O Grande Nick é assombrado por seus erros do passado. Em uma brincadeira infantil, perdeu seu amigo enquanto desafiavam uma casa assustadora no alto da colina. Ele abandona a cidade disposto a deixar o passado para trás. Mas, certas coisas não ficam enterradas para sempre.
Sinopse:
Nick Pershin é um jovem sonhador cuja vida foi atormentada eternamente depois que ele bateu numa porta proibida e encontrou algo pior que a morte, mas voltar ao local de seus pesadelos, numa noite de Halloween, será o único jeito de salvar a própria vida... e a alma de sua mãe da danação sem fim.
Boas histórias de terror precisam te passar aquela sensação de pavor e de que algo pode te acontecer a qualquer momento. Um vulto passando pela escada, o som de correntes batendo no chão, um ser que não possui reflexo. Boas histórias de terror te incomodam só de você se aventurar a lê-las. E conseguir criar essa sensação não é uma tarefa simples. É preciso estimular os cinco sentidos do leitor através da sua escrita. E Fábio M. Barreto consegue fazer isso bem na história.
Aqui temos a história de Nick Pershin, um homem que possui esqueletos no armário. Quando criança ele fez parte de uma tenebrosa história que levou à morte de seu amigo de infância. Isso em uma brincadeira boba de desafio. Embora ele não tenha matado o amigo, ele foi culpado indiretamente do ocorrido. Para esquecer o que aconteceu, ele parte para outra cidade disposto a deixar aquilo tudo para trás e viver uma nova vida. Mas, quando ele recebe uma carta de seus pais pedindo que ele viesse até Pedraskaen para acompanhar os últimos momentos de sua mãe, parece que tudo retorna para assombrá-lo. E saber que a Casa que matou o seu amigo também estava envolvida na morte de sua mãe, não alivia a sua consciência. Ele precisará enfrentar os fantasmas de seu passado.
Desde que eu li O Céu de Lilly que eu havia me encantado com a escrita do autor. Através de suas linhas, Barreto nos entrega os sentimentos e as sensações de tudo o que se encontra ao nosso redor. Se buscarmos imaginar o cenário que ele descreve e fecharmos nossos olhos, somos capazes de visualizar e escutar o ambiente. Os ventos, as vozes, o cenário. Chamamos isso de escrita sensorial. Se tem um lugar onde uma escrita sensorial funciona bem é no gênero do terror. Porque é aquele que mais pede uma imersão do leitor no que está sendo proposto a ele. Livros de terror brincam com a nossa capacidade de sentir medo ou pavor. Não são muitos os autores que conseguem brincar com as nossas sensações. Um dos momentos mais impactantes em A Velha Casa na Colina é quando estamos dentro da casa e somos capazes de ouvir e sentir o vento no rosto, os sons de almas desejando libertação, a risada maquiavélica do Médico ao fundo.
Estamos diante de uma jornada de redenção. Nick precisa enfrentar aquilo que lhe causou pavor. Não dá mais para simplesmente fugir e deixar tudo para trás. O que aconteceu naquele dia fez com que o protagonista não tivesse a possibilidade de fazer as pazes consigo mesmo. Ele entende que o retorno a Pedraskaen é um sinal para ele retornar à Casa e resolver suas pendências. Mesmo que para isso ele precise colocar sua vida em risco. Desde que ele chega até a cidade, Nick se conscientiza de que ele não sairá ileso completamente daquele confronto. E a paz de seu espírito é válido mesmo que o preço a ser pago seja muito alto.
A única coisa que eu não gostei aqui foi a transição entre o real e o sobrenatural. A aceitação de que existem forças malignas por trás dos acontecimentos. Eu entendi todo o trauma que Nick passou naquele dia com seu amigo, mas eu não sei se alguém mais racional aceitaria tão fácil o fato de que uma força maligna teria causado aquilo. Existe esse limiar entre o fantástico e o real que o gênero do terror brinca bastante. Sempre duvidamo disso. O Nick grande poderia ter associado àquilo a uma situação acidental e visto que aquela história de Casa assombrada era algo de sua imaginação quando era menor. Ou até uma forma de ele aceitar que não teria tido qualquer envolvimento no acidente ("não fui eu... foi a Casa"). Essa transição poderia ter sido feita de uma forma mais sutil e menos apressada.
Outro elemento que ficou na minha cabeça é o quanto eu adorei O Céu de Lilly. Fica complicado comparar outro trabalho do autor em relação a algo que teve um impacto tão profundo em minha experiência como leitor. Enfim, recomendo demais os trabalhos do Fábio M. Barreto. Com uma escrita sensorial, um personagem atormentado, porém muito interessante, ele consegue nos entregar uma história de apavorar, testando todos os limites de nossa crença na salvação do espirito. E o final é explosivo!
Ficha Técnica:
Nome: A Velha Casa na Colina Autor: Fábio M. Barreto Série: Pedraskaen vol. 1 Editora: SOS Hollywood Productions Gênero: Terror Número de Páginas: 49 Ano de Publicação: 2017
Avaliação:
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