Uma mensagem importante a todos aqueles que nos acompanham junto dos meus agradecimentos.
Como começar esse texto? A gente nunca se imagina escrevendo algo desse tipo.
Já venho como criador do Ficções Humanas há mais de nove anos. Tive colaboradores, colunistas, tive várias editoras como parceiras, sou frequentemente procurado por escritores para parcerias ou leituras. Já fui contratado para fazer serviços para editoras. Tenho matérias e resenhas minhas que são compradas até hoje por editoras educacionais. Fui até membro de um podcast graças a querida Domenica Mendes, alguém que sempre admirei e escutei por horas a fio. Pensar em fazer parte de um mesmo lugar ao lado de quem admiramos é loucura. Pasmem... já recebi mais de uma dezena de currículos de pessoas achando que eu fosse dono de uma editora. Já tive autores mandando originais para mim. Pensar nisso é uma loucura.
De uns anos para cá, meio que me estabilizei no fato de que blogs são animais em extinção. Nenhuma editora procura mais para parceria fora aquelas que sempre nutriram um carinho por nós. Então, passei a atuar mais de acordo com os meus gostos e preferências. No começo dessa jornada, passei por várias situações malucas como eventos que não deram certo, convites que não eram convites, autores que vinham tirar satisfações por uma resenha negativa. Hoje chega a ser engraçado quando um autor independente (ou até alguns com algum lastro) me dizem que sentem receio de mim. Devo pintar uma imagem quase demoníaca, né (imagina aí uma risada macabra). E quando conversam comigo descobrem que estou mais para manteiga derretida do que para ser das trevas. Pude passar bons finais de semana em Porto Alegre a convite de um editor que gosto de pensar como um amigo carioca radicado no sul, o Artur Vecchi.
E gosto de pensar que tive a sorte de ser atacado pouquíssimas vezes nas redes sociais. Talvez pelo blog ser pequeno ou de nicho. Ou pode ser apenas que eu só não tenha visto mesmo. Essa semana fui atacado duramente porque cometi um deslize no lead para uma matéria que publiquei. E, assim, sou bastante sincero em admitir que não sou perfeito. Tenho certeza que não sou uma IA (eu acho) e cometo erros como qualquer ser humano. Está no meu caráter e até no meu estilo como professor, entender que sempre posso aprender mais. Estudo todos os meses escrita criativa, quadrinhos, leio revistas, acompanho colunistas, assistas vídeos no YouTube. Não tenho qualquer pudor em ouvir e aprender. Sempre com meu caderninho do lado, fazendo anotações. Negatividade não deveria me incomodar e normalmente não me incomoda. Só que sofro com crises de ansiedade fortes desde a pandemia. Faço terapia há mais de um ano, tomo suplementos vitamínicos. Mas, quem tem crises desse tipo sofre com altos e baixos constantemente. E nesse momento calhou de ser uma tempestade perfeita enquanto tenho dúvidas no meu trabalho, me preparo para embarcar em um projeto paterno e tenho várias preocupações e agora as questões de validação do blog. Isso culminou em um momento de reflexão em que preciso entender o que eu desejo fazer.
Já ouvi algumas pessoas me chamarem de prepotente e arrogante no passado. Me espanta ouvir esse tipo de coisa. Me espanta de verdade porque não acredito que eu seja esse tipo de pessoa. Acho que posso soar como alguém seguro de mim mesmo, mas isso não poderia estar diferente da verdade. Aqueles que me conhecem sabem o quanto sou acessível. Também posso dizer que gosto de pensar em mim como alguém que compartilha. Informações, opiniões, conhecimentos. Como professor há quinze anos, sempre digo aos meus alunos que mais aprendo com eles do que ensino. No começo da minha carreira no magistério, admito que tinha aqueles vícios e o nariz empinado da academia. Mas, trabalhar em comunidades de alto risco e alunos que sequer tinham algo para comer em casa me fizeram baixar muito a minha bola. Hoje prefiro ajudá-los a chegar a algum lugar. Ao compartilhar o que sei, me sinto parte desse processo. E essa é a minha postura como formador de opinião por aqui. Porque qualquer blogueiro é também um formador de opinião, por menor alcance que tenha. E é por isso que ler opiniões tão negativas e maldosas incomoda, seja de desconhecidos ou de pessoas que você chega a acompanhar. Não uso o meu conhecimento como mestre (porque sim, sou mestre em História Social pela Unirio e isso não é eu dar uma carteirada) para diminuir o próximo. Sequer gosto de citar minha formação. Quando alguém dispara o seu conhecimento sobre o outro, o que parece é uma metralhadora de perdigotos que não tem função alguma além de demonstrar insegurança e tolice. E quero acreditar que o ser humano é melhor do que isso.
E é por isso que estou fazendo essa postagem. Pretendo deixar um pouco de lado o site, pelo menos por algum tempo. Preciso esfriar a cabeça, me divertir, ler sem compromisso com nada. Voltar a ter tesão pelo que faço. Porque do contrário vai parecer uma obrigação e não quero me igualar a quem não tem nada a dizer. Não vou dizer o tempo do meu hiato ou sequer se retorno mesmo. Aos que não gostam do que fazemos, não tenho nada a dizer. Acho que não farei falta... ou não sou bem-vindo em seus espaços. E tudo bem. Quero apenas expressar gratidão e carinho por quem me acompanhou nessa jornada. Desde autores, editores, desenhistas, amigos, os colunistas que passaram por aqui. O meu eterno agradecimento a todos vocês. Esses nove anos não foram possíveis sem vocês. Eu estar aqui até hoje foi porque teve alguém do outro lado me apoiando, curtindo e oferecendo uma palavra amiga ou um momento bacana.
O meu muito obrigado a todos! E que fiquem em paz e com boas leituras! E obrigado pelos peixes!
Fica em paz amigo, adoro seus textos e acompanho esse blog a um tempo e nunca escrevi porque não é do meu feitiu mas sempre tirei boas recomendações daqui, então fico triste por mais um blog está acabando ( estou no mesmo volume que vc do malazan e estava interessado na sua opinião do vl5)mas sei que quando volta será com mais paixão, ser cuita e até mais ...e boa sorte em suas novas aventuras.