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Parando um pouco as prensas da matéria desta semana, é mais do que justo homenagearmos a essa grande figura da cultura brasileira. Ziraldo certamente está deixando o andar lá de cima mais feliz com o seu bom humor. Queria falar um pouco da importância do Ziraldo em minha vida.



Existem algumas constâncias nessa vida. Em sua infância, você certamente já passou por um cartum ou uma tirinha do Ziraldo. Ou já viu uma imagem do Menino Maluquinho estampada em qualquer lugar. Quando era pequeno, gostava de brincar com os meus amigos, soltar pipa, matar aula para ficar curtindo e até aprontava algumas. Quando peguei uma tirinha do Menino Maluquinho pela primeira vez, aquele garoto conversava comigo. Não precisava ter uma eloquência literária ou truques de arte, nem nada do tipo. Suas aventuras eram as aventuras de qualquer criança. A jovialidade e a inocência do personagem encantavam qualquer pessoa, não importasse a idade. As histórias poderiam ser curtinhas, ou um pouco mais longas. Não importava. Sempre dava umas boas risadas ao final. Ziraldo conseguiu criar um personagem que já faz parte do patrimônio cultural brasileiro. E isso é inegável. Mesmo hoje, nos meus mais de quarenta anos de idade, sempre acabo me deparando com alguma imagem ou tira do Menino Maluquinho enquanto preparo minhas aulas. Não importa o tema, não importa o contexto. Ele sempre está ali, como uma espécie de ser onisciente que nos faz lembrar de nossas infâncias.


Mas, toda infância chega ao fim e passamos pela fase rebelde de nossas vidas. A adolescência. Aquele momento em que queremos quebrar regras e desafiar as autoridades. Em que o mundo passa a ser careta e nós somos seus transformadores e catalisadores. É então que me deparo com uma revista no canto da biblioteca da minha escola. Eu, em minha adolescência fugidia, pensando apenas bobagens junto com colegas cujos neurônios estavam alimentados pelos hormônios da puberdade, vimos a Bundas. Em nossas imaginações juvenis, parecia ser aquele éden proibido que queríamos ir até repararmos que se tratava de uma série de charges e matérias criticando a famosa Caras, a revista dos famosos. A maioria de meus colegas desistiu da revista, mas algo me chamou a atenção ali. Aquele humor ácido frente a uma idealização da vida dos famosos me agradava de um jeito quase sádico. Era um outro lado do meu amigo (chamava ele de amigo agora porque já me sentia na intimidade com o bom senhor) que eu não conhecia e me agradava. Estava no auge dos programas de ricos como o do Amaury Junior ou o de tantos outros que mostravam festas e iates. Ziraldo brincava com isso, fazendo charges cada vez mais ousadas mostrando como tudo isso era supérfluo. Durante algum tempo, a Bundas foi o contra-ataque dos progressistas às bobagens neoliberais e consumistas.


Depois da minha fase "bundal" fiquei alguns anos sem me conectar mais com o Ziraldo, que já agora parecia aquele doce vovô dos cabelos de nuvem. Os compromissos da academia, as monografias universitárias e as teses de mestrado me tornaram um insano ser que se preocupava com leituras e prazos. Até que quase no final da minha graduação, passei a atuar como restaurador no Arquivo Nacional por alguns semestres. E tínhamos acesso a materiais do período da ditadura, coisas que haviam sido censuradas ou que davam dados picantes sobre o governo. Eu e meus colegas estávamos naquele momento ilusório da graduação quando achávamos que podíamos mudar o mundo e queríamos nos espelhar em ícones do passado. É aí que nos deparamos com O Pasquim. Que jornal da hora que era O Pasquim. As matérias eram uma aula de ironia em tempos difíceis do Brasil. Ziraldo fazia os militares parecerem uns patetas a la Recruta Zero. Como era bom ver o meu amigo de infância se revelando ter sido um radical no passado, um ativista político que não se acovardou diante de um governo tolo. Da primeira à última edição O Pasquim foi um veículo de resistência contra a opressão e essa faceta do Ziraldo parece que escapa àqueles que o admiram hoje. Por isso até que quando ele se colocou contra o governo do ex-presidente Bolsonaro, muitos se espantaram porque imaginavam o autor como sendo só o cara do Menino Maluquinho.



Não podemos nos esquecer da Turma do Pererê que, confesso, só fui conhecer com mais idade. Não sabia que o Ziraldo trabalhava com um personagem cuja intenção era fazer um resgate do folclore nacional. A cada instante que passava o autor me mostrava mais e mais facetas de sua obra. O que me deixava ainda mais encantado com sua obra. Recomendo até procurar os quadrinhos da turminha porque ele trata o tema com tanto respeito e carinho que, mesmo quando ele dá uns deslizes, a gente deixa para lá porque é tudo feito com amor. E explica porque ele não deve jamais sair das bibliotecas de nossas escolas. Seja com suas obras mais infantis, ou aquelas que servem para divulgar algum assunto. A título de curiosidade, Ziraldo foi o criador do mascote do Bahia, o time de futebol. Era uma sátira ao Superman, representando os jogadores do time como homens de aço.


Ziraldo é um patrimônio brasileiro. Não há discussão sobre se ele deve fazer parte dos maiores autores do Brasil. Ele é e ponto final. Não há uma disputa de primeiro e segundo lugar porque isso depende muito do contexto em que se encontra o país. Somos frutos do nosso tempo. Mas, vale destacar que o cartunista fez parte de inúmeras campanhas governamentais sobre os mais diversos assuntos, desde vacinação até campanhas de combate à evasão escolar. Teve uma época em que a Globo colocava cartuns animados do Ziraldo nos intervalos de seus filmes. Uma das coisas mais criativas já feitas por lá. Em uma época em que precisamos de mais referências culturais, Ziraldo deixa um lacuna que espero termos outro expoente aparecendo em breve. No momento de sua morte, o CCBB RJ inaugurou uma exposição interativa da obra. Que coisa do destino... Que ironia que parece saída de uma edição do Bundas. Mas, acho que de onde quer que ele esteja, o autor está vendo inúmeras crianças brincando e se divertindo com os seus personagens.


Ziraldo é a cara do humor brasileiro. Tem o DNA lá. Seja em uma narrativa inocente de um doce garoto aprontando todas enquanto sorri em um dia ensolarado; uma crítica feroz à sociedade capitalista; um resgate das tradições brasileiras; ou uma narrativa de resistência em tempos difíceis. Todos esses são Ziraldo e ele se tornou tão presente em nossas vidas que passamos a carregar um pouquinho dele conosco. Quando li a notícia da morte do autor, me lembro de que deu aquela pancada forte no coração, saíram aquelas lágrimas das recordações dos bons momentos, mas acima de tudo o quanto ele deixou mais alegria em minha vida. Se vocês chegaram até aqui e tiverem algo para compartilhar sobre o impacto de Ziraldo em suas vidas, deixem aí nos comentários.






O campo de batalha nas Planícies Quebradas está mudando. Depois da traição de Sadeas, ficou claro para Dalinar que era preciso dar um fim às brincadeiras dos nobres e unir todos contra os parshendianos. Mais fácil falar do que fazer. Kaladin tenta entender seus novos poderes e irá rever fantasmas do passado. E Shallan precisará descobrir se é uma pesquisadora ou uma enganadora. Do outro lado, surge uma força letal que mudará tudo.



Sinopse:


Mesmo com seus inimigos esperando que ele tivesse uma morte miserável, Kaladin sobreviveu para receber o comando dos guarda-costas reais, algo controverso para um “olhos-escuros” de baixo escalão. Agora, ele deve proteger Dalinar e o rei de qualquer perigo ― sobretudo a insólita ameaça do Assassino de Branco ―, enquanto luta secretamente para dominar seus novos e notáveis poderes, que, de alguma forma, estão ligados ao seu espreno de honra, Syl.


Szeth, o assassino, está novamente na ativa, aniquilando governantes em todas as áreas de Roshar, valendo-se de seus poderes para bloquear guarda-costas e enganar perseguidores. Um de seus alvos mais importantes é o grão-príncipe Dalinar, notoriamente considerado a força por trás do trono alethiano. Sua posição de liderança na guerra parece motivo suficiente, mas o mestre do assassino tem razões muito mais profundas.


A Luminosa ― e cercada de problemas ― Shallan se esforça por um caminho paralelo. Ainda que se recuse a reconhecer o quanto está quebrada por dentro, ela carrega um fardo terrível: impedir o retorno dos lendários Esvaziadores e a consequente Desolação que vai acabar com toda a civilização. Os segredos de que ela precisa podem ser encontrados nas Planícies Quebradas, mas chegar lá é bem mais difícil do que ela poderia imaginar.


Enquanto isso, no coração das Planícies Quebradas, os parshendianos precisam tomar uma decisão histórica. Com a pressão dos anos de ataques dos alethianos e seus exércitos sempre diminuindo, eles são convencidos por Eshonai, seu líder de guerra, a arriscar tudo numa aposta desesperada com as mesmas forças sobrenaturais das quais fugiram. As possíveis consequências disso, tanto para parshendianos quanto para humanos ― e ainda mais para Roshar ― não são apenas perigosas, mas também inestimáveis.






Se vocês forem me perguntar a qualquer momento se acho Brandon Sanderson um autor primoroso (como muita gente por aí diz), vou dizer sem pensar muito que não. E isso não vai mudar em nenhum momento. Autores primorosos são aqueles que moldam sua escrita para transformar suas obras em peças artísticas. Garcia Marquez, Hemingway, Oscar Wilde. Na literatura de gênero temos Le Guin, Tolkien, Gene Wolfe, Moorcock e tantos outros. São indivíduos que mudaram a forma como a escrita é encarada. No entanto, nada me impede de dizer que ler qualquer coisa do Sanderson é sempre algo divertido e instigante. Gosto de pensar no autor como um Stephen King da fantasia: altamente produtivo, com uma escrita sempre no mesmo estilo (variando um pouco aqui e ali) e trazendo algo diferente para os leitores. Alguns vão reclamar dessa afirmação de Sanderson não ser algo em outra escala de produção, mas queria trazer a visão do próprio Stephen King sobre o assunto. Quando criticado sobre sua escrita, quando mencionavam que ele não produzia nada que elevasse o nível da literatura, King destacava o quanto ele gostava de escrever livros que fossem divertidos. E que sempre existe espaço para o entretenimento. Ele comparava ao fast food e à comida elegante. Existe espaço para ambas. E ele preferia escrever o fast food porque ele certamente iria encontrar uma base fiel de leitores. No fundo é isso o que Sanderson nos traz. Se o objetivo do autor era fazer com que eu devorasse um livro e me divertisse por horas a fio, ele foi muito bem sucedido nessa tarefa. Mas, conversemos mais sobre este ótimo segundo volume.





SPOILERS DO VOLUME ANTERIOR A SEGUIR






Posso dizer numa boa que a escrita do Sanderson evoluiu bastante; mais ainda do que estava no primeiro volume dessa série. A gente pode acompanhar preocupações que ele não tinha antes como o timing das ações dos personagens, como criar bons ganchos para que o leitor se mantenha interessado. Vai surpreender muita gente, mas apesar de ele ser um livro de mais de mil páginas, é bem simples e rápido de ser lido. Em pouco tempo o leitor vai reparar que leu cem páginas brincando. Palmas também para a tradução da Trama que melhorou em relação à primeira edição, mas ainda está longe de estar muito boa. A editora continua querendo apressar as coisas para entregar o material o mais rápido possível. E isso sempre gera textos truncados ou frases com significado dúbio. Typos também estão por toda a parte. Sinal de que a revisão não foi satisfatória. Só que fazendo o cotejo entre a edição americana e a nacional dá para perceber que a escrita mais didática do Sanderson tende a oferecer uma possibilidade de tradução melhor. Facilita bastante o trabalho e oferece ao leitor uma obra bem mais acessível. Sobre a narrativa em si, Sanderson usa um esquema de platô com ascensões regulares. Em seus cursos ele gosta de mostrar aos alunos como ele cria os seus mundos de fantasia inserindo elementos em uma sucessão progressiva para que o leitor possa entender as nuances do que ele está criando. Após um período de acomodação, o autor testa os limites das regras que ele criou até o momento em que passa a inserir novos elementos. E é aí que o ciclo recomeça. Tudo isso é feito sucessivamente. O método é bem mostrado nos capítulos do livro e aquele que consegue perceber o padrão vai entender aonde o autor deseja chegar. Gosto disso. É o aspecto científico da escrita do Sanderson.


"Os filhos do grão-príncipe chegaram: Adolin e Renarin Kholin. Kaladin já vira o primeiro no campo de batalha, embora ele parecesse diferente sem sua Armadura Fractal. Menos imponente; mais um garoto rico e mimado. Ah, ele usava um uniforme como todos os outros, mas os botões eram entalhados, e as botas... eram de um caro couro suíno, sem um único arranhão. Novas em folha, provavelmente compradas a um preço ridiculamente caro."

Ao final do primeiro volume, Kaladin revela possuir mais poderes do que imaginava. Ao lado de sua espreno da honra, Syl, ele possui poderes que o colocam no mesmo nível de um Cavaleiro Radiante. O que isso significa? Agora tendo se tornado capitão dos antigos carregadores de pontes que pertenciam a Sadeas, ele precisa treiná-los para se tornar uma tropa de verdade. Mas, os perigos que rondam Dalinar e Elhokar são muito grandes e os adversários se revelam bem poderosos. Embora Syl peça a Kaladin para que ele confie em Dalinar, a traição de Amaram o faz ser desconfiado de tudo e de todos. Essa talvez seja uma das maiores vulnerabilidades do nosso protagonista. Desconfiar de todos. Isso vai atrapalhá-lo em vários momentos quando o mero fato de ser honesto consigo e com os demais ao seu redor poderia ter lhe poupado dissabores. Syl deseja que ele se torne uma pessoa mais positiva; em alguns momentos, a espreno só quer que ele sorria mais. A situação dos carregadores de pontes melhorou sensivelmente e mesmo eles sendo criaturas estranhas dentro da estrutura social alethiana, eles começam a se destacar em diferentes áreas. Seu valor como seres humanos transparece, embora os olhos-claros ainda os vejam como inferiores. É curioso pensar que até Adolin os vejam dessa maneira, afirmando que se trata de uma vontade universal que os fez superiores.


Se pudermos usar os termos empregados em escrita criativa, Kaladin é o herói relutante. É aquele que a gente percebe que está trilhando um caminho nobre, tem alguns comportamentos que são honestos, mas sua dor o acaba colocando em uma estrada mais tortuosa. Em vários momentos da narrativa, o leitor se sente igual à Syl. Quando o Kaladin reverte a alguém movido pela vingança, só conseguimos pensar... "Ah, Kaladin... por quê?". Tem um trecho lá pela terceira parte em que ele faz algo nesse nível. Suas ações são incríveis, ele participa de um dos momentos altos da primeira metade da história e no final de tudo, ele acaba tomando uma decisão movido por esse espírito de vingança que destrói tudo o que ele havia conquistado. Tem algo que Padrão diz a Shallan que funciona até melhor para Kaladin: "você é muito boa em mentir, mas somente quando você optar pela verdade é que seu destino seguirá adiante". Se podemos falar de um personagem mais parecido com o ideal do Cavaleiro Radiante, esse é o Kaladin. Contudo, ele vai precisar superar muitos obstáculos ainda: sua imaturidade, sua necessidade de se vingar, sua incapacidade de confiar e a desigualdade social.



Se posso falar de um protagonista central nesse volume, esse alguém é Shallan. As luzes da ribalta estarão em cima dela. Embora ela só vai estar no palco principal lá pela metade deste volume, mas a gente vê como Sanderson quer colocá-la com maior destaque. No final do primeiro volume, Jasnah descobriu as mentiras de Shallan e ficou chocada com as habilidades de Transmutação da jovem. A erudita perdoa a menina e ambas seguem em direção às Planícies Quebradas para investigarem os vestígios de Urithiru, a cidade perdida que poderia ter a chave para muitos mistérios que circundam Roshar. Só que uma tragédia vai ocorrer durante a travessia e Shallan vai se ver sozinha novamente, precisando chegar ao local combinado por Jasnah. E Shallan vai descobrir que seus poderes novos vieram junto com um estranho espreno chamado Padrão. Enquanto investiga mais sobre suas novas habilidades, verdades e mentiras se colocarão no caminho dela. E apesar de Shallan se revelar ser uma boa mentirosa, só conseguirá seguir adiante se for capaz de contar mais verdades. O que é algo que parece ser impossível a ela, já que o caminho da mentira é que a levará a conseguir se livrar de situações bem complicadas.


Os capítulos de flashback da Shallan nos permitem traçar um pouco melhor o perfil da personagem. A gente vai se dando conta de que ela usa muitas máscaras para esconder uma dor profunda. Vemos toda a relação abusiva com o pai que apesar de não tê-la machucado fisicamente, provocou feridas profundas em seu coração. E o amor que ela sente pelos irmãos a quem tenta proteger mesmo sendo aquela que menos tem força na família. Shallan demonstra que sua força vem de seu amor por sua família, mesmo nas maiores adversidades. Perceber o quanto ela se machucou por causa de sua própria virtude é terrível e cria outra camada na personagem. Contudo, alguns trechos dos flashbacks são lentos e sem grandes desenvolvimentos. Me incomodaram um pouco, mas nada que tenha prejudicado a leitura no geral. Só foram capítulos que eu demorei mais para avançar.


"Ela inspirou Luz das Tempestades, o que fez com que apertasse o passo. À frente, um beco fazia a curva entre dois grupos de prédios. Ignorando memórias de um beco sinistro em Kharbranth, Shallan virou a esquina para entrar naquele ali a passos rápidos, depois imediatamente expirou Luz das Tempestades, tentando moldá-la. Talvez a imagem de um homem grande, para cobrir seu casaco, e..."

Como dá para perceber aqui, um dos temas bem importantes nesse segundo volume são os esprenos. Vamos conhecer mais sobre eles, principalmente os especiais como Syl e Padrão. A chegada deles parece ser o prelúdio de uma situação difícil para todos. Sanderson fornece algumas explicações sobre sua natureza e o mundo de Shadesmar, que parece existir em paralelo ao nosso. Algo que não é spoiler é que os esprenos especiais só são assim por estarem em simbiose com os seus humanos. Syl com Kaladin e Padrão com Shallan. Essa conexão com os esprenos permite a eles acessarem suas habilidades (as de Kaladin são diferentes das de Shallan). Algo que Kaladin nos dá pistas ao revelar sobre as ordens dos Radiantes. Mas, tudo ainda é bastante nebuloso. No volume anterior, Kaladin teve um contato rápido com o Pai das Tempestades, uma espécie de deus desse mundo que tem uma conexão com Syl. Por outro lado, a história parece estar em um ponto de virada (que vai acontecer na terceira parte deste volume) já que em vários momentos é anunciado que uma grande tempestade está a caminho. E não é exatamente aquilo que Kaladin pensa em um primeiro momento. Para conseguir lidar com a situação quando esta ocorrer, o protagonista vai precisar entender seus poderes e estabelecer uma conexão mais forte com Syl. Mesmo que esta esteja incomodada ainda com as decisões de Kaladin.


No meio desse medo vindouro, tem um mais urgente: as escaramuças nas Planícies Quebradas. Ficou bem claro que a guerra contra os parshendianos se tornou apenas uma exibição de nobres em busca das gemas-coração. Tanto é que o acampamento de guerra se tornou quase como um espelho da capital do império. Já não interessa mais aos grão-príncipes perseguirem os parshendianos e ampliarem suas zonas de conquista. Dalinar se dá conta disso e começa a buscar agira para unir todos em prol de um objetivo comum. Ter dispensado Sacramentadora em troca dos carregadores de pontes diminuiu em parte seu poder e fez com que ele ficasse mais na parte política das coisas, deixando as guerras com Adolin. Só que Dalinar é um guerreiro e não um político. Sua abordagem dos fatos é direta demais e em um ambiente tomado por traições e alianças, isso é uma bela de uma desvantagem. Os jogos entre nobres estão ficando cada vez mais perigosos e nem o rei está mais a salvo. As tentativas de assassinato se tornam mais frequentes tornando a paranoia do rei ainda pior. Sadeas assume sua mentalidade traiçoeira e deseja apenas se livrar daqueles que o incomodam. Não importam mais os meios usados para isso. Fica claro para o leitor que Sadeas e Dalinar vão entrar em guerra no futuro. Neste segundo volume as tensões só vão se avolumando mais e mais. As visões de Dalinar também ficam mais perigosas e ele passa a receber avisos físicos de que alguma coisa está para acontecer.



No lado parshendiano, Eshonai é uma das poucas em seu grupo que querem que a guerra acabe. Ela não aguenta ver o quanto o seu povo decaiu e quantos morrem a cada nova investida contra os alethianos. Conhecemos mais quem são os parshendianos e sua relação com os parshemanos. Eshonai quer uma mudança neste conflito, mas sabe o quanto isto será difícil. Principalmente porque ela sabe o quanto os alethianos desejam se vingar deles. Afinal, ela foi uma das parshendianas que estavam na noite em que Gavilar morreu. Mas, ela acredita que possa tentar convencer Dalinar a acabar com tudo isso. Mas, sua irmã Venli descobre uma maneira de reaver uma das formas perdidas dos parshendianos, uma forma de poder. O problema é que assumir esta forma pode revelar muitos perigos. Eshonai faz o possível para combater isso e tentar resolver as coisas de uma forma pacífica. Mas, o tempo está contra ela e Eshonai pode se transformar em uma das armas mais letais dessa disputa. Algo que deixará até mesmo os Fractários ajoelhados a seus pés.

"Dalinar olhou-o de cima para baixo. Kaladin olhava direto à frente, com a mente... entorpecida. Roshone. Tudo havia começado a dar errado quando Roshone chegara em Larpetra como um espreno de putrefação em uma ferida suja. Ele era o motivo por que Tien fora para a guerra. Ele era o motivo por que Kaladin o seguira."

Sem querer entrar em mais detalhes, considerei esse segundo volume ainda melhor do que o primeiro. Sanderson está com uma escrita mais correta e direta, sem precisar apelar para clichês. Gosto de como ele conduz a história aqui, sempre deixando um gancho para que o leitor continue lendo. Mesmo sendo um livro volumoso, ele é fácil de devorar. Aqui já nos acostumamos melhor com os jargões do primeiro volume como as fractais, os esprenos e as grantormentas. Agora lidamos com os poderes de ligação entre esprenos e seus escolhidos, além de Sanderson começar a nos mostrar melhor a noção de investidura que vai ser importante daqui para frente. Outra: não pulem os interlúdios. Algumas coisas bem importantes acontecem ali. E que serão importantes para entender os acontecimentos posteriores.












Ficha Técnica:


Nome: Palavras de Radiância

Autor: Brandon Sanderson

Série: Os Relatos da Guerra das Tempestades

Editora: Trama

Tradutor: Pedro Ribeiro

Número de Páginas: 1328

Ano de Publicação: 2023


Outros Volumes:


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Precisando de dinheiro para pagar seus compromissos, Dylan aceita um estranho caso de uma mulher desaparecida. Ele vai até uma cidade onde as pessoas estão presas em suas casas por algum tipo de força invisível.


Sinopse:


Investigando o caso de uma mulher que desapareceu em circunstâncias misteriosas, Dylan e Bloch chegam ao vilarejo de Wynbring, perto do aeroporto de Southend, onde o morador da Craven Road também some de repente, diante dos olhos do ex-inspetor.


Para solucionar esses e outros enigmáticos desaparecimentos ocorridos anteriormente, deve-se escavar um caso terrível ligado ao passado, que deixou uma marca indelével na história daqueles locais.





Esse definitivamente é um caso estranho. Os Abandonados é uma história que leva Dylan Dog a investigar um estranho caso de pessoas desaparecidas. Tudo começa com ele aceitando um trabalho para investigar o desaparecimento de uma mulher quando ela estava no carro junto de seu marido. As condições nas quais isso aconteceu são, no mínimo, insólitas. Precisando de Bloch para levá-lo até o local, Dylan chega até uma cidade completamente vazia. De repente ele é separado de Bloch (da mesma maneira que os desaparecidos) e aparece dentro do cômodo de uma casa. Quando ele pensa em sair, uma névoa que se encontra no térreo da casa lhe dá uma estranha sensação de prazer e preenchimento. Se isso tudo não fosse estranho o suficiente, a cada intervalo de tempo, passa um ensurdecedor avião que bagunça tudo o que está ao redor dele. O que está acontecendo nesse lugar? Quem o capturou? E onde estão as pessoas desaparecidas?


Toda vez que me pego com uma edição com arte de Gianpiero Casertano me impressiono com a qualidade de sua arte. Entre os artistas da Sergio Bonelli ele está entre os melhores. Ele tem um ótimo domínio do lápis, um domínio muito bom do preto e branco, sem mencionar em como os seus personagens tem um design bastante realista. Ele consegue passar do realista para o bizarro em um curto espaço de tempo. E essa edição precisa disso. Só achei que o roteiro não deu muito espaço para Casertano brincar e salvo alguns trechos na metade e no final, não achei a edição à altura dele. Só para mencionar algo legal que ele fez aqui, tem umas poças e redemoinhos que são sensacionais e ele insere uns rostos meio fantasmagóricos que são apavorantes. A habilidade que ele tem de dar relevo às imagens faz parecer que os personagens estão quase saindo dos quadros e vindo em nossa direção. A habilidade que ele tem de empregar sombras pelo cenário também é muito boa. Fornece volume aos personagens. O momento que mais me chamou a atenção para isso é quando Dylan se encontra em um telhado e um avião está descendo. Dylan só consegue enxergar a barriga do avião, mas dá para perceber que é um negócio monstruoso porque Casertano coloca a imagem em um ângulo bem propício para fornecer essa impressão, sem mencionar na sombra que o avião joga sobre Dylan.


Se eu gostei da edição passada escrita por Barbato, essa edição é estranha demais para o meu gosto. A narrativa em si não funcionou direito para mim e tem algumas conveniências de enredo que me incomodaram um pouco. Fiquei imaginando que se tratasse de uma história de uma casa mal assombrada ou uma maldição, mas nada me preparou para uma cidade que se torna algum tipo de força sobrenatural. Uma cidade inteira. Barbato cria alguns elementos de enredo para justificar essa transformação, mas ficou meio mal explicado. Na minha visão, poderia até ter sido algo mais simplório e a autora quis tornar mais complexo e fazer uma crítica social ao mesmo tempo. A mim só pareceu bizarro e fora de lugar. Algumas coisas não ficaram bem explicadas como a questão da névoa que deixa as pessoas bem novamente. É apenas para que sempre exista companhia na cidade? Se é assim, por que a criatura devora pessoas? Se a ideia é deixar todos em suas casas, não faz sentido absorvê-las.



Não entendi também por que o Bloch foi envolvido nesse caso. Entendi que o Dylan precisava de alguém para levá-lo de carro até o local. Mas, do jeito que Barbato fez parece que Bloch voltou a atuar como investigador junto do Old Boy. Okay, Bloch nos lembra que ele não é mais investigador a cada vinte páginas, mas ele faz justamente isso aqui. A história poderia ter sido igual se ao invés de Bloch, fosse o Groucho. Não fez sentido para mim. Gostei nessa narrativa que Barbato nos mostra ainda um Dylan diferente, procurando se adaptar a uma nova realidade ao seu redor que não cansa de gritar com ele para seguir em frente. Essa é uma boa edição de investigação do personagem.


A essência da trama é um tipo de crítica social. Volta e meia discutimos nos meios de comunicação sobre a ampliação da malha aérea e o quanto isso representa um dos piores tipos de poluição sonora que existem. Criaram-se as estradas aéreas nas quais os aviões precisam percorrer para chegar até os aeroportos. Com essa ampliação, a proximidade dos aviões com as zonas residenciais vem se tornando cada vez maior e alguns lugares específicos se encontram inseridos no meio dessas "estradas aéreas". Principalmente aquelas pessoas que moram próximas de aeroportos são as mais afetadas por essa poluição sonora. Claro que existem critérios para estabelecer as rotas dessas estradas, mas é óbvio que nem todos obedecem. Na narrativa temos uma cidade que foi afetada por esse movimento e reagiu da única maneira que a população poderia: indo embora. Essa é uma questão que vai se tornar cada vez mais aguda no futuro com o aumento de aeroportos particulares, de veículos voadores particulares.


No fim, gostei da temática, achando-a bem diferente do padrão. Só que se a temática era interessante para ser explorada de um ponto de vista sobrenatural, sua execução ficou bem esquisita. Foi um caso divertido, mas torci o nariz em diversas oportunidades. A arte de Casertano é magnífica, mas essa edição não dá liberdade total para o artista. Ele fica preso a umas situações esquisitas, mas consegue brilhar em alguns bons momentos. No fim, é uma edição bacana que vem depois da pancada que foi a edição passada.












Ficha Técnica:


Nome: Dylan Dog vol. 10 - Os Abandonados

Autora: Paola Barbato

Artista: Gianpiero Casertano

Editora: Mythos

Tradutor: Julio Schneider

Número de Páginas: 100

Ano de Publicação: 2020


Outros Volumes:

Vol. 4 Vol. 9


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Conversa aberta. Uma mensagem lida. Pular para o conteúdo Como usar o Gmail com leitores de tela 2 de 18 Fwd: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br Caixa de entrada Ficções Humanas Anexossex., 14 de out. 13:41 (há 5 dias) para mim Traduzir mensagem Desativar para: inglês ---------- Forwarded message --------- De: Pedro Serrão Date: sex, 14 de out de 2022 13:03 Subject: Re: Parceria publicitária no ficcoeshumanas.com.br To: Ficções Humanas Olá Paulo Tudo bem? Segue em anexo o código do anúncio para colocar no portal. API Link para seguir a campanha: https://api.clevernt.com/0113f75c-4bd9-11ed-a592-cabfa2a5a2de/ Para implementar a publicidade basta seguir os seguintes passos: 1. copie o código que envio em anexo 2. edite o seu footer 3. procure por 4. cole o código antes do último no final da sua page source. 4. Guarde e verifique a publicidade a funcionar :) Se o website for feito em wordpress, estas são as etapas alternativas: 1. Open dashboard 2. Appearence 3. Editor 4. Theme Footer (footer.php) 5. Search for 6. Paste code before 7. save Pode-me avisar assim que estiver online para eu ver se funciona correctamente? Obrigado! Pedro Serrão escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:42: Combinado! Forte abraço! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:41: Tranquilo. Fico no aguardo aqui até porque tenho que repassar para a designer do site poder inserir o que você pediu. Mas, a gente bateu ideias aqui e concordamos. Em qui, 13 de out de 2022 13:38, Pedro Serrão escreveu: Tudo bem! Vou agora pedir o código e aprovação nas marcas. Assim que tiver envio para você com os passos a seguir, ok? Obrigado! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:36: Boa tarde, Pedro Vimos os dois modelos que você mandou e o do cubo parece ser bem legal. Não é tão invasivo e chega até a ter um visual bacana. Acho que a gente pode trabalhar com ele. O que você acha? Em qui, 13 de out de 2022 13:18, Pedro Serrão escreveu: Opa Paulo Obrigado pela rápida resposta! Eu tenho um Interstitial que penso que é o que está falando (por favor desligue o adblock para conseguir ver): https://demopublish.com/interstitial/ https://demopublish.com/mobilepreview/m_interstitial.html Também temos outros formatos disponíveis em: https://overads.com/#adformats Com qual dos formatos pensaria ser possível avançar? Posso pagar o mesmo que ofereci anteriormente seja qual for o formato No aguardo, Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 17:15: Boa tarde, Pedro Gostei bastante da proposta e estava consultando a designer do site para ver a viabilidade do anúncio e como ele se encaixa dentro do público alvo. Para não ficar algo estranho dentro do design, o que você acha de o anúncio ser uma janela pop up logo que o visitante abrir o site? O servidor onde o site fica oferece uma espécie de tela de boas vindas. A gente pode testar para ver se fica bom. Atenciosamente Paulo Vinicius Em qui, 13 de out de 2022 12:39, Pedro Serrão escreveu: Olá Paulo Tudo bem? Obrigado pela resposta! O meu nome é Pedro Serrão e trabalho na Overads. Trabalhamos com diversas marcas de apostas desportivas por todo o mundo. Neste momento estamos a anunciar no Brasil a Betano e a bet365. O nosso principal formato aparece sempre no topo da página, mas pode ser fechado de imediato pelo usuário. Este é o formato que pretendo colocar nos seus websites (por favor desligue o adblock para conseguir visualizar o anúncio) : https://demopublish.com/pushdown/ Também pode ver aqui uma campanha de um parceiro meu a decorrer. É o anúncio que aparece no topo (desligue o adblock por favor): https://d.arede.info/ CAP 2/20 - o anúncio só é visível 2 vezes por dia/por IP Nesta campanha de teste posso pagar 130$ USD por 100 000 impressões. 1 impressão = 1 vez que o anúncio é visível ao usuário (no entanto, se o adblock estiver activo o usuário não conseguirá ver o anúncio e nesse caso não conta como impressão) Também terá acesso a uma API link para poder seguir as impressões em tempo real. Tráfego da Facebook APP não incluído. O pagamento é feito antecipadamente. Apenas necessito de ver o anúncio a funcionar para pedir o pagamento ao departamento financeiro. Vamos tentar? Obrigado! Ficções Humanas escreveu no dia quinta, 13/10/2022 à(s) 16:28: Boa tarde Tudo bem. Me envie, por favor, qual seria a sua proposta em relação a condições, como o site poderia te ajudar e quais seriam os valores pagos. Vou conversar com os demais membros do site a respeito e te dou uma resposta com esses detalhes em mãos e conversamos melhor. Atenciosamente Paulo Vinicius (editor do Ficções Humanas) Em qui, 13 de out de 2022 11:50, Pedro Serrão escreveu: Bom dia Tudo bem? O meu nome é Pedro Serrão, trabalho na Overads e estou interessado em anunciar no vosso site. Pago as campanhas em adiantado. Podemos falar um pouco? Aqui ou no zap? 00351 91 684 10 16 Obrigado! -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification -- Pedro Serrão Media Buyer CLEVER ADVERTISING PARTNER contact +351 916 841 016 Let's talk! OverAds Certification Área de anexos ficcoescodigo.txt Exibindo ficcoescodigo.txt.