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  • Foto do escritorPaulo Vinicius

O Rei Leão

Um clássico da década de 90 que coloca um jovem leão precisando aprender quem ele é para então retornar e recuperar o reino que lhe foi tomado por seu tio ambicioso. Uma história que encantou gerações e possui inúmeras mensagens seja de destino, de poder e de amizade.


Possivelmente um dos maiores clássicos dos studios Disney, o Rei Leão representou uma época áurea das animações da Disney. Somando alta produção, extrema qualidade e sucesso de bilheteria, até hoje Rei Leão é lembrado como definidora de toda uma geração. Uma história que, mesmo em sua simplicidade, consegue falar de tantos assuntos que é impossível esgotar todos eles em uma pequena matéria como essa. Tentarei nessas linhas, falar um pouco sobre a importância de uma boa animação, trilha sonora e temas que reverberam mesmo nos dias de hoje. Quando comecei a trazer textos sobre animações ocidentais para o Ficções Humanas, Rei Leão sempre esteve no topo da minha lista e precisava me sentir preparado para falar a respeito. Então é chegada a hora. Vamos juntos de Simba deixar um pouco de lado os nossos problemas e apenas curtir boas mensagens.


O Rei Leão é uma animação dos studios Disney que foi exibida nos cinemas pela primeira vez em 1994. Desde então a animação recebeu uma sequência e um prequel (estes foram direto para a TV), duas séries de TV, uma refilmagem em 3d em 2011 e um reboot usado técnicas fotorrealistas em 2019. Possivelmente, a animação é um dos maiores sucessos de bilheteria do estúdio tendo custado meros 45 milhões de dólares, o que para uma animação é um valor módico. Em bilheterias, a animação conseguiu multiplicar por mais de 20 vezes esse valor. A história original teve mais de dez roteiristas trabalhando no material, sendo o nome que mais salta aos olhos é o de Brenda Chapman, que vai trabalhar alguns anos mais tarde em alguns sucessos da Dreamworks como O Príncipe do Egito. O roteiro em si ficou a cargo de Irene Mecchi (O Cordunda de Notre Damme), Jonathan Roberts (O Cordunda de Notre Damme) e Linda Woolverton (A Bela e a Fera). A direção ficou com duas pessoas: Roger Allers (A Bela e a Fera e Aladdin) e Rob Minkoff (Stuart Little). Fica uma curiosidade que o filme foi dublado em dezenas de idiomas e até hoje é a única animação da Disney dublada em zulu, um dialeto de um povo africano que habita na região da África do Sul.


Falando um pouco dos aspectos técnicos, preciso comentar a respeito da trilha sonora que é um dos pontos altos da animação. A composição fica a cargo do incomparável Hans Zimmer que conseguiu criar músicas inesquecíveis. E isso não digo apenas da trilha cantada, mas do soundtrack como um todo. Há uma importante mistura de sons tipicamente africanos com um estilo ocidental que fez de Zimmer tão reconhecido. Sejam os batuques de tambores, o estilo animado das canções que sempre nos faz querer dançar junto ou a sonoridade das vozes ao fundo. E Zimmer fez isso sem os estereótipos tão comuns em produções que se propõem a se referir ao continente africano. O mais interessante de tudo é que a trilha cantada entrou em todo um histórico de problemas de licenciamento com os compositores originais e até mesmo um cantor local que alega que as lyrics da sua música foram copiadas. Enfim, de qualquer forma, a trilha sonora combina com o clima do filme, consegue dar potência às cenas, seja em um momento dramático ou outro mais leve.


A narrativa de Rei Leão é poderosa. Não consigo tirar da mente os dez minutos iniciais do filme que podem ser considerados um dos mais épicos da história do cinema. Ele entra no hall de momentos iniciais inesquecíveis como o de Blade Runner ou o de 2001, Uma Odisseia no Espaço. Podemos dividir claramente a narrativa em três atos simples: o primeiro com Simba criança em que ele aprende lições sobre o reino junto de Mufasa, seu pai; o segundo ato com o exílio de Simba e seu crescimento ao lado de Timão e Pumbaa; e o último ato quando Simba retorna para confrontar Scar. Tudo certinho, facilmente compreensível e seguindo a cartilha das produções hollywoodianas. Ao mesmo tempo, o espectador não sente que isso é forçado. Nem mesmo as mensagens passadas ao longo do filme são panfletárias, sendo discutidas organicamente e nós é que vamos tirar nossas próprias conclusões. Não senti furos de roteiro ou decisões de enredo convenientes; tudo é sinalizado em algum momento na história. O filme alterna momentos de tensão pelos personagens e sua necessidade de tomar decisões e outros engraçados, seja com Zazu ou com Timão e Pumbaa.


A animação em si é maravilhosa. Tenho um fraco por essa animação mais vibrante e feita com técnicas antigas que a Disney empregava no passado. Aliás, esse tipo de animação da Disney e as do studio Ghibli estão entre as minhas favoritas. São imagens e cenários que consigo ficar horas observando e apreciando. Apesar de compreender a necessidade de avançarmos no desenvolvimento de técnicas de animação, me parte o coração ver como técnicas como essa não são mais empregadas. Amo a Pixar e a Dreamworks, mas nem tudo pode ser só isso. Dá para ver como os animadores da Disney se basearam em imagens do deserto de Kalahari e nas montanhas Atlas para criar os cenários. A noção de um deserto que cede espaço a uma cordilheira montanhosa que surge altaneira no horizonte. Simba consegue sair de uma cadeia montanhosa para um cemitério de elefantes, uma selva africana e um deserto árido. Todos feitos com bastante esmero. O ambiente é colorido e animado, e isso porque estamos falando de uma região onde o sol castiga todos os seres. Gosto da movimentação dos personagens que parece realista ao mesmo tempo em que mantém um aspecto caricato e identificável por crianças. Os movimentos dos personagens são bem desenvolvidos e consigo imaginar um leão ou um macaco se movimentando daquela forma. Tem exageros típicos de desenhos? Claro. Mas, não deixa de ser uma movimentação bastante elegante e estamos comentando acerca de uma animação que tem mais de quinze anos e ainda assim consegue manter esse espírito.


A história é sobre o jovem Simba, um filhote de leão que acabou de nascer e irá suceder Mufasa como rei dos animais. Ele é apresentado a todos por Rafiki, o babuíno que tem a função de guardar histórias e a sabedoria dos animais. Mufasa conseguiu criar um lugar seguro para os animais onde todos podem viver de forma confortável e digna. Sua autoridade não é questionada, mas ele é um líder bom e justo. Para Scar, seu irmão, isso significa que ele nunca poderá ser rei. Scar é um leão mais esguio e menos afeito a confrontações físicas e ele ficou relegado ao segundo plano por causa disso. Mas, o tio de Simba planeja tomar o poder mesmo que seja à força e se alia com um grupo de hienas, inimigas de Mufasa, que vivem no cemitério de elefantes próximo ao território de Mufasa. Simba vai crescendo e se transformando em um pequeno leão curioso. Ele faz amizade com Nala, uma leoa que se torna sua amiga e juntos eles exploram os quatro cantos do reino. Mas, Scar percebe que pode se aproveitar da curiosidade natural de Simba para se livrar de seu pai e se tornar o rei leão. Seu plano irá levar à morte de Mufasa e ao consequente exílio de Simba que acredita ter tido culpa na queda de seu pai. É aí que a aventura continua.


Essa é uma história clássica de amadurecimento. Quando criança, Simba não entendia o que significava ser o rei dos animais. Apenas via o mundo com olhos inocentes e exploratórios enquanto seu pai buscava explicar a responsabilidade que recaía nas costas de alguém que cuida de tantos animais. Mesmo assim, Simba estava no caminho certo, aprendendo pouco a pouco as lições da selva. Mas, a traição de Scar acaba expulsando Simba do reino de Mufasa e fazendo com que sua vida pare no tempo. É curioso pensar nisso, mas o tempo em que ele passou junto de Timão e Pumbaa não significou um amadurecimento em si. Ele somente cresceu e buscou afastar de sua mente os acontecimentos que o levaram até ali. Simba não enfrentou os seus problemas, apenas fugiu e se esqueceu deles. Somente quando Nala o encontra mais tarde é que ela chama sua atenção para o fato de que Mufasa o tinha colocado como seu sucessor. E que era ele o verdadeiro rei dos animais naquela região. Como tal, ele tinha que retornar ao seu lugar e reclamar seu trono que fora tomado à força por Scar. O obstáculo para isso é uma combinação de duas coisas: culpa pela morte de seu pai e a incerteza de saber lidar com as responsabilidades de um líder.


E aí chamo a atenção para uma segunda temática que é o "hakuna matata". Que é uma expressão em suahíli, um idioma da região oriental da África que significa sem problemas. Pensar no hakuna matata para Simba é uma solução temporária para que o trauma de ver seu pai sendo morto pela manada de gnus possa ser superado. Mas, entender essa expressão como um modo de vida é uma faca de dois gumes. É importante para todos não nos concentramos apenas em nossos problemas e buscarmos tocar a nossa vida com tranquilidade. Um comportamento obsessivo e negativista só atrai mais negatividade. E faz com que nos tornemos pessoas amargas. Ao mesmo tempo não podemos apenas viver de boa, ignorando tudo o que acontece ao nosso redor. Enfrentar de frente as dificuldades apresentadas pela vida é essencial para nosso auto-desenvolvimento. É isso o que Nala busca dizer a Simba quando o encontra. Ele não pode ficar preso a um auto-engano e se esconder para sempre em um pequeno pedaço do mundo. Encontrar o equilíbrio é sempre uma necessidade em nossas vidas.


O confronto entre Mufasa e Scar é também o confronto de duas visões diferentes de mundo. Por um lado temos Mufasa que ensina a Simba a importância de uma vida harmônica em que todos são importantes para que a vida prospere. É uma visão democrática e que enxerga mesmo naqueles que são críticos algo necessário. Mufasa poderia muito bem simplesmente se livrar de Scar e nunca mais se preocupar com suas artimanhas. Mas, ele entendia que todos tem o direito de livre pensar e tentar conviver com eles. Aqueles que viviam sob seu domínio o aceitavam por ele ser justo, mesmo que precisasse ser mais duro em alguns momentos. Por outro lado, Scar deseja o poder pelo poder. Ser o rei dos animais era um sinal de status, uma validação de sua força. Devemos pensar que o antagonista era um leão mais frágil, incapaz de confrontações diretas porque não possuía um físico forte. Ele preferia atuar nas sombras, manipulando os outros e usando lacaios para cumprir seus objetivos. Quando ele se torna um líder, conseguiu o que desejava. Ele não trabalhava para melhorar seu reino, nem para tornar a vida dos outros melhor. Apenas desejava se perpetuar o máximo de tempo possível, desfrutando das benesses de seu cargo. Nomeava seus aliados como seus defensores e intimidava os opositores com a simples força bruta. O Rei Leão é o embate entre a democracia e a ditadura, entre o poder para todos e o poder para si.


Para não me alongar demais (e já falei de muita coisa aqui e nem foi metade do que o filme traz) queria deixar algumas notas sobre a relação com a natureza. Em um momento no início do filme, Mufasa explica a importância de respeitar todos os seres vivos independente de sua forma, tamanho ou lugar. E Simba pergunta sobre aqueles a quem eles se alimentam e quando morrem. Mufasa explica que tudo isso é parte do ciclo da vida. Apesar de eles serem os reis da selva, um dia eles irão morrer e se tornarão parte da terra que alimentará outros animais. É impressionante a maturidade do enredo desse filme, e estamos falando de uma animação voltada para o público infantil. Essa noção do respeito ao meio ambiente está espalhado por toda a animação e vale prestarmos mais atenção em um momento em que vivemos alterações climáticas, fruto do abuso do homem em relação ao meio ambiente. Ou seja, assistam novamente O Rei Leão não apenas por ser uma animação maravilhosa e empolgante, mas para amadurecermos as mensagens trazidas pelos personagens do filme.




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