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Foto do escritorPaulo Vinicius

Resenha: "Batman - A Maldição do Cavaleiro Branco" de Sean Murphy, Klaus Janson e Matt Hollingsworth

Na continuação da saga iniciada em O Cavaleiro Branco, o Batman enfrenta as consequências deixadas pelas ações de Jack Napier. Enquanto isso, o Coringa vai despertar a fúria de um inimigo secular dos Wayne: Azrael.


Sinopse:


O Coringa recruta Azrael para ajudá-lo a expor um segredo devastador sobre o legado da família Wayne - e destruir completamente Gotham City. Com o Batman correndo para proteger a cidade e as pessoas que ele ama do perigo, o mistério de sua ancestralidade se revela e o Batman começa a se questionar a respeito de tudo o que ele pensou que sabia sobre si mesmo e seu lugar em Gotham.


Com a identidade e as instituições de Gotham na balança, Barbara Gordon decide resolver ela mesma os problemas - mas irá suas ações clandestinas estarem nos planos do Coringa? Depois que a tragédia acontece, Renee Montoya sobe ao palco para liderar a OTR e restaurar a ordem no caos que está rapidamente consumindo Gotham.






Sean Murphy realmente conseguiu criar algo único na saga do homem-morcego. Para quem imaginava apenas uma série encerrada em si mesma, ele conseguiu fazer com que o alto escalão da DC desse sinal verde para que ele criasse seu próprio universo, à parte do universo normal. E nessa segunda série, o autor não aliviou a mão e criou algo memorável. Aliás, se vocês imaginam que alguém está seguro nessa série, melhor repensar. Isso porque como a série se situa em seu próprio universo, o autor colocou personagens em outras posições e até matou algumas pessoas bem inesperadas. A única certeza de tudo é que Gotham e o Batman nunca mais serão os mesmos ao final dessa série.


Nessa segunda série, temos um Batman que saiu enfraquecido do embate moral com Napier, além das consequências para sua própria identidade. Bruce Wayne tenta juntar os cacos de sua vida pensando em como contribuir para a cidade. A OTR funciona bem com Dick e Barbara atuando junto ao departamento de polícia. Mas, o que está ruim sempre pode ficar pior e o Coringa consegue fugir do asilo Arkham e sai em busca de Azrael. Jean-Paul Valley é um ex-combatente, filiado à ordem de São Dumas e tem câncer terminal. Ele luta para conseguir se manter vivo, mas é apenas uma questão de tempo até seu corpo padecer. Mas, o Coringa revela a ele um segredo assustador que fará Valley se transformar em Azrael, o anjo vingador. E tudo o que ele deseja é destruir não apenas Bruce Wayne como toda a cidade de Gotham. Inicia-se assim sua última cruzada em busca de justiça. Custe o que custar.


Admito que mesmo sendo uma história muito boa, ela não conseguiu manter aquele impacto que foi a primeira série. Para mim, tem vários pontos soltos que não tiveram resposta e algumas ausências que me incomodaram. Mesmo assim, é uma série bem acima da média se analisarmos tudo o que é produzido do homem-morcego. Daquelas que você vai fazer questão de guardar ao lado de outras memoráveis. Se formos pensar no sentido da ação, Sean Murphy consegue manter a intriga e o mistério até o final. Ele consegue dar uma rasteira no leitor mesmo no último capítulo onde não esperamos o plot twist. Outro ponto bastante favorável é que Murphy não se incomoda em tomar caminhos mais ousados, fugindo do lugar comum e não se incomodando em traçar medidas permanentes. E não digo só o matar personagens para causar choque, mas mudar diversos status quo. A liberdade que a DC deu a ele foi bastante positiva porque permitiu que ele criasse sem se preocupar com problemas de continuidade.


A arte do Murphy continua bastante eficiente e eu queria destacar outro ponto dela para comentar. Como eu vi em Crononautas, ele é muito bom em criar conceitos para cenas de ação. Ele sabe como tudo se organiza para gerar os efeitos que ele deseja. Ou seja, as coisas acontecem de forma coerente, que fazem sentido no todo. Daria até para filmar as cenas de tanto que conseguimos compreendê-las. Por exemplo, no quarto capítulo quando todos estão enfrentando Azrael, as sequências de luta correm numa boa, sem que os heróis se atropelem uns aos outros. Normalmente esse tipo de cena costuma ser bem caótica, mas Murphy conseguiu posicionar todos de um jeito que o leitor pudesse compreender o lugar de cada um. No sexto capítulo, também tem uma sequência muito boa quando Azrael tem uma discussão com Ruth, uma espécie de negociadora das sombras, e acontece uma série de situações bizarras ali. A sequência de ações realizadas por Azrael fazem sentido. Diversas vezes vemos coisas acontecendo em uma cena em que a gente não entende por que todo mundo fica parado vendo personagem X ou Y fazendo determinada coisa sem qualquer reação. Parece até um poder de congelar o tempo que o protagonista da cena tem. Mas, Murphy conseguiu criar uma cena que faz sentido.


A grande temática dessa série é o que o Batman representa para Gotham City. Murphy já havia abordado por alto esse assunto na série anterior, mas aqui ele avança um pouco mais nele. Bruce Wayne criou o Batman não apenas para vingar seus pais, mas para proteger sua cidade dos criminosos. E ele entendia que a lei não era capaz de lidar com eles porque os criminosos acabavam encontrando formas de dobrar a justiça. Então surge um vigilante que não mais é limitado pela burocracia. Mas, o Batman acaba criando adversários ainda mais perigosos do que antes. Se antes ele se preocupava com bandidos, assaltantes e chefões do crime, agora ele precisava lidar com psicopatas capazes de atrocidades diversas. Por conta disso o Batman deixou de lidar com os criminosos comuns e agora se preocupava com os chamados super vilões. Mas, será que os super vilões não teriam surgido em função do Batman? E o que acontece se o tirarmos da equação?




Napier expõe essa fragilidade ao homem-morcego. E, pela primeira vez, ele não sabe o que responder. Nessa série, Murphy vai atacar a própria família Wayne. Sua fortuna sempre financiou a cruzada do Batman. Mas, e se essa fortuna tivesse surgido através de meios escusos. O que tornaria o Batman tão diferente daqueles que ele prende? No início da história descobrimos que o primeiro Wayne chegou a Gotham no século XVII ao lado de um monge guerreiro chamado Bakkar. E eles conseguiram expulsar todos os criminosos e tornar a cidade um lugar possível de ser povoado. Mas, Azrael acusa o Batman de que seu antepassado teria assassinado o monge Bakkar, alguém ligado à ordem de São Dumas. E que sua fortuna estaria balizada em um crime. Além disso, temos o surgimento da misteriosa Ruth, alguém ligada às elites de Gotham e que deseja que o Batman se coloque contra a iniciativa Napier, um projeto voltado para a revitalização de Backport e a construção de uma polícia melhor aparelhada para lidar com o crime na cidade. A negociadora sombria alega conhecer muitos segredos do homem-morcego e afirma conseguir atingir até aqueles que são pessoas amadas por ele.


Minha reclamação quanto à série em si se refere a esse conceito de as "elites". Quem eles são? Okay, entendi que eles são as pessoas ricas da cidade, mas cadê eles? Nenhum aparece em nenhum momento da série. Essa ideia de uma classe social privilegiada fica demais no campo da abstração. Murphy não nos mostra um quadro sequer com uma festa, uma reunião, alguém saindo no jornal. Nada. Achei isso um furo na série, porque poderia ter sido criado uma terceira via de confronto com as elites conseguindo atrapalhar de alguma forma os esforços da equipe do Batman. Ficou um confronto focado demais na vingança de Azrael. Não consegui sentir a importância de uma classe rica na cidade porque ela não me é mostrada. Determinadas situações podem ser deixadas à interpretação do leitor, mas não algo desse nível. Me pareceu um furo grande.


E, bem, preciso falar da quinta edição da série. Esta é uma edição especial que funciona como um respiro entre os dois atos da história pensada por Murphy. Aqui, temos uma história isolada de Victor Fries, o Senhor Frio, mostrando como ele conheceu a família Wayne e veio a se tornar um grande apoiador de Thomas e Bruce Wayne. Esta história tem a arte do incomparável Klaus Janson e, mais importante de tudo: se baseia na vida do artista. Na narrativa, o pai de Victor teria trabalhado para a SS nazista desenvolvendo um fluido congelante, uma arma a ser empregada nos empreendimentos de Hitler. O companheiro de pesquisa do pai de Victor era um judeu e ele acabou desenvolvendo uma forte amizade com Victor, que ainda era uma criança. Seu pai era um homem obcecado pelo trabalho e a amizade entre Victor e Jacob, seu companheiro, passou a ser visto com ciúmes pelo pai. A partir daí, veremos como a SS se colocará entre a amizade do pai de Victor e Jacob. Com direito a algumas cenas bem fortes. É uma história poderosa baseada na vida do próprio Janson e gerou algo memorável.


Mesmo aquém da primeira série, A Maldição do Cavaleiro Branco mantém um alto nível e nos entrega uma narrativa repleta de mistérios e surpresas. Sean Murphy mantém o pé no acelerador o tempo todo e somos colocados diante de uma situação bem difícil para o homem-morcego. Decisões precisarão ser tomadas e todas elas parecem não ter mais volta. O anjo vingador Azrael aparece para destruir a alma e o legado do Batman, mas talvez aquele a quem Bruce precisa mais ficar de olho é o seu velho inimigo, o Coringa. Uma série de altíssimo nível que merece estar em sua estante.












Ficha Técnica:


Nome: Batman - A Maldição do Cavaleiro Branco

Autor: Sean Murphy

Artistas: Sean Murphy (eds. 1 - 4 e 6 - 8) e Klaus Janson (ed. 5)

Colorista: Matt Hollingworth

Editora: Panini

Tradutor: Mateus Ornellas

Número de Páginas: 272

Ano de Publicação: 2021


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