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Resenha: "Dylan Dog Nova Série vol. 14" de Andrea Cavaletto, Luigi Piccatto et al

Foto do escritor: Paulo ViniciusPaulo Vinicius

Uma festa de casamento em Mooncaster Manor é o lugar onde Dylan Dog reencontra uma velha chama do passado, Diane. Em uma festa regada a bebida, dança e vários flertes desconcertantes de Diane, Dylan vê a morte quase o levar de uma vez. Tendo sobrevivido a um massacre por pouco, o nosso investigador vai descobrir que talvez a pena seja mais poderosa que a espada. Nas mãos certas...


Sinopse:


Uma velha mansão inglesa é vendida por um lorde falido, a Diane, amiga de Dylan. Mas a mulher sente que há algo errado com a construção, e entra em contato com o Old Boy, temendo que a casa esteja assombrada. Depois de comparecer de má vontade à festa de reabertura da mansão, Dylan permanece ali para passar a noite, e por pouco não acaba vitimado durante um trágico e inexplicável massacre noturno. Depois de se recuperar, nosso herói começa a indagar sobre o mistério que envolve a residência.





Esse volume possui uma deliciosa mescla de mistério e terror. Cavaletto coloca o Old Boy em uma situação onde sua vida realmente se encontra em perigo e ele nada pode fazer a respeito. Algumas histórias do Dylan tem pouco dessa sensação de que a vida do personagem está em perigo e de que o adversário é alguém capaz de causar danos reais. Não apenas isso como a sensação de que não se pode fazer muita coisa a respeito para evitar suas atrocidades. Essa edição é bastante peculiar nesse sentido além de colocar Dylan como um detetive e precisar conectar as pistas que ele coletou ao longo da investigação para chegar ao real responsável pelo mistério. Sem falar no fato de que o autor criou uma narrativa bastante criativa usando um objeto que a gente não costuma ver com tanta frequência. Ou quando vê sai geralmente algo estranho.


Diane é um velho amor de Dylan Dog. No passado eles tiveram uma tórrida relação juntos, algo que não suavizou com o passar do tempo. Ele foi chamado para aquilo que ele menos esperava: uma festa de casamento de Diane, que agora assentava sua vida ao lado de Mark. Eles conseguiram comprar uma bela mansão chamada Mooncaster Manor, um lugar cheio de mistérios e que pertenceu no passado a uma importante família. Ao chegar na festa, Diane e Dylan trocam ligeiros flertes para a consternação de alguns convidados e um olhar cauteloso de seu futuro marido. Quando estão sós na sacada, Diane revela o real motivo para ela tê-lo chamado: ela está tendo uma estranha sensação de desconforto na mansão, como se uma mão invisível estivesse agindo sobre ela. Apesar de Dylan achar que se trata apenas de nervosismo da parte dela, ele decide passar a noite lá, como foi pedido por ela. Durante a madrugada, um terrível massacre acontece na mansão com direito a muito sangue e atos insanos de violência. Dylan sobrevive por muito pouco e agora quer descobrir o que terá acontecido na mansão.


Quando li o prefácio dessa história, me deparei com o fato de que essa é uma edição feita por quatro artistas diferentes. Luigi Piccatto trabalhou com mais três assistentes para compor essa história. Fica bem simples de compreender que não é que cada um fez uma parte. Os traços são bem parecidos e se trata mais de algo no sentido de que alguém deve ter arte-finalizado, outro talvez dado retoques, outro talvez com o letreiramento. Isso não fica bem claro. A arte não me agradou tanto se for colocar na balança alguns dos artistas que passaram pelas últimas edições. Senti falta de um refinamento maior nas cenas, uma preocupação com detalhes e sombras. Aonde a arte se sai melhor são nos momentos em que situações bizarras e aterrorizantes acontecem. Diga-se de passagem, algumas das monstruosidades abstratas que aparecem em momentos críticos parecem claramente inspiradas em Lovecraft. Por outro lado, é preciso destacar a competência da equipe que conseguiu trazer algo tão homogêneo para o leitor. Quando algo é feito a muitas mãos, existe essa preocupação de leves diferenças, já que estamos tratando de indivíduos. Cada um tem suas características e inclinações e isso pode prejudicar o todo. Não foi o que aconteceu.


A narrativa de Cavaletto tem pelo menos três momentos específicos. No primeiro temos a festa onde somos apresentados aos personagens, à preocupação de Diane e o momento em que a tragédia acontece. O segundo momento envolve a investigação onde Dylan vai procurar saber mais sobre o ambiente no qual o massacre aconteceu. E este é um belo de um red herring, ou seja, um desvio narrativo onde somos inclinados a pensar para uma direção quando na verdade o autor está apresentando o real motivo na outra mão. O terceiro momento é o clímax onde as peças se juntam e somos levados ao confronto com o antagonista desta edição. Falando sobre a forma da escrita em si, achei-a muito boa e é daquelas histórias que nos deixam em dúvida o tempo inteiro. Queremos virar a página para saber o que vem em seguida. No entanto, o autor meio que entrega a mão no começo da narrativa e ficamos tentando entender como esse estranho momento vai se conectar com a história. O final foi um pouco esquisito porque uma determinada situação que aconteceu entre o antagonista e outro personagem ficou um pouco mal explicado. Me pareceu mais um deus ex machina do que uma resolução per se.


Essa também é uma edição que volta na temática de Dylan sofrendo por não conseguir necessariamente vencer por completo. Ele mesmo diz que apesar de ter sido vitorioso, ele sempre perde alguma coisa no caminho. Isso contribui para esses momentos de reflexão do personagem onde ele vai em busca de como ele ainda consegue lidar com essas perdas. Diane era alguém com quem ele tinha fortes sentimentos e ver acontecer com ela o que se sucede logo no começo é um choque para ele. Ao invés de seguir em uma direção de depressão e tristeza, vemos o personagem mais melancólico e cínico. Como foi na edição anterior em que tivemos uma contradição entre uma mulher que tinha uma abordagem mais direta e de confrontação enquanto Dylan pensava em algo mais individualista. Podemos até tentar imaginar que Dylan está passando pela síndrome do sobrevivente já que ele tem passado por tantos momentos ruins e mesmo assim acaba dando um jeito de continuar vivendo. Enquanto isso, pessoas importantes de sua vida estão desaparecendo uma por uma.


Outro tema bem legal nessa edição é o do justiceiro que imagina estar realizando atos bondosos quando na verdade está apenas alimentando seu próprio ego. É estarmos diante de um instrumento poderoso e querermos usá-lo para fazer aquilo que interpretamos ser o correto. Ou seja, assumimos a função de juiz, júri e executor. Dizer que isso é um ato de bondade é apenas um narcisismo tolo e sem sentido. Usar desse poder para fazer o que queremos parece a dose de uma droga poderosa que se apossa de nosso organismo. É aquele pique que precede a adrenalina quando parece que o mundo inteiro faz sentido. Só que na realidade é apenas o nosso ego sendo preenchido. Isso até o momento em que precisarmos de mais uma dose. Quando o antagonista começa a descrever suas ações de uma forma quase fanática, Dylan fica chocado com a capacidade que o mesmo tem de justificar massacres como um bem para a humanidade. Ao pararmos para refletir, é como os Estados Unidos fornecendo armas de destruição em massa para o governo israelense aniquilar outra etnia. É ter um artefato poderoso na mão e, para matar algumas pessoas que eles consideram vilões, destruir outras vidas inocentes no processo. Com uma risada maníaca e um ar angelical.


Boa trama, em uma história repleta de significados ocultos que podem ser refletidos posteriormente pelo leitor. O que parece ser só uma história de investigação com um possível assassino mortífero no meio ou até um mero desastre familiar, se transforma em algo mais quando o autor revela suas cartas. Uma edição feita a oito mãos que nos faz pensar também sobre todo o processo de criação das páginas e das cenas. Algo feito de maneira tão eficiente que mal percebemos as diferenças na arte. Gostei e é mais uma história do Old Boy que tenho o prazer de recomendar.











Ficha Técnica:


Nome: Dylan Dog Nova Série vol. 14 - A Caligrafia da Dor

Autor: Andrea Cavaletto

Artistas: Luigi Piccatto, Giulia Massaglia, Renato Riccio e Matteo Santaniello

Editora: Mythos

Tradutor: Julio Schneider

Número de Páginas: 100

Ano de Publicação: 2020


Outros Volumes:

Vol. 1 Vol. 6 Vol. 11

Vol. 2 Vol. 7 Vol. 12

Vol. 3 Vol. 8 Vol. 13

Vol. 4 Vol. 9

Vol. 5 Vol. 10


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Em qui, 13 de out de 2022 13:18, Pedro Serrão escreveu: Opa Paulo Obrigado pela rápida resposta! Eu tenho um Interstitial que penso que é o que está falando (por favor desligue o adblock para conseguir ver): https://demopublish.com/interstitial/ https://demopublish.com/mobilepreview/m_interstitial.html Também temos outros formatos disponíveis em: https://overads.com/#adformats Com qual dos formatos pensaria ser possível avançar? Posso pagar o mesmo que ofereci anteriormente seja qual for o formato No aguardo, Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:15: Boa tarde, Pedro Gostei bastante da proposta e estava consultando a designer do site para ver a viabilidade do anúncio e como ele se encaixa dentro do público alvo. Para não ficar algo estranho dentro do design, o que você acha de o anúncio ser uma janela pop up logo que o visitante abrir o site? O servidor onde o site fica oferece uma espécie de tela de boas vindas. A gente pode testar para ver se fica bom. 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