilmente assimiladas em duas ou três páginas. Ela é uma aviadora famosa que vive várias aventuras. Pronto.
Minha crítica negativa vem da quantidade muito grande de informações que o autor coloca na narrativa. Acaba poluindo de certa forma o trabalho do Heuvel que é de linha clara. Eu entendo que a quantidade de balões de diálogos e de notas de rodapé fazem parte não só dessa tradição vinda do Tintim como também das tirinhas de jornal. Aliás, meus caros, aqueles que curtem tirinhas vão ficar muito animados com esse traço característico de January Jones. Mas, enfim, não é algo que vai atrapalhar a diversão, mas me deixou um pouco decepcionado porque a arte de capa e a de interior do Heuvel é linda.
Falemos um pouco da arte do Heuvel. Como eu gosto de palhetas claras. A escolha das cores na HQ é linda, esbanja colorido por toda a parte. O artista realmente dá um outro significado à luz de Paris. Somos levados a conhecer os vários locais da cidade como bistrôs, a torre Eiffel e até uma voltinha pelas catacumbas subterrâneas. Todos os cenários possuem muita riqueza de detalhes sem perder um pouco do estilo cartunesco típico dessas histórias. Os personagens também possuem muita vivacidade. Vocês podem ver na imagem acima que a January tem muita personalidade e isso não é apenas em uma imagem promocional. Essa expressividade e personalidade está presente ao longo de toda a narrativa, seja nos soldados na África na primeira páginas aos bandidos engravatados que perseguem nossa protagonista.
Uma das coisas que o leitor mais vai curtir nessa HQ é o quanto você pode chegar nela sem saber nada e descobrir tudo o que precisa saber em um piscar de olhos. As motivações são muito fáceis de serem compreendidas. Por essa razão a gente acaba apreciando o trabalho por muito mais tempo. Quando você vê um bandido francês chamado Podomme e que fere suas vítimas através de uma dança mortal, impossível não se imaginar em um filme do 007. Faço parte de uma geração em que para contar uma história não é preciso criar personagens extremamente complexos; basta se focar na narrativa e no que ela pretende trazer para o leitor.
O curioso é que apesar de ser uma HQ divertida, o autor não fica tímido de apresentar alguns problemas típicos da época como o imperialismo no continente africano e a aculturação dos povos, a ameaça crescente do nazismo causando um temor entre as pessoas e a busca pelo desconhecido que guiava muitos aventureiros da época. Tudo isso sem levar as coisas muito a sério, deixando o leitor naquela linha tênue entre um cenário que pode ser sombrio e uma aventura interessante pelos quatro cantos do mundo. Gostei também da personalidade da January, sempre pró-ativa e nunca se intimidando pelos seus inimigos. Ou seja, uma personagem feminina forte.
Quero mais HQs da January. Para ontem!!! Eu adorei o quadrinho. Cenário, personagem, inimigos. Já entendi que esse segundo volume terá uma continuação desta aventura no próximo. E quero agradecer à Avec, nossa incrível parceira, por ter enviado logo de cara esse quadrinho.
Ficha Técnica:
Nome: January Jones - O Crânio de Mkwawa Autor: Martin Lodewijk Artista: Eric Heuvel Editora: Avec Gênero: Aventura Número de Páginas: 48 Ano de Publicação: 2018
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*Material enviado em parceria com a Avec Editora
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