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A Bienal 2023 - Entre caminhadas e experiências

Nesta postagem, vamos falar um pouco sobre a Bienal do RJ de 2023 a partir do que vi e pude perceber. Uma Bienal que teve muitos retornos, sendo a primeira grande após a pandemia.


Essa vai ser uma postagem um pouco diferente. Nas linhas a seguir quero compartilhar um pouco de como foi a minha experiência na Bienal do RJ deste ano. Deixei passar um tempo para poder marinar minhas ideias e tentar transformá-las em palavras. Tinha me planejado para ir em dois dias da Bienal, uma na quarta (dia 06) e outra no domingo (dia 10). Mas, a vida aconteceu e só consegui ir no dia 06 e foi mais a trabalho do que a lazer. Mas, fui capaz de ver muitas coisas que me animaram e outras nem tanto. Deixando bem claro que acho a Bienal RJ hoje uma experiência muito mais do que um lugar para adquirir coisas. Desde a última edição do evento isso ficou bem claro. E acho que os organizadores do evento se deram conta disso.


Começando pela organização do evento, estava muito melhor do que a edição passada. E isso porque entro como professor, então a gente pula várias etapas do credenciamento. Em 2021, tudo era confuso, as filas eram gigantescas (mesmo em dias de semana) e as pessoas que faziam essa parte estavam totalmente perdidas. Dessa vez tudo era mais automatizado e quem não tivesse se cadastrado pelo site, tinha alguns guichês com uma fila bem razoável e rápida. Nesta edição tivemos também o retorno dos três pavilhões; na última edição eram só dois. Isso permitiu mais espaço para caminhar e olhar os stands. É óbvio que o evento é cheio e repleto de pessoas indo de um lado para o outro. Isso não tem como evitar. Mas, quando tudo é limitado a poucos espaços de locomoção, tudo fica mais confuso e as pessoas se irritam mais. Por falar em stands, todas as grandes editoras estavam presentes com seus produtos e buscando atender aos clientes. Tivemos até a Editora Morro Branco que participou pela primeira vez do evento e mostrou a que veio. Nesse sentido, a variedade era bem grande, entre editoras maiores e até as independentes que ocupavam espaços conjuntos ou um pequeno espaço nas áreas verde e laranja. A alimentação é aquela mesma bomba de sempre. Nunca recomendo a ninguém deixar para fazer uma refeição na Bienal. Acho que esse ano estava ainda pior, com uma profusão bizarra de espaços vendendo hamburger gourmet. Sou alguém que prefere se alimentar do que comer fast food, então, para mim, foi um pesadelo achar alguma coisa. Depois de rodar a praça de alimentação umas duas vezes, achei um food truck que vendia um pratinho de comida mineira bem modesto.


Falando sobre preços de livros. Bem, já há algum tempo que as Bienais não são mais um lugar ideal para conseguir bons descontos. Se você quer descontos, vai ser em Book Fridays, final de ano ou Festa da USP. A maior parte dos descontos praticados eram progressivos, podendo chegar até a 40%. Aleph e Morro Branco estavam feras nesse sentido, e acabei comprando bastante coisa da Morro Branco. A Aleph estava com tudo em promoção e ainda dava direito a uma ecobag. As grandes editoras não estavam muito gentis com descontos. Tanto Record como Companhia das Letras estavam na linha dos 20 a 30%, o que é bem pouco se considerarmos que dá para achar esse valor em qualquer e-commerce da vida. Só que a questão não é essa só dos preços e já menciono isso. Os stands de saldões se espalhavam por toda a parte e quem só procurava uma lembrancinha ou um presente para alguém, dava para achar ótimas coisas se você tivesse paciência para garimpar. Tinham sim ótimos livros, como também muita bomba. Dessa vez, nada de polêmicas envolvendo líderes religiosos avulsos.


A propósito... estou usando só imagens genéricas do evento porque, infelizmente, não posso colocar nessa postagem as fotos de quando fui. Estava a trabalho, então são fotos com alunos e eu precisaria de autorização dos pais para expor. Portanto, nada feito.


Uma coisa que ficou clara aqui é que as editoras aprenderam o dever de casa e passaram a investir em espaços instagramáveis. Ou seja, painéis, estruturas artísticas, gincanas, espaços para tirar foto. Experiências. Ir ao stand era uma experiência. O túnel dos livros da Intrínseca, os espaços participativos da Companhia das Letras, a árvore gigantesca da Rocco, o túnel no formato de uma floresta da Morro Branco, os enormes bonecos da Turma da Mônica na Panini. As pessoas passeavam, tiravam fotos e aproveitavam para comprar livros. Nada mais básico do que isso. Gente, essa é uma fórmula tão simples e que levou sabe-se lá quanto tempo para ser compreendido. A gente atrai as pessoas, as incentiva a consumir e a consequência é imediata. Dados da Publishnews informam que a maior parte das editoras obtiveram o lucro esperado para os 10 dias de evento já nos três primeiros. Autores nacionais estiveram presentes realizando tardes de autógrafos, celebridades booktubers estiveram conversando com as pessoas nos stands. Tudo era motivo para permanecer mais um minutinho por lá. Gostei do que vi, mas é possível melhorar.


Por exemplo: gosto de como a CCXP pensa sua interação com o público. Transformando seus espaços em verdadeiros momentos únicos. O básico de um stand de editora é estar abarrotado de livros para as pessoas comprarem. Mas, não pode ser só isso. Acho que a galera entendeu como se atrai público, mas podemos ir além. Várias editoras tem livros que foram transformados em séries ou filmes. Por que não aproveitar essa conexão orgânica? O público geek é diretamente relacionado à literatura. É claro que o evento também deve contemplar os leitores mais tradicionais de livros, mas por que não fazer ambas as coisas? Ainda sinto o evento titubeando nesse sentido. Os espaços de interação que a Bienal disponibiliza ficam bem escondidinhos, parecem tímidos. As construções artísticas deveriam estar na parte central ou no espaço de entrada. Tirando a intervenção que tinha no pavilhão laranja, os outros eram escondidos.


Toda a Bienal deve ao menos buscar formar novos leitores. E isso é feito através da visitação de escolas, através da associação com outros produtos como filmes, séries, personalidades. A cada nova edição, as editoras vem buscando criar esse link. Ainda faltam alguns passos a serem dados, mas vejo que estamos no caminho certo. Fui com a minha escola e os meus alunos e eles curtiram bastante a ida. Mesmo aqueles que não são lá tão afeitos à leitura. É uma oportunidade diferente e tudo é grande demais. Meus alunos são de um bairro mais pobre da cidade onde vivo e muitos mal e porcamente saíram do seu próprio município. Para pessoas que convivem com o mundo da leitura, a Bienal é só mais um evento entre tantos outros. Mas, esta não é a realidade dos meus alunos. Livros se tornaram um artigo de luxo e para eles, essa é uma afirmativa ainda mais verdadeira. Muitos não tem 40 ou 50 reais para poderem comprar um livro da moda. Mesmo saldões. Nos referimos a famílias que tem dificuldade para pôr um prato de comida na mesa. Alguns dos meus alunos almoçam na escola porque em casa não tem. Por essa razão é tão importante o emprego de verbas públicas para mitigar a desigualdade social. O governo do Estado do RJ forneceu 100 reais a cada um deles para usar no evento. Não é muito se considerarmos o valor do livro hoje. Na minha visão, deveria haver algum tipo de faixa especial de preços para alunos. Mesmo que isso seja subsidiado pelo Estado. Os meus alunos se esforçaram ao máximo para maximizar os gastos e poderem sair com várias coisas legais do evento.


Algo que me incomodou um pouco foi que algumas editoras (não vou citar nomes) se incomodaram com o uso dos cartões que foram cedidos pelo Estado e pelos municípios aos alunos. Alguns não estavam preparados para o volume de alunos e professores que estariam no evento durante os dias de semana, e se enrolaram com filas intermináveis. Teve editora que até separava aqueles que iam comprar com o cartão com a verba pública e os demais clientes. Os professores que estavam na fila brincavam que esta era a fila do ensino público. Mas, não é exatamente algo a se brincar. O tom de chacota que tínhamos escondia um pouco de chateação com isso, porque passa a compreensão de que os possuidores destes benefícios eram pedintes ou qualquer outra coisa do gênero. Cheguei a enfrentar uma fila de 50 minutos só para passar dois livros em uma certa editora grande enquanto outras pessoas passavam pelo lado. Teve editora média que não passava o cartão com verba pública e ao ser perguntado sobre o motivo, dizia não saber responder. A gente precisa parar com essa hipocrisia de que quer formar novos leitores quando a maior parte dos novos leitores que não tem recursos suficientes e possuem uma oportunidade de adquirir livros são rechaçados por uma "antipatia solene". Esses alunos com baixo poder aquisitivo podem ser os futuros leitores grandes caso consigam ultrapassar os obstáculos apresentados pela elite. Fala-se tanto em redução de desigualdade social, e aqueles que podem fazê-lo não querem porque temem ter prejuízo no final. É preciso repetir o dado: boa parte das editoras bateram a meta de vendas do evento em três dias. Mesmo assim, essa situação persistiu nos dias em que as escolas públicas estiveram no evento. Digo isso porque não foi uma experiência só minha: outros colegas relataram casos parecidos. Com alunos e professores.


Sei que a gente culpa o governo por não investir em formação de novos leitores. E está certo; isso é verdade. As escolas públicas são depósitos de alunos para formação de uma mão-de-obra submissa ao grande capital. Mas, precisamos colocar parte da culpa em outros elementos dessa grande equação que é o mercado editorial. Não existe só um bode expiatório, mas vários que precisam ser abordados e questionados. As editoras são uma dessas variáveis. Em um evento como esse, é preciso tratar o ensino público como uma porta de entrada para novos leitores em idade de formação. Oferecer descontos mais agressivos de forma específica; oferecer materiais gratuitos, mesmo que sejam pequenas amostras de livros ou histórias curtas; trazer esse sujeito, esse indivíduo para perto de você, instigá-lo a buscar o conhecimento como uma forma de transformar o mundo. Do contrário, a Bienal não vai passar de uma grande Black Friday, com livros com descontos atendendo a um público que já compra livros por natureza. É preciso pensar fora da caixa. Sair do lugar-comum. E nesse sentido, as editoras, no geral, deixaram muito a desejar.


Só queria deixar mais um ponto, este direcionado ao governo do RJ especificamente. Esse ano o governador destacou uma oferta baixíssima de ônibus para as escolas. No ano passado, em um evento de caráter totalmente questionável, foi oferecido um número excessivo de ônibus. Na época, alguns veículos de imprensa como o Extra e outros mais independentes colocaram no ar uma suposta lavagem de dinheiro usando um evento literário para queimar recursos do Fundeb. A denúncia nunca foi para a frente por motivos bem óbvios (a justiça fluminense é bem questionável, diferentemente do STF) e quem foi ao evento pôde comprovar como aquilo era uma fachada tenebrosa para queima de recursos. Só tinham duas editoras no evento todo, vários stands com autores independentes (estes sim, lutando para vender seus trabalhos) e dois grandes galpões com distribuidores vendendo livros com preço acima do praticado em livrarias. Na ocasião, minha escola teve direito a levar cinco ônibus, o que considerei um completo exagero na época (minha escola tem pouco mais de 200 alunos). Para a Bienal, um evento maior e mais famoso, só pudemos levar um ônibus, cedido com extrema má vontade e uma burocracia nunca antes vista. Várias escolas não conseguiram cumprir pré-requisitos bizarros e soube de alguns casos que mesmo com toda a documentação enviada, a escola não foi capaz de ir ao evento com alguma desculpa esfarrapada qualquer. Não vou passar linhas daqui reclamando de o quanto a educação no RJ é uma desgraça absoluta, com o Estado pagando o pior salário para professores de todo o país. Mesmo assim, o governo poderia ter disfarçado um pouco a má vontade, o desvio de verba pública e a burocracia infinita.


Enfim, a Bienal de 2023 no Rio de Janeiro voltou com o seu glamour passado. Depois de uma última edição claramente afetada pela pandemia, os organizadores entenderam que era necessário uma repaginada no evento para se adequar aos novos tempos. Muito antenado nas tendências mais atuais, chamando para si a responsabilidade de sair da bolha e formar novos leitores, a Bienal cumpre o seu papel, apesar de alguns problemas que precisam ser endereçados. Minha experiência foi bastante positiva e me senti instigado a consumir, algo que não tive a menor vontade de fazer na última ocasião. Espero que aqueles que foram tenham tido boas experiências no evento e, se quiserem, compartilhem-nas nos comentários. Vamos conversar a respeito!




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Em qui, 13 de out de 2022 13:18, Pedro Serrão escreveu: Opa Paulo Obrigado pela rápida resposta! Eu tenho um Interstitial que penso que é o que está falando (por favor desligue o adblock para conseguir ver): https://demopublish.com/interstitial/ https://demopublish.com/mobilepreview/m_interstitial.html Também temos outros formatos disponíveis em: https://overads.com/#adformats Com qual dos formatos pensaria ser possível avançar? Posso pagar o mesmo que ofereci anteriormente seja qual for o formato No aguardo, Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:15: Boa tarde, Pedro Gostei bastante da proposta e estava consultando a designer do site para ver a viabilidade do anúncio e como ele se encaixa dentro do público alvo. Para não ficar algo estranho dentro do design, o que você acha de o anúncio ser uma janela pop up logo que o visitante abrir o site? O servidor onde o site fica oferece uma espécie de tela de boas vindas. A gente pode testar para ver se fica bom. 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