Um homem da Ordem da Rosa é chamado até a cidade de Brannamen para resolver um tipo de maldição que está afetando os moradores da cidade.
Sinopse:
Em Brandannen, oeste de Athelgard, um representante da Ordem Mística da Rosa se depara com uma terrível maldição familiar. Esta é a origem da lenda que, anos mais tarde, viria a envolver os mestres do Castelo das Águias.
Para quem está acostumado com os contos de alta fantasia da Ana Lúcia, pegar um conto de terror dá uma assustada em um primeiro momento. Como eu já não sou um incauto, já conheço esse outro lado da autora. É bem diferente ver o quanto ela consegue ser versátil na sua forma de escrita. Bem, não é spoiler nenhum porque ela comenta logo nas primeiras páginas, mas se trata de uma história de vampiros que estão amaldiçoando a cidade. Vai ficar a cargo de uma espécie de caçador de vampiros que foi chamado pelo Preste local tentar deter as forças malignas. O problema esbarra no fato de que a família mais poderosa da cidade estar dando abrigo a ele. A narrativa vai se desenvolver em como o caçador Maxim vai conseguir derrotar o seu adversário.
Não se enganem: é uma boa história com elementos bem adultos. Claro que não é nada exagerado, mas ao mesmo tempo para quem acompanha o trabalho da Ana vai estranhar alguns pontos mais violentos da narrativa. Mas, achei tudo na medida certa. O controle e o equilíbrio do que podia ou não ser feito foi mantido nas mãos de quem estava no comando da história. Os personagens não fugiram do script. Se pararmos para pensar um pouco, a narrativa é bem simples: um caçador de vampiros chega na cidade, conversa com um local, tem um obstáculo a ser enfrentado na mansão do vilão e precisa enfrentar o vilão. Só que o como isso vai ser feito é que é o diferencial. Vivo repetindo isso em várias resenhas que eu faço: não há nenhum problema em se usar uma história clichê. O importante é como a história vai ser estruturada e como o autor vai construir pontes com o leitor. E isso sem levar em conta que a história tem alguns subplots inseridos pela Ana no meio do processo.
Os personagens também são bem delineados. Temos o "mocinho" e o "vilão". Novamente: não há problema em fazer isso. Depende em como você entrega isso. E novamente a Ana consegue entregar esses dois detalhes com destaque. Maxim tem uma história que o liga à cidade de Brannamen; apesar de ele ser um caçador ligado à Ordem da Rosa que caça vampiros, existe também uma motivação pessoal por trás de tudo. Mesmo os personagens secundários como Ivan, Sandor e o vilão Karel possuem uma tridimensionalidade que os tornam únicos. Quem disse que um vilão não pode ser simplesmente maligno? Por que não? Determinados personagens funcionam porque a dinâmica herói vs vilão é bem construída. Eu, autor, preciso fazer o meu leitor crer que existem vidas em risco ou coisas em jogo para que haja uma sensação de iminência. Se isso existe, a ligação está construída.
Um excelente conto da Ana. Gostei bastante de A Voz do Sangue e se pensarmos que se trata de uma história que se passa no mundo de Athelgard, é mais interessante ainda. Eu tenho lido a série da autora de forma periférica. Ainda não li o segundo volume, algo que eu devo fazer em breve. A Voz do Sangue parece que vai ter algum tipo de consequência futura para os personagens da série principal. Ou seja, mais um motivo para você ler.
Ficha Técnica:
Nome: A Voz do Sangue Autora: Ana Lúcia Merege
Editora: Draco
Número de Páginas: 44
Ano de Publicação: 2013
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