Ao estarmos nessa quarentena, vamos revisitar a relação do homem com o planeta e como podemos mudar. Para que o mundo possa ganhar alguns milênios a mais e sermos menos cruéis com o planeta em que vivemos.
Hoje, dia 22 de abril, é o Dia Mundial da Terra. Uma data onde reverenciamos o lugar em que vivemos. Em toda a sua beleza e diversidade, os quatro cantos da planeta em uma canção de harmonia que nos encanta a cada momento de nossas vidas. Mesmo que sejamos tão cruéis com ele. Todos os anos a data é usada para levantar questões sobre a poluição, a redução de gases, a proteção da fauna e da flora. Ano passado discutíamos as manifestações a favor da Terra de uma jovem finlandesa que ganhou o mundo. Que se mostrou indignada com a continuidade de políticas destrutivas do planeta, que levam mais em consideração a economia do que uma relação harmônica com o mundo. Um discurso que encantou o mundo, que irritou líderes mundiais e que serviu como inspiração para inúmeras outras pessoas. E fez a União Europeia rever algumas de suas políticas e colocar o aquecimento global na pauta do dia.
Mas, 2020 está sendo diferente. Algo mudou. E nesse dia 22 de abril de 2020, o planeta conseguiu respirar um pouco mais do que no ano passado. O que está diferente? Bem, estamos diante de uma pandemia mundial de um vírus que ataca o sistema respiratório humano e com um alto grau de transmissibilidade. Isso obrigou a sociedade a parar. Pessoas foram obrigadas a ficar em casa para não ampliarem o risco de contágio. O comércio fechou as portas, tendo apenas serviços essenciais funcionando com uma quantidade muito menor de funcionários. Indústria postergaram suas atividades para outro momento. As produtoras de petróleo tiveram que reduzir a produção de gasolina simplesmente porque não tem muitas pessoas na rua para consumir. Isso levou a uma estagnação generalizada. Com isso, estamos produzindo menos poluentes e os enviando para a atmosfera; indústria não jogam tantos rejeitos nos rios e mesmo o lixo precisa ser separado já que não há tantos para recolherem assim. Ou seja, a poluição diminuiu. Só para vocês terem uma ideia, este gráfico abaixo foi feita pela NASA e mostra o quanto a poluição regrediu na China, um dos maiores países poluentes do mundo.
Cientistas e sociólogos já começam a fazer suas projeções para o pós-pandemia. E uma coisa é unânime: as relações humanas irão mudar. Isso vai acontecer em todos os campos: na economia, na política, na cultura, na sociedade. Iremos passar por um período duro, com retração econômica, redução na capacidade de consumo, falta de empregos. O covid-19 vai nos obrigar a mudarmos a maneira como encaramos o que nos cerca. Quem imagina que essa vai ser uma pandemia passageira, está enganado. O vírus é um vírus respiratório que parece ter um comportamento sazonal. Semelhante aos vírus respiratórios que atacam os brasileiros durante o inverno. Os cientistas ainda não compreenderam como o covid-19 se comporta, como sobrevive; já até está sendo analisadas possíveis mudanças na estrutura dele para poder sobreviver em climas tropicais. Especialistas indicam a necessidade de isolamentos sociais intermitentes para evitar a propagação do mesmo.
Teremos de mudar nossa relação com o planeta. É inevitável pensarmos que essa pandemia não seja uma resposta do próprio planeta ao que o homem tem feito nos últimos séculos. Desde o começo da Revolução Industrial, lá no século XVII que a devastação do planeta tem se acelerado. Estarmos vivenciando várias doenças que tem sua origem em animais demonstra o quanto estamos avançando rumo a ecossistemas virgens. Já tivemos outros momentos pandêmicos que serviram de alerta ao ser humano: a peste negra, o cólera, a gripe espanhola, o ebola e agora o covid-19. Todas essas crises sanitárias exigiram mudanças de comportamento, fosse uma alteração nos hábitos de higiene até uma preocupação maior da parte dos sistemas de saúde com a prevenção de doenças. Mas, em nenhum momento pensamos no planeta. A devastação não parou, se agravou até. Rios morreram por causa de toneladas de materiais poluentes derramados todos os dias. Cidades convivem com uma névoa cinza, oriundo dos despejos de gases na atmosfera. Quilômetros de florestas nativas tem sido derrubadas para alimentar a indústria de construção civil e a do papel. As árvores são derrubadas, mas não são replantadas.
O capitalismo selvagem exige chibatadas diárias ao planeta. Deixamos de ser uma das muitas espécies que vivem na Terra para nos tornarmos os parasitas do planeta. Para o futuro, precisamos pensar de outra forma. Ou mais e mais desastres como esse irão acontecer. E não estou falando apenas de crises sanitárias, mas já perceberam como o clima do mundo mudou? Só no passado tivemos um super furacão, verões avassaladores em lugares temperados, chuvas torrenciais levando à destruição de casas e famílias mortas. O planeta pede socorro e está na hora de pensarmos seriamente na economia verde, uma linha de pensamento econômico que já está por aí há algum tempo e alguns países do norte da Europa tem adotado até com certa seriedade. É hora de pensarmos em cidades autossustentáveis, em abandonar a dependência dos combustíveis fósseis, em replantar florestas e preservar a fauna e a flora. Acho que eu vou além da noção de economia verde, e penso em uma sociedade verde onde cada um de nós precisa ter o seu papel no ato de preservar e conviver em harmonia com o planeta.
Você, leitor, pode mudar ao perceber nas pequenas coisas como prejudicamos o planeta. Você faz separação de lixo? Reaproveita alimentos? Evita usar sacos plásticos e substituiu pelos de pano ou de materiais recicláveis? Que tal cuidar de algumas plantas em seu apartamento? Tipo temperinhos ou outras folhosas? Se você tem uma casa, já pensou em criar várias plantas em seu quintal? Que tal entrar em contato com a sua associação de bairro para criar políticas de reciclagem, de conscientização, de plantio? Nesses tempos em que precisamos permanecer em casa até segunda ordem, podemos sim mudar nossos hábitos e encontrar um novo equilíbrio. O mundo está nos dando um aviso final.
Terra! Parabéns pelo seu dia! E um obrigado por nos permitir viver sob seus auspícios.
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